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segunda-feira, 24 de junho de 2013

WAGNER SE TORNA NOVO REFERENCIAL EM TRUCULÊNCIA NA BAHIA

Transcrito do jornaldamidia.com.br

*Kraus Berg (leandrokrausbergleal@gmail.com)


Wagner humilha a imprensa da Bahia com violência da PM contra jornalistas

O repórter Francis Juliano foi preso e obrigado a depor em delegacia. O secretário de Comunicação de Wagner, Robinson Almeida, disse que "tudo foi um mal entendido". É possível que hoje o governador apareça para pedir as costumeiras "desculpas" e anunciar que vai abrir "inquérito". É sempre assim. Mas a impresa da Bahia, na maioria das vezes muito subserviente ao governo, está merecendo. (Foto: Bahia Notícias/Reprodução)
O repórter Francis Juliano foi preso e obrigado a depor em delegacia. O secretário de Comunicação de Wagner, Robinson Almeida, disse que “tudo foi um mal entendido”. É possível que hoje o governador apareça para pedir as costumeiras “desculpas” e anunciar que vai abrir “inquérito”. É sempre assim. Mas a imprensa da Bahia, a grande maioria muito subserviente ao governo, está merecendo. (Foto: Bahia Notícias/Reprodução)
Nem de longe o Governo Wagner está retribuindo para a imprensa da Bahia o tratamento sempre carinhoso, amigo e afável. E, na maioria das vezes, subserviente. Nas manifestações de ontem em Salvador, jornalistas no exercício da profissão levaram porrada da Polícia Militar, foram humilhados com a obrigação de deletar fotos, experimentaram bastante o famoso spray de pimenta, foram presos e tiveram até que depor em delegacias policias.
E mais: foram até apontados como reponsáveis pelas badernas e xingados de ”f da p e vi…”. Ou, vá tomar no c…
Um vexame.
As cenas de violência de Salvador estão transformando avenidas e ruas em verdadeiras praças de guerra. A população está acuada, insegura. A pauta de exportação da brutalidade da Bahia ganhou mais competitividade lá fora, com as cenas mostradas diariamente envolvendo a ação da polícia nas manifestações.
Covardia e Abuso de Poder - Gaba-se o governador Jaques Wagner que a Bahia tem uma Polícia Militar “muito preparada”, inclusive pela experiência acumulada em grandes eventos, como o Carnaval, também segundo o petista.
“Então é esta a polícia que me defende? Então é para isso que eu pago meus impostos?”, pergunta a jornalista Juliana Brito, de A TARDE, em seu relato no Facebook, após presenciar na última quinta-feira a ação da PM na região do Iguatemi.
“Confesso, foi uma das situações mais humilhantes da minha vida. Aqueles que são pagos para me defender, são os mesmos que me atacaram de maneira covarde. E vale ressaltar que eu nem estava participando da manifestação (não que isso seja justificativa para o ataque da polícia contra civis inocentes, mas sei que eles vão utilizar este argumento para explicar a ação violenta contra nós). quinta-feira”, observa.
Constrangimento e Humilhação - Situação não menos constrangedora e humilhante passou o repórter Tiago Di Araújo, do site iBahia (Rede Bahia), obrigado a deletar todas as fotos de sua máquina após registrar a ação de policiais militares da Operação Gêmeos apreendendo alguns manifestantes, que “aparentavam ser menores de idade”. Araújo foi abordado no Vale dos Barris quando fazia a cobertura da manifestação deste sábado (22) em Salvador.
“Quando comecei a fotografar a ação da PM, três policiais, sem identificação, me abordaram e o restante da tropa seguiu conduzindo os apreendidos. Um dos policiais alegou que uma daquelas fotos poderia demitir um pai de família, me pedindo para apagá-las. Respondi que estava apenas fazendo o meu trabalho e eles me ameaçaram dizendo que eu “iria perder todas as fotos”, relatou, indignado, o jornalista.
Segundo Tiago, depois de repreendido pelos militares, ”fui obrigado a apagar na frente deles” as imagens que registravam a ação policial – no momento da apreensão dos manifestantes. ”Foi quando me pediram para andar para o lado contrário ao da tropa e fizeram comentários do tipo: “Quando precisar de segurança não procure a polícia”, “Essas fotos não vão te levar a lugar nenhum” e “Essas manifestações estão acontecendo por causa de pessoas como você”.
Relato ainda mais humilhante e deprimente foi feito pelo jornalista Evisálio Júnior, do blog “Bahia Notícias”, pertencente ao colunista político Samuel Celestino, amigo pessoal do governador Jaques Wagner. Evilásio trabalhou ontem na cobertura das manifestações na praça do Iguatemi e publicou a matéria com o título ”PM age com covardia, abuso de poder e infringe lei durante manifestação no Iguatemi”.
“Um cabo me puxou pelo pescoço, que ficou inchado e avermelhado, apertou o meu ombro e tascou o frasco de spray de pimenta em direção aos meus olhos, ao elogio de “seu v***, filho da p***”. Sorte que consegui virar o rosto. Azar de Francis Juliano, repórter da minha equipe que estava mais adiante, mas se aproximou após a confusão gritando “que p*** é essa?”. O mesmo soldado que agrediu o fotógrafo e me ameaçou partiu para cima dele aos berros de “o que é que você quer, filho da p***? Vá tomar no seu c*”. Bastou Francis responder “vá você”, para imediatamente o até então espectador pacífico capitão Themístocles determinar: “Prende ele. Desce no camburão”. Francis foi pego à força, teve o braço torcido por dois policiais, que lhe puseram algemas, e o acompanharam com armas em punho no meio da multidão. O jornalista foi levado à 16ª Delegacia da Pituba, por tentar proteger um colega de trabalho, acusado de “desacato”. O protesto no Iguatemi, após a ocorrência, coincidentemente ou não dispersou.
Uma Vergonha – O repórter Francis Juliano, também do Bahia Notícias, foi preso e conduzido à 16ª Delegacia Territorial, após questionar a agressividade dos policiais a equipes de reportagem, no confronto entre PMs e manifestantes na região do Iguatemi no início da noite. O secretário de Comunicação da Bahia, Robinson Almeida, convocado não se sabe por quem, ainda teve a coragem de dizer que tudo não passou de um “o mal entendido”. Quem tomou sua porrada e levou spray de pimenta na cara, que esqueça. É assim que o Governo da Bahia sempre costuma agir.
Que vergonha. O governador Jaques Wagner jamais poderá fazer qualquer referência a Antonio Carlos Magalhães sobre como colocar a polícia para praticar essas cenas contra manifestantes e profissionais da imprensa. Como diz a nota oficial do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), é função da categoria registrar os fatos decorrentes da ida da população às ruas e quando esta atividade é cerceada pela brutalidade policial, trata-se de um grave sintoma da tentativa de encobrir o descontrole, abuso de autoridade e falta profissionalismo dos que atuam nas ruas para manter a ordem pública.

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