Filmes Comentários

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Salvador, Cidade Negra


Carlos Baqueiro
cbaqueiro@terra.com.br

Salvador é a cidade com maior número de negros do País. Com 743,7 mil pessoas, a capital baiana está na frente de São Paulo (736 mil) e Rio de Janeiro (724 mil). A constatação faz parte do Mapa da População Preta & Parda no Brasil, segundo os Indicadores do Censo de 2010.

Provavelmente, graças a toda essa representatividade, em meados de novembro vários chefes de Estado participaram da montagem da Declaração de Salvador. No documento, os líderes reafirmaram o compromisso com a eliminação completa e incondicional do racismo e de todas as formas de discriminação e intolerância, o que a presidente Dilma, também participando do encontro, reiterou em discurso.

Nessa cidade de negros, até gente importante na mídia tem seu dia de constrangimento. O cantor do Grupo Psirico, Márcio Victor, disse ter sido atacado verbalmente, durante um dos dias de carnaval, por um homem branco no camarote em que estava: "Fui chamado de negro, favelado e pobre".

Mas não só de ataques verbais vive o carnaval. Se tem algo que pode ser visto com certa frequência é a polícia prendendo e batendo em negros. A foto que inicia este texto é um dos exemplos disso.

De tempos em tempos podemos ler nos jornais notícias parecidas. Aqui em Salvador, no Rio de Janeiro, ou em São Paulo. O racismo no Brasil não é algo novo. Já foi até mesmo incentivado (explicado "cientificamente" !!!) por intelectuais e especialistas da área médica.

Em 1905, por exemplo, o médico "baiano" (nascido no Maranhão) Nina Rodrigues teorizava sobre os negros em um trabalho chamado “Africanos no Brasil”:

“A raça negra no Brasil, por maiores que tenham sido seus incontestáveis serviços à nossa civilização, por mais justificadas que sejam as simpatias de que a cercou o revoltante abuso da escravidão, por maiores que se revelem os generosos exageros de seus turiferários, há de constituir sempre um dos fatores de nossa inferioridade como povo”.

Cem anos se passaram e ainda hoje se discute, por exemplo, a viabilidade ou não de cotas para negros e seus descendentes na entrada para as universidades públicas. Sabe-se que no Brasil, desde a extinção da escravidão, os negros não têm sido contemplados com políticas públicas de caráter compensatório. Na realidade, as estatísticas nos mostram o contrário.

Uma análise dos indicadores sociais que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou em 1999, permite aferir que a população branca ocupada tinha um rendimento médio de 5 salários mínimos, enquanto os negros e pardos alcançavam valores em torno de 2 salários mínimos.

Não é difícil perceber também o quanto a mídia vai reforçando este processo de distinção, quase eliminando a presença de gente de cor preta para trabalhos em novelas e na publicidade, por exemplo. E as evidências de um racismo enrustido na sociedade podem ser verificadas nas palavras de gente de todas as etnias.

Jonas, negro, petroleiro, 43 anos, concorda que o racismo está incrustado na cultura baiana: “Desde pequeno senti na pele diversas vezes uma certa diferenciação que os próprios professores criavam entre os brancos e negros na sala de aula”.

Na escola, na empresa ou fazendo compras, os negros têm muito que lutar para diminuir os preconceitos contra eles.

A comerciária Vera, branca, 40 e poucos anos, diz não ser racista, mas não nega que teria receio se aparecessem dois negros entrando na loja em que trabalha, em um shopping center, mesmo bem vestidos. “Os ladrões que aparecem na TV sempre são negros”, defende-se a vendedora, com um leve sorriso, meio sem graça, em referência a um dos personagens do belíssimo filme Crash.

Prima de Lula aguarda cirurgia do SUS




TOnY PAcheco



A nota abaixo saiu no site claudiohumberto.com.br e mostra que o SUS ("a saúde de Primeiro Mundo", nas palavras de Lula) é cruel com quem não é ex-presidente da República. Nem vou comentar nada, leia e fique indignado, se ainda puder.


30/11/2011 | 00:00

Doendo na carne
Com câncer na garganta, muitas dores e sem voz, a prima de Lula, Ana Silva (72), aguarda cirurgia num hospital público em Santo André (SP).



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ANP não vê Cartel do Combustível mandar em Salvador

A ANP do PCdoB é assim: não ouve, não fala e não vê o Cartel dos Combustíveis


tony PAcheco

Circulando por Salvador neste domingo (Suburbana, Itapajipe, Barra, Pituba, S. Cristóvão etc. etc.), além dos buracos, cada vez mais numerosos, largos e profundos, deparei-me novamente com a prova concreta que HÁ, SIM, um CARTEL de combustíveis em Salvador.
Só quem não vê é o Ministério Público e a ANP - Agência Nacional de Petróleo.
Em todos os postos pelos quais passei a gasolina comum custa 2,79. Todos. Isto só se via na época da ditadura militar, quando o governo é quem dizia quanto o litro de combustível iria custar. Com a vitória do neoliberalismo na condução da política econômica, a partir do regime democrático, o preço do litro de gasolina ficou liberado. Cada dono de posto pode colocar o preço que quiser.
Mas, em Salvador, NÃO.
Aqui, o CARTEL (que é proibido por lei) estabelece um preço só, como se vivêssemos na economia controlada da época dos militares.
E a ANP, que é chefiada por Haroldo Lima, o maior líder do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na Bahia, nada faz, nada vê, fica caladinha.
Ah, em tempo: a ANP é chefiada pelo mesmo partido que chefia o Ministério dos Esportes, aquele das ONGs do Segundo Tempo. Tuti buona gente!

sábado, 26 de novembro de 2011

Filme sobre uma mulher culta, brava e livre.

Rachel Weisz está magnífica como Hipátia de Alexandria

TONY pacheco

“Alexandria/Ágora”, é o filme do diretor espanhol Alejandro Amenábar, lançado na Espanha, em 2009, e que por aqui passou sem alarde, compreensivelmente, pois mostra o nascimento do Cristianismo como uma das mais intolerantes religiões da História. O filme é estrelado por Rachel Weisz, que vive Hipátia, uma professora de filosofia, matemática e astronomia, completamente ignorada pela historiografia oficial. Eu mesmo, ex-professor de História, como nunca fui ensinado sobre esta mulher fantástica, também nunca ensinei a meus alunos. Falha minha.
Hipátia viveu em Alexandria, no Egito, entre os anos 355 e 415 d.C., época da dominação romana quando os cristãos deixavam de ser perseguidos no Império Romano para se tornarem os perseguidores dos judeus e dos seguidores dos deuses greco-romanos.
Este momento é esclarecedor, pois o filme nos mostra como esta religião, como todas as outras, tem sempre a veleidade de ser o ÚNICO caminho para a divindade. E para se consolidar como tal, precisa exterminar todas as outras crenças concorrentes. A destruição da Escola de Alexandria, onde Hipátia lecionava, e do que restou da Biblioteca de Alexandria dos tempos de Alexandre, O Grande, é um momento emblemático que demonstra como o Catolicismo e todo o Cristianismo se tornaram inimigos do Conhecimento, como hoje fazem os muçulmanos, também criticados pelos cristãos atuais, que fingem que sua religião não praticou a mesma intolerância anticientífica durante 2 mil anos.

NÃO É CHATO

Mas estou falando do filme “Alexandria” com tanta seriedade que o internauta já está pensando: “Porra, mais um filme chato!”
Não, não é chato. O diretor espanhol dá um show por trás das câmeras nos trazendo uma aventura com “timing” de aventura. Até os incultos e idiotas como eu gostam. Você não se chateia, mesmo nas cenas didáticas, porque é maravilhoso saber que uma mulher chegou à conclusão sobre a órbita elíptica que a Terra desenvolve em torno do Sol e acabou apedrejada por causa disso (entre outros motivos), isso num mundo onde as religiões, Catolicismo/Cristianismo dentro, diziam que o Sol girava em torno da Terra e ainda numa órbita circular perfeita.
Compre no seu pirateiro predileto a 2 ou 3 reais ou alugue na sua locadora preferida, pois hoje alugar também está baratinho.
“Alexandria” (“Agora” em Portugal) é um filme que merece ser visto, revisto e como diz o professor Ricardo Líper, acompanhe com vinho tinto meio-seco e cubos de queijo desnatado.

* Veja e dê sua opinião. Talvez eu tenha me passado em alguma coisa e gostaria de sacar outros ângulos.

Feira Anarquista em São Paulo

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Carlos Baqueiro
cbaqueiro@terra.com.br

Em 2006 foi realizada a 1ª Feira Anarquista de São Paulo, que contou com diversas atividades, dentre elas mostra de filmes, debates, exposição de materiais, shows e leitura de poesias. Ao longo de um dia cerca de 1000 pessoas circularam pelo evento. Cinco anos depois, a Biblioteca Terra Livre e o Coletivo Ativismo ABC, organizam a 2ª Feira Anarquista de São Paulo, inspirada nas feiras que vem ocorrendo em várias cidades do mundo e na tradição dos festivais operários de propaganda e difusão do anarquismo no Brasil. Acontecerá, como no evento anterior, uma mostra editorial e venda de livros, jornais, revistas, fanzines e outros materiais libertários. A Feira de São Paulo pretende reunir as editoras libertárias do país e do exterior. Paralelamente à mostra editorial, haverá palestras e debates, assim como diversas atividades culturais, como exibição de filmes e vídeos, exposições, poesias, apresentações teatrais e musicais. 

Todos estão convidados!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sobre maus caracteres e outros temas



ToNY pacHeco

As pessoas, muitas vezes, são lombrosianas: são exatamente o que parecem ser.
Hoje, por exemplo, fiquei sabendo que Ronaldo Gordo ou Ronalducho, que sempre achei um falso ídolo, ameaçou tirar os patrocinadores do CQC por causa da briga de Rafinha x marido da cantora Wanessa. E quando um sujeito em Miami twittou alguma coisa referente a Ronalducho fazendo alusão ao caso dele com os travestis no motel no Rio (lembram? Eu não esqueci.), ele ameaçou também o sujeito com o poder econômico que ele tem. O poder econômico dele só não faz ele ficar bonito: nem externa nem internamente. O dinheiro não compra tudo. Definitivamente, Sr. Ronalducho, não compra mesmo.
E também hoje, o ator Caio Castro, que faz uma personagem mau caráter em novela da Globo, diz que "prefere ser pegador do que viado". Quer dizer, o responsável pelo casting global escolheu certo: um mau caráter para fazer papel de mau caráter.
Aliás, o Sr. Castro (este sobrenome tem um estigma cubano homofóbico hehehehhe) deveria entender que quando a revista “Quem” lhe fez uma pergunta sobre a fama de pegador de mulheres, ele teria que apenas responder: “pego mesmo” ou então “é só fama”, ou ainda, “não pego tanto” e por aí vai.
Ao colocar a homossexualidade numa resposta a uma pergunta que não envolvia homossexualidade, segundo a análise ortodoxa de Freud, nós temos aí uma suspeita de homossexualidade. O tempo dirá...

No Facebook

Elói Corrêa, de quem muito gosto, está fazendo campanha pelo Face contra a divisão do Pará e aí eu respondi a ele: “Sou totalmente favorável à divisão do Pará para criar Tapajós e Carajás. E sou a favor de dividir a Bahia, criando Santa Cruz, ao sul, e São Francisco, a oeste. E sou totalmente a favor de dividir meu estado, Minas, e quando lá morei lutei por isso com outros jovens, pela criação do estado da Paraíba do Sul, na Zona da Mata; Triângulo, na região de Uberaba-Uberlândia; e Minas do Norte, na região de Montes Claros.
Os estados brasileiros são imensos, maiores que boa parte dos países DO MUNDO e, por isso, as ações governamentais não chegam aos rincões destes estados-gigantes. O Brasil é do tamanho dos EUA e lá tem 50 estados. Nós deveríamos ter, no mínimo, 54. O dobro de atualmente. Posso estar errado. Mas é o que penso.



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Motos. Só falta um r pra moRtos...

Moto entra, literalmente, no carro. Desastre de moto é assim, sempre escabroso.




Alex Ferraz

São 65 mil mortos em 10 anos, a maioria jovens pobres. O número é equivalente ao total de soldados mortos na Guerra do Vietnã, maior conflito do gênero desde a Segunda Guerra Mundial e que durou cerca de 20 anos. Pois é: o aumento vertiginoso da frota de motos no País causou 65 mil mortes entre 2000 e 2010. A situação está sendo vista como  “uma das suas piores epidemias”.
Recentemente, dissemos aqui que na capital paulista, onde há um milhão de motos em (louca) circulação, morrem dois motoqueiros por dia. Mas, por incrível que possa parecer, não é em São Paulo e muito menos na região Sudeste que se concentra o maior número de mortes, proporcionalmente. É nas pequenas cidades do interior, no Norte e Nordeste, que ocorrem as maiores taxas de mortalidade. 
Outro dado chocante: o perfil das vítimas é o mesmo, ou seja, jovens entre 20 e 29 anos. 
Bem, a meu ver são óbvias algumas das causas deste morticínio: a total ignorância da maioria dos motoqueiros – daí números maiores no interior – em relação ao tremendo risco que representa este veiculo, incluindo aí o desdém pelo uso dos equipamentos de segurança (é comum ver uma FAMÍLIA inteira em uma só moto, como mostrou recentemente a TV), a inexistência de fiscalização rigorosa, o péssimo estado das vias e, é claro, a pobreza da população, que, na sua maioria, usa motos fracas e frágeis não só como meio de transporte, mas também como instrumento de trabalho, para ganhar a vida.

Ainda sobre
as motos (I)
Quando se diz que “moto é coisa de país pobre”, alguns rejeitam esta opinião perguntando se alguém já viu um pobre pilotando motos como BMW, Kawasaki etc, todas de alta potência e caríssimas. Claro que não! Mas procurem saber qual a participação de motos deste tipo, usadas por diletantismo por gente rica, no quadro geral dos acidentes fatais. Mínima, senhores. A maioria absoluta é de motos pequenas, de pouquíssima potência, frágeis e muito baratas, usadas em loucos trabalhos como os de motoboy e mototaxista, onde cada minuto conta em meio a um trânsito selvagem no qual motoristas de automóveis, ônibus e caminhões não escondem sua aversão pelos motoqueiros, aversão esta não raro transformada em assassinato.

Ainda sobre
as motos (II)
Claro que os motoqueiros – mal preparados e ignorantes, na sua maioria, por razões que envolvem questões sociais, inclusive de educação básica  – geram boa parte desses acidentes fatais. É, enfim, uma combinação letal de fatores.

Ainda sobre
as motos (III)
É tempo de a indústria do setor, que vem faturando cada vez mais, ter um mínimo de responsabilidade social e promover campanhas de segurança, pois fabricam um objeto que é tão ou mais perigoso do que uma arma de fogo.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Monges morrem queimados no Tibet

Monge budista preso pela ditadura chinesa que ocupa o Tibet desde os anos 1950


* O texto é do Avaaz. Pela transcrição, Tony Pacheco.


Há alguns dias, Palden Choetso saiu do convento, despejou gasolina sobre seu corpo e ateou fogo em si mesma enquanto pedia por um "Tibet livre". Ela morreu alguns minutos depois. Desde o mês passado, nove monges e freiras se auto-imolaram como protesto contra uma crescente repressão chinesa sobre o pacífico povo tibetano

Estes atos trágicos são um apelo desesperado por ajuda. Com metralhadoras em punho, as forças de segurança chinesa estão espancando e sequestrando monges, cercando os monastérios, e até mesmo assassinando idosos que defendem os monges -- tudo isso em uma tentativa de suprimir os direitos tibetanos. A China restringe severamente o acesso à região. Mas se conseguirmos persuadir alguns governos a enviarem diplomatas e expor essa crescente brutalidade, poderemos salvar vidas. 

Temos de agir rapidamente -- essa situação horrível está saindo do controle por trás de uma cortina de censura. Cada vez mais temos visto que quando os próprios diplomatas são testemunhas das atrocidades, eles são motivados a agir, e aumentam a pressão política. Vamos responder ao apelo trágico de Palden e criar uma petição massiva para que seis líderes mundiais, que têm maior influência sobre Pequim, enviem uma missão ao Tibet e se posicionem contra a repressão. Assine a petição urgente

https://secure.avaaz.org/po/save_tibetan_lives/?vl 

Os tibetanos estão sufocando com o estrangulamento feito pela China. Eles são impossibilitados de praticar sua religião livremente -- fazer o download de uma foto do Dalai Lama na Internet pode levar um tibetano à prisão. E a situação fica cada vez pior na medida em que as tropas chinesas estão bloqueando os maiores monastérios, sequestrando monges e levando-os para programas de "re-educação patriótica".Essa situação horrorosa está saindo do controle

Desde o começo do ano, 11 monges e freiras atearam fogo em si mesmos e a cada protesto a China aumenta o controle. Para os tibetanos, as auto-imolações são um sacrifício bastante sério que revelam o seu nível de desespero. Eles acreditam que o suicídio têm um impacto devastador no ciclo das reencarnações e pode levar uma pessoa a regredir 500 vidas. Mas a situação do Tibet é tão horrível que os monges e freiras estão perdendo sua posição nesse ciclo em troca de esperança pela atenção internacional e liberdade para seus irmãos e irmãs. 

O governo chinês não permitirá que jornalistas e ativistas de direitos humanos entrem na região -- há algunas dias, jornalistas da Sky news e AFP foram expulsos da área. No entanto, diplomatas podem requisitar acesso. E, como vimos recentemente na Síria, são eles a melhor forma de conseguirmos relatos em primeira mão, de mostrar a China que o mundo está observando e de começar conversas políticas de alto-nível sobre os direitos humanos dos tibetanos. 

Cabe a nós ativar o alarme global sobre a questão. Se conseguirmos que os EUA, Reino Unido, Austrália, Índia, França e a União Europeia envie uma delegação agora, eles podem pressionar a China por ação. Não temos tempo a perder -- assine a petição urgente

https://secure.avaaz.org/po/save_tibetan_lives/?vl

Os membros da Avaaz apoiaram projetos que estão trazendo luz ao apagão de informações e defendendo a cultura tibetana e sua práticas religiosas. Mas a repressão impiedosa da China está aumentando. É hora de toda nossa comunidade se juntar para apoiar esse povo pacífico que está sacrificando suas próprias vidas em busca de direitos básicos. Vamos mostrá-los que o mundo não esqueceu os tibetanos. 

Com esperança e determinação, 

Emma, Iain, Dalia, Ricken, Diego, Shibayan, Giulia, e toda a equipe da Avaaz 

Mais informações: 

Passeata em homenagem a monges imolados reúne 10 mil pessoas (Terra)
http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5458151-EI188,00-Passeata+em+homenagem+a+monges+imolados+reune+mil+pessoas.html 

Mais duas imolações pelo fogo para denunciar a repressão chinesa no Tibete (Público)
http://www.publico.pt/Mundo/mais-duas-imolacoes-para-denunciar-a-repressao-chinesa-no-tibete-1519559 

Monge tibetana se suicida em protesto contra a repressão religiosa na China (Jornal do Brasil)
http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2011/11/03/monge-tibetana-se-suicida-em-protesto-contra-a-repressao-religiosa-na-china/

Chinês ateia fogo ao corpo na Praça da Paz Celestial (O Globo) http://oglobo.globo.com/mundo/chines-ateia-fogo-ao-corpo-na-praca-da-paz-celestial-3249107

Morre freira tibetana que ateou fogo em si mesma (em inglês) (Sky)
AVISO: ESSE VÍDEO CONTEM IMAGENS FORTES
http://news.sky.com/home/world-news/article/16095074

Dalai Lama: 'Genocídio cultural' por trás das auto-imolações (em inglês) (BBC)
http://www.bbc.co.uk/news/world-asia-15617026

A esquizofrenia nossa de cada dia

tONY pacheco

Mais um fim de semana animado aqui no Paraiso, na Terra de Todos Nós, na Bahia Simpática, na Boa Terra: mais de 80 carros levados de assalto entre sexta e domingo. Mais de 30 pessoas fuziladas em Salvador e Região Metropolitana e, no Pelourinho, onde, milagrosamente, o Governo de Todos Nós resolveu colocar a Polícia Militar de novo nas ruas, para proteger turistas e baianos, esqueceram de avisar a Polícia Civil e aí as pessoas que foram assaltadas não puderam registrar as ocorrências porque a PM prendeu, mas a Civil não mandou delegado para o posto. Se não fosse uma tragédia era pra gente morrer de dar risada.
Mas o mais curioso mesmo foi no interior. Interior onde, como nas periferias das metrópoles, os pais, parentes, vizinhos, padres e pastores OBRIGAM os adolescentes quase adultos a terem filhos, senão serão considerados VIADOS. Tem que ser "pai-de-família". As meninas serão consideradas PUTAS se não engravidarem logo e mostrarem que têm capacidade de ser "mãe-de-família".
Numa sociedade esquizofrênica deste tipo, beirando os 200 milhões de pessoas (só este número já nos mostra que este País jamais terá jeito, pois nenhum país do mundo com mais de 100 milhões de pessoas tem vida digna para seu povo), há uma ideologia natalista que obriga os meninos a fazerem meninos. E, aí, aconteceu em Macaúbas o seguinte (confira na Internet, está em todos os sites...): o rapaz teve um filho e a menina exigia 10 REAIS de pensão para a criança, mas resolveu pedir aumento para a FORTUNA de 50 REAIS. Aí, o que o novato "pai-de-família" fez? Contratou um outro moleque de 18 anos, por mil reais, e mandou matar o próprio filho pra se livrar, para sempre, do trambolho que, sem dúvida alguma, não foi planejado.
É assim que é a realidade, mas, tudo indica, e esta é a boa notícia, que estamos vivendo NO MELHOR DOS MUNDOS, pois vai piorar muito mais...

domingo, 20 de novembro de 2011

O Muro

Muro separando palestinos de Israel
                                                                 Muro em Israel
Muro separando o México dos Estados Unidos
                                                                               No Arizona

Ricardo Líper
Reparem. Vocês se lembram do muro de Berlim? Filmes e mais filmes, horrores revelados em reportagens e mais reportagens. Todo mundo horrorizado mundo a fora. Agora existem dois muros. Um separando o México dos Estados Unidos e outro lá por lados de Israel. Ninguém ouve falar. Aposto que você nem sabia. Não tem muitos filmes ou nenhum a respeito, reportagens e mais reportagens, ainda não vi nenhuma nessas revistas picaretas e vendidas que circulam por aí. Perceberam o que é nos fazer de otários? Ou muro não é mais muro? Os muros agora são bons, justos e abençoados? Como não sou idiota muro é muro e esses são iguais ao de Berlim ou piores porque o de Berlim impedia os americanos fazerem espionagem e esses impedem uma quantidade grande pessoas de se locomoverem.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Conquista do Pão

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Carlos Baqueiro
cbaqueiro@terra.com.br

No final dos anos 1970, quando tive a oportunidade de conhecer o anarquismo, o primeiro livro que li foi  O Socialismo Libertário, de Mikhail Bakunin, encontrado na Biblioteca Central dos Barris, aqui de Salvador.

Logo depois, quando comecei a pesquisar um pouco mais sobre o movimento anarquista, com meus 20 anos, chegou às minhas mãos outro livro tão ou mais importante que o de Bakunin, era A Conquista do Pão, do "príncipe" anarquista Pietr Kropotkin. Uma edição produzida pela "Organização Simões", em 1953. Tenho um exemplar dessa edição aqui em casa, até hoje, retirada da divisão de livros quando do fim do saudoso Centro de Documentação e Pesquisa Anarquista (CDPA), em 1988.

É ali, naquele livro, que centenas, talvez milhares, de indivíduos angustiados com as desesperanças dos tempos modernos identificaram as palavras que procuravam. Logo no comecinho do seu texto, Kropotkin, estabelece o que para ele é de vital importância para o entendimento de nossa sociedade contemporânea, que teria condições materiais para atender a demanda de alimentos, por exemplo, de toda a humanidade, e mesmo assim podemos encontrar miseráveis a cada esquina, clamando por comida.
"Milhões de seres humanos trabalharam para criar esta civilização de que hoje nos glorificamos; outros milhões disseminados na superfície da terra trabalharam para a manter..... 
Mesmo o pensamento, mesmo a invenção são fatos coletivos nascidos do passado e do presente. Milhares de inventores mortos na miséria prepararam a invenção de cada uma dessas máquinas, em que o homem admira o seu gênio.....
Cada descoberta, cada progresso, cada aumento da riqueza da humanidade tem o seu princípio no conjunto do trabalho manual e cerebral do passado e do presente.....
Logo, com que direito poderia alguém apossar-se da menor parcela desse imenso patrimônio e dizer: 'isto é meu, e não vosso ?'"
Mas como ele mesmo vai delineando no livro, um grupo se apropriou da maior parte da riqueza que foi construída e mantida por todos, particularmente pelos trabalhadores. E é a partir dessas análises, incluídas avaliações das grandes economias da época, como a Inglaterra, que ele conclui já no capítulo nomeado de "O Bem Estar para Todos" :
"Mas para que o bem-estar seja uma realidade é necessário que esse imenso capital: cidades, casas, campos, oficinas, vias de comunicação, deixe de ser considerado propriedade privada de que o açambarcador dispõe a seu bel prazer. É preciso que tudo isso, obtido com tanto trabalho, se torne propriedade comum. É preciso uma EXPROPRIAÇÃO".
Todo o texto dele se torna relativamente atual, contanto que não nos furtemos de compreender todas as transformações tecnológicas e sociais ocorridas nos últimos 120 anos, desde quando Kropotkin escreveu aquelas palavras.

E é essa atualidade que serve de motivação para lermos as palavras daquele Revoltado Russo, que terminou sua vida numa casa de campo, exilado pelas lideranças do Golpe de Estado de Outubro de 1917.

A editora Achiamé tornou possível essa leitura, reeditando a edição de 1953, agora em 2011.

Quem quiser entender como Kropotkin imaginava uma Revolução nos finais do Sec. XIX, e deseje perceber como as coisas não mudaram tanto quanto possam aparentar, leia A Conquista do Pão.

O livro pode ser encontrado no site www.achiame.com, ou através do e-mail letralivre@gbl.com.br.


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Prá quem também se interessou pelo livro de Bakunin, ele já tá digitalizado:

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O fim da Bahia como destino turístico

O dirigente da CVC foi cruel: só fitinha do Bonfim não levanta mais o turismo baiano.


toNy pACheco

Como jornalista me espanta a indiferença da mídia baiana com uma coisa tão séria quanto as afirmações do presidente do conselho administrativo da CVC, Guilherme Paulus, que disse num encontro dos comandantes do "trade" brasileiro, no último dia 10 de novembro, que “a Bahia não faz mais parte do cenário turístico nacional e internacional”.
Eu esperava uma chuva de matérias em jornais, rádios, TVs, sites e blogs analisando esta afirmação do representante do maior operador de turismo do Brasil. Mas, que nada. Uma notinha aqui, uma materinha ali.
O turismo, no Brasil, muito embora ocupe mais de 7% da mão de obra nacional, não desperta interesse da mídia em termos analíticos para contribuir para sua melhoria.
A Bahia está, MESMO, em decadência turística. Guilherme Paulus apenas denunciou porque é empresário e não consegue mais vender o destino Bahia para brasileiros nem para estrangeiros como ocorria, por exemplo, dos anos 1990 para trás.
Dos 5 milhões e 100 mil turistas estrangeiros que entraram no Brasil em 2010, apenas 160 mil se dignaram a vir à Bahia. E Salvador atraiu apenas 3% dos turistas estrangeiros que entraram no País.
São números que merecem reflexão por conta do impacto econômico na vida dos baianos, que ficam com seus empregos e seus pequenos negócios ligados ao turismo ameaçados.
A Bahia é um estado maior do que o Uruguai e com belezas naturais e arquitetônicas infinitamente superiores àquele pequeno país. No entanto, o pobre Uruguai atraiu 2 milhões e 300 mil estrangeiros em 2010. E a ilha de Cuba, uma ditadura feroz e com um povo paupérrimo, teve 2 milhões e 500 mil visitantes. E o quê falar da República Dominicana, com 4 milhões e 100 mil turistas estrangeiros para visitar praias num litoral minúsculo, quando a Bahia tem um litoral de 932 km, o maior litoral do Brasil e um dos maiores litorais do mundo, sendo que 100% deste litoral totalmente aproveitáveis, pois somos um estado tropical.

INSEGURANÇA E INACESSIBILIDADE

Mas, que nada, ninguém fala, ninguém reflete.
Na Bahia não se chega por terra em qualquer destino turístico, que é o passeio predileto dos turistas estrangeiros, já que em seus países de origem eles estão acostumados a alugar automóveis e sair descobrindo as riquezas turísticas.
Quem quiser chegar a Salvador, Porto Seguro, Morro de São Paulo ou Lençóis, enfrentará centenas e centenas de quilômetros de estradas esburacadas. Uma das piores malhas rodoviárias do Brasil segundo a CNT – Confederação Nacional do Transporte.
Se o turista chega a Salvador e sai do aeroporto e quer ir a Morro de São Paulo ou Ilha de Boipeba, enfrentará as piores estradas da Bahia, da Ilha de Itaparica até Valença. Se desejar chegar a Porto Seguro encontrará uma BR-101 em frangalhos.
Nenhum turista quer chegar aqui de avião e pegar uma avioneta para ir a Boipeba ou então um helicóptero para ir a Sauípe. Isto não seriam férias, seria uma tortura estressante.
E a insegurança? O turista que for à Ilha de Itaparica o fará para encontrar ruas esburacadas e ladrões a dar de pau. Salvador? Bem, essa não carece de análise: já somos campeões de assassinatos no Brasil na relação população x número de mortes violentas.
Está certo, portanto, o dirigente da CVC: a Bahia já não é mais um destino turístico e a culpa é toda nossa. Nem podemos apelar para a máxima “a culpa é minha e eu ponho em quem eu quiser”, como nossos governantes gostam de fazer.




terça-feira, 15 de novembro de 2011

Salvador ainda tem jeito?


Quem disser que há como consertar isso aí acima é porque é mentiroso e pensa que o pessoal que mora aí não tem direito a morar em casas e edifícios como os da Paralela ou Pituba. 


toNY paCHeco


Não acho que Salvador tenha jeito. Só tem jeito o nosso Circuito Helena Rubinstein. Basta gastar 400 reais num voo de helicóptero por meia-hora e você verá que onde moram 70% da população (Cajazeiras, Suburbana, bairros da BR como S. Caetano, Pirajá, Calabetão, Águas Claras, Palestina, bairros como Liberdade, os das margens das avenidas Barros Reis e Heitor Dias, o polígono do inferno do Nordeste de Amaralina-Santa Cruz-Vale das Pedrinhas) não há jeito a dar. É HUMANAMENTE IMPOSSÍVEL CONSERTAR AQUILO. Os habitantes ocuparam TODO O SOLO, não há onde a água da chuva escorrer, não há onde abrir novas avenidas, não há onde construir escolas, parques, hospitais. Cada casa tem um centímetro da outra, quando não são geminadas.
Agora, se você seguir da orla da Ribeira até a orla de Aleluia, numa faixa de largura média de 5 km em alguns pontos e em outros um pouco mais, você consegue mudar ESTA PARTE de Salvador para se tornar uma cidade digna para estes habitantes. Os outros 70% só se mudarem para outro lugar. Tô falando sério. Sobrevoem Salvador e vocês verão o que estou dizendo. Político quando diz que vai TRANSFORMAR SALVADOR está mentindo. Mentindo.
Não há muito o que fazer na maior parte da cidade pois não há COMO FAZER.

Inimigos do Rei: Antonio Mendes

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Carlos Baqueiro 
cbaqueiro@terra.com.br 

Antonio Fernandes Mendes fala sobre sua chegada a Salvador, até a formação do grupo que criou o jornal O Inimigo do Rei.

 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Teatro e jornalismo provinciano

Alex Ferraz

Daqui de São Paulo, onde estou há oito meses, acompanhei, por assim dizer, mais de perto o espetáculo montado pelo governo do Rio de Janeiro na dita "tomada" da favela da Rocinha. Tomada não é o termo correto, pois os traficantes, devidamente avisados pelas TVs, nos mínimos detalhes, quase uma semana antes da ação, saíram tranquilos e deixaram lá alguns quilinhos de cocaína, outros de maconha e uns fuzis velhos para completar o cenário teatral. Segund a própria Polícia, havia pelo 200 grandes traficantes na Rocinha e vizinhança, mas somente cinco vendedorezinhos de pó foram presos..

Bem, tenho a comentar:

1. Nem de longe o tráfico de drogas e suas nefastas consequências para a sociedade, vide o crime organizado, será arranhado por esta ocupação. A bandidagem simplesmente muda de endereço, ou alguém aí vai acreditar que os milhões de consumidores de cocaína e maconha deste país, notadamente no chamado eixo Rio/São Paulo,vão curtir síndrome de abstinência, ou ainda que aqueles que estão diretamente ou indiretamente envolvidos com a imensa fortuna gerada pelo tráfico vão abrir dessa mina de ouro?

2. A comunidade, que festejou de forma patética o espetáculo bizarro do hasteamento das bandeiras do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro, aplaudindo o desfile de tanques das Forças Armadas e dos soldados da PM (estes, por ordem do comando,sem mochilas, pois conforme a própria PM "quisemos evitar saques à população". Pasmem!!), logo estará sendo coagida, espancada e viveno novo Estado de Sítio, desta vez imposto pelas "foças de segurança", como vem ocorrendo no Morro do Alemão, "pacificado" no início dese ano.

3. Na TV, um espetáculo de jornalismo superficial, bem ao nível do que se faz hoje em praticamente toda a mídia brasileira. Repórteres noviços, tentando fazer literatura barata, e, pior do que isso, dando enfoques patéticos. Por exemplo, não se cansam de mostrar um simplório aquário de dois metros de largura, na sala de um ds chefes do tráfico, e mais uma banheirinha jacuzzi e uma piscina suja que mais parece um tanque,sublinhando as cenas com texto do tipo: "Nesta sala, podemos ver um grande aquário; mais adiante, uma banheira jacuzzi e até esta piscina, tudo cnstruído com o dinheiro do tráfico, enquanto em volta (aí mostram cenas do casario da favela) a comunidade vive em casas simples.

Bem, irônica semelhança: esses repórteres deveriam, por exemplo, fazer uma matéria em Brasília, e encaixar praticamente o mesmo texto: "Vejam estas imensas mansões do Lago Sul, a maioria construída com dinheiro do tráfico de influência, e, em volta (cidades satélites de Brasília)), a comunidade miserável, submetida ao jugo do crime organizado, sem esgoto e "vivendo" em barracos montados às margens de ruas de terra batida. Isto é Brasil!


MAIS BRASIL

Em recente encontro da Juventude do PT, aqui em São Paulo, o chefe do mensalão, José Dirceu, criticou o combate "moralista" à corrupção e defendeu, alto e bom som, os ministros corruptos e seus asseclas, demitidos pela presidente, inclusive Carlos Lupi (este ainda,até agora, no cargo), que debochou de Dilma ao arrotar: "Daqui só me tiram à bala" e, depois, no pedido de desculpa (sic), gritando "eu te amo,Dilma!". Mostrou, Dirceu, que está, realmente, ao lado dos que minam o governo da presidente, mas isso não é novidade.

Patético: a juventude do PT presentou Zé Dirceu com uma camisa onde estava escrito, em letras enormes, "INOCENTE". Outro deboche. hehehehe

Um dia de cão

Ricardo Líper

Um amigo estava com ameaça de dengue e, assim sendo, fui ao cinema do Shopping Iguatemi, na parte da tarde, sabendo que voltaria de ônibus. Foi no dia 13, no último domingo. Fui assistir "Reféns". Sala 9 do Iguatemi, iniciando a sessão às 17 horas. Já no início um casal na mesma fila, com um criança, acredito de menos de um ano ainda, chupando bico e chorando no colo. Agora, recém-nascidos entram no cinema com os pais e choram, claro, porque filmes e, principalmente para adultos, não seria um lugar adequado para crianças muito novas, ainda de colo. Onde estão, por exemplo, os órgãos que cuidam das crianças? O cinema quer ganhar dinheiro e pouco está se preocupado se as crianças sofrem ou incomodam todos os outros.
Reféns é um filme de suspense intenso, que prende a atenção das pessoas o tempo todo e cada diálogo ou mesmo gestos e palavras são importantes. No meio do filme a tela ficou toda preta com o som do filme continuando. O povo gritou. A luz demorou a acender. O filme, finalmente, continuou. Mas, não do momento no qual o filme foi interrompido. Novos gritos. Nova interrupção. Então o filme voltou a continuar. Interrompeu de novo com a tela toda escura. Novos protestos da platéia. Volta o filme. A criança no colo da mãe chora. Na sala 3 do cinema da mesmo Shopping, dias antes, tinha assistido um filme com a projeção escura. Dava para ver as imagens, mas quem tivesse uma percepção mais aguda percebia que estava um pouco escura. O filme era de terror o que aumentava o defeito devido às cenas noturnas. Vou muito ao cinema. Concordo com Schopenhauer que na sua estética diz que a arte nos faz, no momento em que a estamos contemplando, esquecer de uma realidade opressora na qual vivemos. Depois do cinema, na volta para casa, no Campo Grande,  na frente do Teatro Castro Alves, esperei 45 minutos para tomar um ônibus que passasse no Campo da Pólvora. Poderia ir andando porque  é até um bom exercício e a distância não é tão grande, mas possivelmente seria assaltado e aí preferi, se fosse assaltado, ser no ônibus, com mais gente em volta. Eu tenho um amigo espírita a quem sempre pergunto: o que fizemos na outra encarnação para encarnarmos nesta morando em Salvador e no Brasil e ele me responde: "no mínimo fomos nazistas ou fomos aqueles soldados que  crucificaram Cristo".   

domingo, 13 de novembro de 2011

Ricardo Líper comenta A Pele que Habito

Almodóvar e Banderas o criador e a criatura
Clique em filmes para ler o comentário

sábado, 12 de novembro de 2011

Depoimento

Ricardo Líper

Relato da miséria nossa de cada dia na Salvador terra de muita dor. Acho que a demonização da vida diária das pessoas por empresas, por autoridades que exercem pequenos ou grandes poderes sobre nós nos inferniza a vida e não dá para aceitar calados. 
Não sei se foi porque choveu, mas desconfio que pode ter sido. Choveu, os telefones apresentam algum defeito. O daqui de casa chamava apenas uma vez e, às vezes, ficava com barulho e ou ficava mudo. A tarde, embora extremamente ocupado me preparando para uma avaliação profissional,  liguei para o número 10331. Fui atendido por uma secretária eletrônica que depois de me  informar o número do protocolo e me intimidar dizendo que a ligação seria gravada e que eu podia solicitar a ligação, caiu. Liguei sete vezes e a mesma coisa ocorreu. Liguei para 102 querendo um outro número da Oi. Ela só me dava o mesmo. Enfim, me senti diante da truculência, da irresponsabilidade absoluta, do total desprezo pelas pessoas, do faço o que quero com as pessoas e pronto, elas que se mordam.  Eu só queria um outro telefone. Olhei a conta e nada. Não achei, liguei para 102 e também nada. Vocês acham que eles vão me  mandar as gravações dos 7 protocolos que anotei? Sei que máquinas podem quebrar, mas não ter outras opções de falar com outros telefones? Se tem, peço desculpas, e me digam qual é? O serviço 102, que é pago, me deu o número 32112206 com o qual não consegui falar. Enfim, raciocinem, avaliem a cidade e o país no qual você vive. Depois você pode pensar porque nós criticamos tanto. Quer mais motivos? Basta observar o dia a dia e os sofrimentos infligidos por coisas tão banais como serviços de água, luz, telefones porque educação, saúde e possibilidade de conseguir um emprego e ganhar algum dinheiro honestamente, quá,quá,quá...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Um slogan que diz tudo...

tony pachEco

Está lá nos tapumes que envolvem a obra da Arena Fonte Nova: "AQUI VAI ROLAR MUITO MAIS DO QUE UMA BOLA DE FUTEBOL".
Ipsis litteris et verbis.

Esquerda e direita. Minha contribuição ao debate.



toNy PAcheCo


Esquerda e direita, no Brasil, é apenas uma questão de saber com qual mão o político está roubando. Apenas isso.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Secretário da Infraestrutura culpa o mar


O médico ortopedista Otto Alencar, vice-governador e secretário de Infraestrutura, continua minimizando ou até mesmo brincando diante de uma situação gravíssima que é o caos no sistema ferryboat, explorado pela paulista TWB. Só pode ser brincadeira, gozação ou querer zombar com o sofrimento diário a que os usuários do sistema são submetidos diariamente.

Menos de um dia depois do acidente com o ferry "Juracy Magalhães", que ficou à deriva durante mais de duas horas no mar, assunto divulgado inclusive pela mídia nacional, aparece o Dr. Otto para dizer, em entrevista à Rádio Metrópole, que o acidente foi causado pelo "mar agitado".


Clique no player e saiba porque Dr. Otto Alencar é ortopedista
Como autoridade estadual, o secretário deveria, sim - tinha obrigação -, lamentar o acidente e pedir desculpas aos usuários que foram submetidos àquele vexame. Lá estavam crianças, idosos, mulheres. Todos presos dentro de um navio sem ter para quem apelar. Colocaram até os coletes salvavida temendo o pior!

O vice-governador talvez não saiba que, por mais que esteja agitado, o mar da Baía de Todos os Santos possibilita uma operação absolutamente normal para um navio do porte de um desses ferries que fazem a travessia Salvador-Bom Despacho. As águas na baía são protegidas. E mais: o ferry "Juracy" tinha acabado de sair do Terminal de Bom Despacho e o mar era absolutamente calmo.

Como a própria TWB divulgou, o leme do "Juracy" quebrou, o navio ficou sem controle e parou. Portanto, não foi o ''mar agitado'' que provocou o acidente. Caberia ao Dr. Otto, através de seus assessores ou da própria Agerba, conversar antes com o comandante ou com o imediato da embarcação para falar com mais propriedade. Se assim fizesse, iria saber que o navio encostou no banco de área que se formou na bacia de Bom Despacho e que a TWB não teve ainda competência para fazer a dragagem. Com certeza, deve estar esperando um dinheiro do governo, que sempre chega.

Não se sabe de onde vem esse interesse todo do secretário Otto em querer tapar o sol com a peneira e ficar a defender a TWB, empresa rejeitada pela unanimidade da população e da imprensa, por prestar um serviço de baixíssima qualidade à população.

Talvez seja uma forma de homenager o seu amigo e correligionário Eraldo Tinoco, já falecido, responsável por trazer para a Bahia a TWB, o Comab e a Kaimi. Esse trio, que liquidou e jogou o sistema ferryboat no fundo do poço, chegou em nosso estado no governo de Paulo Souto, do qual Otto Alencar também fazia parte.

E o que é mais estranho é que quando o médico ortopedista Otto Alencar fala da TWB, diz sempre: ''Nós recuperamos seis ferries, estamos partindo para o oitavo e nós encontramos apenas dois''. 

É muito interessante isso. A TWB, até prova em contrário, não é uma empresa do Estado. Ou é Dr. Otto? Mas é tratada como se fosse, com toda a proteção do manto da Seinfra. Recebe o incentivo e dinheiro público.

Não é esse o papel do Estado, como agente regulador! Verdadeiramente, não é!

E mais: os seis navios que Dr. Otto diz que "nós recuperamos" (leia-se, o Estado, ''dono da TWB''), continuam quebrando constantemente, inclusive o "Ivete Sangalo", que o secretário diz estar ''completamente novo''. Já quebrou quatro vezes depois de passar 40 dias em ''manutenção''.

Se é que realmente esses seis navios foram recuperados, por que não entram nunca em tráfego? Um dia o sistema funciona com dois, no outro com três. E nada de a coisa melhorar, só tem piorado, aliás.

Vamos repetir aqui: Dr. Otto Alencar já foi um excelente médico ortopedista, tem grandes serviços prestados à Bahia na área de saúde e é um político de qualidade e habilidoso. Uma pessoa de fino trato. Mas não entende nada, absolutamente nada, de navio e de transporte marítimo.

E deveria o vice-governador, com todo respeito, se preparar melhor quando fosse falar de um assunto tão grave e complicado como é o ferryboat ea TWB. Inclusive para preservar a sua imagem e a imagem do governo!

* EXCELENTE ESTE POST DO JORNAL DA MÍDIA (www.jornaldamidia.com.br), o melhor site de notícias de Salvador. 
Gostaria que o JORNAL DA MÍDIA se detivesse para um assunto correlato ao ferry. O acesso por terra ao Morro de S. Paulo através da BA-001, que vai da Ilha até Valença. A estrada está ABANDONADA e Otto Alencar nem se dá conta do MAL ECONÔMICO que está fazendo ao turismo na Bahia.
Pela transcrição, TonY PachecO.

Esquerda e Direita

Ricardo Líper

É impressionante como ainda se usa direita e esquerda, Deus, religiões, crenças pessoais como tentativas de intimidar os outros. Sempre, com os que se diziam de esquerda, tive a decepção de os ver, no poder, agir como de direita e com a direita. Direita, no meu entender, é defender o acúmulo pessoal ou de grupo  de capital contra o povo. Quando, sob qualquer pretexto, estratégias, etapas históricas e outras idéias metafisicas se faz isso, alguém está é se iludindo. Da mesma maneira que se empresaria Deus e Cristo se empresariou Marx. Em nome de Jesus e de Marx muitos cretinos perseguem os outros, injuriam pessoas, amealham capital. E, eles, com essa prática de direita, ou vão para o inferno e/ou vivem com dinheiro, claro, mas em um verdadeiro inferno moral e pessoal que o auto-equívoco muitas vezes não consegue segurar. Como uma pessoa dessa pode ter paz e ser feliz? Por mais que finjam, são extremamente infelizes. O dinheiro é importante sim, mas nada consegue apagar da consciência  o fato de que para ganhá-lo precisa-se cometer injustiças, ninguém consegue enganar a si mesmo nem aos outros o tempo todo. Para inicio de conversa, ser de esquerda é respeitar o povo, antes de mais nada, na sua  capacidade de escolha livre sem mentores intelectuais e religiosos, empresários e chefetes que falam em nome de entidades ou filosofias. Ser de esquerda é querer que todas as pessoas, independente do que pensam, de como são, de quem amam, livremente, portanto, tenham acesso a uma vida economicamente digna e aos benefícios das sociedades atuais. É isso que tanto na teoria e, principalmente, na prática, nós pregamos. Lutamos para, independente de justificativas ditas socialistas ou religiosas,  não nos afastarmos desse credo democrático e socialista libertário dito acima. Para nós, do inimigosdorei, as pessoas têm o direito de acreditar no que querem, defender o que pensam, e, como são iguais, terem acesso, igualmente, a todos os benefícios da sociedade em que vivem. O resto é sempre autoritarismo disfarçado e fascismo em nome de entidades ou da pura metafisica, isto é: deuses, palavras tidas como verdadeiras e vindas do além, de perspectivas históricas do futuro como construir o socialismo, enfim coisas que não são reais nem terrenas.  Como não se pode avaliar o que passa pela cabeça das pessoas o que podemos avaliar são os seus atos. Eu me digo socialista libertário. Eu oriento minha vida pelos ensinamentos dos guerreiros do passado como os espartanos e samurais.  Nos meus atos, eu ajo assim? Realmente? Os atos confirmam o que se pensa ou  desmentem. Portanto, não é tremer a boquinha e dizer que é isso ou aquilo ou que está fazendo isso em nome disso ou daquilo e o pior, acreditar que é verdade. Mas aí eu deixo para Freud aqueles que vivem justificando para si mesmos suas arbitrariedades,  injustiças e fascismo. Eu, quando me afasto de um comportamento socialista libertário e dos ensinamentos dos espartanos, samurais e outros guerreiros ancestrais, procuro me corrigir o mais que posso. Meu comportamento sempre foi, para mim, mais importante do que minhas idéias. Elas são os ideais que me movem, mas a minha prática é a a verificação da minha consciência. Daí tenho um profundo respeito por mim mesmo e, esse respeito, me faz extremamente feliz.  A felicidade para mim é isto. Não é ficar dando risada, é um sentimento interiorizado. É um estado muito mais profundo assentado no âmago da pessoa.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não acredito

Não acredito que seja só no Brasil

Ricardo Liper
Me disseram que a mudança dos pinos das tomadas foi coisa de brasileiro. Não acredito. Me disseram que em nenhum país do mundo ocorreu isso. Se é verdade a primeira coisa que pensamos é que fizeram isso por burrice. Em benefício dos outros, claro que não foi. Se é verdade que só na cretinolândia foi feito isso não quero saber. Não quero acreditar para não me aborrecer. Porque sei que foi algum esperto que ganhou dinheiro com isso e não foi trancafiado como ladrão ou porque iludiu a todos ou porque pagou a alguns. Enfim, não acredito em mais essa brasileirada. Quero pensar que foi imposta a todo mundo. Se alguém tem provas dessa coisa brasiliense mande para o nosso blog como comentário. Prometo não ler. 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Superioridade e Inferioridade ou os Vinte por Cento.


Yamaoca Tesshu famoso samurai do período  Bakumatsu

Ricardo Líper
Vamos botar os pontos nos is e as cedilhas nos cês. Não devemos confundir igualdade entre as pessoas eliminando, totalmente, o conceito de superior e inferior. Quem não admite divisão das pessoas em classes sociais, cor da pele, endereço de moradia, conta bancária está certo. As pessoas são iguais e devem ser, em uma sociedade que se diz civilizada, perante a lei e as oportunidades de se desenvolverem. Mas não elimina o fato que existem diferenças e alguns podem se achar superior aos outros. É antipático isso de  achar pessoas superiores às outras, mas existe objetivamente uma superioridade e inferioridade. As pessoas são diferentes porque agem diferentes uma das outras. Eu não roubo. Não uso as pessoas para obter nenhum tipo de lucro pessoal de nenhum tipo, nãos as engano, não as torturo, não as humilho, tenho palavra e procuro ser o mais justo e honesto possível. Meus pais foram assim. Sou superior sim, por mais que essa palavra seja antipática, repito, a quem rouba, corrompe, engana e maltrata os outros. O que diferencia os seres humanos não é a cor da pele, a riqueza que possui, o endereço onde mora, os diplomas e títulos acadêmicos, mas se ele é bom com os outros. E ser bom inicia-se em não roubar, ter caráter e, portanto, ser absolutamente confiável. Eu não gosto e evito pessoas agressivas, maliciosas, desonestas, invejosas tiradas a doidas. Não amo o físico que pode me atrair para atividades sexuais apenas eu amo o caráter. E mesmo para só desejos eróticos prefiro aqueles que não são desonestos, tirados a doidos, alucinados e nem obviamente assassinos nem ladrões. Portanto, podemos dizer amo a alma mais do que o corpo ou o corpo contribui apenas com 20 por cento. 
O maior orgulho que tenho de mim mesmo é procurar, em mim e nos outros, talvez até obsessivamente, esses valores e praticá-los diariamente. O resto não me faz diferente dos outros. Não dou valor a cultura, a títulos acadêmicos necessários para minha profissão, riqueza, moradias  burguesas e nada mais. Só me orgulho, de fato, de procurar sempre ser o mais justo e honesto possível. Essa é a maior felicidade que tenho e me amo por isso. Sou um cruzamento de espartano com samurai e isso me faz ser imensamente feliz. Me sinto superior como os samurais se sentiam e se matavam de vergonha quando a honra, palavra em absoluto desuso, era manchada. Para mim a honra existe e quem a tem e respeita é superior a quem não tem nem se importa com ela. Se você não gostou do que leu e  torceu o nariz. Responda para você mesmo no seu diálogo interior: 
1 - Você prefere como amigo um branco de olhos azuis, ladrão, traidor, sem palavra, armando sempre armadilhas para você ou um não branco (negro, índio etc) honesto e honrado? 
2 - Você prefere como amigo um pós doutor ladrão, traidor, sem palavra, armando sempre armadilhas para você ou um analfabeto honesto e honrado? 
3 - Você prefere como amigo um sujeito rico, mas ladrão, traidor, sem palavra, armando sempre armadilhas para você ou um não branco (negro, índio etc) pobre, mas honesto e honrado?

Na minha opinião a honra é mais importante do que tudo. O resto são coisas não essenciais. O resto vale quase nada se comparada com a honra. Ela sim é o que me interessa em mim e nos outros. E porque não se fala mais de honra? Essa explicação será dada noutra ocasião. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Inimigo do Rei, Nº 14

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Carlos Baqueiro

Para quem já leu, uma bela oportunidade de relembrar os bons tempos. Para quem ainda não leu, nem tocou as mãos, a possibilidade de gozar um pouco da ironia e do sarcasmo políticos dos Inimigos do Rei dos anos 80.

sábado, 5 de novembro de 2011

E a UNE, vai fazer o quê?

Alex Ferraz

O novo ministro do Esporte, Aldo Rebêlo - íntimo do eterno presidente da CBF, Ricardo Teixeira, diga-se de passagem - disse que vai manter a suspensão da meia entrada para estudantes na Copa do Mundo de 2014, para ajudar a pobrezinha da Fifa a faturar mais...
Ironicamente, Aldo Rebêlo teve como principal trampolim para sua carreira política a União Nacional dos Estudantes, que presidiu.
E agora, UNE? Não haverá protestos para manter a meia entrada para a galera ir ao circo? hehehee

Para pensar e pensar...

Alex Ferraz

Recebi de um amigo e transcrevo:

"É impossível governar homens honestos. O único poder que qualquer governo tem é o de reprimir os criminosos. Bom, então, se não temos criminosos o bastante, o jeito é criá-los. E fazer leis que proíbam tanta coisa que se torna impossível viver sem violar alguma. Quem vai querer um país cheio de cidadãos que respeitam as leis? O que se vai ganhar com isso? Mas basta criar leis que não possam ser cumpridas nem ser objetivamente interpretadas, leis que é impossível fazer com que sejam cumpridas a rigor e pronto! Temos um país repleto de pessoas que violam a lei, e então é só faturar em cima dos culpados" (Ayn Rand)

Para pensar e pensar...

É impossível governar homens honestos. O único poder que qualquer governo tem é o de reprimir os criminosos. Bom, então, se não temos criminosos o bastante, o jeito é criá-los. E fazer leis que proíbam tanta coisa que se torna impossível viver sem violar alguma. Quem vai querer um país cheio de cidadãos que respeitam as leis? O que se vai ganhar com isso? Mas basta criar leis que não possam ser cumpridas nem ser objetivamente interpretadas, leis que é impossível fazer com que sejam cumpridas a rigor e pronto! Temos um país repleto de pessoas que violam a lei, e então é só faturar em cima dos culpados (Ayn Rand)

O povo vota sempre certo

Ricardo Líper
Vamos acabar como essa lenga lenga de esculhambar o povo e o tornar responsável por ter colocado no poder  macacadas que só fazem ferrá-lo. Vou provar que o povo, e destaco o povo brasileiro, sempre soube votar. Mas comecemos por outro lado. Os intelectualoides e/ou geniozinhos, quando resolvem dá uma de diretor de teatro, ator pós- tudo, diretor de cinema, hermético em geral, genial, resultado, muitas vezes, de vários baseados e/ou cocaína, dizem que o povo é burro, alienado e ignorante. Isso porque preferem as baixarias a sua obra inteligente, de vanguarda etc. E ai eu pergunto a essa aristocracia da criação artística: como um povo que não sabe nem escolher corretamente o filme para assistir pode escolher o presidente da República? O geniozinho, em geral, não esperava por esse tipo de ponderação. E agora? Mas não só eles mas o próprio povo criou o mito que não se sabe escolher os políticos que nos governam. E quem sabe então? Deus? Isso é coisa de crente. Os universitários e seus professores até de política? Já tivemos não só presidentes, mas intitulados professores das mais reverenciadas, por aqui, universidades em postos importantes de comando e a desgraça foi a mesma. O povo brasileiro vota, assim como os povos de todos os países, em um único candidato a esperança.  Ele, prontamente, foi as urnas para eleger candidatos mais populares, ditos de esquerda. Portanto, votou certo sim. Só que o que se percebe é que as elites se alternam e não deixam muito de ser elites. Fazem alianças com antigos coronéis, escorregam aqui e ali. Mas o povo vota certo e vai votar certo até, como toda esperança, acerte um pouco mais. Digo não é acertar, totalmente, isso não existe. Um pouco mais. Varreu-se alguns dos acadêmicos e as oligarquias e a nova elite tenta corresponder as esperanças anunciadas, mas precisa negociar, precisa fazer e acontecer, derrapa aqui e ali. Tem de ter muito cuidado o povo vota sempre certo. E aí você me diz, por que elegem personagens populares e, aparentemente inadequados, para os cargos de mando? Em protesto e para ver também se já que os mais adequados não estão dando certo talvez os mais bizarros acertem. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Crônicas do desgoverno


Ricardo Líper
Já que tem governo, governe, porra! O conceito de desgoverno aqui colocado é, exatamente, um comportamento subserviente a só fazer a vontade dos empresários e poderosos e o Zé Ninguém que se ferre. Dois exemplos imediatos: os correios fizeram uma greve. Tudo bem, greves são necessárias. Mas agora não chegam mais as cartas,  encomendas e nada se regulariza. Estou esperando um livro postado em Belo Horizonte desde o dia 18 de outubro e nada. Eu que fique no quem pode, pode; quem não pode se sacode.  Cadê o governo para exigir que as encomendas, contas, cartas cheguem sob pena de ações governamentais depois do dia 25 de outubro? Outro tema das crônicas do desgoverno. Ninguém suporta ligar para um empresa qualquer e ouvir uma voz eletrônica pedindo isso e aquilo, exigindo teclar 16 números de cartão crédito ou ficar falando com uma máquina que não entende o que você diz. Isso é deboche. Todo mundo reclama, ninguém faz nada e muito menos o desgoverno. A gente que se dane afogados em uma dia a dia desgraçado submetido a todo tipo de violência como essas, fora as outras que já nos atingem diariamente nesse país que viver significa sofrer. E sofrer muito para conseguir fazer até as pequenas coisas. Se precisar de um hospital, de uma escola, de uma viagem aí sim você vai ver o que é bom prá tosse. Esqueci, precisar de um cartório. Coloquem outras coisas na lista que lhe torturam pela absoluta negligência, descaso, desorganização e, simplesmente, não ligar a mínima para o sofrimento alheio. A regra é: quem quiser que se foda eu quero é o meu. 

Viva o Dia dos Mortos!

No México, Finados é dia de festa.


tonY paCheco




Dia dos Mortos. Um brinde com conhaque,


 limão e mel aos nossos mortos que estão nos 


cemitérios e aos mortos que ficam pulando em


 volta da gente pensando que estão vivos 


(estes são os piores, me aterrorizam, mesmo).