Filmes Comentários

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Qual a diferença entre Wagner, Dilma e Bolsonaro?

tonY Pacheco

Ontem, terça-feira, 28 de junho de 2011, no hiper-simbólico Palácio Rio Branco, o Governo do Estado da Bahia promoveu, através da sua Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, uma solenidade em homenagem ao Dia do Orgulho LGBT (para os ainda leigos, Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Eu estava lá.
Representando o Governo Jaques Wagner (PT), estava o coordenador da Promotoria de Combate ao Racismo do Ministério Público do Estado da Bahia, hoje secretário de Justiça do Estado da Bahia, Almiro Sena Soares Filho, um dos mais combativos membros do MP em todas as causas das "minorias" que são maioria: mulheres, negros, homossexuais, povos indígenas, que somados, são mais de 60% da população, seja na Noruega ou no Brasil. A maioria que não tem poder, não tem primazia econômica, mas tem uma voz determinada em Almiro.
Pois foi este representante de Wagner que presidiu a mesa da comemoração do Dia do Orgulho LGBT, mesa da qual também fez parte o decano do movimento de Direitos Humanos no Brasil, professor doutor Luiz Mott, presidente histórico do Grupo Gay da Bahia - GGB; o professor de Filosofia da UFBA, Ricardo Líper, membro deste nosso blog; o combativo deputado estadual Bira Coroa; presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, entre outros militantes da causa dos Direitos Humanos.
Na platéia, não menos combativos membros de entidades nacionais e internacionais, e também políticos comprometidos com a causa LGBT e dos Direitos Humanos, como a vereadora Vânia Galvão, do PT. Sem esquecer que foi a senadora Lídice da Mata, do PSB, quem conseguiu a verba para o livro que foi lançado na solenidade: "Boletim do GGB - 1981 - 2005", um relato chocante da violência homofóbica na Bahia, estado campeão brasileiro de assassinatos de ódio contra pessoas homoafetivas.

E DILMA E BOLSONARO COM ISSO?

A diferença entre Wagner, Dilma e Bolsonaro fica clara aí: enquanto Wagner, cuja carreira política foi forjada no sindicalismo, setor onde o político tem que conviver com os mais diferentes estilos de vida, pois trabalhador pode ser heterossexual, homossexual, mulher, negro, índio ou mesmo evangélico, Dilma é uma intelectual e Bolsonaro um militar "bon vivant", vivendo de polpudos rendimentos num país que não entra em guerra contra ninguém há mais de 120 anos...
Wagner criou na sua Secretaria de Justiça, um comitê de promoção da cidadania LGBT, e o entregou a um militante gay de Vitória da Conquista. Já Dilma Rousseff, depois de capitular perante os fundamentalistas cristãos do Congresso no caso da Cartilha Anti-Homofobia (que ela, autoritariamente, suspendeu), entregou a presidência do comitê nacional LGBT a um HETEROSSEXUAL. É o mesmo que entregar o ministério que cuida da promoção dos direitos dos negros brasileiros a um militante neonazista louro de olhos azuis vindo do interior de Santa Catarina... É o mesmo que entregar o ministério que cuida da promoção dos direitos da mulher a um machista misógino notório...
Já, Bolsonaro, do PP fluminense, é um caso típico de sociopatia (doença psicológica que se fundamenta na mais tenra infância por ter sido criado em ambiente autoritário, que forjou nele a negação de uma mundividência na qual respeite o direito alheio). Racista e misógino, Bolsonaro teve a coragem de desancar a filha do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, Preta Gil, ridicularizando-a por ser negra e uma mulher livre. Depois, arrematou esculhambando a senadora Marinor, do PSOL, por causa da defesa que esta senadora fez da Cartilha Anti-Homofobia.
Então, temos, aí, três tipos de político: Wagner, comprometido com as causas dos Direitos Humanos de todos e não só dos seus iguais. Dilma, amedrontada por ser mulher e notoriamente já refém das forças mais reacionárias do Congresso. E Bolsonaro, político de conduta nitidamente comprometida com o fascismo e a intolerância.
Nas próximas eleições, se você acredita em democracia eletiva, vote em quem você mais se identifica: um socialista, uma indecisa ou um intolerante.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Inflação causa transtorno bipolar no Planalto

Alex Ferraz


Mantega mostra o tamanho da inflação: ou apito do ministro é surdo ou o Banco do Brasil está desafinado.


Frase
"Queremos moderar o crédito sem matar a galinha dos ovos de ouro, que é o mercado interno brasileiro.”
(Guido Mantega, ministro da Fazenda)


O governo insiste em que a inflação vai desacelerar e que as medidas de contenção do consumo já foram tomadas, mas quem vai ao supermercado, à farmácia ou a qualquer lugar de compras repetidas, nota que a cada vez que chega no caixa, já não paga o que pagou na vez anterior. Paga mais.
Talvez o que explique isso seja a falta de afinação dos instrumentos da orquestra econômica do Palácio do Planalto neste início de governo Dilma Rousseff: enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como suposto maestro, toca um, poderíamos chamar, “desacelerato”, o Banco do Brasil vai num “allegro desembestato”, com propaganda acintosa em toda a mídia convocando os brasileiros a comprarem tudo a prestação, como se estivéssemos ainda na campanha eleitoral do ano passado e não num ano de inflação interna e internacional.
“Já estamos tomando medidas desde o final do ano passado para moderar o crescimento do consumo e do crédito, e as medidas estão fazendo efeito”, garante Mantega
Enquanto isso, o BB, que deveria ser um instrumento a mais à disposição do Ministério da Fazenda, faz uma guerra de conquista de território no setor de crédito, propagandeando que em 2011 aumentará em 20% a sua carteira de empréstimos. E não é empréstimo produtivo a empresários. Os anúncios falam de comprar carro, geladeira, computador. E isso num mercado de país teoricamente capitalista onde 40% do crédito disponível já são oferecidos por bancos oficiais.
Das duas, uma: ou o Planalto age como maestro e coloca todos para tocar no mesmo andamento ou o surto inflacionário vai virar pandemia. É aguardar para ver.

Será que
ouvi direito?
O ministro Mantega diz que está adotando medidas anticonsumo, mas quer continuar expandindo o mercado interno (sic). Então, podemos dizer que se pode fazer omelete sem estrelar os ovos?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Se o estupro é inevitável, eu quero gozar também.

TOny paChEco


"O meu primeiro ato como presidente será mandar para a cadeia um bocado de corruptos."
(Fernando Collor de Mello quando era candidato a presidente)

"Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder."
(Millôr Fernandes)


Muitos amigos estranham o fato de eu ser a favor do Trem Bala Rio-Campinas, das usinas hidrelétricas gigantes na Amazônia, da Ponte Salvador-Itaparica e, agora, do metrô unindo Lauro de Freitas ao Estádio da Fonte Nova com uma perna que vai até Pirajá.
Argumentam meus amigos que isto é dar trela à corrupção, pois, segundo eles (no que estão de mãos dadas com "Veja", "Folha de S. Paulo" e a grande imprensa que ainda não se vendeu...), este negócio de obras de infraestrutura para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, foi uma invenção de Lula e de sua entourage para ganhar muito dinheiro nos próximos anos.
Pode até ser. Tudo indica que é.
Mas, o problema é o estupro. Estupro é uma das maiores violências que o ser humano pode perpetrar contra o outro. Mas, ao final, ele é realizado e apenas uma pessoa goza. Aquela que estuprou. Baseado em Freud, que defende a teoria de que somos seres gozosos e que viemos a este planeta com o único intuito de gozar, fico pensando: ora, em pleno estupro, com uma arma na cabeça, não seria melhor, ao final do ato, eu também gozar? É uma pergunta retórica escrota (literalmente), mas, é uma pergunta pertinente.
O mesmo se dá com os governos brasileiros.
Há como evitar que os governantes brasileiros atuais se locupletem loucamente com empreiteiros neste afã de construir estádios, ferrovias, metrôs e viadutos?
Quero uma resposta honesta. Há como evitar?
Eu, do alto de minha ignorância, acho que não há. Este é um ESQUEMÃO onde tanta gente vai ganhar dinheiro, que só uma minoria das castas dominantes não está satisfeita. Daí que mesmo com reclamações, a coisa tá andando...

Daí que eu, diante do inevitável das obras, QUERO SIM OBRAS DE PRIMEIRÍSSIMO MUNDO.

1) Não quero ferry-boat velho, quebrado, toda hora à deriva, na Baía de Todos os Santos. Não quero ficar apaniguando corrupção chinfrim de empresa incompetente que arma esquema para continuar INOPERANTE.
Quero uma Ponte Salvador-Itaparica. Se é pra ter roubo, que seja um ROUBÃO, daqueles gigantes, que tenha tanto dinheiro que sobre, ao final, uma ponte que vai servir a milhões de pessoas por séculos.

2) Se vai ter um ESQUEMA para colocar um sistema de transporte coletivo em Salvador que dure pelo menos 50 anos, por que tem que ser o pior sistema??? Queimando óleo diesel, poluindo nosso ar e tornando a paisagem feia, tudo lento, quebrado, sem ar condicionado (porque, claro, o ar condicionado de ônibus nunca funciona). Não. Nada de gastar 570 milhões. Que se gastem 3 ou 4 bilhões, enfiem no bolso e fiquem com a parte que quiserem mas, ao final, dêem ao povo de Salvador um metrô moderníssimo, com estações limpíssimas como as de São Paulo. Um metrô que transporte três vezes mais gente que qualquer outro sistema. Um metrô movido a ELETRICIDADE, COM POLUIÇÃO ZERO.
E lembro, Nova York, quando era uma cidade de um país emergente e havia ainda esgotos a céu aberto nas ruas: eles já tinham uma das maiores malhas metroviárias do mundo. É pensar PEQUENO, achar que nós não temos direito ao MELHOR.
Agora, sim, aqui e ali, vão ser DESVIADOS MILHÕES DE REAIS para contas nas Cayman, nas Ilhas do Canal, em Liechtenstein. E eu pergunto: não é melhor que roubem e deixem obras magníficas para todos NÓS usarmos, do que continuem roubando nos deixando engarrafados, chateados, humilhados dentro de um buzão fedendo a diesel?
Cada um escolha o seu estupro: com gozo ou sem gozo?

O primeiro que disse - Excelente Filme

Ricardo Líper

A bem tempo não vejo uma comédia tão boa. Aliás sempre fui um apreciador das comédias italianas. Essa combina uma refinada arte nas primeiras e últimas cenas e nas atitudes de alguns personagens, como a avó, em uma grande e teatral cena final. A cidadezinha do Sul da Itália com sua mediocridade natural das pequenas cidades é insubstituível para provocar o riso. A história é perfeita. Um pai homofóbico. Um mãe sofredora e oprimida. Uma reunião de família traditional, da avó aos netos, em volta da mesa do jantar. Um filho resolve dizer, nesse momento, de que é adepto e pratica o sexo entre homens. Só que não é só isso. Tem nesse momento solene uma grande surpresa que não vou contar para não estragar a surpresa.Todos os personagens são oprimidos e sofredores pelo autoritarismo e as relações de poder da família patriarcal. Essa crítica o faz ser um filme profundamente libertário e atual ao contemplar o direito de todos de escolherem não só as pessoas entre um tipo de sexo mas escolher também o sexo das pessoas que resolveram amar. Infelizmente está em poucos cinemas e já algum tempo.Todos os personagens são oprimidos e sofredores pelo autoritarismo e as relações de poder da família patriarcal. Essa crítica o faz ser um filme profundamente libertário e atual ao contemplar o direito de todos de escolherem não só as pessoas entre um tipo de sexo mas escolher também o sexo das pessoas que resolveram amar.  Mas, vale a pena fazer qualquer sacrifício de horário ou tempo para assistir esse grande momento da arte cinematográfica. 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Manifesto Libertário por Ricardo Líper



Pois é, o capitalismo é um fato. O que se entende por capitalismo? Em linhas bem gerais: todo mundo quer ganhar dinheiro. E na democracia todo mundo quer ter a liberdade para tentar ganhar dinheiro para lutar nessa selva que se instaura quando todo mundo quer ganhar dinheiro. Entretanto, o dinheiro, que não é a mesma coisa do capital,  todos aprendem cedo que vale tudo para ganha-lo e, se possível, o transformar em capital para poder explorar o trabalho dos outros.

 Nietzsche e Schopenhauer tiveram uma visão do mundo, no meu entender, bastante realista e que tem muito a ver com o mundo  nosso de cada dia no qual todo mundo quer poder e dinheiro mesmo dizendo que não. E todos estão certos. Pois essa é a essência do mundo e das sociedades em que vivemos. Schopenhauer escreveu que a essência do mundo era uma vontade cega que o governava criando seres para morte e os fazendo sofrerem porque levados a ter uma série de desejos ilusórios que levam, na realidade, ao sofrimento. Ele deu como saída dessa condição,  de todos os seres e do homem, o ascetismo. Uma vez que o ser humano é dotado de razão, ele pode optar por não satisfazer a vontade cega e sem sentido que é a essência do mundo, da vida e das coisas.

 Já Nietzsche discordou dele porque via o mundo como a luta entre poderes. Tudo e todos queriam ter poder sobre tudo e todos. E, em termos de seres humanos, a vontade de potência, de poder era a regra e uma coisa boa. Mas repito, não só a vontade de poder humano, mas a regra da natureza seria essa. E não poderíamos escapar a ela porque seria a essência da natureza.

Portanto, nada é muito racional e lógico no mundo nem natural nem social devido à vontade de poder e o ganhar, desesperadamente, dinheiro. Nós gostaríamos que fosse diferente, quando raciocinamos, mas a realidade não permite. Mas continuamos querendo que fosse diferente porque viver no caos, desesperadamente, nos violando e aos outros para ganhar dinheiro é uma tortura diária essencial. E  então surge a utopia, o sonho surge como oposto à realidade sem sentido e, por isso, malévola, que nos oprime.

 Bem, o problema, então, é como realizar a utopia. Como recusarmos a irracionalidade da natureza, leiam Schopenhauer e Monod sobre  o sem sentido de tudo que nos cerca, e termos a força necessária para vivermos com os outros sem, lembrem de Sartre, o inferno serem os outros?

Para a dinâmica do capitalismo foi necessário que a democracia se instalasse. É, a irracionalidade do mundo e das coisas, nem sempre é má. Apenas, precisamos está atentos para usá-la em nosso proveito. E aí está o que me parece mais sensato. Devemos lutar para nos libertar da absoluta irracionalidade e do caos em que vivemos. Nessa luta nada excluo. Aceito todos que querem lutar. Dos partidos às individualidades. Só que as lutas adquirem várias formas. Desde individualidades rebeldes até os partidos mais corruptos e autoritários. Todo político sabe que o negócio é negociar. Ser crápula pode ser até melhor, para se chantagear, usando a linguagem dele, comprá-lo e atingir um objetivo melhor para humanidade. As primeiras mulheres rebeldes e as atuais, mesmo não organizadas por acharem que toda organização oprime, sempre fizeram e fazem muito pela libertação das mulheres e sempre foram  tão feministas  como as feministas. Emma Goldman mostrou isso. Simone de Beauvoir também. Lou Salomé, as Zefinhas da vida e muitas outras.  Assim como os negros, os índios, quem faz sexo com o mesmo sexo mostraram de forma mais eficiente seu potencial de mudar a sociedade. Isto é, lutamos também livremente. E para mudar a realidade basta, ás vezes, apenas pintar o cabelo de vermelho. Os punks. Lembram-se? Os hippies, os beatniks, toda essa gente que contribuiu para podermos nos vestirmos como quisermos, pensarmos livremente. Ah.  A internet. A tecnologia essencial para o desenvolvimento das elites dominantes deixa brechas para a liberdade. A internet é anarquista. Todos falam. Todos gritam. Ela é difícil de ser controlada.  As organizações dos excluídos também são muito importantes. Elas fazem muito. Foi muito bom que as lutas dos oprimidos, onde os operários, que se julgam oprimidos, estão incluídos, se pulverizassem em vários grupos e individualidades. Esses grupos pressionam os políticos e seus partidos e vamos mudando aos poucos, mas nem sempre tão devagar, a realidade em direção de uma sociedade mais libertária. Pois é, o futuro está no socialismo libertário. Estamos caminhando nessa direção. Quando eu era pequeno, e não faz tanto tempo assim, cretino, fiquei sabendo que ocorreu uma batida da polícia em uma casa e levou todo mundo preso porque estava havendo uma festa de casamento entre veados. Hoje, nos países mais civilizados e democráticos do mundo, isso seria impensável e ilegal porque essas festas se dão em comprimento da lei. E,  embora muitos esquerdistas praticando do esquerdismo não gostem, já tem negros na casa Branca, mulheres mandando em muitos governos  e um rebelde  na Venezuela ainda no governo. Não me venha com esquerdismo. É muito bom sim tudo isso. Equilibra os poderes. Em resumo: os grupos e as individualidades lutando diariamente contra a opressão, levando os partidos a reboque ordenam a desordem do autoritarismo modificando assim a sociedade  e o capitalismo. É, sou otimista, mas não por um sentimento ou desejo ou maneira de ser, mas porque sei ler a realidade. Lutas descentralizadas, unindo-se ou não, mas todos caminhando, querendo ou não, em direção de sociedades mais  libertárias e socialistas. Essa é nossa função. E como faz bem a alma sabermos que queremos a liberdade de todos e a felicidade de todos nessa imensa diversidade que se chama humanidade que a faz ser essencialmente liberdade. 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Governador do Ceará chama DNIT de "antro de roubalheira"

Alex Ferraz



O governador Cid Gomes bateu pesado, mas o ministro dos Transportes “nem tchuns!”



"Então, nós precisamos denunciar esse descaso do ministro dos Transportes e da sua laia do DNIT. Aquilo ali é uma laia, é um antro de roubalheira.”
(Governador Cid Gomes sobre o ministro Alfredo Nascimento)


Todo mundo só fala de Palocci, mas muito mais pesado é o caso de Alfredo Nascimento. Os xingamentos do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), feitos em maio, chamando o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que é do PMDB, de "inepto, incompetente e desonesto"; adjetivando o ministério de “laia” e de “quadrilha” o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre, teriam tudo para desencadear uma crise política da zorra. Inclusive porque o governador marcou um rally pela BR-222, em seu estado, para mostrar a situação em que se encontra a malha federal cearense.
Esperava-se que os bombeiros da presidenta Dilma entrassem em ação imediatamente para apagar o fogo cerrado, afinal o ministro é dela e o governador do Ceará é do PSB, um partido da base do governo dela. Mas, que nada...
No dia 15 de maio, Cid Gomes comandou o rally pela BR-222, e atrás do seu veículo 4x4 vieram mais de 100 jipeiros. Pelo que se viu, as estradas cearenses estão lunares, pela quantidade de crateras, se bem que parecidíssimas com a situação da BR-101 no extremo sul baiano até a divisa com o Espírito Santo.
O curioso nisso tudo é que quando você chama um traficante de... traficante, ele te dá um tiro. Quando você chama um ladrão de... ladrão, ele te dá um tiro. Causa profunda curiosidade, portanto, como é que um ministro de Estado é chamado de chefe de uma “quadrilha” e fica tudo por isso mesmo.

BigLôra não
se ofende
Quando perguntei à minha amiga traveca BigLôra porque ela não reagia quando os moleques a chamavam de “biba”, ela rebateu de pronto: “E eu vou lá recusar propaganda gratuita, seu Alex?” Será que é este o raciocínio do ministro atacado?

sábado, 18 de junho de 2011

Se está sem tesão, peça licença e vá embora!


Gil dá um show de desapreço ao público no Terreiro de Jesus

ToNy pacheCO

Chegou a hora de criticar uma impostura. O show de Gilberto Gil no Terreiro de Jesus nesta sexta-feira.
Segundo um amigo músico que estava com nosso grupo, "Gil acha que não tem mais obrigação de cantar. Só de estar no palco as pessoas têm que aplaudir", ao que um paulista que estava junto da fonte do Terreiro corrigiu: "Ele não faz show mais pra vocês baianos. Eu o vi em S. Paulo e ele continua cantando divinamente."
Resumo da ópera: o público de Salvador é que é desrespeitado. Gil entra no palco, sem nenhum entusiasmo, fica pedindo pro público cantar no lugar dele. Dá uns gritinhos semifrenéticos. Dá uns saracoteios sem ânimo e ponto final. Não canta uma música inteira sequer.
E olhe que não vai aqui nenhuma crítica ao fato de ser um idoso. Pelo contrário, adoro as performances dos Rolling Stones (alguns mais velhos que Gil) no palco. Continuam absolutamente impagáveis e insuperáveis. Caetano cantando continua com a verve do passado tropicalista. Roberto Carlos, que, suponho, é mais velho que Gil, canta suas músicas divinamente nos shows.
É Gil, só Gil, é quem fica com esta preguiça monumental no palco.
Uma falta de respeito com o público. Ponto.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Estado Sem-Vergonha

tonY pachecO

Quando a gente pensa que nada mais acontecerá para surpreender o povo brasileiro, o governo resolve tomar mais medidas que escancaram o fato de que não existe mais nenhum temor do Estado Brasileiro em relação à opinião pública.
Através da Medida Provisória 527, o Palácio do Planalto resolveu que NINGUÉM terá acesso aos orçamentos nem tampouco aos custos reais das obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2106. Assim, claro, poderão fazer o que bem entender e revistas chatas como a "Veja" e jornais inconvenientes como "Folha de S. Paulo" não poderão ver quanto está havendo de superfaturamento e quanto está indo pro bolso de quem...
Quem não se lembra dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro? Os custos para a organização do Pan superaram em 684% o orçamento original elaborado em 2002. Só o governo de Sérgio Cabral (PMDB) gastou nas obras 1.513% do que foi inicialmente orçado. O Governo Federal, com Agnelo Queiroz à frente (hoje governador do Distrito Federal pelo PT), gastou nas obras 11 vezes mais do que estava previsto, cerca de R$ 1,5 bilhão. No total, foram gastos no Pan algo em torno de R$ 3,7 bilhões, incluindo gastos em obras realizadas sem licitação.
Não é à toa que o ex-presidente Lula ficou doido para trazer os dois eventos para o Brasil. Agora, sem vigilância da sociedade, vai ser a maior festança com dinheiro público e nosso povo oligofrênico ainda vai ficar feliz da vida.
Eita povim bão de se governar!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Viroses e mais viroses




Será que eu estou enganado?  Será que na Suiça, na Dinamarca e outros países as coisas são assim? Viroses e mais  viroses?  Dengue?
É possível que surjam doenças mais terríveis até como agora ocorreu a mutação dessa bactéria nas verduras, ou não sabem, européias. Mas com certeza acho que não vivem no suplício da saúde pública em que vivemos. Doenças e mais doenças, tuberculose, todo tipo de parasitas e doenças de pele, dengue. Lamentável que uma nação como a nossa não tenha nem saúde, nem educação nem segurança para se viver.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

BAs, ferries e outras desventuras baianas

tonY pacHeco

Um caos anunciado está chegando: centenas de milhares e milhares de baianos enfrentarão um inferno para participar dos festejos de São João, a mais amada das manifestações populares do estado.
Todo mundo no governo do estado da Bahia sabe disso. Toda a mídia vem batendo nisto há meses, mas a indiferença administrativa passou a ser a marca geral. Ninguém tá nem aí.
Vi isso pela entrevista que o dirigente da Agerba deu à Rádio Metrópole, hoje, quarta-feira, na qual diz que “trabalhará para ter cinco ferries” no feriadão Corpus Christi/S. João. Ora, então, não estão garantidos cinco ferries? Pode ser que sim, pode ser que não.
Mas o caso não é só o ferry.
Se cinco ferries navegarem (o que não é suficiente), os infelizes que se aventurarem a usar o sistema cairão no esparro da BA-001, que sai de Bom Despacho e na altura de Nazaré das Farinhas bifurca em direção a Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Cruz das Almas e, na outra ponta, em direção a Valença, Morro de São Paulo, Itacaré e Ilhéus.
A BA-001, verdadeiro portal rodoviário baiano, está numa situação calamitosa, segundo quem tem usado a estrada. Todo mundo sabe disso, menos o Derba, o órgão estadual de rodovias. Não sabe e nem quer saber.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

CURIOSIDADES DE UM PAÍS DE FRACOS...


O Brasil chegou ao seu futuro. Não temos saída.

Não há nada a fazer. Tente entrar na panela, pois, não existe mudança nos próximos 200 anos.

É triste mas é verdade.

CURIOSIDADES DE UM PAÍS DE LOUCOS E CORRUPTOS

Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata !

Um ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da casa do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage.

Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda uma Região Militar ou uma grande fração do Exército.

Um diretor sem diretoria do Senado, cujo título é só para justificar o salário, ganha o dobro do que ganha um professor universitário federal concursado, com mestrado, doutorado e prestígio internacional.

Um assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título para justificar seus ganhos, mas que não passa de um "aspone" ou um mero estafeta de correspondências, ganha mais que um cientista-pesquisador da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo buscando curas e vacinas para salvar vidas.

O SUS paga a um médico, por uma cirurgia cardíaca com abertura de peito, a importância de R$ 70,00, equivalente ao que uma diarista cobra para fazer a faxina num apartamento de dois quartos.

PRECISAMOS URGENTEMENTE DE UM CHOQUE DE MORALIDADE NOS TRÊS PODERES DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS, ACABANDO COM OS OPORTUNISMOS E CABIDES DE EMPREGO.

OS RESULTADOS NÃO JUSTIFICAM O ATUAL NÚMERO DE SENADORES, DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS E VEREADORES.

TEMOS QUE DAR FIM A ESSES "CURRAIS" ELEITORAIS, QUE TRANSFORMARAM O BRASIL NUMA

OLIGARQUIA SEM ESCRÚPULOS, ONDE OS NEGÓCIOS PÚBLICOS SÃO GERIDOS PELA “BRASILIENSE COSA NOSTRA”

O PAÍS DO FUTURO JAMAIS CHEGARÁ A ELE SEM QUE HAJA RESPONSABILIDADE SOCIAL E COM OS GASTOS PÚBLICOS.

JÁ PERDEMOS A CAPACIDADE DE NOS INDIGNAR.

PORÉM, O PIOR É ACEITARMOS ESSAS COISAS, COMO SE TIVESSE QUE SER ASSIM MESMO, OU QUE NADA TEM MAIS JEITO.

VALE A PENA TENTAR.

PARTICIPE DESTE ATO DE REPULSA.

REPASSE! NÃO SEJA OMISSO.


* este texto me foi enviado pelo meu brother jornalista Irani Teixeira.

tony PacheCo.

domingo, 5 de junho de 2011

O DVD e as dificuldades se se chegar até eles.

Nem todos os filmes chegam em nossa aldeia
Não sei se em outras capitais. Mas aqui nessa cidade desorganizada e surrealista a coisa é o sem sentido habitual. Na época do VHS abria-se uma locadora em cada esquina. Faliram quase todas. Acabou de falir uma grande locadora aqui. Motivo? Capitalismo instável em certas mercadorias. Ganância de umas produtoras, desorganização e falta de lei em tudo. O que tem de mais importante em matéria de cinema é  que o DVD, embora não substitua o filme assistido no cinema, nos permite rever os grandes filmes ou pequenos mas que nos interessa ver. E agora, aqui, em Salvador, terra de muita dor, as produtoras lançam o filme e as locadoras não compram. O filme existe mas não se pode alugar. Ou você compra, o que é caro demais, ou você fica sem ver o filme. Cáos. Como sempre as contradições do mercado. Quem gosta de cinema sai perdendo. Não existe uma só locadora de filmes em Salvador que compre todos os filmes produzidos e, na cidade, muitos deles jamais chegarão. E depois tem gente que acha que aqui existe cultura. Aqui existe, sim e muito, é baixaria e nunca deveríamos confundir uma coisa com outra.

sábado, 4 de junho de 2011

É o capitalismo, seus "eco-bobos"!!!

A ararinha-azul pede humildemente que deixem ela ser extinta para não viver mais neste tipo de inferno.


ToNy pacheco



Todo mês de junho é sempre a mesma coisa: uma orquestra muito doida começa a tocar a música ambientalista em todo o planeta (eu acho que só na China é que não, porque o governo de lá parece preocupado em resolver a vida de 1,5 bilhão de pessoas...). Este ano teve até o "The New York Times" preocupado com as "espécies que serão extintas" com a construção da Usina de Belo Monte.
Claro que o jornalão não se preocupou com a destruição no meio ambiente americano e de outros países onde eles têm negócios quando os EUA, entre os séculos XIX e XX se transformaram na maior potência capitalista do mundo e transformaram a própria Terra num planeta capitalista.
E aí é que reside o problema: ninguém quer falar do capitalismo e de outras questões ideológicas que realmente ameaçam o planeta. Todos querem "desideologizar" a discussão, porque é mais fácil levar o assunto para o lado da salvação da ararinha-azul do que enfrentar tubarões multibilionários que transformam o planeta num local de ganhar dinheiro sem se preocupar com as consequências.

Vários outros temas são ignorados também. Vamos a alguns deles:

1) A superpopulação - até o final do ano, o planeta Terra terá 7 bilhões de pessoas em 200 países, sendo que quase a metade em apenas seis países - China, Índia, EUA, Indonésia, Paquistão e Brasil. Segundo milhares de estudos que estão disponíveis na web, você constatará que todos os especialistas em ecologia, economia, antropologia e outras áreas afins, concordam numa coisa: para que o ser humano possa ter acesso a uma vida digna no planeta, a população não poderia passar de 2 bilhões de pessoas.
Se todos os chineses, indianos, indonésios, paquistaneses e brasileiros quiserem (e eles têm direito inalienável a isso, é bom que se diga) ter uma vida digna como os europeus ocidentais, o planeta entrará em COLAPSO. Colapso total, mesmo. Mas o ser humano, com suas religiões oligofrênicas e os tubarões capitalistas necessitando de mão de obra barata, insistem em continuar a ideologia natalista que nos levará, fatalmente, à extinção em massa. Não da ararinha-azul, mas dos hominídeos.

2) A questão do capitalismo - os ambientalistas detestam a discussão ecológica baseada em política e economia, pois isto torna o assunto chato e não atrativo e exige uma coragem que a maioria não tem. A questão é que o capitalismo acelerou a partir dos anos após a II Grande Guerra (anos 1950 em diante). Com os avanços tecnológicos decorrentes do esforço de guerra, o modo de produção capitalista passou a seguir a trilha da OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA. Tudo é "inventado" com data de validade. Assim, lança-se um rádio, um automóvel, uma TV, a partir dos anos 1950, sabendo-se que no ano seguinte um novo rádio, uma nova TV e um novo carro serão lançados com "diferenciais" em relação àqueles do ano anterior.
Nos anos 1980, com a chamada globalização e a informática, esta OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA atinge o PAROXISMO, produzindo em duas pontas: numa, a necessidade descontrolada de mais e mais matérias primas não-renováveis e, na outra, uma quantidade de lixo tecnológico quantitativamente absurda.
Isto é o capitalismo. PRODUÇÃO DE NECESSIDADES FALSAS.
O seu tablet foi lançado anteontem e, hoje à noite, os gananciosos capitalistas do mundo inteiro (dos EUA à China, em todas as latitudes) já estão anunciando um novo tablet, com outros recursos que a propaganda fará com que você não consiga mais viver com o tablet do dia anterior. Você compra o novo e joga o velho no lixo, apenas para dar lucros estratosféricos a uma minoria gananciosa que administra o planeta.
E isso é em todos os setores: o biscoito recheado de hoje, amanhã será anunciado como o "novo" biscoito, com "muito mais recheio, muito mais sabor". O detergente em pó de hoje será substituído amanhã por um que lava "mais branco". Seu automóvel, cuja única função deveria ser levar você de cá pra lá e trazer você de volta pra cá, acabou de sair da concessionária e o fabricante já está lançando o modelo 2012 e nem chegamos na metade exata de 2011. Seu "novo" carro traz agora, não um airbag, mas dois, quatro, seis, uma cacetada de airbags que se todos forem acionados você não morre na batida, mas morrerá sufocado com certeza.
E o capitalismo é insaciável, como os vírus e as bactérias: no início do século XX a maneira de ouvir música eram os discos em vinil. Duraram décadas. Nos últimos anos do século passado, vieram em seu lugar as fitas cassete, logo depois os CDs, logo depois os MP3, MP4, logo depois os pendrive e agora os minipendrive e em menos de 20 anos você já jogou no lixo toneladas de porcarias entulhando o planeta desnecessariamente. Os fashionistas criam modas que se sucedem de maneira esquizofrênica e lá vai você jogando no lixo todas as suas roupas novas porque a onda agora é o "quadriculado". Xadrez este que vai encher os bolsos de uma quadrilha de especialistas em padrões quadriculados...
Tudo para DAR LUCRO a meia-dúzia de espertalhões, que você pode chamar de burgueses ou canalhas, tanto faz.

O BURACO É MAIS EMBAIXO

Então, a questão não é lutar para que 150 espécies não desapareçam por dia. No fim do período Cretáceo, a natureza se encarregou de destruir tudo que pesava mais de 5 kg e respirava, animais e vegetais. E repete estas extinções em massa com ou sem a nossa participação. E novas espécies aparecem todos os dias, pois o planeta é vivo.
O importante é SABER onde está o FUNDAMENTO. E o que acontece é uma luta política, de um grupo de seres humanos espertíssimos, uma minoria ínfima, que transformou o planeta no seu playground, de onde tira trilhões de dólares e muito, muito prazer, em detrimento da esmagadora maioria que vive em cidades SUPERPOPULOSAS e ATORMENTADAS por problemas crônicos de trânsito, transporte, saúde, educação, saneamento, insegurança e por aí vai.
Ou você acha que cidades INVIÁVEIS com milhões de pessoas é uma TENDÊNCIA NATURAL do ser humano se agregar?
NANANANINHA!!!
Os seres humanos são agrupados em cidades gigantescas porque o CAPITALISTA necessita que a mão de obra esteja PERTO dos LOCAIS DE PRODUÇÃO. Por isso ele criou as megalópoles. E como não tem interesse algum na qualidade de vida das pessoas, as megalópoles são para ser o INFERNO EM VIDA da maioria e nem pense que você terá uma vida confortável e FELIZ em Nova York, Londres, Xangai, São Paulo ou Salvador. VOCÊ NÃO SERÁ FELIZ, pois o bem-estar é privativo das classes dominantes. O resto é pra se lascar, ficar PAGANDO CONTAS, criando filhos para serem mão de obra barata nos conglomerados empresariais e COMPRANDO COISAS QUE NÃO PRECISA e destruindo o planeta.

A discussão, então, volta aos séculos XVIII e XIX, nos primórdios do capitalismo. Ou se altera este sistema, ou não adianta lutar pela ararinha-azul, pois no planeta INÓSPITO que estamos construindo, a ararinha-azul vai dar graças a Deus de ser EXTINTA.

Pronto. Falei.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O dia em que Dilma virou refém


Nós preferíamos a Presidenta assim.


Frase

“Uma sociedade decente é aquela que não humilha nenhum dos seus membros.”

(José Luis Zapatero, primeiro-ministro espanhol)


Só falta agora acender as fogueiras

A presidenta Dilma Rousseff cedeu às pressões dos evangélicos no Congresso e num jogo de troca de favores, mandou recolher a cartilha anti-homofóbica que circularia nas escolas brasileiras. Quer dizer, como lembrou o deputado Jean Wyllys (PSOL), uma presidenta que, ela própria, foi vítima de campanha homofóbica na época de sua campanha eleitoral justamente pelos fundamentalistas.

O Brasil de hoje, graças aos políticos ligados à extrema-direita (tipo Bolsonaro) e direita religiosa, parece a Europa medieval ou os EUA da época da caça às bruxas. Para quem não sabe, no séc. XVII, na pequena cidade de Salem, um juiz dublê de pastor evangélico resolveu matar várias mulheres acusadas de bruxaria, com apoio medroso da população local. Se quer saber sobre o caso, veja o filme “As Bruxas de Salem”, com Daniel Day Lewis e Winona Ryder.

Na Europa medieval os carrascos eram os bispos da Igreja Católica, que punham na fogueira qualquer mulher que desobedecesse ao marido ou ao pai, acusando-as de bruxaria. Homossexuais eram sumariamente queimados também. E, claro, não podiam faltar os negros, que com suas religiões animistas, eram punidos com a escravidão, abençoada pelo papa Nicolau V, que no séc. XV, deu a Portugal o direito de monopolizar a caça aos negros nas costas africanas. Os religiosos têm uma maneira totalitária de enxergar o mundo: quem não concorda com eles ou é morto ou é humilhado. Não tem saída. Deixados à vontade, implantam terror pior que o nazismo.

Agora, o lamentável é a presidenta negociar o apoio evangélico ao ministro Palocci no Congresso em troca de ajudar na perseguição aos homo-afetivos, cidadãos de pleno direito, conforme recente decisão unânime do Supremo Tribunal Federal.

Na Espanha não foi assim

O primeiro-ministro socialista José Luis Zapatero, enfrentou a Igreja Católica mais poderosa do mundo (mais do que a italiana), a da Espanha, e aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2005 e venceu a homofobia. Mas, por aqui, a tentativa religiosa de manter parte da população como não-cidadã, parece que tem a simpatia dos políticos.

Evangélicos fazem refém

Tinha a presidenta Dilma em outra conta. Por ser pessoa de formação socialista marxista, pensei que trabalhasse para vencer o obscurantismo e a ignorância. Pelo visto, enganei-me ou, para ela, Palocci tem um valor que não pode ser explicado publicamente.

* Alex Ferraz (publicado na "Tribuna da Bahia" em 28.05.2011)