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quinta-feira, 4 de abril de 2013

TALENTOSA. INTELIGENTE. GENEROSA & CORAJOSA.


JORNAL COMENTADO 82
tonY pacheco*

04.04.2013 - 7:00 – Quinta-feira

"O amor em tempos de Feliciano"
("Correio Braziliense")
“Felicidade”
(“Correio”)
“Daniela Mercury assume união gay”
(“A Tarde”)
“Daniela Mercury posta foto da namorada e a chama de esposa”
(“Tribuna da Bahia”)

Fosse covarde, Daniela Mercury JAMAIS declararia seu amor a uma jornalista neste momento em que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é tão reprimido no Brasil, mas quem a conhece pessoalmente sabe que coragem é parte integrante do caráter da cantora, compositora e dançarina. E por que é coragem? Analise conosco o momento nacional e internacional:
1)    Embora manifestações racistas no Brasil sejam proibidas por lei, a Câmara dos Deputados, em Brasília, em vez de abrir um processo de cassação contra um dos seus pares publicamente racista, elegeu para presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias justamente o pastor da Assembléia de Deus, Marco Feliciano, do PSC de São Paulo, um elemento que já confessou várias vezes ser RACISTA (“sobre os africanos recai maldição bíblica”) e HOMOFÓBICO (“a podridão das relações homossexuais atrai o ódio”) e, no entanto, seus mais de 500 colegas deputados federais acham que ele é quem REPRESENTA MELHOR O PENSAMENTO DO BRASIL em relação a mulheres, negros, homoafetivos, indígenas e outras "minorias". Isto mostra que tem MUITA GENTE no Congresso a favor de fazer uma grande fogueira para queimar hereges e ir contra isso é temerário;
2)    o papa Francisco I, argentino, conservador como sempre é exigido pela Cúria Romana, assumiu dizendo claramente que é contra as relações homoafetivas, contra o casamento para os padres, contra mulheres no clero, seguindo a linha do papa renunciante Bento XVI, aquele da Juventude Nazista. Então, como cristã, é um esparro assumir relação com outra mulher num momento deste;
3)    Artistas menores, como a cantora Joelma, da banda “junina” Calypso, aproveitam a maré RACISTO-HOMOFÓBICA e declara que se tivesse um filho homossexual faria tudo pra ele fazer a “cura” (esta moça, além de homofóbica, é idiota, no sentido psiquiátrico do termo, pois a Organização Mundial de Saúde, órgão da ONU, já retirou há anos a homossexualidade da lista de doenças, portanto, se não é doença, não tem cura dããããããã), seguindo os passos da cantora Claudia Leitte, que anteriormente já tinha dito que não queria ter um filho gay, como se fosse possível escolher como vai ser um filho, já que filho é uma loteria: de um útero pode sair tudo, de Jesus Cristo até Josef Stalin... Então, num quadro oportunista como este de Joelma, que joga com a ignorância dos oligofrênicos, declarar-se homoafetiva é um perigo;
4)    Jornalistas que querem ser Paulo Francis, mas não têm o cabedal intelectual do saudoso membro de “O Pasquim”, como o controvertido Alexandre Garcia, toma as ondas do rádio para dizer que o pastor Marco Feliciano tem direito de declarar o que declara (ser racista e homofóbico), como se a questão não fosse o fato de que ele está PRESIDINDO UMA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS, quer dizer, é o mesmo que o jornalista defendesse que colocassem Silas Malafaia para presidir o Grupo Gay da Bahia. Num quadro desses, onde até jornalista famoso defende racista de presidir comissão CONTRA o racismo, é quase um suicídio declarar-se apaixonada por outra mulher;
5)    Por fim, num meio artístico, que de Salvador até Estocolmo, passando por Los Angeles, Paris e Roma, a maioria tem vida sentimental e sexual pra lá de libertária, mas, no entanto, contudo e todavia, todos ENRUSTEM TUDO, uma cantora-dançarina-compositora declarar-se cheia de amor por uma jornalista, é ter muita, muita, muita CORAGEM.

COMO CONHECI DANIELA

Quando Daniela Mercury, ainda sem notoriedade, saiu da Cia. Clic (banda baiana) e resolveu fazer carreira solo, sendo amiga do meu ex-patrão, o falecido Sérgio Simões de Mello Leitão (um dos herdeiros do jornal “A Tarde”) e vizinha de porta do meu amigo jornalista Marinaldo Mira no bairro de Brotas, ADENTROU a sala onde era feito o caderno dominical de “A Tarde”, chamado “Lazer&Informação”, e selecionou, ELA MESMA, as fotos que iriam sair no caderno no domingo seguinte, tratando de sua carreira solo. Clécio Max, Alex Ferraz, Marinaldo e eu tomamos um susto e eu, obediente como sou à hierarquia de onde trabalho, telefonei para Sérgio na frente dela. Ele disse: “Deixe Daniela escolher as fotos. Eu tô mandando”. E, como diria meu colega jornalista e delegado de Polícia Antônio Mattos, “bom cabrito não berra”: AJUDEI Daniela a escolher as fotos com todo entusiasmo. A matéria teve uma repercussão excelente. Lembro-me que quem muito elogiou foi Jorginho Sampaio, uma pessoa generosa, além de competente como empresário.
Mais na frente, só fui reencontrá-la quando ela foi contratada pelo bloco Os Internacionais, do saudoso Fernando Boulhosa, para puxar a folia no Carnaval de um ano que eu não me lembro mais. Fomos encarregados (Marinaldo, Alex, Max e eu) de cuidarmos da imagem do bloco e da cantora-puxadora naquele Carnaval, o que foi um trabalho facílimo, pois sem dúvida alguma, o talento de Daniela é incontestável e a competência de administrar a própria carreira também.
Tornei-me fã e como ela saiu de Os Internacionais, eu parei de receber os CDs dela de graça e o que fiz? Passei a comprar os CDs dela em loja e quem é meu amigo pessoal sabe: é a única artista de axé music que fez eu enfiar a mão no bolso (eu sou "casquinha"...) para comprar três CDs que considero marcos da MPPB (Música Pra Pular Brasileira): “Feijão com Arroz”, com uma pitada de Bragadá e Márcio Mello fortíssima, uma obra-prima de cabo a rabo; “Sol da Liberdade”, que tem o magnífico duo com Angélique Kidjo; e “last, but not least”, a coletânea “Elétrica, ao vivo”, que tem “Tá no batuque”, de Rey Zulu.
O último contato pessoal que tive com Daniela foi quando ela foi fazer shows em Portugal e me convidou pra ir. Disse que o trabalho em "A Tarde" não me permitia viajar naquele momento e perguntei se eu poderia mandar em meu lugar o meu amigo jornalista Alex Ferraz (hoje na “Tribuna” e na Rádio CBN, da Rede Bahia), ao que ela prontamente aceitou e Alex tem maravilhosas memórias desta viagem consagradora para Daniela que é quem, efetivamente, tem talento de sobra para romper as quase intransponíveis fronteiras baianas a que a axé music se impôs.
Felicidades, Daniela, é o que desejo a você e à sua esposa!

E para os seguidores do blog dos inimigosdorei3, uma composição de Daniela, que ela canta com a africana (tá vendo deputado Feliciano, africanos têm VOZ DIVINA) Angélique Kidjo:


“DARA”
(Daniela Mercury)

Eu vi mulheres comuns
Virando rainhas
Eu vi um povo inteiro
Perseguindo a poesia

Eu vi a rua bela
Bela como elas
Enfeitadas de nanãs, iansãs
E oxuns e iemanjás

Mori omon kekere towa dje
Olorio
Mori awon arugbo to n'fe kowi
Mori obinrin to dara
Kpelou onan to dara
Monfe ri inanan, iiyansan, ioshun,
Yemandja

Branca
Balança suas ancas
Branca
Da cintura bem-feita

Deita, deita e me encanta
Entre congos e sambas
E sambas e congos
Congos e sambas

Preta, preta, preta, preta
Desfile sua nobreza
Mostre sua beleza
Se enfeite
Que a rua se enfeita

Branca, wa djo foun mi o
Mm branca, dje kiri idjore
O wadjo, wadjo, wa korin o
Entre congos e sambas
E sambas e congos
E congos e sambas

Preta, preta, preta, preta
Desfile sua nobreza
Mostre sua beleza
Se enfeite
Que a rua se enfeita

Eu vi a rua bela
Bela como elas
Enfeitadas de nanãs, iansãs
E oxuns e iemanjás

Aê aê mayangá, bereketu ê mayangá aê aê mayangá…

* toNY pacheco é jornalista e tem formação em Psicanálise, Radialismo e Economia.

7 comentários:

  1. lindo Toni, você sempre verdadeiro e meigo.

    mariaconsuelocastro

    não consigo entrar com minha conta terra aqui

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  2. Parabéns para Daniela; nossa mídia é que é idiota, boba, conservadora, preconceituosa e gosta de sensacionalismo. Amor vale mais que tudo !!!
    Marinaldo Mira

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  3. Antes tarde do que nunca.Saudades

    Maria Virginia Carneiro

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  4. Puta que pariu, caras, mas vocês viraram poeira, de INIMIGOS DO REI não têm mais nada, se transformaram em inimigos das boas idéias e amigos da banalidade e da superficialidade... Vote.
    Vocês parecem que não acreditam mais em nada, só no cartão de crédito e no ar condiocnaddo do shopping center.
    Sobre esta conversa de sexo, vocês estão arrobando uma porta aberta, todo mundo fode, só vocês não sabem? Eu, hein...
    Saí por aí contando é prova de pouco conhecimento pois estará pedindo a opinião de quem não quer ver sua felicidade.
    Voltem a ler Marx, Bakunin, Kropotkim, Malatesta, com urgência pois se apequenaram. Será quem tem jeito ainda?

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    1. ESTOU ME SENTINDO NUMA MÁQUINA DO TEMPO
      Quando publicamos o número 1 do jornal O INIMIGO DO REI, nossos adversários da chapa VIRAÇÃO, então com maioria maoísta, viu o poema de Jacques Prevert que colocamos na capa e disse: "vOCÊS NÃO TÊM NADA MAIS SÉRIO DO QUE POESIA PRA FALAR NÃO? VÃO LER MARX etc. etc."
      Pois é! Passados anos e anos, e os marxóides, que, na verdade, não lêem nada, só orelha de livro, continuam com seu patrulhamento do pensamento alheio.
      A próxima postagem colocarei uma receita de LASANHA DE MARISCOS a la Friedrich Engels kkkkkkk

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    2. Marxóide... Humm.
      Criticar suas bobagens é perda de tempo, não é patrulhamento. Para o que você diz que leu e diz está lendo seus textos desmentem. Quem deve ler somente orelhas de livros deve ser você, o economista que defende a economia liberal nos moldes do Tea Party. Sinceramente, sem querer lhe ofender, você é incompetente, direitista e advinho.

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    3. Veja você. Eu coloco meu nome nas minhas idéias pra que Você possa me chamar de "incompetente". Agora, Você SE ESCONDE ATRÁS DO ANONIMATO. Por que será que Você não coloca seu nome?
      Aí eu me pergunto: o quê lhe incomodou mesmo foi Daniela assumir o amor dela pela jornalista, não é verdade? Estas diatribes contra mim são apenas um BIOMBO. Não se esqueça, além de ter feito Economia, fiz Psicanálise e não fugia da escola hehehehhehe

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