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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Por que há tantos assasinatos em Salvador e no Brasil

Ricardo Líper

Se  tivesse polícia no Campo Grande o nosso aluno da UFBA, barbaramente assassinado na principal  praça no centro dessa infeliz cidade chamada Salvador, estaria vivo. 
Ele, coitado, teve o azar de nascer no Brasil, de viver sob o poder dos governantes que talvez até seus pais e ele votaram. Essa é uma tragédia que nunca deve ser esquecida. Sugiro marcar a data desse mártir e termos sempre eventos para lembrá-la. Lembrar a negligência como o povo é tratado. E de todos os outros que são assassinados todos os dias e fica por isso mesmo. 
Mas deixo de me lamentar porque não tem jeito. Muitos, se estão lendo essas palavras, dão risada ou pouco estão se lixando. 
O que ocorre é que numa cidade miserável e absolutamente sem emprego para ninguém, extremamente violenta, com mais de séculos de exploração brutal da população por empresas e governos predatórios ,precisa-se garantir a segurança. Isto significa usar a arrecadação dos impostos desse país infeliz para restituir um pouquinho para a segurança porque estamos vivendo um momento crítico. Nessa situação, o povo decepcionado por falta de opção em quem votar abraça qualquer proposta por mais alucinada que seja. Está todo mundo à beira do desespero. A polícia é importante. E é muito importante pagar bem à polícia. Muito bem mesmo. Um país que tem a gasolina ao preço que temos, também tem condições de pagar bem policiais. Aumentar o número de policiais. Cadê o concurso da Guarda Municipal? Concurso para policial deve ter, no meu entender, dois itens apenas: honestidade e coragem. Avaliar detalhadamente a honestidade dele, pagar muito bem para não se corromper e não ficar com detalhes sem sentido. Idade,  por exemplo, é segregacionismo, pois deixa-se de lado bons profissionais porque não são jovens. Não é concurso para go go boy, é para polícia. Para garantir você sair de casa e voltar. Um homem maduro em bom estado físico pode ser até melhor do que um rapazinho imaturo. O concurso para policial não precisa interpretar os labirintos de um poeta qualquer ou de Clarice Lispector ou outros autores. Tem de ser uma avaliação mínima porque ele não vai discutir filosofia ou literatura com bandidos nem mandar cartas bem escritas com redações perfeitas para eles. Já, lá dentro, se incentiva leituras, se promove palestras etc.  Não precisa ser formado. Segundo grau com honestidade basta. O treinamento é depois, com o bolso já com dinheiro para manter sua família ou ele mesmo com dignidade, porque pagamos impostos é para isso  e não para outras atividades que nem sabemos o que é de fato. Engavetaram o concurso para Guarda Municipal? Afinal, alguém está ouvindo falar desse novo prefeito? Será que ele soube que na principal praça da cidade que ele é prefeito um estudante vindo dos Estados Unidos onde foi estudar, com a vida toda pela frente, um bom brasileiro, foi assassinado porque não tinha um só policial na área? O Campo Grande está abandonado como as ruas dessa cidade amaldiçoada estão e as pessoas não têm seguranças pessoais como os poderosos têm para atravessá-las. Onde ficam os concursos para aumentar o número de policiais e os colocar nas ruas? Por que tantas burocracias nesses concursos, exigências barrocas como idade, conhecimentos inúteis quando todo mundo sabe que o que interessa é pagar bem para eles não se sentirem desestimulados e trabalharem mal, serem honestos e vigiados para provarem isso e  os melhores serem selecionados com esses critérios já porque as famílias e todos nós já estamos cansados de chorar nossos mortos? É horrível e não tem graça ver um professor gaguejando, levado quase às lágrimas,  diante da televisão no enterro de um seu aluno. A maioria dos nossos alunos é de amigos, quase nossos filhos, porra! Concurso para Guarda Municipal já é o mínimo, porque no Japão muitos governantes, diante dessa tragédia, se matariam por vergonha. Eu vou terminar ou na Escandinávia ou no Japão. 

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