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quarta-feira, 17 de abril de 2013

A Idade do Crime

Ricardo Líper

Ser contra a prisão perpétua de assassinos de 14 anos, que sabem muito bem o que fazem, é defender o assassinato generalizado. Quer dizer: adolescente pode matar e ficar impune. Os sujeitos que mataram uma criança por estupidez, deboche, falta total de respeito e humanidade pelo semelhante em um jogo de futebol na Bolívia devem ficar impunes ou ter penas leves se trazidos para o Brasil. Aí, tá certo. O menino morre sem poder realizar seus sonhos porque psicopatas decidiram isso (o conceito aqui é aquele que despreza a vida alheia achando que todo tipo de idiotice é uma brincadeira; é o sádico que transforma tudo em brincadeira e chega a matar por brincadeira, porque não tem empatia com o sofrimento de ninguém, monstro tão perigoso que solto pode matar por absoluta irresponsabilidade, brincadeira, porque despreza, por ser escroto, a vida do outro). Outra coisa que devemos considerar é que os principais e mais civilizados países do mundo tem  maioridade penal oscilando entre 8 e 14 anos. É um fato. Não significa que o menor vai direto para prisão perpétua. Significa que ele pode, a depender do crime, ser julgado como adulto. E isso é importante sim. O argumento que só negros e pobres seriam julgados tem algum sentido, mas não é absoluto. Tem  filhinhos de papai que são psicopatas, estupradores, ladrões. E tem mais, na nossa população, quem não é psicopata está desarmado. Não pode se defender. É como galinha no matadouro. E todo mundo acha muito natural.
Pois eu não caio no conto do vigário fácil, porque não costumo dormir de touca e sou difícil de ser enrolado por bordões de intelectuais de bar que, conheço muitos, terminam ficando ricos com o dinheiro da direita e suas empresas internacionais que antes,  como feras, sempre berraram um radicalismo semelhante ao cabo Anselmo. Termina tudo nas mãos das mesmas empresas que liquidam o País sistematicamente. "O capital". Vocês não querem ler a obra principal de Marx. O capital resultado do trabalho da maioria não tem nem bandeira, nem ideologia, nem nada, ele quer apenas se reproduzir e o faz em qualquer sistema e quem mama nele não interessa se é de direita ou esquerda. E, se não for uma democracia, mata todo mundo para mamar em suas tetas. Por isso o absurdo do século passado foi a queda da URSS, que choro até hoje. Sim, por que não se abriu uma democracia formada por partidos socialistas que respeitassem o mínimo do socialismo implantado, abrindo o sistema dentro de seus parâmetros principais? Por que o capital não tem ideologia, meu caro. Ele é o capital. Tudo vale. Até servir hoje às empresas que se combatia no passado. Portanto, na superestrutura: matou tem de se explicar muito bem. Se não foi em legítima defesa deve ir para prisão perpétua sim, porque não temos direito de matar o outro, nem de humilhar, nem de discriminar. Isso é a base de uma sociedade civilizada. Não precisa amar todos, mas respeitar é obrigatório. Deve ser a lei fundamental do País. A nossa sociedade, devido aos interesses das elites dominantes, não cuidou disso e o resultado foi esse que todos estão vendo.  O povo apavorado porque pode ser assassinado a qualquer momento. Ninguém quer ter negócio nenhum porque é certo ser assaltado e assim acabam os pequenos empregos para adolescentes e pais de família. A pequena empresa acaba atolada em impostos para, sei lá quem se locupletar, vêm os assaltos e fecha. Tudo vira um mangue. Um filme de terror com todo mundo sendo assassinado mais do que em países em guerra. Assassinado até por crianças, superando locais de guerra aberta ou situações de gravidade muito maior do que esse infeliz e infernal País que ainda diz ser pacífico e acolhedor. Uma das maiores maldades do mundo é se dizer aos estrangeiros que eles têm algum tipo de segurança aqui. A França já percebeu isso e os outros começam a perceber. Turista que vem aqui é cada vez mais quem tá pronto pra tudo. Quer droga e sexo baratos e arrisca tomar uma bala na cabeça. O resto é por ingenuidade. E cada vez mais, os mais sensatos, já nem pensam em pousar por aqui.

3 comentários:

  1. Ricardo, sua interpretação da criminalidade crescente é pela psicologia individual, o sujeito que comete latrocínio é um psicopata, aliás segundo seu raciocínio, os índices elevados de criminalidade só confirmam a quantiddade estupenda de psicopatas.

    Penso diferente. Existe algo chamado sociedade; seus problemas não são explicados pela psicologia individual, são problemas sociais, e se explicam pelas disfunções deste organismo que mais parece uma selva, dada a quantidade e diversidade de bichos.

    Para quem pensa que existem problemas sociais estes crimes contra o patrimônio têm como causa remota uma desigualdade absurda na distribuição da riqueza, que é produzida socialmente e apropriada individualmente. Concentrada a grana em níveis inaceitáveis começam as disfunções, uma distribuição de renda nas pontas dos canos das armas com um custo elevadíssimo em vidas.

    Talvez nunca cheguemos a um acordo e aí ficamos assim: você com seu ponto de vista e eu com o meu e a vida seguindo.

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    1. Não acredito q o crime esta ligado a pobreza.O crime esta no DNA. Pessoas ricas tb matam. Veja exemplo de Suzane Ristofer ou o casal Nardone e varios outros.

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    2. Uma coisa é um homicídio casual cometido por uma pessoa rica ou pobre outra é uma crise social com índices altíssimos de crimes contra o patrimônio, tal o caso do latrocínio, matar para roubar ou matar depois de roubar para não ser identificado pela vítima em inquérito policial. Separe as coisas pois são fatos diferentes e com motivações diferentes.

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