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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

JORNAL COMENTADO 40


tony PAcheco*

5:40 – 18.01.2013 – Sexta-feira

"Economia chinesa cresce 7,8% em 2012, a menor taxa em 10 anos"

(Folha de S. Paulo)

A China é o maior comprador de produtos brasileiros, absorvendo 14,3% de nossas exportações, logo seguida dos EUA, com 12,6%. A economia americana, desde 2008, é aquilo que se sabe: se equilibrando para não cair. A chinesa cambaleante é uma novidade que, por isso mesmo, preocupa demais. Ou pelo menos, deveria preocupar as nossas autoridades...
E saíram os números oficiais da economia chinesa em 2012 e o dragão  teve um crescimento de 7,8%, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas. O número, embora gigantesco em relação ao “pibinho” (maquiado) de 1% do Brasil, é preocupante diante dos números históricos da China: 9,3% em 2011 e 10,4% em 2010. A tendência tem sido de queda, o que significa que o Brasil estará cada vez mais ameaçado por diminuição nas suas exportações. Vai ser menos dinheiro por aqui para se brincar de economia desenvolvida...


Para quem cresceu 9,3% em 2011 e incríveis 10,4% em 2010, a China mostrou que está aprendendo com os EUA a despencar. O Escritório Nacional de Estatísticas do dragão disse que em 2012 a economia chinesa cresceu apenas 7,8%. É muito mais que o 1% brasileiro, mas é EXTREMAMENTE PREOCUPANTE porque a China é o maior comprador de nossas mercadorias primárias e isso significa que teremos menos dinheiro disponível no Brasil para brincar de economia desenvolvida e num cenário de gastança oficial como o atual (2013, Copa das Confederações; 2014, Copa do Mundo; 2016, Olimpíadas), podemos estar vivendo os dias anteriores à nossa transformação numa GIGANTESCA GRÉCIA. 

Para aqueles não muito versados em economia, a China, ao receber do Brasil o apoio para ser classificada como “economia de mercado”, se tornou a grande esperança de parceria comercial. Contudo, o que se tem visto é a repetição do nosso papel histórico de país exportador de produtos primários e importador de produtos de alta tecnologia, como antes fizeram conosco Portugal, depois Inglaterra e mais recentemente os EUA, agora parcialmente sendo substituídos pela China.
Dêem uma olhada nestes números: do que a China compra do Brasil, 70% são produtos primários. Do que o Brasil compra da China, 96% são de produtos industriais, os chamados, manufaturados.
Os chineses nos compram minério de ferro, soja, tabaco, couros, cobre, carnes de frango, boi, porco e rã e nos vendem todo tipo de aparelhos eletrônicos (telefones, TVs...) e ainda circuitos integrados eletrônicos para que possamos montar aqui aparelhos de alta tecnologia, isto é, a tecnologia vem de lá e nós apenas montamos aqui, como no caso dos automóveis chineses que vêm do Uruguai.
Para o economista Luiz Carlos Bresser Pereira, o que os chineses estão fazendo conosco os americanos já fizeram antes: “Estamos virando um México, e nada há de mais desgraçado do que virar um México”, desespera-se o especialista, pois virar um México significa bancar indústria montadora de produtos produzidos com tecnologia importada de outro país.
A realidade é que os brasileiros têm que se preparar para dias ruins e começar a POUPAR e parar de gastar e se endividar, pois nossos principais compradores, China e EUA, não conseguem sair da crise em que se meteram.
Está programando trocar de carro? Não troque. Quer comprar novos refrigerador, TV, fogão? Não compre. Poupe o que está sobrando e aguarde os próximos lances, pois uma queda no PIB da China, em dois anos, de 10,4 para 7,8% é para deixar qualquer um com os cabelos em pé...

* tony pacheco estudou Economia nas universidades federais de Juiz de Fora e da Bahia.

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