Filmes Comentários

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Salvador, Salvador, terra de muita dor!

Lembrando a Legião Urbana, "por que fazer um deus ficar tão triste?", afinal, Salvador homenageia Cristo no nome, não é verdade?




toNy PacHeco

Uma vez por mês, pego meu carro e vou dar uma de dona-de-casa e vistoriar minha velha Salvador.
Neste último fim de semana resolvi visitar a Cidade Baixa. Quando saí do Túnel Américo Simas, a primeira surpresa ruim. Buraco no fim do túnel, em plena curva. Talvez seja por isso que vez por outra uma carreta despenque ali ou um carro bata no outro fazendo bagaceira.
Aí, peguei a Av. Jequitaia. Uma sucessão de buracos de dar medo. Pobre da suspensão da barqueta...
Passo pela Calçada e chego ao Largo dos Mares para pegar a Av. Fernandes da Cunha, onde as sinaleiras não têm sincronia e você pára, avança, pára, avança. Um monumento à modernidade!
No Largo de Roma, que algum tolo rebatizou de Largo Irmã Dulce sem saber que o largo é dedicado à Nossa Senhora de Roma, Mãe de Deus, hierarquicamente superior a uma freira... Bem, pelo menos é o que eu pensava...
A buraqueira é generalizada, da Fernandes até da Cunha até às vias que circundam o largo, que está abandonado, feio.
Aí pego a Av. Luiz Tarquínio. Outra sucessão de crateras como nunca vi, até o Largo da Boa Viagem.
Dali, pego a Rua da Boa Viagem e é o maior mangue. Mão e contramão numa via estreitíssima onde é permitido o estacionamento de ambos os lados. Vou negociando, negociando e chego ao final de 100 metros, que percorreria em 10 segundos, após quase meia-hora. Ninguém merece!
E lá vem mais buraco, quando desço para a Ponta de Mont Serrat onde a via mal cabe um veículo e se permite que ainda se estacione na ladeira. É Salvador!
Como é o primeiro dia do horário de Verão e sei que terei Sol até 20 pras 7, resolvo esquecer tudo, mas aí vejo que a ponta da igrejinha foi alugada (alugada por quem, se é ESPAÇO PÚBLICO!) para um casamento. Privatizaram a Ponta de Mont Serrat no primeiro pôr-do-sol do Horário de Verão 2011/2012.
Meus amigos, paulistas, não entendem nada. E eu nem tenho coragem de explicar. Faço igual ao call center indiano da GVT: “É assim mesmo”, digo eu.
Desistimos do pôr-do-sol ali e rumamos pela Rua Rio S. Francisco, com mais buracos, em direção à Igreja do Bonfim e constatamos: ô pracinha feia e mal-cuidada é aquela do maior cartão-postal da Bahia. Vixiiiiiiiiiiiii!!!
Resolvemos ir para a Ponta da Penha, na Ribeira. Mais buraqueira nas avenidas Porto dos Mastros e Porto dos Tainheiros. Na Av. Beira-mar, a incrível constatação: ali deveria ser, DESDE SEMPRE, MÃO ÚNICA em direção ao Bonfim, pela orla. Mas é mão-dupla e com estacionamento em ambos os lados. UM INFERNO!
Desisti de continuar tentando passear na Península de Itapagipe e levei meus amigos paulistas para o Rei da Pamonha, na BR-324, fora de Salvador. Lá eles comeram salgadinhos deliciosos (culinária paranaense kkkkkkkk), tomaram suco de milho à vontade e se esqueceram que estavam em Salvador, pois ali tudo é limpinho, novinho, atendentes educadíssimos...
A que ponto chegamos, triste Salvador!

2 comentários:

  1. Olá, Tony,

    A Ponta é de Humaitá, e não de Mont Serrat. Ponto literário. Onde Jorge Amado fez aportar Tieta, do Agreste. Realmente a Igreja toma área Pública nos sábados de casamento. Sinal de que Estado e Igreja ainda andam de mãos dadas, após cento e tantos anos de separação constitucional.

    Rapaz, prefiro uma moqueca no Restaurante Bombordo (R$ 39,00), ali na Beira Mar, a tomar suco de milho. A Ribeira, mesmo largada pela Prefeitura ainda carrega um espírito bucólico só encontrado em cidades do interior. Mas é bom escolher um dia de semana prá passear ali, e curtir o mais belo por do sol do hemisfério sul.

    um abraço,

    Carlos Baqueiro

    ResponderExcluir
  2. Bakerovsky, é com esta CONDESCENDÊNCIA tipicamente baiana que todas as autoridades, desde Thomé de Souza, contam.
    Eu gosto de limpeza, de rua asfaltadíssima, de passeios perfeitos, de ruas desimpedidas. É por isso que pago uma fortuna de IMPOSTOS. Eu e outros soteromineiranos, soteropaulistanos, soterogauchanos, pois, vocês, soteropolitanos de nascença, vivem olhando o umbigo e esquecem de ver os buracos.
    Ah, PARABÉNS PELO SEMINÁRIo. dE FUDER.

    ResponderExcluir