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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O preconceito e seus equívocos

Ricardo Líper


O problema e a estupidez dos preconceitos é que o preconceito se baseia em um equívoco essencial. Esse equívoco está assentado numa confusão entre o que é essencial ou não nas pessoas para elas serem pessoas boas. É a questão da ênfase dada a aspectos secundários das pessoas em detrimento dos principais. Isto é, dar ênfase à cor da pele, dar ênfase como a pessoa goza, que religião ou filosofia política professa etc. Reduz assim toda a sua personalidade, capacidade intelectual e profissional a coisas secundárias e tolas.  Esse é um grande equívoco. É ser muito ingênuo e tolo. Otário, em suma. O preconceito é, antes de mais nada,  coisa de otário. Ele é manipulado por teorias com segundas intenções como, por exemplo, explorar populações como os escravos negros os dizendo inferiores. O alienado, equivocado por teorias falsas, mas maliciosas, não percebe que o que importa, no ser humano, é seu caráter em primeiro lugar, portanto, sua capacidade de ser bom, justo, e, assim sendo, amar e gostar dos outros.  Portanto, se ele é um amigo leal, muitas vezes tranquilo e espirituoso. São essas coisas que nos fazem gostar, realmente, das pessoas.  Ou você prefere um branco canalha a um negro que  tenha caráter, palavra e não vá lhe maltratar, explorar, trair? Você prefere um travesti honesto, leal ou um homem machista, ou que assim se diga, canalha, mentiroso, que vai, na primeira oportunidade, lhe aplicar um golpe? E aí você me diz: - Mas se os dois forem honestos quem você preferiria? Os dois. Nunca eu iria optar por me relacionar com um sujeito sem caráter, golpista, agressivo, que pode a qualquer momento me trair, criar armadilhas para eu me dar mal, invejoso, cretino.  Não gostaria de fazer nenhum negócio com um homem branco desonesto ou empregá-lo, se eu fosse um empresário, o trocando por um travesti honesto e, profissionalmente, capaz. A raça, a religião, os hábitos sexuais que eu  procuro nas pessoas que eu gosto se chama caráter. Só tenho um preconceito. Não gosto de cretinos. Porque no mundo real, o que nos atrai mais no ser humano é ser bom, justo, honesto, amigo, agradável de se conviver. Diante dessas qualidades, até a beleza do corpo é secundária. Só no delírio das teorias, religiões e filosofias fascistas, sob várias roupagens, que alimentam os preconceitos, é que se pensa o contrário. 

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