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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ministério Público investiga escorcha das montadoras de carros


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Este carrinho é fabricado aqui e vendido no México quase pela metade do preço que pagamos 


ESCORCHA
Os mexicanos têm salários semelhantes aos nossos, mas pagam a metade do preço por carros fabricados por nós mesmos.


Frase:

"A responsabilidade social da empresa é maximizar seus lucros." (Milton Friedman ridicularizando quem pensa em capitalismo socialmente responsável) 


Os carros, o MPF e a demora para acordar

Finalmente, o Ministério Público Federal acordou para um problema que vem sendo denunciado pela mídia há, pelo menos, 20 anos. Os preços de produtos manufaturados no Brasil é, sempre, duas ou três vezes mais caros que nos EUA, onde os salários são duas ou três vezes maiores que os nossos. Isto é, ganhamos menos e pagamos mais.
Mas não é só nos EUA, um carro Volkswagen Jetta, no México, custa o equivalente a R$40 mil, enquanto que o mesmo carro, no Brasil, parte de R$66 mil. Ou seja, R$26 mil a mais: daria para comprar um Jetta e um Gol. Os tolos dirão: são os nossos impostos. Nanananinha! O ex-presidente Lula fez um acordo com o México para não cobrar imposto de importação dos carros mexicanos em troca de os nossos carros entrarem lá sem pagar impostos. Portanto, esqueçam impostos.
Agora, em relação aos EUA é pior. Um Ford Focus lá custa R$26 mil e, no Brasil, R$53 mil. Mais que o dobro.
Mas isto nunca foi novidade, repete-se também com iPad, TV de LED e uma infinidade de itens. A ganância maior, contudo, sempre foi das multinacionais dos carros. Nos anos 1990, quando nós (Alex Ferraz e Tony Pacheco) éramos co-editores do caderno “Lazer&Informação” de “A Tarde”, pedimos a um familiar do colega Eliezer Varjão, que morava nos EUA, que fizesse a comparação de preços e publicamos reportagem-denúncia sobre isso: há 20 anos. E só agora o MPF despertou. Huuummmmm!!!

Antes tarde
do que nunca
Mas, como diz Sigmund Freud, o mundo é como é, achar que ele vai acompanhar, sempre, a velocidade de nossa mente é alimentar uma neurose. Então, ficamos felizes de que finalmente as autoridades brasileiras vão ter que se manifestar sobre o escândalo que é a ganância das nossas montadoras de automóveis.
Vamos ver no que vai dar...

Problema é
o lobby
Como a ganância das montadoras envolve milhões e milhões de dólares e como o MPF deu 180 dias ao Ministério da Fazenda para se manifestar, aguardem lobbies gigantescos para explicar o inexplicável.
Vai aparecer autoridade e jornalista dispostos a defender a escorcha da classe média brasileira como nunca se viu antes neste País. Aguardem...



* Os textos acima foram publicados, hoje, na Tribuna da Bahia, por conta dos dias que substituí Alex Ferraz. Mas vejam, abaixo, que este assunto é recorrente em nossas preocupações. No nosso blog anterior, já denunciávamos isso há mais de dois anos.




BRASILEIRO É O CONSUMIDOR-PALHAÇO
(publicado no blog OsInimigosdoRei em 15.07.2009)






Este é o Golf brasileiro. Fabricamos e mandamos para o Canadá. Aqui ele é vendido a 56 mil e lá a 28 mil. 

Dossiê - AUTOMÓVEIS

Em outras duas oportunidades aqui no blog, provei com dados dos sites estrangeiros das montadoras também estabelecidas no Brasil que nós pagamos o dobro e até o triplo do valor que mexicanos, americanos e outros povos pagam pelos mesmos automóveis que nós também consumimos.
Só faltava pesquisar por quanto chegam os veículos fabricados aqui e que são vendidos no exterior.
Aí vi que o Golf brasileiro é o mesmo vendido no Canadá. É fabricado aqui e vendido lá, pagando impostos locais e um frete marítimo caríssimo. Por lá ele é chamado de Golf City. O preço no Canadá (que não inclui ar-condicionado de série, como no modelo brasileiro, mas, sim, o motor 2.0, em vez do nosso fraco 1.6, toca CD com MP3, airbags e ABS de série) é de 15,3 mil dólares canadenses. Isso dá mais ou menos R$ 26,4 mil em nossa moeda. Se juntarmos a esse valor os 1.350 do ar-condicionado, chegaremos a 16,65 mil dólares canadenses, mas lá o ar é até inútil, pois o Canadá é um país gelado a maior parte do ano. Mas, mesmo com o ar-condicionado dá, em reais, cerca de R$ 28,71 mil.
O mesmo carro que nós fabricamos e mandamos para o Canadá e chega lá por 28 mil reais para os canadenses, no Brasil custa, para nós, R$ 56,39 mil. O dobro.
Estes somos nós: os consumidores-palhaços, que não elegemos um deputado, um senador, ninguém que defenda nossos interesses contra as multinacionais sanguessugas que vendem tudo mais caro a nós, mesmo sabendo que nossos salários são dos menores do mundo.

7 comentários:

  1. vejam vocês, arco-íris já mudou de cor...

    quanto tempo (e miolos) perdemos tentando transformar o capitalismo num sistema econômico minimamente coerente...

    de um lado um sistema agonizando tentando se manter vivo através da acumulação de mais capital e, do outro lado, uns moços prisioneiros de suas inseguranças tentando "colecionar" quinquilharias multicoloridas que estão exportas numa vitrines...

    nem a "ford" explica tamanha imaturidade!

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  2. senhores,

    quando é que esse blog vai tratar das taxas e impostos sobre a cesta básica:

    feijão;
    arroz;
    óleo de soja;
    ovos;
    carne de segunda;
    frango.

    ovos;

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  3. sabemos que o governador tem o seu tempo (bem como o alcaide criado com leite de bode!) centrado em viabilizar ações para questões de primeira necessidade, tais como a modernização da "nossa" bahia (estádio de futebol, acessibilidade para inglês ver [veiculo leve sobre trilhos], ponte para a ilha de itaparica, etc.)...

    entretanto, seria plausível que se fizesse uma pequena exceção, que tal pensarmos na implantação de um sistema para a fluoretação da água potável fornecida pela embasa, que é uma empresa pública, e seria de grande utilidade para a população baiana como um todo.

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  4. a "kia", menos ainda...

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  5. faltou fala dos livros. todo livro que me interessa leva mais de 5% do meu salario. ja tive nos EUA e vi todos livros que eu queria por 5, 6, 7 dolar. é uma merda vive no Brasil. ganhamos pouco e pagamos muito. gostei do post.

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  6. Anônimo aí de cima, vá aprender a escrever primeiro. Que livros você anda lendo? Os livros de Lula?

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