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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um Pouco de Desobediência Civil

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Aproveitando a "bela" discussão travada em alguns comentários de posts anteriores a este largo aqui alguns trechos, escolhidos por mim, da bela (sem aspas) obra de Henry David Thoreau, escrita pela primeira vez em 1848. Os títulos dos trechos são meus.

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Sobre o Governo

Aceito com entusiasmo o lema "O melhor governo é o que menos governa"; e gostaria que ele fosse aplicado mais rápida e sistematicamente. Leva­do às últimas conseqüências, este lema significa o seguinte, no que também creio: "O melhor governo é o que não governa de modo algum"; e, quando os homens estiverem preparados, será esse o tipo de governo que terão. O governo, no melhor dos casos, nada mais é do que um artifício conveniente; mas a maioria dos governos é por vezes uma inconveniência, e todo o governo algum dia acaba por ser in­conveniente. As objeções que têm sido levantadas contra a existência de um exército permanente, numerosas e substantivas, e que merecem prevalecer, podem também, no fim das contas, servir para pro­testar contra um governo permanente. O exército permanente é apenas um braço do governo permanente. O próprio governo, que é simplesmente uma forma que o povo escolheu para executar a sua vontade, está igualmente sujeito a abusos e perversões antes mesmo que o povo possa agir através dele. Prova disso é a atual guerra contra o México, obra de um número relativamente pequeno de indivíduos que usam o governo permanente como um instrumento particular; isso porque o povo não teria consentido, de início, uma iniciativa dessas.
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Sobre os Servidores do Governo

Desta forma, a massa de homens serve ao Esta­do não na sua qualidade de homens, mas sim como máquinas, entregando os seus corpos. Eles são o exército permanente, a milícia, os carcereiros, os polícias, posse comitatus, e assim por diante. Na maior parte dos casos não há qualquer livre exercício de escolha ou de avaliação moral; ao contrário, estes homens nivelam-se à madeira, à terra e às pedras; e é bem possível que se consigam fabricar bonecos de madeira com o mesmo valor de homens desse tipo. Não são mais respeitáveis do que um espantalho ou um monte de terra. Valem tanto quanto cavalos e cachorros. No entanto, é comum que homens assim sejam apreciados como bons cidadãos. Há outros, como a maioria dos legisladores, políticos, advogados, funcionários e dirigentes, que servem ao Estado principalmente com a cabeça, e é bem provável que eles sirvam tanto ao Diabo quanto a Deus - sem intenção -, pois raramente se dispõem a fazer distinções morais. Há um número bastante reduzido que serve ao Estado também com a sua consciência; são os heróis, patriotas, mártires, reformadores e homens, que acabam por isso necessariamente resistindo, mais do que servindo; e o Estado trata-os geralmente como inimigos. Um homem sábio só será de fato útil como homem, e não se sujeitará à condição de "barro" a ser moldado para "tapar um buraco e cortar o vento”; ele preferirá deixar esse papel, na pior das hipóteses, para as suas cinzas.
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Sobre os Impostos

É apenas uma vez por ano, e não mais do que isso, que me encontro cara a cara com este governo norte-americano, ou com o governo estadual que o representa: é quando sou procurado pelo coletor de impostos; essa é a única instância em que um homem na minha situação não pode deixar de se encontrar com esse governo; e ele aproveita a oportunidade e diz claramente: "Reconheça-me". E não há outra forma mais simples, mais efetiva e, na conjuntura atual, mais indispensável de lidar com o governo neste particular, de expressar a sua pouca satisfação ou seu pouco amor em relação a ele: é preciso negá-lo, naquele local e momento. O coletor de impostos é meu vizinho e concidadão, e é com ele que tenho de lidar porque afinal de contas estou lutando contra homens, e não contra o pergaminho das leis, e sei que ele voluntariamente optou por ser um agente governamental. Haverá outro modo de ele ficar sabendo claramente o que é e o que fiz enquanto agente do governo, ou enquanto homem, a não ser quando forçado a decidir que tratamento vai dar a mim, o vizinho que ele respeita como tal e como homem de boa índole, ou que ele considera um maníaco e desordeiro? Será ele capaz de superar esse obstáculo à sua sociabilidade sem um pensamento ou uma palavra mais rudes ou mais impetuosos a acompanhar a sua ação? Disso estou certo: se mil, ou cem, se dez homens que conheço - apenas dez homens honestos ou até um único homem honesto do Estado de Massachusetts, não mais sendo dono de escravos, decidisse pôr fim ao seu vínculo com o Estado, para logo em seguida ser trancado na cadeia municipal, estaria ocorrendo nada menos do que a abolição da escravatura nos Estados Unidos da América. Pois não importa que os primeiros passos pareçam peque­nos: o que se faz bem feito faz-se para sempre. 

O texto original e na totalidade pode ser encontrado no link:

11 comentários:

  1. Sarney quando era presidente da República chamou os empresários de "Discípulos de Bakunin"; entre eles estava Mário Amato, na época presidente da FIESP.

    Que saco de gato desgraçado este que Baqueiro que meter Thoreau: Mário Amato, Sarney e empresários sonegadores, ladrõeszinhos vulgares e hipócirtas do dinheiro público.

    Cruz-credo.

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  2. gostaria de acrescentar uma frase de leon tolstói à lista de thoreau:
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    "As leis são regras feitas por pessoas que governam por meio da violência organizada que, quando não acatamos, podem fazer com que aqueles que se recusam a obedecê-las sofram pancadas, a perda da liberdade e até mesmo a morte"

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  3. uhuuhuhuu. as valquirias de wagner estão na área. se derrubar é penalti. kkkk. esses defensores do pt são chatos prá caralho. e são velhinhos, viu ? lembram até dos amigos na década de 80. sarney, amato, fhc, etc.

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    1. Donos do INIMIGOS DO REI, este blog de altíssimo nível não pode permitir que delinquentes tais como o cretino que postou o excremento acima participem deste blog.
      Este marginal não conhece boas maneiras ou qualquer norma de respeito ao outro, é um fascistazinho despejando seu ódio na rede.

      Deletem os comentários deste meliante em nome dos princípios humanitários e éticos do anarquismo, pois fascistas aqui não podem ter vez, negam a própria humanidade e seus valores mais caros de respeito à pessoa humana.

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    2. Todos aqui têm vez. Inclusive os mastodontes que aqui aparecem com ideias torpes e nauseabundas. Sem censura, sempre (a não ser que xingue a mãe da pessoa). kkkk. Mas pelo que sei nenhum ANÔNIMO tem mãe. E aqui só tô vendo gente sem assinar as merdas que escrevem.

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    3. Fascistas e nazistas, pessoas autoritárias que atentam contra a dignidade da pessoa humana com as ofensas mais baixas e indignas não podem ter espaço neste blog.

      Impedir estes energúmenos de cometerem seus crimes aqui é legítima defesa, não é censura. Censura é outra coisa. Daí não venha o imundo fascista com sua desfaçatez escudar-se em objetivos nobres para esconder sua sordidez.

      A liberdade aqui compreendida, liberdade defendida por pessoas libertárias, não abarca a liberdade de cometer crimes, ofensas contra a honra e humilhações contra outros internautas. Só os fascistas procuram se escudar na liberdade para despejar na rede seu ódio, excrementos mentais, contra a humanidade.

      Os criminosos fascistas que andam por aqui agredindo e ofendendo são um caso de polícia; precisam ser identificados e deletados seus comentários indignos.

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    4. Ô Anônimo abobadado, xingar e agredir no anonimato um outro anônimo é caso para psiquiatras e não para polícia.

      Aninha (cobro baratinho um bom tratamento).

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    5. Anônimos podem cometer crimes sim Aninha(do Casquinha de Siri). Faça apologia do nazismo, ou valendo-se de referências a raça, cor, etnia, religião ou referência à idade da pessoa idosa ou portadora de deficiência atente contra a dignidade ou decoro e verá o que lhe pode acontecer...

      Uma moça muita sabida como você recentemente foi condenada por se referir de maneira pejorativa a nordestinos. Luiz Datena respondeu processo porque incitou preconceito contra ateus em seu programa na tv...

      Aninha (que cobra barato) ponha os pelos pubianos de molho ao ofender a dignidade ou decoro das pessoas, mesmo se referindo a coletividades, sem referência a indivíduo específico...

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    6. Ô, anônimo besta. Anônimos são a carniça da humanidade. Vai mandar me prender, Anônimo Milico. Pseudo-democrata. Abaixo a censura. Fora Anônimos Fascistas, que defendem a convenção dos fascínoras que não querem o debate.

      Afff. Vou ali comer, uma casquinha de siri, com molho tártaro. :-)

      Aninha (prá alguns casos talvez não exista salvação).

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  4. Ótimo, Baqueiro. Engraçado é ver texto de 1848 parecer que foi escrito hoje de manhã, em 2012, em pleno Brasil.
    Está certo quem disse: muda-se tudo para que tudo permaneça como está.

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  5. VOTO NULOOOOOOOOOOO............

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