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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um dia de cão

Ricardo Líper

Um amigo estava com ameaça de dengue e, assim sendo, fui ao cinema do Shopping Iguatemi, na parte da tarde, sabendo que voltaria de ônibus. Foi no dia 13, no último domingo. Fui assistir "Reféns". Sala 9 do Iguatemi, iniciando a sessão às 17 horas. Já no início um casal na mesma fila, com um criança, acredito de menos de um ano ainda, chupando bico e chorando no colo. Agora, recém-nascidos entram no cinema com os pais e choram, claro, porque filmes e, principalmente para adultos, não seria um lugar adequado para crianças muito novas, ainda de colo. Onde estão, por exemplo, os órgãos que cuidam das crianças? O cinema quer ganhar dinheiro e pouco está se preocupado se as crianças sofrem ou incomodam todos os outros.
Reféns é um filme de suspense intenso, que prende a atenção das pessoas o tempo todo e cada diálogo ou mesmo gestos e palavras são importantes. No meio do filme a tela ficou toda preta com o som do filme continuando. O povo gritou. A luz demorou a acender. O filme, finalmente, continuou. Mas, não do momento no qual o filme foi interrompido. Novos gritos. Nova interrupção. Então o filme voltou a continuar. Interrompeu de novo com a tela toda escura. Novos protestos da platéia. Volta o filme. A criança no colo da mãe chora. Na sala 3 do cinema da mesmo Shopping, dias antes, tinha assistido um filme com a projeção escura. Dava para ver as imagens, mas quem tivesse uma percepção mais aguda percebia que estava um pouco escura. O filme era de terror o que aumentava o defeito devido às cenas noturnas. Vou muito ao cinema. Concordo com Schopenhauer que na sua estética diz que a arte nos faz, no momento em que a estamos contemplando, esquecer de uma realidade opressora na qual vivemos. Depois do cinema, na volta para casa, no Campo Grande,  na frente do Teatro Castro Alves, esperei 45 minutos para tomar um ônibus que passasse no Campo da Pólvora. Poderia ir andando porque  é até um bom exercício e a distância não é tão grande, mas possivelmente seria assaltado e aí preferi, se fosse assaltado, ser no ônibus, com mais gente em volta. Eu tenho um amigo espírita a quem sempre pergunto: o que fizemos na outra encarnação para encarnarmos nesta morando em Salvador e no Brasil e ele me responde: "no mínimo fomos nazistas ou fomos aqueles soldados que  crucificaram Cristo".   

5 comentários:

  1. Hora de mudança, Mestre Líper.
    Se mande, troque de casa e bairro.
    Empreitada dificil, mas dia de cão serve para isto.

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  2. Putz... está se tornando vergonhoso essa onda de quebradeiras dos projetores dos cinemas do Iguatemi. Há um tempo atrás o filme Thor também teve a projeção escurecida... horrível. E a duas semanas atrás fui assistir Gigantes de Aço (dublado) e a tela, inicialmente irregular, por incompetência do projetista, foi consertada por gritos na platéia, e logo depois começou a piscar com frequência, irritando todo mundo mais uma vez. A platéia saiu revoltada e foi para outra sala, onde passava o mesmo filme legendado...

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  3. Ricardo,
    Infelizmente não só os cinemas são desmazelos com os clientes e frequentadores ,nesta cidade o mal atendimento impera: em lojas, restaurantes, transporte coletivo, taxis,etc. As pessoas não têm cultura de oferecer um tratamento adequado à quem busca estes serviços, difere totalmente de outras cidades brasileiras, até mesmo do nordeste,infelizmente Salvador uma cidade linda é uma das piores em termos de atendimento e de valorização do cidadão. Quase sempre somos tratados com total descaso e quando é diferente , realmente são raríssimas excessões.
    Um grande abraço,
    Ernesto Simões

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  4. o "tempo" passa até para os projetores dos cinemas do Iguatemi...

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