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terça-feira, 28 de abril de 2015

Porque estamos de luto, com lágrimas nos olhos

Ricardo Líper

Essa tragédia ocorrida com uma simples chuva nesta cidade lamentável, coitada, nesses últimos dias, é simples de se entender. Seria relativamente fácil se construir casas para abrigar pessoas com risco de serem mortas em locais de risco. E elas poderem pagar em financiamentos possíveis. Não se faz isso. O motivo é simples. Existe nesses mandatários um neoliberalismo disfarçado, somado ao autoritarismo burocrático herdado das ditaduras que maltrataram o nosso País durante muito tempo. O neoliberalismo é permitir e incentivar os que têm capital poder livremente aumentá-lo. Bem, esse sistema faliu em todo o mundo. Quase extermina a Inglaterra e outros países. Não estou dizendo que o Estado deve dominar tudo e regular tudo, estou dizendo que se pode permitir e garantir a liberdade daqueles que querem empresariar mas manter uma estrutura estatal na qual se garanta o desenvolvimento de algumas empresas e o apoio à população com garantias de educação, atendimento médico, moradia e aposentadoria. E também não deixar que as riquezas principais do país sejam exploradas por particulares associados a empresas estrangeiras. O problema é esse. O neo liberalismo disfarçado por democrático leva ao foda-se para todos, livrando só os que dominam o mercado e o poder. O resto que se lasque. Por isso que se deve votar certo. E votar certo não é votar em quem já mostrou várias vezes que não é capaz de resolver nossos problemas reais. Ao contrário, só tem nos levado ao desespero. Repito, eu não quero mais me entristecer de saber que uma criança de 12 anos, uma senhora, uma mulher em plena idade de seus trinta anos morreram soterradas em uma chuva que não foi o terremoto do Nepal. Gostaria de ser como alguns políticos que com a cara de banjo e um psicopatia essencial não se acham culpados e culpam até a chuva.  É preciso, insisto, pessoas honestas e preparadas para exercer o poder. E não são os que ficam sorrindo a cada eleição nos muros de nossas cidades. É preciso surgir o candidato sem campanha. Que você só saiba da sua candidatura pelas redes sociais gratuitas e seja comprovadamente honesto. Não se deve votar nulo. Mas sim votar contra. Até agora, o governo central tem tentado impedir o neoliberalismo desenfreado de liquidar o país. É por isso que tenho sempre sido um pouco compreensivo com essa luta deles. E entusiasmado quando vejo empresas vampiras que sempre contribuiram para o nosso País ser subdesenvolvido serem levadas ao banco dos réus. Meditem. Por favor, façam como os judeus fizeram com o Holocausto. Por favor, minha gente, que nunca esqueçamos o dia 27 de abril de 2015 e os mártires dessa tragédia de um total abandono de nossa cidade humilde, sofrida, escorraçada, supliciada por governos locais autoritários, fascistas, que abandonam o povo à própria sorte. É preciso se descrever os fatos em livros, em poemas fúnebres, em filmes, em depoimentos, em teses de mestrado e doutorado. Jamais esquecer. Criar uma data para a lembrança anual dessa tragédia. Assim os judeus conseguiram de fato garantir que Holocausto nunca mais. Estamos todos de luto. A cada hora o número de mortos aumenta. Não se pode esquecer isso e jamais esquecer os que foram assassinados pelo descaso daqueles que elegemos. 

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