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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ferry: o que há por trás da indiferença dos deputados?


Rosemberg Pinto (PT) não levou em consideração a série de documentos mostrando que a TWB inviabilizou o sistema ferryboat e que que causou um enorme prejuízo ao Estado. Preferiu apenas defender um ''acordo'' entre as partes. Completamente desinformado sobre o sistema ferryboat, Luiz Augusto, do PP, seguiu na mesma linha.
REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Causou espanto a quem assistiu a reunião de ontem promovida pelos deputados que integram a Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa a desinformação total e o pouco caso que alguns parlamentares fazem em relação à gravíssima situação do transporte marítimo entre Salvador e a Ilha de Itaparica, explorado pela concessionária TWB.
Diante do quadro caótico apresentado pela Agerba, através do seu diretor-executivo, Eduardo Pessoa, fundamentado em relatórios de auditorias feita pela Fipecafi e pela Auditoria Geral do Estado, um trabalho que consumiu quase 12 meses, insistiam alguns parlamentares que era preciso, segundo se entendeu, o Estado perdoar a TWB e começar tudo de novo.
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·                            diariamente pela população. O ferry opera com embarcações totalmente sucateadas, algumas até com rombo no casco, colocando em risco constante a vida dos usuários do travessia. Tudo por conta do sucateamento dos navios promovido ao longo dos últimos sete anos pela TWB, como provou o diretor da Agerba.
Será mesmo que os nossos nobres deputado, eleitos pelo povo, são tão desinformados assim? Será que eles não acompanham o noticiário da imprensa? Será que não assistem aos telejornais?
Ora, isso não importa. Devem acompanhar, sim. Mas o que interessa a esses parlamentares que defenderam tanto a TWB é que a situação do ferryboat siga no mesmo nível de caos. E que a concessionária prossiga na Bahia dilapidando o patrimônio público, ganhando muito dinheiro e arruinando a vida da população sofrida da Ilha de Itaparica e de uma parcela significativa dos moradores de Salvador.
Com certeza, esses parlamentares defensores da concessionária da três letrinhas – de ordinários serviços prestados à população, acusada pelo Ministério Público da Bahia, entre outras mazelas de praticar fraudes contra o Estado – nunca entraram em um ferryboat daqueles.
Um deles, o deputado Rosemberg Pinto, do PT, partido do governador Jaques Wagner, passou até mesmo por cima dos interesses da população, do governo e do Estado para chamar a atenção de todos para as ”consequências” do rompimento do contrato de concessão, que deverá sair até o final do mês.
Não é a primeira vez, é bom que se diga, que o deputado Rosemberg sai em defesa da TWB na Assembleia. O fato já se repetiu em pelo mesnos três oportunidades anteriores. O parlamentar, que é funcionário de carreira da Petrobras, mantém ligações de amizade com o dono da TWB, Reinaldo Pinto dos Santos, segundo informações que circulam nos bastidores da Assembleia e do próprio governo.
Como já foi divulgado, a empresa TWB é prestadora de serviço à Petrobras, através da Premolnavi Construções Navais, que atua em Pernambuco. Circulam informações, também, que Pinto, o deputado, teria incentivado Pinto, o dono da TWB, a implantar um estaleiro em Itaparica, que constuíria inclusive pequenas embarcação para o projeto do Pré-Sal. Felizmente para a Bahia esse projeto nunca foi executado. Seria mais um desastre para os baianos.
Rosemberg Pinto foi taxativo: “Eu não acredito em uma solução emergencial para o sistema ferryboat… É impossível sair de um serviço desse sem haver um pacto com a concessionária atual… Não acredito que exista empresa interessada no ferryboat…”
O deputado Pinto tentou jogar no esgoto todo o trabalho desenvolvido nos últimos 12 meses pelo Governo Wagner, através da Seinfra e Agerba. Dizer o parlamentar que não pode existir solução emergencial é um absurdo. Se o objetivo era encher a bola e deixar o dono da TWB à vontade para chutar e difundir suas mentiras na reunião da Comissão de Infraestrutura, tudo bem.
Em 2004, em uma situação muito menos grave, o governador Paulo Souto decretou a intervenção no sistema ferryboat operado na época pela Kaimi.
Outro parlamentar que também defendeu claramente a TWB foi Luiz Augusto, do PP. Totalmente por fora do sistema ferryboat, desconhecendo toda a situação anterior e a atual, esse parlamentar não disse coisa com coisa. Luiz Augusto com certeza absoluta nunca foi lá conferir o que é que a TWB oferece aos baianos. Trata-se de um fazendeiro, criador de gado em Guanambi, que não tem o menor compromisso com as reivindicações dos usuários e com o sofrimento da população.
“Eu quero ver se vamos terminar a reunião sem um acordo entre a Agerba e a TWB. Eu só quero ver”, gritou outro deputado, salvo engano o Sandro Régis. Como se a solução para o ferry fosse simplesmente um acordo entre as partes. Outro que não disse nada com nada foi o deputado Mário Negromonte Filho. E podia até ter dito se fosse um parlamentar que se interessasse pelo problema. Afinal, Negromonte foi chefe de gabinete do ex-secretário João Leão, por onde passavam os processos da TWB. Foi uma época muito propícia para a concessionária, que transitava com desenvoltura nos gabinetes da Seinfra e da Agerba.
A saída da TWB da Bahia, queiram ou não os nobres deputados que defendem a concessionária, não é apenas uma decisão do governo, da Seinfra ou da Agerba. É um anseio da população, que eles (os deputados) não querem respeitar e não se preocupam em defender. O Ministério Público da Bahia já recomendou a intervenção no sistema, com base nas informações seguras que passou a contar e que não deixam qualquer dúvida sobre a situação caótica e a total incapacidade de a TWB continuar à sua frente.
Como bem colocou a deputada Maria Del Carmem (PT), é muito estranho que agora se queira (os colegas dela) questionar as auditorias realizadas, o Ministério Público e o interesse do governo em querer melhorar o serviço prestado aos usuários. Infelizmente, os parlamentares, repetimos, uma boa parcela deles, demonstraram que não têm condições, qualificação e competência para resolver e nem apontar soluções para o problema do ferryboat.
Transformar a TWB em vítima soa muito mal principalmente para quem conhece as estripulias dessa empresa na Bahia. Tentar transformar o diretor Eduardo Pessoa, da Agerba, em perseguidor, como faz alguns setores da imprensa, é babaquice, é desinformação. É querer confundir a opinião pública com informações infundadas. Nada disso resolverá a situação vexatória do sistema ferryboat.
 *  publicado hoje no site jornaldamidia.com.br (pela transcrição, Tony Pacheco)

Um comentário:

  1. é o mesmo Rosemberg das quadrilhas de são joão, que o jornal da metropole mostrou ?

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