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terça-feira, 1 de maio de 2012

O 1º de Maio não é um dia de festa

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O Primeiro de Maio não é um dia de festa. É um dia de protesto e de luta para a classe trabalhadora.

O histórico e os fins do Primeiro de Maio são, em resumo, os seguintes. Em 1885, nos Estados Unidos, as organizações operárias resolveram marcar o dia 10 de Maio de 1886 para o começo duma greve geral com o intuito de conquistar-se a jornada de 8 horas. Uma intensíssima propaganda foi feita, nesse sentido. Tão intensa, que muitos patrões, antes mesmo daquela data, concediam já, aos operários, a redução de horário reclamada. Mas o movimento continuou, incessante, tomando proporções gigantescas.

Assim, naquele dia memorável dum ao outro lado da república americana, os trabalhadores conscientes e organizados abandonam o trabalho, dispostos à conquista das 8 horas. Estava feita a greve. Foi formidável. Dentro de alguns dias, 125 mil operários eram satisfeitos nas suas reclamações. Um mês após, esse número subia a mais de 200.000. A causa estava ganha.

O movimento de 1886 não foi pacifico. A polícia cometeu os maiores atropelos. Assim, no dia 4 de maio, realizava-se em Chicago um grande comício de protesto contra as violências da autoridade. A polícia, porém, entendeu de atacar os manifestantes. Um pelotão de policiais avançou. Foi quando uma bomba estourou, no meio destes, matando 10. Até hoje não se sabe quem atirou a bomba. As forças armadas, então, redobraram de violência.

Mais de 80 pessoas do povo sucumbiram sob as armas da polícia. Mas a burguesia não ficou satisfeita com isso. Preparou um processo contra aqueles que mais se destacaram no movimento. Acusou-os de serem os autores da bomba. Processou-os. Condenou-os.

Três foram condenados a trabalhos forçados e cinco à pena de morte. Um destes suicidou-se. Os outros quatro foram executados na manhã de 11 de novembro de 1887. Spies, Fischer, Engel, Parsons, can­tando a Marselhesa, foram enforcados no próprio cárcere, às 11:50 horas do dia 11 de novembro de 1887. A burguesia respirou...

Pois bem. Em 1893, o governador do estado de Illinois levou a cabo uma revisão do processo. Resultado: todos aqueles oito homens eram inocentes. Os três que estavam presos foram postos em liberdade, E os outros cinco... Ah! estes estavam mortos... não havia mais remédio.

Foi em 1889 que na Europa se decidiu marcar o Primeiro de Maio como data de manifestação anual de protesto. Neste dia nenhum trabalhador consciente trabalha. Vai para a praça pública, vai para a sede do seu sindicato firmar o seu protesto contra o crime da burguesia americana. Ao mesmo tempo faz, nesse dia, um ensaio de greve geral.

Os políticos e artistas atrelados a eles, entretanto, procuram desviar o caráter do movimento. Procuram transformá-lo em festa do trabalho ! Como se o trabalhador, roubado, enganado, pudesse ter disposição para festanças em nome de sua própria exploração.

Texto transcrito do jornal
A VOZ DO TRABALHADOR
(Órgão da Confederação Operária Brasileira)
Rio de Janeiro, Brasil, 15 de Abril de 1913, N0 29, Ano VI

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Obs.: Leia mais sobre o Primeiro de Maio nas Postagens abaixo.

3 comentários:

  1. uma bela iniciativa... esta dos inimigos do rei (baqueiro) em divulgar as ideias que nortearam a luta por oito horas de trabalho no Haymarket (e.e.u.u.)!

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  2. Pois bem, camaradas. O 1º de Maio libertário e capixaba furou, devido à burocracia pra se angariar um espaço num parque público, afinal, não somos igrejas, empreiteras, nem partidos políticos... Mesmo que a correria pra se construir um 1º de Maio, para além dos sindicatos e movimentos pelegos, aparelhados pelo PT, PSOL, PDT e outros parasitas e exploradores do povo tenha começado em Março.

    Um grande abraço aos compas.

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  3. Bacana estudar história, viu.

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