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terça-feira, 28 de junho de 2011

Inflação causa transtorno bipolar no Planalto

Alex Ferraz


Mantega mostra o tamanho da inflação: ou apito do ministro é surdo ou o Banco do Brasil está desafinado.


Frase
"Queremos moderar o crédito sem matar a galinha dos ovos de ouro, que é o mercado interno brasileiro.”
(Guido Mantega, ministro da Fazenda)


O governo insiste em que a inflação vai desacelerar e que as medidas de contenção do consumo já foram tomadas, mas quem vai ao supermercado, à farmácia ou a qualquer lugar de compras repetidas, nota que a cada vez que chega no caixa, já não paga o que pagou na vez anterior. Paga mais.
Talvez o que explique isso seja a falta de afinação dos instrumentos da orquestra econômica do Palácio do Planalto neste início de governo Dilma Rousseff: enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como suposto maestro, toca um, poderíamos chamar, “desacelerato”, o Banco do Brasil vai num “allegro desembestato”, com propaganda acintosa em toda a mídia convocando os brasileiros a comprarem tudo a prestação, como se estivéssemos ainda na campanha eleitoral do ano passado e não num ano de inflação interna e internacional.
“Já estamos tomando medidas desde o final do ano passado para moderar o crescimento do consumo e do crédito, e as medidas estão fazendo efeito”, garante Mantega
Enquanto isso, o BB, que deveria ser um instrumento a mais à disposição do Ministério da Fazenda, faz uma guerra de conquista de território no setor de crédito, propagandeando que em 2011 aumentará em 20% a sua carteira de empréstimos. E não é empréstimo produtivo a empresários. Os anúncios falam de comprar carro, geladeira, computador. E isso num mercado de país teoricamente capitalista onde 40% do crédito disponível já são oferecidos por bancos oficiais.
Das duas, uma: ou o Planalto age como maestro e coloca todos para tocar no mesmo andamento ou o surto inflacionário vai virar pandemia. É aguardar para ver.

Será que
ouvi direito?
O ministro Mantega diz que está adotando medidas anticonsumo, mas quer continuar expandindo o mercado interno (sic). Então, podemos dizer que se pode fazer omelete sem estrelar os ovos?

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