JORNAL
COMENTADO 126
6:53
– 25.06.2013 – Terça-feira
tOny
pachecO*
“Veja”
denuncia “A máfia das tarifas do transporte público”
(“Veja”,
edição 2.327, 26.6 a 02.07.2013)
“A
guerra dos ônibus”
(“IstoÉ”,
edição de 15.11.2012)
“As
5 propostas para um novo Brasil”
(“Tribuna
da Bahia”)
“Dilma
propõe plebiscito para a Constituinte da reforma política”
(“A
Tarde”)
Dos
cinco pontos abordados pela presidente da República em reunião com os
governadores em Brasília (“Responsabilidade fiscal”, “Reforma Política”, “Saúde”,
“Educação” e “Transporte”), um só interessa aos políticos, que é a tal reforma
política e um dos mais importantes foi “ESQUECIDO”, trata-se da segurança
pública, uma calamidade que ceifa a vida de mais de 40 mil pessoas por ano e
cujos autores dos assassinatos nunca ficam nas cadeias, pois 94% dos assassinos
nunca chegam a sentar na cadeira dos réus dos tribunais. Parece que a
presidente também não acha calamitoso que a ONU determine como endêmico o
número de assassinatos quando passa de 10 por cada 100 mil habitantes, e que,
no Brasil, a média seja 26 por 100 mil habitantes e que somos o oitavo país mais
violento do mundo entre 100 nações.
Quanto
ao item “Transporte”, neste fim de semana constatamos em “Veja”, depois que no
ano passado a revista “IstoÉ” denunciou a “máfia dos ônibus” em Brasília, porque
os políticos corruptos ODEIAM a imprensa livre. “Veja” resolveu fazer uma
reportagem que em toda a minha carreira de jornalista nunca tinha visto num
órgão de grande circulação: a denúncia pura e simples de que existe uma máfia
no transporte público brasileiro e essa máfia inclui os políticos, obviamente. “As
empresas de ônibus financiam os políticos, são por eles recompensadas e quem
paga a conta é o usuário”, diz “Veja”. É por isso que se paga tão caro por um
transporte por ônibus tão ruim.
E
a reportagem vai mais além: em Brasília, o PT quis pôr um fim a 50 anos de
maus serviços de transporte público e fez uma licitação, só que, para conduzir
o processo, contratou um escritório de advocacia de Curitiba que um dos sócios
doou 35 mil reais à campanha ao Senado da hoje ministra da Casa Civil da
presidente Dilma, Gleisi Hoffmann. O mesmo escritório já trabalhou para um dos
maiores empresários de ônibus do Brasil. E por aí vai a reportagem que merece
que você vá até a banca mais próxima e perca o amor a 10 reais.
Aí,
pergunta-se: a presidente Dilma Rousseff sabe o que vai enfrentar quando diz
que quer um “Pacto pela Mobilidade Urbana”??? Diria a ela o que vivenciei em Juiz
de Fora, onde o ex-prefeito Alberto Bejani foi pego em flagrante por um vídeo
que o mostrava recebendo suposta propina de um dos empresários do setor de
ônibus da cidade visando aumentar a tarifa local. Bejani foi alvo da Operação
Pasárgada, do Departamento de Polícia Federal, mas, como em todas as operações
do DPF, ninguém fica preso depois.
Não
haverá “Pacto de Mobilidade Urbana” nenhum no Brasil com um esquema que trava,
por exemplo, a construção de qualquer sistema de metrô. Quem não tem amnésia
seletiva (só esquece o que é conveniente...), lembrará que no final do governo
João Henrique, travou-se uma discussão estéril entre o prefeito e o governador
do estado, Jaques Wagner, discutindo se na Av. Luiz Viana, a “Paralela”,
deveria rodar um metrô movido a eletricidade, moderno e eficiente, ou um
sistema de BRT para queimar óleo diesel e poluir a cidade já poluída e que transporta pouquíssimas pessoas.
O
item “Reforma política” é uma cortina de fumaça para que a mídia fique entretida
com um brinquedo quebrado. E por que brinquedo quebrado? Porque é
inconstitucional fazer reforma da Constituição vigente com a convocação de assembleia
constituinte seletiva. Para alterar normas políticas já previstas na atual
Constituição, as alterações têm que passar pelo Congresso atual, como acontece,
neste exato momento, com a Proposta de Emenda Constitucional número 37, a
famosa PEC 37, que quer instaurar a pura e simples corrupção sem investigação
pelo Ministério Público (sonho de todo corrupto no Brasil), impedindo que o MP
tenha poder investigatório. É assim que se emenda a Constituição, qualquer
outro meio é inconstitucional.
PRESIDÊNCIA
IMPERIAL
O
Brasil, tal como os Estados Unidos, em cujo sistema político nos inspiramos,
tem uma Presidência da República Imperial. Isto é, quem tem a chave do cofre é o
presidente da República, daí que ele faz o que quer no Brasil. Fernando
Henrique Cardoso, do PSDB, por exemplo, ao fim de quatro anos de mandato,
decidiu: ah, eu quero continuar sendo presidente, é gostoso. Simplesmente armou
uma maioria no Congresso até hoje inexplicada e conseguiu outro mandato mudando
as normas eleitorais. Lula, que gosta muito de futebol e “otras cosítas” mais,
resolveu que deveríamos gastar BILHÕES DE REAIS em estádios de futebol e NENHUM
TOSTÃO com reforma urbana, saúde, educação ou segurança pública. Queria e
conseguiu, pois mais que presidente, no Brasil o presidente é imperador.
Então,
a presidente vir com propostas de “reuniões”, “grupos de estudo”, “grupos de
trabalho”, “plebiscito”, tudo isso é uma maneira clara de dizer: O QUÊ O POVO
ESTÁ EXIGINDO NÃO ME INTERESSA.
A presidente da República do Brasil, pelas
características políticas sob as quais nos organizamos, poderia ter feito uma
lista de PROVIDÊNCIAS IMEDIATAS para satisfazer os anseios da população,
TRATADA CRUELMENTE PELOS GOVERNANTES E CLASSES DOMINANTES, mas, preferiu ficar
nos joguinhos políticos, nas campanhas de marketing. Vamos ver se o povo
continuará exigindo ou se ficará mais 513 anos calado.
“Alea
jacta est”, diria Júlio César às margens do Rubicão.
* tonY Pacheco é jornalista-radialista profissional e ainda estudou Economia e Psicanálise, o que não significa nada, se as ideias dele forem consideradas ruins por Você que está lendo. Dê sua opinião na caixa de comentários abaixo. Pode ser anonimamente. Só não vale xingar a mãe dele, afinal, a criatura já está no Céu.
Alguém poderia informar por onde anda o 9 dedos???? Em Brasília, nesse momento em BH (a espera do jogo do BR) ou passeando com a outra mundo afora.
ResponderExcluirRafa
olhe4m o q deu hj na coluna claudiohumberto.com.br
ResponderExcluirSetor de transportes
é feudo do PT
em São Paulo
Sai prefeito, entra prefeito e a Secretaria do Transporte da prefeitura de São Paulo continua sob o controle dos barões das empresas de ônibus. A família do atual secretário, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), tem sólidas ligações com empresários do setor. O esquema controla a área também em várias prefeituras petistas, a começar pelas duas maiores do Estado: a paulistana, de Fernando Haddad, e a de Guarulhos.
e olhem mais estas duas notas na mesma coluna de cluaido humberto:
ResponderExcluirDinheiro na veia
A prefeitura paulistana transfere dos cofres públicos para as empresas de ônibus mais de R$ 1 bilhão por ano, a titulo de “subsídio”.
25/06/2013 | 00:00
Barra pesada
As relações do PT com o setor de transportes estariam na origem do assassinato do prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, em 2002.