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terça-feira, 2 de abril de 2013

DOMÉSTICAS E CASAMENTO SERÃO PEÇAS DE MUSEU


JORNAL COMENTADO 80

Tony PACheco*

02.04.2013 – 6:14 – Terça-feira

“Nada será como antes”
(revista “Veja”)
Meu cardiologista disse que com o que vai gastar com suas "empreguetes" ele vai é demitir a esposa. Tem gente que não se respeita...

São dois assuntos umbilicalmente ligados em se tratando de Brasil: nas nossas metrópoles, casar e “brincar de casinha” (montar uma família) depende de ter dinheiro para montar uma estrutura que contemple ter uma ou duas empregadas para fazer os serviços domésticos e cuidar da criançada enquanto mulher e marido estão na rua “ganhando a vida”. Se a mudança do perfil psicológico das pessoas mudou com a modernidade e fez com que quase a metade dos casamentos terminasse antes dos primeiros dois anos, agora, com o ENCARECIMENTO do trabalho doméstico e a obrigação de cuidar das tarefas domésticas recaindo sobre mulher e marido, teremos mais um ingrediente para infernizar a vida dos casais.
Jornais, TVs, rádios, sites e blogs não deram nome aos bois. Eu pensei que as revistas teriam esta coragem. Só “Veja” chegou perto, mas não deu a palavra final: SIM, HAVERÁ DESEMPREGO DE DOMÉSTICAS.
Sim, é um processo civilizatório estender às domésticas TODOS os direitos trabalhistas dos outros empregados brasileiros, como seria, também, estender a ESTABILIDADE NO EMPREGO aos trabalhadores da iniciativa privada, o que é um PRIVILÉGIO INTOLERÁVEL dos funcionários públicos até hoje, desde que a DITADURA MILITAR EXTINGUIU a estabilidade para os trabalhadores ditos “comuns” em 1967, com a criação do famigerado FGTS. Junto com os novos direitos, deveria chegar também a ESTABILIDADE NO EMPREGO, pois as domésticas serão implacavelmente demitidas com os custos altíssimos que os serviços agora terão.
Na verdade, até demorou este conjunto de medidas que estende às domésticas os direitos dos outros trabalhadores, embora, pela própria “Veja”, saibamos que elas não têm estes direitos nos EUA, a maior economia do mundo. Mas, o que a revista não disse, é que NINGUÉM TEM DIREITOS TRABALHISTAS NOS EUA. Lá, cada profissional faz seu acordo pessoal ou classista a cada contrato de trabalho que assine. A maioria, por exemplo, tem, no máximo, uma semana de férias por ano e muitos não têm sequer um dia de férias. Então, os EUA não são parâmetros para domésticas ou qualquer outro tipo de trabalhador.

A MAQUIAGEM DAS ESTATÍSTICAS

Na América Latina somos os campeões em domésticas, com 17% da população trabalhadora, entre 6 e 7 milhões de empregadas e empregados, embora as estatísticas brasileiras não sejam confiáveis, pois a quantidade de gente que trabalha sem carteira assinada é ASSOMBROSA, mesmo no comércio, indústria, serviços ou agrobusiness. Já os campeões mundiais em domésticas são as ditaduras muçulmanas: Omã (59,3%), Kuwait (53,3%), Arábia Saudita (47,1%), Emirados Árabes Unidos (42,4%), Bahrein (42,2%) e Catar (38,9%). É ÓBVIO QUE O BRASIL TEM QUE SAIR DESTAS PÉSSIMAS COMPANHIAS e demitir suas domésticas e transformá-las em trabalhadoras de outros setores da economia, pois partilhar estatística com país islamita é o mesmo que admitir que estamos na Idade Média junto com eles.
Agora, com certeza, o governo que está concedendo direitos às domésticas brasileiras será o mesmo que MAQUIARÁ AS ESTATÍSTICAS para dizer que não haverá DESEMPREGO ENTRE AS DOMÉSTICAS. Aguardem, acompanhem e confiram.

“Chegue cedo, não fume e não beba”
(“Correio”)
“Arena Fonte Nova recebe retoques finais antes da inauguração”
(“A Tarde” on line)
“Acordo com Itaipava viabiliza Arena por uma década”
(“Tribuna da Bahia”)

O quê dizer mais sobre este empreendimento elitista? Chama-se Itapaiva (nome de uma cerveja deliciosa, por sinal...), mas ninguém poderá beber cerveja domingo.
E mais, a presidente Dilma virá inaugurar na sexta-feira um estádio que NÃO TEM as 5 mil vagas de estacionamento exigidas pelos “Cadernos da FIFA” e, o mais curioso, não terá, neste domingo, sequer as MINGUADAS 2,5 mil vagas prometidas anteriormente. Quer dizer, PREPAREM-SE MORADORES dos bairros Nazaré, Castro Neves, Sto. Agostinho, Jardim Bahiano, Engenho Velho de Brotas e Saúde, pois suas ruas vão virar ESTACIONAMENTO E MIJATÓRIO a partir de domingo.
O sistema viário de acesso e saída também não estará pronto, pois os engenheiros geniais das duas construtoras deixaram estas obras FUNDAMENTAIS para serem feitas na época DAS CHUVAS, que agora se inicia. 
Um vizinho me disse: “Deus escreve certo por qualquer tipo de linha, ‘seu Tony’, pois se não houvesse a lei do desarmamento, eu ia esperar esses otários com minha 12 aqui do alto da varanda”. Não entendi bem o que ele quis dizer, mas CONCORDO.

“Petistas rebatem discurso de uso político do metrô”
(“Tribuna da Bahia”)

Pois é, rebateram. Mas não adianta, até as pedrinhas do leito dos trilhos do metrô de Salvador sabem que o governo Lula/PT dificultou totalmente a instalação do equipamento na Bahia nos governos Imbassahy e João Henrique. Não seria agora, com ACM Neto, que isso mudaria.
É política, MESMO. Fazem no poder exatamente o que criticavam Fernando Henrique de fazer com as administrações petistas quando o PSDB estava na Presidência. É lé com cré, como diriam nossas avós.
O resto é conversa pra boi dormitar, como diz meu amigo jornalista Alex Ferraz.

“Batista assume em Madre de Deus e mantém secretariado”
(“Tribuna da Bahia”)

Fui a esta horrorosa cidade (que eu tanto amava) há menos de um mês. Posso dizer: MANTENHA mesmo, ‘seu’ Batista! Mantenha pra que aquela orla HORRÍVEL, TOSCA E FAVELADA continue como está. Nós baianos e turistas, merecemos!

“César Borges é o novo ministro dos Transportes”
(“Tribuna da Bahia”)

Ah, agora sim! Teremos rodovias duplicadas de Norte a Sul e de Leste a Oeste e vice-versa e versa e vira.
Chego a ficar com os olhos marejados, com as lágrimas saindo sorrateiramente com a emoção que é ver o governo federal compondo os ministérios técnicos com a fina flor da EXPERTISE administrativa brasileira.
A duplicação das BRs 101 e 116 finalmente sairá do papel na Bahia em questão de dias...

* tonY pAcheco tem formação acadêmica em Economia, Jornalismo, Radialismo e Psicanálise.

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