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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

JORNAL COMENTADO 41


tony PACHECO*

6:30 – 21.01.2013 – Segunda-feira

QUERO ME DIVORCIAR DE OBAMA


(Folha de S. Paulo)


"Uma posse pop"
(Correio)

“Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá ser impedido.”
(Segunda Emenda à Constituição dos Estados Unidos da América, parte da “Carta de Direitos” (“Bill of Rights”, em inglês, que é o conjunto das 10 primeiras das 27 emendas à Constituição, justamente as 10 que resguardam o direito do Cidadão se insurgir contra um governo que se pretenda ditatorial, tirânico ou que tenha nascido de tentativa de golpe de Estado).

“Juro cumprir fielmente as funções de presidente e farei tudo em meu poder para preservar e defender a Constituição dos Estados Unidos da América”.
(Juramento a que está obrigado todo presidente americano ao assumir).

Diante do que diz a Segunda Emenda à Constituição dos EUA, o juramento que Barack Obama fez, ontem (20.01.2013), na Casa Branca, ao presidente da Suprema Corte, está cheio de contradições e se quisermos ser literais, ele está faltando com a verdade ao dizer que vai “preservar e defender” a Constituição.
Muito ao contrário do que diz o juramento, Barack Hussein Obama II está lutando para destruir um dos fundamentos da nação americana, que é o direito de o povo rebelar-se “quando as leis se tornam insuficientes para conter a opressão do povo pelo governo”.
Este direito à rebelião, baseado na Segunda Emenda (o povo em armas), junto com a Primeira Emenda, que diz que o Estado Americano não pode legislar sobre liberdade de imprensa e pensamento, são o diferencial da Nação Americana em relação ao resto do mundo.
Não vou mentir que eu (como milhões neste planetinha azul) fui um entusiasta da eleição de Obama à presidência dos EUA em 4 de novembro de 2008 e até postei aqui neste blog minha opinião: Obama não é mais que o prosseguimento da trajetória imperial dos EUA, mas, o fato de ser negro, mas um negro intelectualizado, era um EXEMPLO PARA O MUNDO e para a luta de todos subjugados pelo racismo e todo tipo de preconceito. A eleição de Obama mostrou que negros podem, sim, ser inteligentes, cultos, poderosos e dirigir a mais importante nação do mundo.
Mas, parou aí.
A decisão de Barack Obama de rebelar-se contra a Constituição dos EUA, que prevê o direito de o povo se armar para defender, justamente, a liberdade de todos perante o Estado opressor, o torna um militante antilibertário, um liberticida. E, portanto, do alto de minha insignificância, a partir de hoje não o considero mais emblemático em qualquer luta dos oprimidos contra os opressores. Pelo contrário,  o considero como parte desta elite que insiste há milênios em subjugar a maioria para seus propósitos ostensivos e inconfessáveis.
Mas ele é culto, e sabe que sua luta não terá chances de vitória num país que construiu os fundamentos da liberdade que hoje se goza em boa parte do mundo. Um povo desarmado é um povo frouxo, como o brasileiro, vítima de suas classes dominantes, que se regalam na corrupção e na má gestão pública sem que a população dê um pio de revolta, morrendo nas filas do SUS, sendo humilhada nos guichês de um serviço público incompetente e agressivo e participando COMO ALVO numa batalha entre os marginais de um lado e as forças armadas das elites dominantes do outro.
O povo dos EUA não vai querer o destino inglório do Brasil e outras nações latino-americanas.
Xô, Barack Obama!

DESARMAMENTO NO BRASIL

Aproveito para esclarecer minha opinião sobre o papel de Lula no desarmamento dos brasileiros, acontecido depois de 2003, com a promulgação do vergonhoso Estatuto do Desarmamento.
Todos os holofotes se dirigem a Lula e ao PT, contudo, foi Fernando Henrique Cardoso e seu PSDB, em 1997, que iniciou a guerra do Estado Brasileiro pelo DESARMAMENTO DOS CIDADÃOS HONESTOS, preservando as armas apenas para os ladrões, traficantes e outros assassinos.
Em 1997, o governo FHC/PSDB começou a luta para desarmar a população honesta e trabalhadora instituindo o Sistema Nacional de Registro de Armas. Pela primeira vez na História do Brasil, o Estado teve coragem de legislar sobre o uso de armas por civis, sendo que o controle, cadastro, produção, venda e importação dos armamentos deveriam ser exercidos pelo Ministério da Justiça, como base de consulta para a Polícia Federal. Nem a ditadura fascista e filonazista de Getúlio Vargas teve coragem para tanto, muito menos os militares da quartelada de 1964. Mas FHC e seu partido social-democrata, alinhado com os interesses do capital internacional, teve.
Em 1999, alguns senadores apresentaram vários projetos de lei para controlar as armas em poder dos cidadãos de bem. Um deles, o PL 292, seria a base do futuro Estatuto do Desarmamento de 2003.
O argumento usado, então, com o APOIO DECISIVO DA REDE GLOBO e da Fundação Ford (direita americana), era que as armas que iam parar nas mãos dos bandidos eram provenientes de armamento ilegal que os cidadãos perdiam para os marginais em assaltos e roubos. Uma balela simplória que foi REPETIDA AD NAUSEAM pela televisão, mas não foi suficiente para convencer o povo brasileiro, que foi chamado às urnas em 23 de outubro de 2005 para decidir se o comércio de armas deveria ou não ser proibido no Brasil, já que arma de bandido vem, na verdade, dos arsenais das Forças Armadas, das polícias e da compra direta dos contrabandistas que entram pelas nossas fronteiras, O MAIOR QUEIJO SUÍÇO DO MUNDO de tão porosas.
Agora, em 2005, já com o governo do Sr. Lula e seu PT, irmanados com o PSDB do Sr. Fernando Henrique e com a Globo, o governo perguntou ao povo:
"O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?". Os eleitores puderam optar pela resposta "sim" ou "não", pelo voto em branco ou pelo voto nulo. O resultado final foi de 59.109.265 votos rejeitando a proposta (63,94%), enquanto 33.333.045 votaram pelo "sim" (36,06%). Isto é, o POVO DISSE NÃO À TENTATIVA DO GOVERNO DE DESARMAR OS CIDADÃOS HONESTOS.
Mas, como num golpe de Estado branco, 
o Sr. Lula simplesmente não revogou o Estatuto do Desarmamento, que tornou praticamente impossível ter uma arma legal no Brasil. Pelo contrário, mesmo diante da posição esmagadora do povo pelo direito à posse de armas (quase 64% por cento)
Lula apenas revogou o Artigo 35, que proibiria para sempre a comercialização de armas, mas manteve TODAS AS RESTRIÇÕES AO PORTE, inclusive o porte de armas por policiais civis e militares, o que TRANSFORMOU A POLÍCIA EM ALVO da vagabundagem, pois é justamente quando está de folga que o policial é alvejado.

Espera-se que os americanos, diante de um presidente que agora, em segundo mandato, quando nada mais tem a perder, luta contra a Constituição dos EUA e contra o direito de o povo se defender, ESPERA-SE QUE O POVO AMERICANO diga um NÃO bem grande ao Sr. Obama e sua tentativa de desarmar o povo mais consciente de seus direitos entre todos os povos do mundo. 
Xô, Obama!

P.S.: e é sempre bom lembrar. Em 2011, ninguém mais ninguém menos que JOSÉ SARNEY, propôs um novo plebiscito sobre desarmamento, pra ver se revertia o resultado de 2005, quando o povo disse que queria continuar armado e o Sr. Lula IGNOROU o resultado do referendo.

* formação acadêmica em Jornalismo, Psicanálise, Economia e Radialismo.

2 comentários:

  1. Toni Pacheco,parabéns.Excelente artigo.

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  2. Ok companheiro Tony
    mas não me parece que o "Estado" americano esteja correndo risco. O que me parece é que crianças em salas de aula estão correndo risco de serem (na verdade estão sendo) assassinadas por loucos. A outra coisa: em que país do mundo se compra AR15 no supermercado a não ser os Estados Unidos. Ao contrário da maioria dos nossos colegas não sou contra americanos, pelo contrário, adoro New York, amo blues, jazz e rock, viva Hollywood e vivo o jeans. Mas a história do Cowboy já foi. É bem tupiniquim, inconsistente com o mundo de hoje, que nem guerra fria tem. E o fundamental: cada vez mais mais americanos acham que Obama tem razão. Diria: a cada assassinato em massa em escolas a racionalidade chega a um maior número deles.

    wsantosjunior@yahoo.com.br

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