Tony PACheco*
7:57 – 14.01.2013 – Segunda-feira
No
Congresso boa parte é suspeita
"Renan também é alvo de investigação"
(Tribuna da Bahia)
"Após desistência, Renan deve ser candidato único"
(Correio)
Aqueles que
ficam indignados com a assunção de Renan Calheiros à presidência do Senado da República
deveriam lembrar como é que os parlamentares brasileiros se comportam diante da
corrupção. Lembremos que a parlamentar insuspeita e guerreira Luiza Erundina, foi a mentora
de uma homenagem, no ano passado, aos 173 deputados que a ditadura militar
cassou de 1964 a
1985. No entanto, o Congresso não fez distinção entre aqueles que foram
cassados pelos generais por serem democratas contra o regime militar e aqueles
que foram cassados por serem notórios corruptos.
Só isso já
nos mostra o tipo de gente que nos representa no Congresso, não se estranhando,
portanto, a natureza de quem comanda o Legislativo.
Fazendo uma
visita ao site www.excelencias.org.br,
qualquer internauta vê, por exemplo, que dos deputados estaduais dos dois
principais estados da Federação, São Paulo e Rio de Janeiro, em 2009, 45%
(quase a metade) dos paulistas tinham ocorrências na Justiça e 43% dos
fluminenses. É muito, vocês hão de convir, mesmo numa Bananalândia como o
Brasil...
Em
levantamento feito em 2011, 1 em cada 5 congressistas respondia a algum
processo no Supremo Tribunal Federal (STF). E, isolados, os senadores, entre os
quais Renan, oferecem número pior: 1 em cada 4 senadores da República está
enrolado na Justiça. E isso porque o levantamento não leva em conta a Justiça
Trabalhista, pois, segundo os juristas, se for estendida a pesquisa para os
TRTs e o TST, aí estes números saltarão às nuvens.
Dos 136
deputados e senadores enrolados com a Justiça em 2011, 40 crimes estavam
tipificados no Código Penal. Era um total de 350 crimes diversos em 293
processos, sendo que um deputado federal era acusado de dois homicídios. Sim,
deputado suspeito de dois assassinatos.
E tudo isso
porque a ditadura militar, querendo livrar a cara das autoridades da tirania
instalada em 1964, resolveu criar o “foro privilegiado”. Quer dizer, o
sujeito por ser autoridade tinha que ser julgado em instâncias as quais o governo
federal controlava. Com o advento da democracia, em 1985, pensou-se que isso ia
acabar. Mas, que nada. Como diz o jurista Ophir Cavalcante, com a democracia a “excrescência”
do “foro privilegiado” foi ampliada pelas “excelências” até para autoridades
chinfrins.
Então, é
bom que os que protestam contra Renan tenham muita disposição para lutar,
porque, no âmbito do Congresso, ele tem a simpatia da maioria, com certeza
absoluta. E com tanta gente com rabo-de-palha e telhado-de-vidro, ninguém vai ter
coragem de se meter com ele, nem nas duas torres nem tampouco nos pratos virado
pra cima e no emborcado...
* Tony Pacheco tem formação acadêmica em jornalismo, radialismo, economia e psicanálise.
se grita pega ladrão num fica um mmeu irmão
ResponderExcluir