Cena do filme "Django"
Sou uma pessoa pacífica? Sou. Quem me conhece sabe disso, até os que me conhecem só de vista. Não ofendo, não trato mal nem humilho ninguém. Não gostaria de andar armado, a não ser com minha consciência, sentido de justiça e respeito ao próximo. Entretanto, eu não vivo na Suiça, na Dinamarca, na Noruega e outros países civilizados. Eu vivo em um país que a direita, que sempre dominou o poder, e agora uma frente ampla mais ou menos de esquerda, transformaram o país que eu nasci e amo, inclusive essa nossa cidade de um clima ameno e até um certo tempo muito boa de se viver, mesmo sob a corrupção da direita e seu autoritarismo desvairado. Sou, portanto, absolutamente a favor de andarmos armados. Se possível, eu sonho com isso, com metralhadoras para poder nos defendermos de bandidos armados que nos impedem de sair em algumas horas e trafegar em alguns lugares da cidade que nascemos e amamos. E o governo o que faz? Não há governo nesse sentido. O governo existe para subjugar nós que pagamos impostos e somos pacíficos, educados, cordiais e humanos com os outros. Aí eles são exemplares. Fui parado e humilhado porque não estava com o recibo pago de um documentinho que permite você quebrar seu carro nos buracos das ruas dessa infeliz cidade. Já estava pago, mas não devo ter recebido o tal recibo ou não estava no momento comigo e eles, como todos os tiranos fazem, não tinham meio de verificar, a não ser com o documento em mãos. O que me salvou foi que um amigo meu, que eu telefonei naquele momento, imprimiu da internet um comprovante que eu estava com tudo pago e veio correndo de moto e assim o carro foi liberado.
Como vivemos no inferno, sou inteiramente a favor de todos portarem armas. Salvador virou o oeste dos filmes americanos tão queridos, mas só como filmes, por todos nós. Revi ontem, está disponível no Youtube mandado por uma amigo dono da Teltron: Da Terra Nascem os Homens. Uma obra prima. Vou ser didático:
1 - Só os assaltantes têm armas. Os outros estão desarmados. Logo, assaltar é a coisa mais lucrativa e fácil do mundo nessa infeliz cidade. Não existe risco para ele. A orientação é que a vítima não se defenda nem reaja. A polícia é mal paga e tem poucos recursos. Nessa situação só pode ter muita dificuldade para conter a miséria total em volta que gera o assaltante. E ninguém vai acabar a miséria no Brasil.
2 - Em países onde todos têm armas e sabem atirar, pelo menos temos a chance de revidar e o bandido sabe disso.
3 - Os que atiram em escolas e matam todo mundo tem dois aspectos. Raros são realmente loucos. O que acontece é o bullying sistemático. Os colegas mais fortes submetem os mais fracos a todo tipo de tortura com o apoio da maioria que participa também. A solução para os mais sofridos muitas vezes é a bala e o suicídio. Por que se já ia se matar não valeria a pena levar também seus torturadores? Peço, leiam Foucault , que interpreta muito bem Nietzsche: o que existem são relações de poder em tudo. Em toda natureza e, principalmente, entre os homens. Os micropoderes, do médico, do síndico, do porteiro, do funcionariozinho público ou privado, do vizinho, enfim de todos os demônios travestidos de gente e também do colega de escola, no caso dos massacres nas escolas, são diários. Já propuseram uma lei contra o bullying, mas ficou em nada. Repare: se em uma escola tivesse, trancado claro, uma arma para cada aluno e eles ensinados a atirar, meninos e meninas, e se um desses meninos atiradores resolvesse entrar para matar todo mundo muitos se salvariam porque seria invadir um quartel. Os professores já poderiam ter as armas na pasta. E, mesmo alunos loucos, pensariam duas vezes em invadir um quartel no qual as escolas se transformariam em um quartel, isto é, todos armados contra ele. Porque seguranças só, não funciona, senão não existiriam esses massacres.
Saber defender-se do próximo escroto é uma arte que precisa ser bem desenvolvida por quem não aceita ser vitimado sem lutar. Gostei do texto e já defendi em conversas com amigos ponto de vista igual: é preciso liberar o uso de armas, mesmo que eu não as use.
ResponderExcluirOutra coisa importante, a arma teria que está exposta pelo portador, escondida jamais. A liberação tem que ser total, qualquer um poder comprar a arma que quiser no supermercado ou nas casas do ramo.
E se o sujeito ao comprar a arma experimentar imediatamente o funcionamento no caixa? Nenhum problema, ele responderá por seu ato, como qualquer um responde. Somos livres é para responder por nossos atos. Ou não? Ou será a liberdade defendida por tantos, inclusive autoridades, uma fachada para enganar os incautos?
As relações sociais iriam melhorar cem por cento; as pessoas iriam se tratar com uma urbanidade nunca vista, a violência policial iria ser reduzida a zero pois policial não bate em homem, principalmente se este estiver armado. Ninguém iria dar calote em ninguém.
Enfim, desrespeitar os direitos fundamentais do próximo não irá acontecer nem em pensamento; assaltos e ditaduras estariam fora de cogitação com a população podendo comprar uma bazuca, uma uzi ou granadas de mão de alto teor em qualquer mercadinho do Calabetão.
Depois que os chineses inventaram a pólvora e o General Colt um trabuco de alta eficiência só existe um jeito de igualar as forças e o poder entre as pessoas, todos, sem exceção poder portar seu AK-47 ou uma boa pistola, sem contar com o velho e bom revólver, um seguro contra enguiços usado por quem porta pistolas.
Em favor do direito de andar armado cito o caso de Campina Grande, Paraíba, cidade que tem os melhores armeiros do Brasil e lá a população quase toda anda armada: lá quase não existem assaltos e a taxa de homicídios é baixíssima. Respeito total entre as pessoas...
Mas vamos analisar argumentos contrários. Um "humanista" desconhecedor da natureza humana e sua propensão para abusar dos mais fracos poderá dizer que mais crianças iriam morrer por consequência do descuido dos pais com as armas, balas perdidas iriam causar mais vítimas, se um juiz perseguisse um réu este iria tascar chumbo no magistrado perseguidor (com meus aplausos), colegas de trabalho e chefes escrotos que se juntassem para perseguir seriam liquidados como se faz nos EUA, dívidas de caloteiros seriam cobradas nas pontas dos canos, que o número de homicídios iria subir pois tudo seria resolvido na bala (o que não é má idéia). Na pior das hipóteses vamos aceitar que seja tudo verdade.
O problema é que o doce "humanista" como todo bom brasileiro acredita que existe almoço de graça, o bônus sem o ônus. Aí está o busilis da questão, se quisermos as coisas vamos ter que pagar por elas. Mais liberdade, mais respeito pelos direitos têm um preço, ou pagamos ou não devemos nos queixar de nossa condição de semi-escravos.