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domingo, 28 de junho de 2015

Congresso cassa direitos sociais e pega mais recursos para si próprio

ALEX FERRAZ


Cortam benefícios e esbanjam mordomias

Vejamos, primeiro, a notícia, divulgada logo no início da atual legislatura: "O Congresso Nacional aprovou o projeto de Orçamento de 2015, com uma alteração no texto original que triplicou o valor previsto para o Fundo Partidário, que reúne recursos a serem distribuídos aos partidos políticos de forma proporcional ao tamanho de suas bancadas na Câmara.

O projeto original do governo destinava R$ 289 milhões para o fundo, mas o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da proposta, ampliou essa previsão em R$ 578 milhões. Com isso, o valor que será distribuído aos partidos políticos em 2015 foi fixado em R$ 867 milhões.

A verba de gabinete passará de R$ 78 mil por mês para R$ 92 mil. Cada parlamentar pode contratar até 25 pessoas, um salário de no mínimo R$ 3,7 mil para cada um. O impacto anual será de R$ 129 milhões. A conta chega à casa do contribuinte sem que este se perceba ou possa se defender.
Ainda no começo do mês, a Câmara havia aprovado as chamadas emendas impositivas. Gasto de parlamentar aprovado tem de ser executado pelo governo. Com a garantia das emendas impositivas, os parlamentares terão em 2015 verba de emendas num total de R$ 9,8 bilhões, uma cota de R$ 16,32 milhões para as emendas de cada deputado e de cada senador."
Agora, nosso comentário: o Congresso brasileiro é o que mais emprega gente e gasta mais no mundo. Tudo isso num país miserável, onde dezenas de milhões de pessoas vivem na mais abjeta pobreza e/ou dependem da esmola oficial concedida na barganha por votos.
No entanto, nossos (lá deles!) parlamentares têm a imensa cara de pau de falar em "contenção de despesas" para os cofres públicos, e, aliados a um ministro banqueiro, vêm podando sistematicamente os investimentos no setor social, paralisando programas e arrochando o trabalhador brasileiro, além da promoção da elevação de preços de tarifas que tem levado a população ao miserê absoluto.
A pergunta que não cala é: quando o governo resolverá "cortar na própria carne" (eles adoram falar isso), de verdade, reduzindo drasticamente as despesas com mordomias nos palácios, como  verbas e salários nababescos para os parlamentares e o famigerado cartão corporativo, que consome dezenas de milhões de reais por ano, em gastos secretos, para citar apenas algumas despesas?
Quando haverá, enfim, seriedade neste país? Bem, a resposta, diante do quadro que se nos apresenta em termos de plantel parlamentar, é: NUNCA.
Com a gente que aí está, com a mentalidade escrota que vem de décadas e só fez acentuar-se nos últimos tempos, será sempre o farinha pouca, meu pirão primeiro. Aliás, meu caviar primeiro. É dose!

Frase: "O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta." (Maquiavel)

Onde estão os movimentos sociais?
Os novos governantes do País - Joaquim Levy, Renan Calheiros e Eduardo Cunha - seguem ceifando benefícios sociais, reduzindo drasticamente verbas de programas como Minha Casa, Minha Vida, Fies, PAC etc., além de atingir diretamente saúde e educação.
Fosse em tempos anteriores, quando os movimentos sociais liderados, por exemplo, pela CUT e União Nacional dos Estudantes-UNE não estavam sob o jugo do governo, já estaríamos vendo uma grande movimentação popular, com justos protestos por toda parte. Mas todos silenciam, postos que cooptados com empregos e centenas de milhões de reais.
O que se vê é uma pasmaceira traiçoeira, vil, por parte daqueles que calaram a boca diante de gordas verbas e empregos privilegiados. Eis aí a genialidade de Lula que os setores reacionários adoram: paralisou os movimentos sociais no País.

Ainda sobre movimentos sociais
No momento em que escrevi a coluna publicada ontem, ainda não havia qualquer notícia sobre as manifestações de protesto na Avenida Paulista, envolvendo liderança sindicais.
Eu critiquei, ontem, neste espaço, a mudez dos movimentos sociais. Posso ter errado por milímetros (ou segundos), mas a verdade é que o que se viu, anteontem, em São Paulo, foi mais um ato contra Dilma.
Toda a imprensa pró-Lula está estampando manchetes arrasando com Dilma. Não tenho motivos para defendê-la, mas está bastante claro que se trata de um processo de bombardear a presidente para que Lula reapareça como Salvador da pátria. Ora, Dilma é cria de Lula, gente!

Ainda sobre Lula x Dilma 
Então, fica clara a armação: vamos colocá-la no Planalto, elegendo um "poste", e depois boicotar seu governo, para que eu (ele, o "todo-poderoso") volte em 2018 nos braços do povo.
O porém é que esse estratagema nos jogou de volta ao que há de mais reacionário na política brasileira e o resultado é o que estamos vendo aí. O resto é papo furado de marqueteiro, para engabelar.

E para finalizar...
Demissões que chegam perto da casa dos dois milhões de trabalhadores, metalúrgicas que produzem autopeças parando, rendimento do trabalhador achatado e inflação quase galopante.
Me digam: será tudo isso culpa de uma "crise internacional", de Dilma, ou do tremendo rombo que abriram nas contas deste pais ao longo de mais de uma década, e que agora tem que ser tapado com o sacrifício dos que menos têm? Ai, ai...

Sobre estacionamento (I)
Vi entrevista do representante dos shopping centers na Bahia, na qual justificava a cobrança de estacionamento nesses locais com o argumento de que isso "trará benefícios ao consumidor", devido à redução de despesas dos centros de compras diante da nova fonte de renda.
Só tolo acredita nisso. Que a despesa vai cair, é certo. Mas quando e onde, senhores, comerciante vai repassar isso para o consumidor? Nunquinha!

Sobre estacionamento (II)
Devo dizer que não sou contra a cobrança, já que é a única maneira de impedir que gente mau caráter aproveite esses estacionamentos, como fazia-se antes, para deixar o carro ali e sair para cuidar da vida nas vizinhanças ou até viajar.
Mas não me venham com papo de melhoria para  consumidor.

Os cândidos e o otimismo
Volta e meia, ouço nos noticiários sobre pessoas assassinadas que    "Fulano não tinha inimigos."
Ora, caros amigos, quem não tem inimigos neste mundo? Às vezes ele está ali, bem ao seu lado. Hum!

Um desprezo lamentável
Não sei de quem é a (ir)responsabilidade pela pavimentação no entorno da Cesta do Povo do Ogunjá. No entanto, o que está claro é que, seja atribuição da prefeitura ou do estado, quem quer que deveria estar cuidando daquilo não dá a mínima.
O asfalto está completamente destruído na saída, com crateras que danificam os carros. E isso vem de muito tempo. O resultado é que muita gente resolve sair pela contramão, quando a Transalvador não está por perto para multar. Lamentável.


STF interfere a favor do TJBa
 O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, deferiu liminar no Mandado de Segurança impetrado pelo Estado da Bahia contra decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que impedia a tramitação do anteprojeto de Lei para alterar preceitos da Lei de Organização Judiciária.
 Com a decisão, o anteprojeto, de iniciativa do presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Eserval Rocha, volta a ser discutido na Comissão Permanente de Reforma Judiciária, Administrativa e Regimento Interno do Tribunal de Justiça da Bahia.


Alex Ferraz é repórter e escreve diariamente na "Tribuna da Bahia".



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