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terça-feira, 5 de julho de 2011

Vamos ajudar a Creche Béu Machado?




tonY Pacheco

Na "Tribuna da Bahia" de hoje fico sabendo que será relançado o livro de Béu Machado.
Vejam a notícia da "TB":

"O livro do jornalista Béu Machado “Pensamentando” terá relançamento no próximo dia 6, às 19h, no restaurante Grande Sertão, Costa Azul. Organizado por Washington Falcão, a obra contém textos de apresentação de Capinan, Raimundo Lima, Raimundo Machado e Maria José Machado (Neném). A reedição (a primeira foi em 1992) tem como propósito, ajudar na manutenção da creche Béu Machado, além do propósito de manter viva a imagem do Béu amigo, jornalista e poeta.

Serão doados por Raimundo Lima e Washington Falcão, 1000 exemplares que, vendidos, terão toda a renda revertida para a Creche. Serão doados também os arquivos digitais para que possam ser usados em novas tiragens e comercializados. Além de arrecadar fundos para amenizar os problemas financeiros enfrentados pela creche, que hoje abriga mais de 150 crianças, o lançamento tem como objetivo tornar público a situação atual, uma dívida de 100.000,00, gerada por ações trabalhistas e com isto bloqueio de recursos por parte da Prefeitura.

Para ajudar a creche sair do “buraco”, Washington Falcão pretende realizar um show beneficente, reunindo grandes nomes da música baiana, amigos e admiradores de Béu Machado. Portanto, um chamamento para os problemas enfrentados não só pela creche Béu Machado, mas todas as instituições assistenciais em dificuldade. Sobre o escritor, a sua companheira, Maria José Machado (Neném) diz que o jornalista era uma pessoa humana, que gostava de fazer o bem. “Adorava crianças e, por isso, a casa vivia cheia dos filhos dos vizinhos. E, foi deste modo, que nasceu a creche que leva o nome do jornalista”, revela."


COMPETÊNCIA E BONDADE

Conheci o jornalista Béu Machado na Redação de A TARDE, em meados dos anos 1980, e formávamos o chamado "corpo de copidesques" do jornal, aqueles jornalistas que eram encarregados de "reescrever" e "adequar à linha do jornal" os textos da reportagem que vinha das ruas. Este cargo nem existe mais. Hoje, o repórter chega da rua e já digita num PC da Redação e normalmente sai do jeito que veio e é esta maravilha que lemos todos os dias, com raras exceções...
Béu era o mais notável dos copidesques e logo notei que como ele sabia de um tudo MUITO MAIS do que eu, logo encetei uma amizade oportunista (no bom sentido), pois pensei: se quero ser jornalista, tenho que escrever como este rapaz.
Foi um professor paciente, amigo e DIVERTIDÍSSIMO.
Béu era destas criaturas que transforma o seu emprego num local que você quer retornar a ele todos os dias. Piadista de finíssimo humor, sem limites do politicamente correto. Ironia afiadíssima, tratava com enorme altivez todos aqueles que se achavam "bambanbans" em qualquer área. Dos meus vários professores de Jornalismo, foi o mais divertido e intelectualmente admirável.
Em termos de resgate histórico, Béu foi o verdadeiro idealizador de uma coluna dedicada somente à música baiana pós-moderna então nascente (o samba-reggae, que depois deu na axé music e no pagodão atuais). Eu era co-editor do caderno dominical LAZER&INFORMAÇÃO de A Tarde e Béu sugeriu: "Tony, crie uma coluna no caderno que só fale desta música nova que está tomando conta das ruas". Isto nos idos de 1988. Criamos o "Fanzine Bahia" para espanto dos coleguinhas de então, que chamavam Olodum, Ilê, Muzenza, Banda Cheiro, Banda Eva, Reflexus, Sarajane, de "subcultura", pois só toleravam ouvir Gil, Caetano e Bethania.
Com a força de suas idéias e o respaldo intelectual dele, Béu Machado foi um inspirador sem igual.
Durante algum tempo escreveu no mesmo caderno "LAZER", uma coluna de gastronomia intitulada "Comes&Bebes", a primeira no Brasil com este nome. Hoje, muitos veículos "chupam" a denominação. E para não ser identificado nos restaurantes que visitava (sim, ele ia ao restaurante depois fazia a análise da cozinha, tudo pago pelo falecido Dr. Arthur Couto, profissionalíssimo diretor de A Tarde), assinava a coluna com o irresistível nome de DeGustavo Leitão, sem medo de usar o sobrenome dos donos do Jornal.
Tenho saudades demais. Sinto demais a sua falta, Béu.

E é por isso que humildemente conclamo a todos a irem ao relançamento do livro de Béu. VAMOS AJUDAR A CRECHE BÉU MACHADO! Vamos ajudar a viúva Neném Machado a atender as crianças da Boca do Rio. Béu, com certeza, vai dar boas risadas por nosso ato.

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