Os números da greve da PM

Alex Ferraz

Breves considerações acerca da greve da PM e do noticiário sobre esta greve:

1.Reverbera em todo o país e no exterior o número de assassinatos ocorridos nestes sete dias de greve completados hoje, dia 6 de fevereiro do ano da graça de 2012: mais de 80, por aí. Vejamos: ao longo de 2011, houve aterradores 4.632 assassinatos na Bahia (menos que na Síria, salvo engano, que está em guerra civil declarada).Se dividirmos 4.632 por 12 meses, temos 386 assassinatos por mês. Dividindo 386 por 30 (dias) teremos cerca de 12,8 crimes de morte por dia. Agora, multipliquemos 12,8 pelos sete dias de greve e obteremos como resultado 89,6, ou seja, praticamente 90 assassinatos em sete dias.

Devemos considerar aí a possibilidade de assassinatos cometidos por grupos terroristas ligados aos grevistas.

Dizem que o número de crimes por briga entre quadrilhas de tráfico "aumentou" com a ausência da PM das ruas. Balela. Como jornalista, acompanho diariamente, há 30 anos, a guerra civil brasileira e basta alguém dar um pouco de valor à memória ou recorrer aos arquivos de jornais para ver que a coisa é igual (ou pior, am em alguns momentos) mesmo com a PM nas ruas. Sem falar nos massacres promovidos também pela Polícia.

A questão do estardalhaço, na minha opinião, é a ânsia da mídia em fazer manchetes, somada ao desejo incontrolável do do Sudeste de esvaziar o já deteriorado e capenga turismo na Bahia e por aí vai.

Também há o espanto da elite, acostumada a ter carro de PM na porta diuturnamente e a nunca ver seus filhos ameaçados, até porque a POlícia só mata preto e pobre, e que agora ficou sem a "proteção do Estado".

Mas não se preocupem, senhores, pois a greve vai acabar, a PM voltará às ruas, e somente a periferia preta e pobre continuará na carnificna de sempre, infelizmente não com os números de sempre, porque tendem a aumentar.

2. O líder do movimento grevista, o tal do Prisco, declarou que será candidato a vereador. Que campanha violenta, hein? Sem mais comentários.