Salvador, Salvador terra de muita dor 2

O bolso pensa, fala e escreve

Ricardo Líper

Lamentável o que estamos sofrendo. Entretanto, não estou aqui para ser contra gregos ou troianos. Não gostaria que pessoas se referissem ao governador de forma ofensiva,  esta é minha opinião. Esse blog é democrático, de fato, por isso critico todos, inclusive, os que dão suas opiniões. Se referir ao governador como judeu é racismo. É nazismo. A pessoa que se aproveita da democracia do blog para expressar sua ideologia racista ou está querendo provocar, cabo Anselmo (se lembram?), ou não percebeu o que escreveu. A posição nossa é a mesma de Lula, como nos disse Tony Pacheco: todos que recebem pouco dinheiro têm direito a greve e  no momento mais estratégico para os grevistas. O que gostaria muito, e ainda está em tempo, é que se dialogasse com os grevistas, sem ameaças, vendo o que se pode fazer para acabar, o mais rápido possível, com a greve. Mas não sou  consultor do governo.  Só está ocorrendo desgaste em todos os sentidos  para todos. No meu entender o policial é importante em uma sociedade, e, cada vez mais importante para uma sociedade subdesenvolvida, miserável em todos os sentidos e capitalista como a nossa. Que me perdoem os anarcoides,  o policial deve ganhar bem e lhe ser cobrado ética, profissionalismo, seriedade e respeito à profissão. Só fico chateado que um governo que poderia ser diferente dos antecessores, não tenha  ainda entendido isso. Mas como já dei adeus às ilusões cabe a mim dizer, a quem quiser ouvir, como tentar viver nesta cidade que de bom só tem o clima. Que vivamos então nesses dias o terror, o pânico, quer dizer, o aumento dele porque o cotidiano já é sinistro. Quem não enxerga é porque os olhos estão no bolso. E aí eu concordo também, coitado, com quem pensa e enxerga com o bolso. Ele tem razão porque somos um povo miserável que nunca ganhou dinheiro. Quem está ganhando um pouquinho agora e aparece  tem razão de defender seu ganha pão. Eu devia estar fazendo uma critica de Branca de Neve e os Sete Anões e deixar de tanta lenga lenga. Bem, quem enxerga pelo bolso pode dizer: está tudo ótimo, todos vivem muito bem, ganham muito bem, temos uma segurança perfeita, atendimento médico espetacular e nossas escolas não tem iguais no mundo, criando grandes homens, profissionais, artistas, escritores de fama internacional. O bolso, minha gente, o bolso também tem olhos, enxerga e fala. O bolso, como já disse Marx, é tudo. É ele que cria o discurso, as ações, tudo. Faço aqui uma homenagem ao bolso. Se quiserem, à carteira de dinheiro, à conta bancária. Peraí, não estou contra não. Defenda seu pão. Eu entendo o ser humano sem julgá-lo. Acho tudo natural. É divertido e estimulante. Não quero ver vocês na miséria não, os quero ver ganhando bem, muito bem. Eu compreendo o ser humano e o aceito como ele é. Mas é bom dizer o que se pensa sem ser só com o bolso.