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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Desprezo pelos Políticos

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Carlos Baqueiro

Esta semana uma empresa de pesquisa baiana publicou uma enquete que demonstra o quanto as pessoas gostam ou desgostam de determinadas instituições sociais, que influem de alguma forma em suas vidas.

Não sou daqueles que acreditam muito em tais pesquisas. Muitas delas são feitas a partir de encomendas de empresas, ou órgãos do governo. E ainda acredito que boa parte delas cria procedimentos que, de antemão, já se imagina que farão aparecer certos resultados.

O que gostei nesta pesquisa foi o resultado a que se chegou quanto às instituições governamentais e políticas. Obviamente o resultado me satisfez porque traduz o que os anarquistas falam há pelo menos 150 anos.

Vejam a seguir um dos gráficos expostos na pesquisa. Em vermelho estão as opiniões contrárias à cada instituição.


Não é difícil saber o porquê de uma pesquisa ter este resultado. O julgamento de Jaqueline Roriz nesta semana que passa, sendo ela “inocentada” pelos seus colegas, demonstra a que nível os políticos se esforçam para serem bem vistos pela população.

E quanto ao desprezo pelos governos é só relembrar as palavras de P.J.Proudhon, ainda no Século 19:

"Ser governado significa ser observado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, cercado, doutrinado, admoestado, controlado, avaliado, censurado, comandado; e por criaturas que para isso não tem o direito, nem a sabedoria, nem a virtude... Ser governado significa que todo movimento, operação ou transação que realizamos é anotada, registrada, catalogado em censos, taxada, selada, avaliada monetariamente, patenteada, licenciada, autorizada, recomendada ou desaconselhada, frustrada, reformada, endireitada, corrigida. Submeter-se ao governo significa consentir em ser tributado, treinado, redimido, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; tudo isso em nome da utilidade pública e do bem comum. Então, ao primeiro sinal de resistência, à primeira palavra de protesto, somos reprimidos, multados, desprezados, humilhados, perseguidos, empurrados, espancados, garroteados, aprisionados, fuzilados, metralhados, julgados, sentenciados, deportados, sacrificados, vendidos, traídos e, para completar, ridicularizados, escarnecidos, ultrajados e desonrados. Isso é o governo, essa é a sua justiça e sua moralidade! ... Oh personalidade humana! Como pudeste te curvar à tamanha sujeição durante sessenta séculos?"

Fonte: http://www.futuranet.ws/xpesquisas.asp?tb=semanal&id=194

9 comentários:

  1. não esquenta, não!!!

    ano que vem tem eleição, e os marqueteiro se empenharão para minimizar esse estado de coisas...

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  2. O caso da deputada federal Jaqueline Roriz merece uma análise. Primeiro, os ilícitos cometidos por ela ocorreram antes da eleição, e além do mais sequer foi processada e julgada; depois temos que considerar que o órgão competente para julgar o tipo de ilícito cometido por ela é o STF constatado que é este o foro fixado pela Constituição para julgar membros do Congresso Nacional por infrações penais comuns(art. 102, I, b, da Constituição Federal).

    Minha conclusão: a decisão da Câmara dos Deputados foi conforme a Constituição e foi muito sóbria, não abriu precedente para perseguições políticas pois ninguém deve ser julgado e perder direitos só por não pertencer à maioria. Julgamentos políticos, julgamentos e condenações de adversários ou inimigos pertencentes à minoria, condenados só porque não tenham a maioria para assegurar-lhe direitos significa a ruptura do Estado de Direito cuja principal garantia é a existência de leis a protegerem os cidadãos do arbítrio das autoridades e das maiorias.

    A legalidade é uma das principais conquistas da civilização. Os deputados da maioria a asseguraram contra toda a histeria dos emprenhados pelos meios de comunicação e pela ignorância voluntária, com a devida vênia pela opinião do blogueiro.

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  3. É essa sobriedade relatada pelo amigo Luiz que os marketeiros adoram usar para reverter o desprezo que a população tem pelos políticos. Mas a coisa tá tão feia que, as vezes, nem esse blá, blá, blá jurídico/ideológico consegue convencer os plebeus. Daí vem as abstenções e votos nulos aos milhões.

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  4. Cada um age como quer ou como lhe inculcaram. Alguns buscam uma decisão justa, com critérios explicitados (que podem os ser os constantes nas leis) e de acordo com as provas dos fatos, são os racionalistas.

    Outros são os linchadores, agem dominados pelas emoções, frustrações, ódio incitado pelas campanhas desfechadas pela mídia, histeria coletiva em nome de uma suposta moralidade pública e dos bons costumes, que obviamente os biltres se consideram os únicos detentores e defensores.

    Qualquer apelo às emoções e sentimentos exacerbados que tenham por objetivo obnubilar a capacidade de raciocinar ocultando critérios de julgamento e não separando fatos de opiniões, vendendo hipótese como se fossem fatos, considero malicioso e com objetivo de arrebanhar os ressentidos e enganar os incautos. Comigo não, violão.

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  5. sr. luiz,

    não sei o do porquê, mas lembrei-me do papagaio de pirata:

    já ouvi (e/ ou li) esse discurso subserviente ao status quo em outras paragens...

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  6. Não costumo responder a malucos na internet, mesmo sabendo que o que mais existe é gente pirada no ciberespaço, contudo vou abrir uma exceção.

    Qualquer pessoa que não nutra interese pela verdade e não a tenha como base de seus julgamentos é imoral ou inimputável. Fui.

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  7. é melhor ser "imoral"...

    do que escondesse sob a toga do "corpus juris civilis", que vigia & pune aqueles que não se deixam submeter à toda poderosa "lei das doze tábuas" do direito romano.

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  8. José Dirceu em entrevista recente à Record News afirmou que este sistema político que temos aí cairá nas ruas por protesto popular.

    Acredito que esta é uma profecia que se cumprirá, não só porque existem pessoas indignadas com os malfeitos de membros da classe política mas porque o PIG intenta golpear a democracia desacreditando o sistema representativo ao invés de propor a reforma política do atual sistema.

    O ambiente político é de luta pelo poder, é competitivo ao extremo e com a autonomia financeira dos Municípios depois da Constituição de 1988 esta luta passou a ter como butim um cofre abarrotado de dinheiro.

    Com um Judiciário ineficaz e cúmplice o afanamento é generalizado, fato que termina por via oblíqua sendo apropriado pelos adversários da democracia que buscam provocar a histeria e desmoralizar todo o sistema eleitoral. Vamos tomar como exemplo o Estado da Bahia que tem 417 Municípios: qual deles não têm nas prefeituras uma ou mais quadrilhas afanando? Tenho informações seguras de quem conhece todos eles e afirmo que muito poucos não estão sendo esbulhados. Sempre foi assim e a direita nunca se incomodou; até a eleição do atual governador quase 400 Municípios tinham prefeitos que estavam rentes com o falecido capo de tuti capi.

    Instituições democráticas são por natureza frágeis. Se o cidadão não souber defendê-las acabará atentando contra sua própria liberdade ao pulverizá-las. A direita sabe disto e o PIG trabalha diuturnamente tentando vincular democracia com roubalheira - de quebra destruindo pelos meios de comunicação alguns de seus inimigos tradicionais -, já trazendo embutida em sua mentirosa campanha pela moralidade pública a supressão das liberdades democráticas.

    À esquerda são apresentadas soluções sob o nome de reforma política-eleitoral, que destaco alguns pontos: voto em lista, financiamento público de campanha. Se somente isto resolve o problema e se chegará antes do desastre só o tempo dirá.

    Resta uma certeza, com um inimigo poderoso a emprenhar a mente de milhões que não separam alhos de bugalhos algum episódio irracional e típico da histeria das multidões advirá.

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  9. O fato de criticar esse estado de coisas e esse governo que prometeu e não cumpre não faz de mim um anti democrata; eu senti na pele a exclusão por parte desses "democratas". E o pior é que eu havia votado neles. Hoje o Estado da Bahia está às traças e eles donos de tudo; as grandes obras previstas para os próximos anos serão uma roubalheira só, ninguém duvida disso. Deixei a Bahia e por eles só tenho desprezo, mas não deixei de acreditar em persegições.Nunca mais politico brasileiro nenhum terá a minha confiança ou o meu voto!

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