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sábado, 20 de outubro de 2018

A ERA DOS IDIOTAS NO PODER

2º Lugar - VLADIMIR PUTIN, presidente eterno da Rússia
Pense num país chamado Rús de Kiev, que existe há mais de mil anos, tendo, segundo algumas fontes, origem num governo despótico de vikings suecos em cima de eslavos do Leste dos Montes Urais na área hoje conhecida como Ucrânia... A partir dos anos 800 (século IX) até os dias de hoje, os russos só experimentaram tiranias, com um breve intervalo entre 1991 e 1999, quando foram governados por um sujeito bêbado e totalmente sem noção que os lançou num período de crises permanentes, inflação e desemprego. Imaginou? Pois é. Este país é a Rússia, só dá gente tipo o Medalha de Prata, Vladimir Vladimirovitch Putin, bem na tradição de Ivan, O Terrível e outros tiranos como Pedro, O Grande; Catarina, A Grande; Jozif Stálin e por aí vai.
O nosso 2º Lugar, desde que "herdou" o poder do seu padrinho alcoólatra (não que isso seja um mal em si, o problema é que não se pode misturar álcool com direção... a direção de uma das duas maiores potências militares da História...). O padrinho era Boris Yeltsin, que vivia aos tropeções, e o "herdeiro do trono" é Vladimir Putin, ex-chefe do serviço secreto comunista de repressão política, a KGB, que criou um Estado policial feito sob medida para si mesmo, com leis esdrúxulas para glorificar a si mesmo. Veja algumas leis e atos deste "gênio" russo:
1) a Rússia punia severamente espancamento e homicídio de mulheres por maridos, pois a média era de uma mulher assassinada a cada 40 minutos no fatídico ano de 2017. Aí o "gênio" Putin, no ano passado, sancionou uma lei que permite aos maridos espancarem suas esposas e filhos uma vez por ano, só sendo punido com multa. Só uma multa. A Igreja Ortodoxa Russa apoiou publicamente a Lei do Espancamento de Esposas e Filhos.
2) Putin proibiu usar palavrões em peças de teatro ou na TV. Até mesmo mostrar o dedo no famoso universalmente "vá tomar..." tornou-se passível de multa.
3) Com sua mentalidade de policial, em 2012, exigiu que toda e qualquer manifestação pública tivesse sua autorização prévia, sob pena de multa de 7.300 euros (mais de 36 mil reais) para pessoas físicas e 25.000 euros (mais de 120 mil reais) para ONGs, movimentos sociais, partidos ou quaisquer pessoas jurídicas. Na prática, a lei antimanifestação de Putin é uma violação explícita da Constituição da Federação Russa, segundo o Conselho Consultivo para os Direitos Humanos, de Moscou. Mas quem vai dizer isso a Putin?
4) Só porque o ex-presidente dos EUA Barack Obama reclamou do óbvio: que a Rússia estava desrespeitando os Direitos Humanos dos seus cidadãos, Putin decretou que crianças russas não poderiam mais ser adotadas por casais americanos, a partir de 2012.
5) Os russos, como todos os povos do norte da Europa, têm tradição de banhos quentes coletivos, algumas saunas são gigantescas, e daí para a "pegação" entre pessoas do mesmo sexo é daqui para ali... Mesmo com isso tudo, a sociedade russa é totalmente enrustida, faz-se, mas não se fala e, por isso, Putin resolveu proibir que se fale em público sobre "sexo antinatural", que, para ele, é tudo que não é papai-e-mamãe, como se fosse um país islâmico. De um tapa, proibiu paradas gays em todo o território russo e multas pesadas para quem sequer mencionar sexo homoafetivo, principalmente perto de menores de 18 anos.
6) TVs na Rússia são controladas pelo governo de maneira ditatorial. Os russos da Era Putin só vêem o que Putin autoriza eles verem. E tudo começou quando Boris Yeltsin, um alcoólatra crônico que parecia beber vodka no gargalo tal a quantidade de vezes em que era pego bêbado em público, recebeu Putin em sua administração em 1997, recomendado por amigos de São Petersburgo. Em 1999, Yeltsin o escolheu para o cargo de primeiro-ministro. Mas quando o segundo mandato de Yeltsin jogou a Rússia no lixo econômico, ele renunciou ao cargo (pela primeira vez na história russa alguém no comando saiu por vontade própria) e passou a presidência para Vladimir Putin. Em poucos meses Putin mostrou a que veio, tomando o controle das emissoras de TV. Este poder ditatorial só pôde ser possível porque Yeltsin reduziu o povo russo à miséria com sua experiência democrática em termos políticos que veio junto com uma privatização generalizada da economia da Rússia que, ao mesmo tempo, perdia, em 1991, todas as outras 14 repúblicas soviéticas que eram, na verdade, suas colônias e que carreavam riquezas para a Federação Russa, leia-se Moscou: Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia, Bielo-Rússia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Turcomenistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, Quirguizistão e Kazakhstão deixaram de ser "colônias" e passaram a países independentes, ciosos de se verem livres de qualquer obrigação de sustentar economicamente a Rússia Soviética que os esmagou durante quase todo o século XX. Em 1992, primeiro ano do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o povo russo registrou 33% de pessoas vivendo na pobreza. Este cenário de miséria crescente foi o sonho de uma noite de Verão para Vladimir Putin. Participava do governo, mas assistia a tudo calado, como é o seu modo discreto de chefe do serviço secreto dos comunistas, antes KGB, e do mesmo serviço da era Yeltsin, FSB. Ele deixou o presidente da transição russa para o capitalismo privado perder-se em seu alcoolismo e incompetência até que Yeltsin não resistiu à pressão popular e renunciou em 31 de dezembro de 1999. Putin deu o bote e tomou o lugar do chefe. Cercou-se de empresários amigos e formou os primeiros supermilionários da sua era no poder, entre os quais, ele mesmo, considerado um dos homens mais ricos do planeta Terra, embora antes de chegar ao poder, fosse um mero assalariado do governo... Os anos 2000 abriram a Era Putin e a economia russa começou a crescer vertiginosamente sob o controle do seu grupo político. O Produto Interno Bruto per capita pulou de pouco mais de 1.400 dólares em 1992 para incríveis 16 mil dólares em 2013. E os tristes 33% de russos paupérrimos tiveram seu percentual em queda para apenas 13% em 2016, o que equivale a dizer menos pobres que o país mais próspero do capitalismo mundial, os EUA.
7) De ateu convicto como chefe do serviço secreto do Partido Comunista da União Soviética, Putin, por conveniência, aderiu fervorosamente à Igreja Ortodoxa Russa (uma das mais reacionárias do planeta cristão) e criou dois mitos para o povo servil da sua "Grande Rússia" particular: Nicolau II, o czar que foi derrubado pelos comunistas em 1917 e foi transformado em santo pela Igreja Ortodoxa, e Vladimir Lênin, seu xará, que foi quem mandou fuzilar justamente Nicolau II. Por morarem, ambos, nos corações da maioria dos russos (um pela direita e outro pela esquerda), Putin uniu os dois no seu panteão particular de heróis e assim retomou o sonho da "Grande Rússia", começando também a intervir na vida dos outros 14 países que fizeram parte da extinta União Soviética. Domesticou a Bielo-Rússia e o Kazakhstão, invadiu e controla parte da Moldova (ex-Moldávia soviética), trucidou o levante islâmico na Chechênia promovendo mortes e prisões aos montes, invadiu e controla partes da Geórgia e tomou a Península da Crimeia da Ucrânia, em 2014, e ainda mantém ajuda militar aos russófilos do Leste da Ucrânia que "desejam" se unir à Rússia. 
8) Megalômano como todo e qualquer aspirante a ditador absoluto, neste exato momento, Putin, realiza a maior manobra militar da História da Rússia, na Sibéria Oriental, com aproximadamente 300 mil soldados russos. Analistas interpretam este inusitado movimento como uma demonstração de força num tempo em que os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, se torna um país acanhado e que está abrindo mão de sua história de superpotência. Não por acaso, Putin é investigado nos EUA como o chefe de um exército de hackers russos que desconstruíram a imagem da candidata a presidente americana, Hillary Clinton, na eleição em que ela perdeu por margem pequena de votos para Donald Trump. Este parece ter sido o mais ousado lance da vida de Putin e, pelo visto, ainda vai render muita história, pois nem o mais louco profeta poderia um dia pensar que um presidente russo poderia influenciar o resultado eleitoral na maior potência democrática do planeta, os EUA. E com estas manobras militares sob o silêncio obsequioso do presidente americano, Putin se torna o Senhor do Mundo, o planeta Idiotalândia, onde todos moramos e onde esperamos uma bomba na cabeça...
E vem a pergunta: por que o povo russo fica calado e mantém no poder por 18 anos um dirigente autoritário como Vladimir Putin? Por uma razão muito simples: a memória dos anos de miséria do governo Yeltsin está viva na cabeça da maioria do povo que vive da nostalgia de quando seu país foi uma superpotência nuclear que ameaçava os EUA em todos os continentes, até na gelada Antártida. As trapalhadas de Yeltsin, causando fome e desemprego em um de cada três russos, pavimentou o sucesso de Putin e eles renunciam às suas liberdades públicas e privadas em troca de não experimentarem a miséria novamente. E aí você que teve paciência de ler até agora, perguntaria: e os 25% que não apóiam Putin? Uma parte está na prisão, uma parte vive vigiada estritamente e outra grande parte foi morta ou estará morta dentro de pouco tempo...
E com Putin a Rússia, junto com a China, se transformam nas duas únicas grandes civilizações do mundo que nunca experimentaram viver em liberdade. Nasceram para serem dominadas a ferro e fogo por ditadores ridículos. Bem feito!

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