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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

BANCO DO BRASIL PROMOVE SHOW PRA RICOS E PÕE ATRAÇÕES MELHORES LONGE DE SALVADOR.

JORNAL COMENTADO 151
7:44 – 30.08.2013 – Sexta-feira

Tony pacheCO*

“Música alto astral”
(jornal “Correio”)
Red Hot só em Belô e no Rio. Pra Salvador é Joss Stone. Joss quem?
Stevie Wonder só em Brasília e Sampa. Salvador é Joss. Irmã de quem?

"Alto astral"? Hã!?
O preço do ingresso do evento patrocinado pelo BANCO DO BRASIL, um banco que é DO POVO, pois é um banco público, do Estado, está custando 23,59% de um salário mínimo (160 reais) em Salvador e em Curitiba e 35,39% de um salário mínimo (240 “pilas”) em Belo Horizonte, Brasília, Rio e São Paulo. Quer dizer, estão usando NOSSO DINHEIRO para patrocinar eventos sofisticados para um público que NÃO PRECISA de patrocínio oficial. Isso já vale uma quebradeira dos Black Blocs.
O evento em questão é o “FESTIVAL CIRCUITO BANCO DO BRASIL”. Banco do Brasil... Você sabe o que é um banco estatal, por definição? É um banco que tem como prioridade máxima dar suporte à produção econômica no País. É um banco cuja preocupação principal deve ser promover, viabilizar o desenvolvimento econômico do País, oferecendo crédito fácil e barato para fazer a economia andar. E agora, me esclareça, pois eu sou ignorante demais: O QUE É QUE ESTE TIPO DE BANCO QUE PERTENCE A VOCÊ E A MIM, ESTÁ FAZENDO NUM EVENTO PARA PAGAR CACHÊS MILIONÁRIOS A UM REBANHO DE ARTISTAS (E EMPRESÁRIOS E AGREGADOS) QUE ESTARÃO NO PALCO SE APRESENTANDO PARA UM PÚBLICO ELITIZADO DAS CLASSES MÉDIA ALTA E RICA?
Deixo a você a resposta, pois eu não tenho nenhuma. Aliás, tenho algumas, mas são IMPUBLICÁVEIS.
Mas, o pior da história vem agora. Salvador foi escolhida para iniciar o tal “Circuito”. Uma espécie assim de COBAIA. O que não der certo aqui, eles concertam em Belo Horizonte e nas outras capitais mais importantes para o BB. E olhe as atrações de Salvador: Carlinhos Brown, Preta Gil, Jota Quest (uma banda que, parece, agora só se apresenta sob patrocínio, seja privado, como da Sky TV, ou de bancos que nos pertencem, como o BB), Skank e uma cantorazinha totalmente + ou – chamada Joss Stone. Sim, Joss Stone. Não é Rihanna. Não é Nicki Minaj. Não é Adele. Não é Beyoncé. Não é Taylor Swift. Não é Miley Cyrus. Não é Kelly Rowlands. Não é Duffy. Não é Alicia Keys. É Joss Stone. Que porra é Joss Stone no cenário pop a não ser uma criatura que tem um fã clubezinho e PONTO?
Agora, COMPARE com as atrações de Brasília: Stevie Wonder, um monstro do pop internacional, um ícone, um deus. Jason Mraz, um pop star cujas músicas emocionam milhões de pessoas em todo o planeta e o hit atual “93 Millions Miles” é apaixonante (se ele subir ao palco e cantar esta e “I Won´t Give Up”, “I´m Yours”, “Lucky”, “Make It Mine”, “Butterfly” e “Life Is Wonderful”, você pode começar a chorar de alegria e voltar pra casa feliz). Ivete Sangalo, que é capaz de botar até defunto pra dançar, uma diva. Capital Inicial (nada, nada é mais legal em termos de banda pop-rock no cenário nacional dos anos 1980 e que continua cada vez mais atual hoje em dia – você canta, você dança, você se emociona, pois as letras tem tudo tem a ver com sua vida).
Agora, veja em Belo Horizonte e Rio de Janeiro: tem nada mais nada menos que RED HOT CHILI PEPPERS.
Só não entendo o que NÃO fazem as secretarias de Cultura do Governo do Estado e da Prefeitura do Salvador, que têm acesso rápido ao BB, e deixam a capital baiana na indigência como acontece agora na montagem da grade de atrações deste evento... Que fuleiragem, hein!?
Então vá e gaste seus 160 paus num show no Wet’n, estacione EM LUGAR NENHUM, porque aquilo não é casa de show coisíssima nenhuma e não tem onde você meter seu carro e, pior, tenha a consciência que quem está bancando É VOCÊ MESMO, porque Banco do Brasil é seu e, no entanto, está lhe metendo a faca no fígado na bilheteria. E a mídia caladinha...

“Cláudia Leitte é comparada a Beyoncé”
(jornal “A Tarde”)

Alguém ESTAMOS BÊBADOS, mas não sou eu... Olhe o texto que vi no “A Tarde On Line” hoje: “Recentemente, a loira (Cláudia Leitte) ganhou elogios de Alberto Perlman, executivo-chefe da Zumba Fitness, em entrevista ao New York Times. Ele até chamou Claudinha de "a Beyoncé do Brasil". E continua o CEO do “Zumba Fitness” (sic): "Você pega a maior estrela nos EUA, multiplique por 10, e isso é Claudia no Brasil", disse Perlman.
"Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Esta doeu no útero!", gritou a Big.
Diante do meu espanto, minha assessora BigLôra me trouxe um cálice de “Jägermeister” puro, sem gelo, e soltou: “Óli, seu Toni, se essa moça é Beyoncé do Brasil, o que sou eu? Uma deusa?”
É, Big, alguém se drogou e não fomos nós.

E o quê Euzinho vou fazer neste fim de semana de chuva em Salvador?
(não vai dar em nenhum jornal, nem na TV, nem no rádio, pois escrevo num blog lido em apenas 78 países além do Brasil.)

Aproveitando minhas férias iniciadas em primeiro de agosto, vou continuar lendo livros (agora, resolvi ler quatro ao mesmo tempo; eu lia três e isso estava me deixando “boring”).
Primeiro: por sugestão do jornalista Alex Ferraz, estou lendo “O Segundo Juízo de Salomão”, de Pitigrilli. É divertido, leve, instigante.
Segundo: estou lendo “Nietzsche para estressados”, de Allan Percy, porque sou o próprio stress em pessoa e o livro é utilíssimo pra controlar isso. Ou diminuir.
Terceiro: estou lendo “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, de Leandro Narloch, que tem me revelado lados insuspeitos de algumas personalidades, como Zumbi dos Palmares, que era um negro escravo fugido que tinha escravos negros também... Ah, como nós, seres humanos, somos previsíveis!
Quarto: “Uma Breve História do Mundo”, de Geoffrey Blainey, que já me mostrou o óbvio que eu insistia em não ver. Por exemplo: por que o Cristianismo se espalhou tão tápido pelo mundo civilizado no primeiro século se não tinha TV, nem jornais nem Internet? O livro me ensinou o óbvio: porque Jesus era judeu, seus adeptos eram judeus e os 7 milhões de judeus que existiam então (9% de toda a população do Império Romano) foram espalhados pelas diásporas de que foram vítimas. Então, tinha judeus na África, na Europa e na Ásia, daí, onde tinha um judeu convertido ao cristianismo, tinha um evangelizador trazendo mais gente pro rebanho de Cristo. Se babilônios, egípcios e romanos não tivessem sacaneado tanto os judeus e espalhado eles pelo mundo, talvez esta religião cristã nem existisse ou, se existisse, seria apenas um culto local, ali perto de Nazaré (não é Nazaré das Farinhas, não, BigLôra, me deixe!) e Jerusalém (não, não é aquela da Globo no sertão de Pernambuco; quanta inguinorança!). Só isso.
Depois que eu acabar de ler os quatro livros, resenho tudo pra quem se interessar.
Boas chuvas pra todos! E inté segunda, se Jesus Cristo, Mithra, Oxóssi e outros deuses assim o permitirem...

* tonY Pacheco é jornalista-radialista profissional e também cursou a Academia em Economia e Psicanálise. 


Um comentário:

  1. Voce só se esqueceu que o Banco do Brasil é antes de tudo um banco e banco vive dos seus clientes e tem muito cliente rico que tem conta no Banco do Brasil. Então de o BB faz festa pras cliente pobre, tem também que fazer pro cliente rico, pois este traz no final das contas muito mais retorno pro banco. Não estõa errados não.

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