A Turma do PCdoB (que nos anos 1980/1990 me censurava quando eu brincava que a Albânia era a Disneylandia deles, com a diferença de que eles nunca iam lá visitar) deu uma ré, saindo das intrigas palacianas de Brasília e do Castelo de Wagner e foi pegar no pé da blogueira cubana Yoane Sanches.
Em homenagem a aqueles que endeusavam o Ditador Enver Hoxha deixo ai embaixo uma amostra de uma das postagens da cubana. Como pirraça mesmo. Além do que ela escreve bem legal, e de quebra ainda se encontra uma diversidade de links de outros blogs cubanos.
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Em Cuba não há droga?
Eu tinha uma ceratite bem agressiva no olho esquerdo. Era o resultado da pouca higiene do albergue e das sucessivas conjuntivites mal cuidadas. Receitaram-me um tratamento complexo, porém depois de um mês de colírios continuava sem notar melhora alguma. Ardiam-me os olhos ao contemplar as paredes pintadas de branco e as zonas onde se projetasse a luz do sol. As linhas dos livretos apareciam borradas e examinar minhas próprias unhas era impossível. Yanet, a menina que dormia na cama em frente me contou o que acontecia. “Roubam-te a homatropina para tomarem-na, curtem uma tremenda viagem e depois preenchem o frasco com outra coisa”, disse-me num sussurro em frente às duchas. Desse modo me pus a vigiar cada noite minha posição e comprovei que era verdade. O medicamento que devia me curar era consumido por alguns colegas de albergue misturado com um pouco de água… Não era a toa que a minha córnea não sarava.
Elefantes azuis, caminhos de matéria plástica, braços que se alongavam ao horizonte. Escapar, voar, pular de uma janela sem sofrer dano… Até ao mesmíssimo abismo eram as sensações perseguidas por muitas daquelas adolescentes afastadas de seus pais e que viviam sob os poucos valores éticos transmitidos pelos professores. Algumas noites os rapazes faziam, na área desportiva, uma infusão da flor conhecida como “campana” conhecida como a droga do pobre. No final do meu décimo grau começaram a também entrar naquele pré-universitário os pós para inalar e “erva” em pacotes pequenos. Eram trazidas principalmente pelos estudantes que viviam no paupérrimo bairro de El Romerillo. Risadinhas nas aulas matinais depois da ingestão, olhadas extraviadas que transpassavam o quadro-negro e a libido exacerbada com todos aqueles “estímulos para viver”. Com doses regulares já não se sente nem o ardor da fome no estômago, confirmavam-me algumas amigas já “fisgadas”. Por sorte nunca me deixei tentar.
Ao terminar a bolsa de estudos soube que fora dos muros daquele lugar a mesma situação se repetia, porém em maior escala. Na minha região de San Leopoldo aprendi a reconhecer as pálpebras semi-abertas dos “colocados”, a fraqueza e a pele mortiça do consumidor empedernido e a atitude agressiva de alguns que depois de darem “um toque” acreditavam-se os reis do mundo. Quando os anos dois mil chegaram aumentaram as ofertas no mercado da evasão: melca, marijuana, coca - esta última a uns 50 pesos conversíveis o gramo atualmente – pastilhas EPO, Parkisonil rosado e verde, pedra, Popper e todo tipo de psicotrópicos. Os compradores são de variados estratos sociais, porém em sua maioria buscam escapar, passar um momento, saírem da rotina e deixarem para trás a asfixia cotidiana. Inalam, bebem, fumam e depois são vistos a bailar por toda a noite na discoteca. Passada a euforia ficam dormindo frente a esta mesma tela de televisão onde Raúl Castro assegura que “em Cuba não há droga”.
Tradução e administração do blog em língua portuguesa por Humberto Sisley de Souza NetoQuem quiser dar uma olhadinha mais profunda no blog de Yoane e de outros cubanos entra no link http://www.desdecuba.com/generaciony_pt/.
É Baqueiro, em Cuba não há droga e, melhor, no Irã não existem homossexuais segundo Ahmadinejad. O discurso oficial esquizofrenicamente dita o que é real e o que não é real.
ResponderExcluiros "fidelistas" (fiéis paroquianos de "são" fidelis!) ajudam a imprensa burguesa (globo, folha etc...) na promoção de uma desconhecida blogueira!!!
ResponderExcluirEste texto é típico da propaganda da direita: um fato sem importância é transformado em notícia. Como asssim? Um país com 11 milhões de habitantes é comparado com o paraíso, se não coincidir cem por cento então é o inferno, todas as conquistas econômicas e sociais, inclusive a independência política, singinificam menos que nada.
ResponderExcluirÉ possível que em um país com 11 milhões de habitantes não tenha um drogado? Um alcoólatra, um ladrão, um homicida ou serial killer ou outro tipo de psicopata? E se tiver uma porção que seja será que as conquistas no sentido de mais igualdade econômica e sociais estão invalidadas? Óbvio que não.
Comparar Cuba atual com o país antes da Revolução de 1959 é o correto já que se trata de descutir os feitos e defeitos desta revolução. Por que os servos dos EUA não procedem assim? Porque não estão interessados na verdade mas em propaganda. Não têm pruridos de servir a uma potência imperialista contra um minúsculo país.
Acredito na boa-fe de Baqueiro e de Tony Pacheco mas estou convicto que não estão servindo à verdade ao reproduzirem mera propaganda anticomunista e anticastrista.
Esse tipo de comentario ja ouvia em 1985 quando a gente falava mal da URSS, da China, da Albania, e congeneres. Mas, mesmo assim, brigado pela parte que me toca. :-)
ExcluirAterrise Baqueiro. Esta suposta superioridade não vale nada quando se é um instrumento consciente da extrema direita na propaganda contra a esquerda. Críticas à URSS foram feitas por Victor Serge em "Memórias de um Revolucionário", pela Oposição Operária, liderada por A. Kolontai, e o próprio Kropotkim antes de morrer em 1921 avistou-se com Lênin para alertá-lo do equívoco que era construir o socialismo através de uma ditadura; outros como Rosa Luxemburgo teceram idênticas críticas, sem contudo servirem à direita.
ExcluirMas não é o caso deste blog que conscientemente serve à propaganda da extrema direita, reproduz sem retoques a propaganda da extrema direita, repete tudo o que o PIG inventa sobre a esquerda quando poderia fazer uma análise crítica.
O que esperar de gente que chamou o velho Tony Pacheco de Coronel do Exército em Boletim do Sindiquímica nos anos 80, só porque ele escreveu sobre os 70 ANOS DE TIRANIA na URSS. Eu já aterrissei no dia em que li sobre o ataque do Exército Vermelho de Trotsky sobre os marinheiros de Kronstadt... e ainda mais quando descobri que os comunistas pró-Stalin criaram locais dentro de Madrid para torturar e assassinar seus opositores de esquerda durante a Guerra Civil Espanhola... afff... eita... quando descobri que Guevara e Fidel se juntaram prá assassinar sindicalistas anarquistas no Paredon em Havana, depois da "revolução" ai eu já tava aterissado... Mas eu não culpo vocês não. Ignorância é culpa da CIA, da KGB e da Igreja, que pôs meio mundo de material orgânico em suas mentes.
ResponderExcluirBaqueiro tu tem o raciocínio curto, eu não tenho nada a ver com estas coisas não provadas e risíveis, uma "barriga" como dizem os jornalistas, chamar um nada como Tony Pacheco de coronel do Exército.
ExcluirDiga a fonte onde você encontrou esta maluquice: Fidel e Guevara matarem sindicalistas anarquistas. Mencione a data e os nomes da vítimas também ou vai passar por mentiroso... Como jornalista você tem muito a aprender, cheque os fatos, confira com outras fontes; como você "chuta" muito, pode ser a repetição de uma "barriga".
Conheço bem a história da Revolução Cubana e nunca vi nenhuma referência a este fato, pode ser mais uma "barriga" sua...
Enfim, vocês se deixam docilmente e prazerosamente dominar pela direita, repetem a propaganda com prazer e verdadeira satisfação, são cavalgados pelos jegues da direita como Jair Bolsonaro, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi e Olavo de Carvalho, também os mais compactos montes fecais do jornalismo de esgoto.
Sigam considerando a esquerda como inimigos e não a direita; combatam-nos praticando na melhor da hipóteses uma aliança espúria, e não se queixem depois de serem acusados de estarem servindo aos jegues da direita...
Helooooouuuuuu! O Pacheco que vocês estão falando é meu avô, o velho Pacheco que era militar. O jovem Tony Pacheco, que sou euzinho, um "nada", sou apenas jornalista, economista, radialista e psicanalista, além de um "nada". Por enquanto. Não me atribuam especialidades que não tenho.
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