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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

BRASIL CAMPEÃO DE AMEAÇA À IMPRENSA. CARNAVAL DO MURRO NA CARA.


JORNAL COMENTADO 54

6:34 – Sexta-feira – 15.02.2013

 “Liberdade de imprensa em perigo”
(“Tribuna da Bahia”)

“Brasil figura em lista onde liberdade de imprensa corre risco”
(“Folha de S. Paulo”)

O trabalho intenso do ex-ministro e condenado no processo do “Mensalão” José Dirceu e de seu Partido dos Trabalhadores finalmente deu os frutos que prometia: o Brasil está entre os DEZ PAÍSES QUE MAIS AMEAÇAM A LIBERDADE DE IMPRENSA entre todos os países do planeta Terra. E olhe que são 193 países independentes no mundo... Ser campeão em uma lista tão vasta significa que estamos caminhando, EFETIVAMENTE PARA UM CONTROLE DA MÍDIA.
Primeiro, o controle se deu, durante a Ditadura Militar (1964-1985), através do encarceramento dos jornalistas, torturas, degredos e censura econômica (era quase impossível ter um jornal durante a tirania dos generais). Após a democracia (1985 até hoje), a “judicialização” (para usar um termo caro ao presidente Joaquim Barbosa, do STF) da liberdade de imprensa nos lançou nos braços da lista dos líderes mundiais em ameaças ao trabalho jornalístico.
Os dados são do Committee to Protect Journalists (CPJ ou Comitê para a Proteção dos Jornalistas).
Uma digressão: este CPJ mostra, efetivamente, que o Inglês tem uma grande parte de suas palavras com escrita semelhante ao Português, ao contrário do que muita gente imagina...
Voltando à vaca fria, o CPJ denuncia (sem o espaço merecido na própria mídia brasileira e mundial), que “legislação restritiva” à profissão de jornalista, prisão e puro e simples assassinato, têm tornando a vida da imprensa um inferno aqui no Fim do Mundo.

"O crescimento sem precedentes no número de jornalistas assassinados e presos no ano passado juntamente com legislação restritiva e censura do Estado está a colocar em risco o jornalismo independente em muitos países."
(Comitê para a Proteção dos Jornalistas)

O número de jornalistas presos no mundo atingiu 232 profissionais em 2012.

Os três países com maior número de jornalistas presos são a Turquia com 49 detidos, o Irã com 45 e a China, com 32 repórteres na cadeia.  

OS 10 MAIS AMEAÇADORES

Brasil, Equador, Etiópia, Irã, Paquistão, Síria, Somália, Rússia, Turquia e Vietnam são os 10 países que mais ameaçam a liberdade de imprensa no mundo na atualidade, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas.
Analisemos um por um:
Equador é um dos mais inexpressivos países da América e vive agora sob um poder pseudo-esquerdista, bem à moda dos populistas que pululam nesta nossa América Latina condenanda a repetir seus erros históricos. Como o Brasil, Argentina, Venezuela, Nicarágua e tantos outros, o Equador tem um governo assistencialista que mantém a população escrava de esmolas oficiais e, claro, denunciar isso é ir para a cadeia na certa.
Etiópia é o país mais pobre do planeta Terra e se revezam no poder ditadores desde a época do imperador Hailé Selassié. É um país governado por bandoleiros, quadrilhas etc. e tal. Dá para entender que não possa conviver com jornalistas revelando os podres dos poderosos de plantão.
Irã é uma ditadura islâmica que sucedeu a ditadura do xá Reza Pahlevi. É um país onde não há o menor respeito aos Direitos Humanos, com mulheres apedrejadas porque “traíram” o marido, homossexuais enforcados e inimigos do regime que “somem” misteriosamente. Pra saber mais, vá a uma cinema e veja o filme “Argo”, de Ben Affleck, que concorre ao Oscar deste ano.
Paquistão é um amontoado de etnias unidas apenas pela fé islâmica, tendo governos militares desde sua invenção em 1947, ao se separar da Índia. Quando você vê que a bandeira do país tem a cor verde do Islam e a lua crescente dos muçulmanos (o equivalente à cruz no Cristianismo), “corra, corra Lola!”, pois são os símbolos da ausência total de liberdade. Sem exceções.
Síria é outro país islâmico, desta vez em guerra civil, pois é riquíssima em gás e passagem natural de oleodutos, o que desperta a cobiça de EUA, Rússia, Europa, Turquia e Irã. Não é, mesmo, um lugar para jornalista trabalhar em paz.
Somália é um ex-país situado no Chifre da África. Feita da união, em 1960, da Somália Britânica com a Somália Italiana, o novo país acabou nos anos 1990 e hoje é um amontoado de “senhores da guerra” mandando em vários territórios, embora finjam que são uma nação. Está entre os cinco países mais corruptos do mundo e é a capital mundial da pirataria marítima. Sim, os velhos tempos dos piratas voltaram e, pior, num lugar onde a maioria dos navios carregados de petróleo e outras mercadorias têm que passar entre Ocidente e Oriente.
Rússia você já sabe. Deixou de ser comunista e caiu nas mãos de um “senhor da guerra”, o eterno presidente Vladimir Putin. Ex-superpotência, é um dos países onde a criminalidade mais assusta, com máfias espalhadas por todo o seu território e a economia comandada com mão de ferro pelo presidente: quem não faz negócio com ele não faz negócio com ninguém. Há guerras locais por todo lado, já que é o maior país do mundo habitado por dezenas e dezenas de etnias, cada uma com a uma lígua, só as unindo o ódio ao poder central de Moscou. É impossível ser feliz num lugar destes sendo jornalista.
Turquia não é o que se vê na novela “Salve Jorge”, já vou avisando. É um país muçulmano e se você tem dúvidas do que isso significa, veja o filme “O Expresso da Meia-Noite”, uma assustadora denúncia do que é ser estrangeiro e preso num país desses. Os jornalistas são presos às pencas, principalmente qualquer um que seja da etnia curda ou tenha simpatia pela causa do Curdistão, mesmo que seja estrangeiro. Só é bonitinha na novela das 9. Só.
Vietnam é uma ditadura marxista-leninista que adotou o capitalismo de Estado depois que este levou a China a ser a segunda maior economia do mundo. Aí já é o costume: governo marxista odeia oposição e a divulgação da verdade. Portanto, odeia jornalistas.
E, aí, eu deixo ao internauta a pergunta e o desafio: O QUE É QUE O BRASIL ESTÁ FAZENDO NA COMPANHIA DESTA TRALHA INTERNACIONAL?

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CARNAVAL E EXCLUSÃO TERMINA EM AGRESSÃO

“Agressões na face crescem 6% no Carnaval”
(“A Tarde” on line)

“Deputado critica aumento da violência e diz que estatísticas divulgadas são irreais”
(“Tribuna da Bahia” on line)

Para o líder do bloco parlamentar PMDB/DEM na Assembleia Legislativa da Bahia, Luciano Simões, o Carnaval não foi o paraíso que o Governo do Estado e a Prefeitura viram. Vejam o que ele bradou no Centro Administrativo:
“Quem se desloca para o circuito e é furtado, roubado, tem o seu carro levado de assalto ou acontece uma fatalidade maior, não está relacionado ao carnaval? Levantei os dados oficiais divulgados no próprio site da Secretaria da Segurança Pública e constatei que as ocorrências assustam qualquer um. Do primeiro dia de festa até a quarta-feira de cinzas foram 34 carros furtados, 113 carros roubados, 10 roubos a coletivos, 18 tentativas de homicídios (...), este último dado somado ainda aos dois assassinatos que aconteceram nos circuitos. Infelizmente, estes são os ‘reais’ números da violência que devastou a capital baiana no período do Carnaval.”
Pois é!
Mas o dado assustador mesmo é que 370 pessoas sofreram traumas na face, na cara, no rosto. Este dado mostra o NÍVEL DE ÓDIO das relações sociais na Bahia que EMERGE NO CARNAVAL COM VIOLÊNCIA BRUTAL.
Quem agride na cara quer humilhar ou mostrar que é tão importante e forte quanto o agredido. No caso de Salvador, onde 80% são descendentes de africanos, mas onde o poder está nas mãos dos 20% eurodescendentes (os “brancos da terra”), o Carnaval se torna o ESPELHO ONDE O NEGRO NÃO SE VÊ.
Não que os camarotes sejam caros. Nem tampouco os blocos. É que os afrodescendentes não têm mesmo renda nenhuma que lhes permita comprar este tipo de lazer, pois engrossam as estatísticas da CAPITAL NACIONAL DO DESEMPREGO E DA FAVELIZAÇÃO.
A História, para repetir Karl Marx, é a mesma da França pré-revolução: está-se repetindo como farsa aqui nos trópicos. Maria Antonieta, mulher do rei Luís, ao ser confrontada com o fato de que o povo não teria mais pão para comer, teria respondido: “Por que não comem brioches?”
É esta INDIFERENÇA SÓRDIDA ao destino das classes populares que EXPLODE NA AGRESSÃO AO ROSTO das pessoas nas ruas no Carnaval: 370 murros na cara é agressão facial demais, todos hão de convir.
Em tempo, quando o povo que não quis comer brioche tomou o poder, alguns dias depois, DECAPITOU Maria Antonieta. Tudo tem a ver com a cara...

* tony Pacheco tem formação acadêmica em Psicanálise, Jornalismo, Radialismo e Economia.

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