TOny PAcheCo*
6:04 –
Sexta-feira – 01.02.2013
“Apoiado por Dirceu,
Renan diz que fará gestão ética no Senado”
“Alvo de três inquéritos, Renan deve
ser eleito presidente do Senado”
(“O Estado de S. Paulo”)
O mais curto comentário de toda a minha carreira jornalística: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
....................................................
“Estado investe R$29 milhões no
Carnaval”
(“Tribuna da Bahia”)
“Soldado PM ganha $159 por 12 horas no Carnaval e segurança particular o dobro”
(“Jornal Comentado”)
É. São R$29 milhões. Só não tem
dinheiro para pagar decentemente a diária do soldado da Polícia Militar da
Bahia, que vai trabalhar durante a folia, garantindo a vida e as propriedades
dos cidadãos. Enquanto um camarote particular está pagando até mais de R$300 a diária de um segurança desarmado que fica lá, paradinho, se
divertindo, vendo celebridades entrando e saindo e ainda recebendo cantadas
gostosas que podem render boas horas de prazer no final da jornada, os PMs
ficam fardados, armados e andando pra lá e pra cá como robôs, evitando que as
tribos entrem em confronto na rua, sobrando para o folião desavisado e o
turista Alice, aquele que acha que o Brasil é o País das Maravilhas...
Por R$159 ao dia (jornada de 12
horas de trabalho, sendo quatro dias dos 6 dias de Carnaval), eu aceitaria
ficar apenas olhando os trios elétricos passar. Assim mesmo, com protetor de
ouvido, pois conheço estas músicas há 20 anos. O repertório é basicamente o
mesmo e todo mundo canta as mesmas músicas. Além dos R$159, eu ainda exigiria
uma “Boring Tax”, uma taxa de chateação de pelo menos uns R$500 diários pra
aguentar a mesmice de décadas...
Pobres policiais! Depois ainda
perguntam porque eles ficam de cara amarrada.
Se fosse eu, saía dando é “bicuda” na canela de todo mundo.
...................................................................
“EUA contestam compra da Modelo pela
AB InBev”
(“O Estado de S. Paulo”)
“EUA querem barrar AB InBev de comprar cervejaria
mexicana”
(“Correio”)
E como já é quase Carnaval, vamos
falar de cerveja.
Capitalismo de verdade é assim. A
nossa AmBev, fabricante de Brahma e Skol, que hoje é conhecida como AB InBev
(Anheuser-Busch International Beverages), está tentando comprar a Cervejaria
Modelo, do México, que fabrica a cerveja Corona Extra. Só que, a Corona é a
cerveja importada mais vendida no mercado dos EUA. A AB InBev, que detém a
marca Budweiser, já é uma campeã de vendas no mercado americano e comprando a Corona Extra, ficará com 46% do mercado e isto o Departamento de
Justiça (o Ministério da Justiça de lá) americano não vai deixar, porque ACABA
COM A CONCORRÊNCIA, o que significa monopólio ou, no mínimo, oligopólio, como já
estamos sofrendo no Brasil.
Aqui, a nossa AmBev (que é a mesma
AB InBev), DETÉM 68% DO MERCADO DE CERVEJAS e, portanto, DETERMINA O PREÇO DE
TODO O MERCADO. Um exemplo? No Carnaval de 2012, comprei no BomPreço latinha de
“piriguete” da Skol por 79 centavos. Este ano, está lá o preço: UM REAL E
DEZENOVE CENTAVOS. São 66% de aumento contra uma inflação de apenas 5%. A AmBev cobra o que quer, pois é dona do mercado e conta com um governo brasileiro indiferente à sorte dos consumidores.
Aqui no Brasil, onde quem
cuida de evitar monopólios e oligopólios é o Ministério da Fazenda, ninguém se
importa com as ameaças ao capitalismo concorrencial, afinal, País onde os automóveis
têm preço COMBINADO entre fabricantes e governo e onde todos os postos de
gasolina vendem basicamente pelo mesmo preço, mesmo tendo liberdade de
concorrer, ninguém vai esperar que o governo federal aja como o Departamento de
Justiça dos EUA.
Como disse uma vez um alto
dirigente da Mercedes-Benz: “Ao brasileiro se cobra caro porque o brasileiro
paga”. Não somos gostosos, somos GASTOSOS!
.............................................................................
“Bombeiros veem
problemas
em 67% das casas vistoriadas”
(“Folha de S. Paulo)
“Sucom libera funcionamento de
boate”
(“Correio”)
Vejam a manchete da “Folha” sobre a situação das boates de São Paulo e
comparem com a situação das boates e camarotes de Salvador. Aqui está tudo
perfeito, como se vê pelo noticiário.
Meu amigo e jornalista Alex Ferraz, analisando com Ricardo Líper e eu
sobre as “vistorias” nas boates do Brasil depois da câmara de gás de Santa
Maria da Boca do Monte, comentou a informação de um dos fiscais sobre a questão
de a maioria das boates só ter uma entrada que é ao mesmo tempo saída: “E se o
incêndio for justamente nesta única entrada/saída?”
E aí me lembrei que estas fiscalizações são “tão sérias” no Brasil, que
eu comprei o meu primeiro imóvel numa cooperativa habitacional, por volta de
1990, aqui em Salvador, e o que mais me chamou a atenção foi que os
apartamentos (todos eles, sem exceção), só tinham uma porta. Todos sabemos que
imóvel tem que ter uma entrada social, que dá na sala, e uma porta de serviço,
que dá na cozinha. Isto é, sempre há um lugar para correr e se salvar no caso
de um botijão de gás explodir. Todo mundo sabe, mas meu apartamento está lá,
impávido colosso, com seu “Habite-se” regulamentar e só tem uma porta. Se
houver incêndio na porta, a única saída é pular pela janela do décimo quinto
andar...
Até a próxima tragédia, queridas e queridos!
P.S.: só a Sucom está falando sobre as vistorias que está fazendo nos
camarotes. Eu não vi um “release” ainda na mídia baiana dos Bombeiros, Coelba,
Embasa etc. etc. etc. Imagino que é para quando ocorrer uma Santa Maria por aqui, eles
poderem fazer o que o pessoal de Santa Maria está fazendo por lá: “Né cumigu naum!”
* tony pacheco tem formação acadêmica em Economia, Jornalismo, Radialismo e Psicanálise, mas tem inveja de Lula, pois o que gostaria mesmo era ganhar dinheiro sem ter aturado faculdades durante 14 anos...
Os praças nem tem onde reclamar e nem sei como vocês conseguiram essa informação. A propria Associação não fez nada até agora. Teremos mais um carnaval de lanchinho michuruca e dinheiro miudo lá pra março.
ResponderExcluir