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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

JORNAL COMENTADO 50


TONY pacheco*

6:43 – Segunda-feira – 04.02.2013

EUVALDO JORGE PEDE A GABRIELLI QUE VÁ À CÂMARA EXPLICAR A PONTE

“Explicações”
 (“Tribuna da Bahia”)

Euvaldo Jorge, que já foi secretário de Infraestrutura de Salvador, tem o conhecimento prático, além do teórico, sobre a importância das obras viárias na capital baiana para amenizar os graves problemas de trânsito da cidade. E é baseado em sua experiência que como vereador está requerendo a presença do secretário de Planejamento do Governo Wagner/PT, José Sérgio Gabrielli, para que explique a construção da Ponte Salvador-Itaparica na Câmara de Vereadores.
Ressalvo, antes de mais nada, que sou um ENTUSIASTA DA PONTE SALVADOR-ITAPARICA. Mas, acho que as obras de acesso serão tão importantes quanto o equipamento em si e se não forem PERFEITAS, anularão o efeito final e PIORARÁ a situação do trânsito na Cidade Baixa a níveis insuportáveis.
Claro que passou despercebido pela maioria da mídia local, mas o que se quer saber é COMO SERÁ feita esta ponte, principalmente do lado de cá, na capital. Basta visualizar a área de Água de Meninos, para saber que não se consegue entender como seria a ÁREA DE ACESSO a uma obra de tal magnitude. A não ser que se tragam engenheiros da Holanda, especializados em aterro de áreas marítimas, para se criar o complexo viário de viadutos que dêem acesso à ponte SOBRE O MAR.
Este é o acesso à Ponte Rio-Niterói. Agora, imagine se há em Água de Meninos espaço para se fazer obra semelhante de acesso à futura Ponte Salvador-Itaparica.

Para facilitar o entendimento, colocamos a imagem acima da área da Ponte Rio-Niterói do lado Rio. Esta é a praça de pedágios (aqui terá também) e acesso dos veículos. Nota-se que teria que haver uma remoção de tudo que está edificado entre o Moinho Salvador e o antigo prédio da Petrobras (incluindo, aí, toda a antiga e a nova Feira de São Joaquim), para que se possa construir uma praça de pedágio e um complexo de viadutos que dê acesso à Ponte Salvador-Itaparica.
José Sérgio Gabrielli é culto, inteligente e competente e, com certeza, vai mostrar isso aos vereadores, pois deve ter em mãos um planejamento da obra inteira, evitando-se dois erros GROSSEIROS que o Governo do Estado cometeu (e está COMETENDO) neste momento em Salvador:
1)    o primeio destes erros é a nova Rótula do Abacaxi. Qualquer dos milhares de cidadãos que passam por ali NOTOU QUE NÃO ADIANTOU NADA o complexo ser reformulado na região. Os engarrafamentos CONTINUAM. Segundo arquitetos e engenheiros que ouvimos, ali o projeto é de um ENGENHEIRO RODOVIÁRIO, que não entende nada de ENGENHARIA URBANA. 
O que acontece, por exemplo, para quem faz o sentido Iguatemi-Retiro, é ESCANDALOSO para uma obra que partiu do zero, pois ali não existiam viadutos. Quem faz este sentido, agora com o complexo de viadutos, o motorista entra num verdadeiro LABIRINTO até chegar à Av. Heitor Dias, que dá acesso ao Retiro. É um tal de vai pra direita como se fosse pro Cabula, depois dobra à esquerda como se fosse para as 7 Portas, até que finalmente se dobra à direita para ir ao Retiro. Aquilo é tão ESCANDALOSO em termos de engenharia que os responsáveis deveriam ser punidos pelo CREA-BA;
2)    o segundo erro GROTESCO das obras do Estado é o ANEL DE PASSEIOS em torno da Arena Fonte Nova. Os engenheiros (que devem ter sido regiamente pagos pela Odebrecht) que fizeram o projeto simplesmente ESQUECERAM do conceito de ACESSIBILIDADE. Na maior parte do anel de passeios em volta do novo estádio, em vez de os engenheiros aproveitarem que estava tudo no chão e projetarem um anel de passeios com no mínimo uns 5 metros de largura em concreto escovado, como na orla da Barra, deixaram, da sede da Oi, no Campo da Pólvora, até a praça dos restaurantes, no Dique do Tororó, o mesmo passeiozinho de 1 metro de largura dos anos 1940 e ainda COM POSTES NO MEIO. Um atentado à acessibilidade de mulheres (por causa dos saltos), idosos, cadeirantes, crianças e qualquer pessoa com problemas de mobilidade temporária ou definitiva. Só os jovens torcedores da Bamor e da TUI não sentirão dificuldades...Também do final da Ladeira da Fonte das Pedras (Ladeira da Fonte Nova) até quase em frente ao estádio propriamente dito, no Dique, acontece o mesmo: o passeio varia de 1 metro a 1 metro e meio no máximo. O CREA-BA poderia se manifestar, mas não se manifesta e os erros cometidos há 60 anos vão ser repetidos agora.

Assim será o passeio da "moderna" Arena Fonte Nova: 1 metro de largura com poste no meio

Por isso, é fundamental que o secretário de Planejamento visite a Câmara de Vereadores de Salvador. Euvaldo Jorge sabe, com conhecimento de causa, por ter sido secretário da área de trânsito, que não bastam obras, as obras têm que levar em conta as necessidades de mobilidade da Cidade do Salvador. Uma Ponte Salvador-Itaparica que não preveja uma solução do problema de espaço para O SEU ACESSO, será, na verdade, mais um elemento de CONFLAGRAÇÃO NO COMPLICADÍSSIMO trânsito da Cidade Baixa.
PENSAR NÃO DÓI: quem passa diariamente entre a Calçada e o Moinho Salvador, vive um verdadeiro inferno. Imagine com uma ponte começando e terminando ali, com o afluxo de caminhões para o Porto, ônibus e automóveis vindos de todas as regiões do estado e do País, que encurtarão mais de 100 QUILÔMETROS em seu trajeto ao usar a ponte... Imagine o inferno!
Este inferno pode se tornar um PARAÍSO, se a obra responder e EQUACIONAR a questão da ACESSIBILIDADE. Se não, nem o Diabo vai querer usar o equipamento...

* tony pacheco tem formação acadêmica em Economia, Jornalismo, Radialismo e Psicanálise, e trabalhou na Assessoria de Imprensa da Setin nas administrações de Pedro Dantas e Euvaldo Jorge, dois dos mais operosos secretários de Infraestrutura da administração passada.

Um comentário:

  1. Vcs continuam viajano na maionese. isso é + uma obra pra ganhar dinheiro igual a fonte nova.

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