tonY pacHeco*
6:34 – 18.12.2012
– terça-feira
FIM DO
MUNDO ANTECIPADO
Papai Noel
entrega corda para enforcamentos
Quem pensou
que o fim do mundo do Calendário Maia era na próxima sexta-feira, 21,
enganou-se: nesta semana estão chegando correspondências na casa de todo mundo
que tem cartão de crédito (seja de que bandeira for), convidando a gente para
parcelar nossas faturas em 24 vezes. Eu disse VINTE E QUATRO VEZES uma simples
fatura. É o fim do nosso mundo. Antecipado...
Se você
fizer isso todo mês, haverá um dia em que você NÃO MAIS PODERÁ COMPRAR, só
ficará parcelando faturas.
O Bradesco,
por exemplo, oferece sua fatura de 1.000 reais em 24 vezes de 73,60. Vejamos:
ao final de dois anos, os seus 1.000 reais terão se transformado magicamente em
1.766,40, isto é, o Bradesco vai ganhar 766,40 reais nominais em suas costas. Você
terá pago 176% de juros em 24 vezes. Nem os piores agiotas judeus que na Idade
Média a Igreja Católica QUEIMAVA NAS FOGUEIRAS tinham coragem de cobrar juros
de 176% em 24 meses. Mas, agora, não é crime mais, nem contra Deus, nem contra
o Estado, nem contra o Homem.
E para você
ver como isso é GANANCIOSO e criminoso, a inflação média anual está prevista
para 5%. Isto é, em 24 meses teremos inflação de, no máximo, 10,25%. Isto é, a
inflação no período transformaria sua dívida de 1.000 reais em apenas 1.102,50.
O BANCO VAI GANHAR, DESCONTADA A INFLAÇÃO, 663,90 reais (bem reais) em suas
costas.
É por isso
que bancos estão em crise na Europa e nos Estados Unidos mas, no Brasil, estão
tendo lucros faraônicos.
É o lema
dos governos brasileiros desde FHC, passando por Lula e agora por Dilma: PAÍS
RICO É PAÍS DE BANQUEIROS MUITO RICOS.
Resumo da
ópera: NÃO VÁ PRA ESSA NÃO. Se mate, rode a bolsinha entre Ondina e Pituba, mas
não parcele suas faturas em 24 vezes. É ESPARRO!
A SINUCA DE
BICO DO SUPREMO
“STF
encerra mensalão com cassação de três deputados”
(O Estado
de S. Paulo)
“Deputados
condenados do mensalão perderão os mandatos”
(Tribuna da
Bahia)
“Marco Maia
insiste que última palavra sobre cassação de mandatos é dos parlamentares”
(O Globo)
E o Supremo
Tribunal Federal pôs um ponto final (será?) sobre o Julgamento do Mensalão
decretando o fim dos mandatos dos deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar
Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Só que o presidente da Câmara
Federal, Marco Maia (PT-RS), está insubordinando-se contra o STF e bate o
pezinho dizendo que quem cassa mandato de parlamentar é parlamentar, o que,
realmente, existe na Constituição. Está lá, com todas as letras, que é deste
jeito que Maia falou, o que é, um absurdo, em termos, pois é como levar para um
tribunal dentro da penitenciária o julgamento de um assassino. Assassinos
seriam julgados por assassinos presos nas cadeias. Ladrões julgariam ladrões.
Seria um mundo muito doido. Mas, em se tratando de parlamentares, como eles
fazem as leis, fazem-nas para protegerem a si mesmos.
Mas, em
outro trecho da mesma Constituição e, paradoxalmente, diz-se que a PALAVRA
FINAL sobre qualquer assunto constitucional é do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Portanto,
mesmo que Marco Maia tenha razão sobre a sua tese, a Constituição coloca o STF
no topo da decisão final: NÃO CABE A NINGUÉM DISCUTIR DECISÃO DO SUPREMO em
nenhum assunto, mesmo constitucional.
Isso só tem
um perigo: o dia em que o Supremo só tiver juízes do naipe de uns dois que a
gente viu no Julgamento do Mensalão, corremos o risco de o STF sair cassando
mandatos do PSDB e do DEM sem quê nem pra quê. É um risco real. Aí, teríamos
que acender velas rezando para haver vários Joaquins Barbosas para frear os juízes
chapa-branca...
Esta é uma
novela que vale a pena ver o final.
* Tenho formação acadêmica em Economia, Jornalismo, Radialismo e Psicanálise, o que não me impede de cometer erros...
O setor bancário é o que mais fatura no país. Os caras não fazem absolutamente nada e nem sabem mais onde colocam tanto dinheiro. Nossos governantes estão coniventes. Enquanto isso, os bancos são os que mais demitem e humilham funcionários e clientes; aliás os clientes são vitimas de extorsão; antes os bancos não cobravam nada e já faturavam do mesmo jeito.
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