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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Seminário A ERA DO PANÓPTICO


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Carlos Baqueiro
cbaqueiro@terra.com.br

No final do Séc. XVIII o filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham concebeu pela primeira vez a ideia do panóptico. Para isto Bentham estudou “racionalmente”, em suas próprias palavras, o sistema penitenciário. Criou então um projeto de prisão circular, onde um observador poderia ver todos os locais onde houvesse presos. Eis o panóptico.

Ele também observou que este mesmo projeto de prisão poderia ser utilizado em escolas e no trabalho, como meio de tornar mais eficiente o funcionamento daqueles locais.

Foi naquele período da história que, segundo o francês Michel Foucault, iniciou-se um processo de disseminação sistemática de dispositivos disciplinares, a exemplo do panóptico. Um conjunto de dispositivos que permitiria uma vigilância e um controle social cada vez mais eficientes, porém, não necessariamente com os mesmos objetivos “racionais” desejados por Bentham e muitos de seus antecessores e contemporâneos.

Dos anos 60, do Séc. XX, quando Foucault escreveu suas primeiras obras, até o início do Séc. XXI, novas tecnologias de comunicação e informação surgiram, permitindo novas formas de vigilância que por vezes se tornam tão dissimuladas que não são facilmente percebidas pelos indivíduos. Tornam-se também naturalizadas, não deixando claros todos os objetivos de quem se utiliza daquelas novas técnicas de vigilância.

Nestes novos tempos a vigilância também vem adquirir uma nova característica. A possibilidade de observação de todos sobre todos. Hoje é possível ao patrão ler mensagens de correio eletrônico de seu empregado, mas também existe a possibilidade de colegas lerem mensagens de colegas, maridos de esposas, pais de filhos, a partir de ferramentas gratuitas disponíveis na Internet, por exemplo.

Empresas conseguem, a partir de celulares, monitorar o local onde se encontram seus empregados. Governos e crackers podem, com o instrumental adequado, ter as informações bancárias de qualquer cidadão, a partir de banco de dados individuais (como aqueles referentes a antiga CPMF, por exemplo) e câmeras digitais vigiam cada metro quadrado de aeroportos.

O panóptico se disseminou. E como afirmou enfaticamente em meados dos anos 90 outro filósofo francês, Gilles Deleuze, isso gerou a criação de uma Sociedade de Controle.

É a partir deste quadro que acontecerá dias 14 e 15 de Outubro o SEMINÁRIO A ERA DO PANÓPTICO, no Auditório do PPGEduC, da UNEB - Cabula - Salvador - Bahia.

Programação:

Dia 14 de Outubro (Sexta-Feira).
14:00 horas – Abertura – Eduardo Nunes (PPGEduC).
14:30 horas – André Lemos – Mídia Locativa e Vigilância. Sujeito Inseguro, Bolhas Digitais, Paredes Virtuais e Territórios Informacionais.
15:30 horas – Ana Godoy e Nildo Avelino – Educação, Meio Ambiente e Cultura: Alquimias do Conhecimento na Sociedade de Controle.
16:30 horas – Debate.
17:00 horas – Lançamento da 2ª Edição do Livro “Do governo dos vivos” de Michel Foucault, Organizado por Nildo Avelino.
Dia 15 de Outubro (Sábado).
09:00 horas – Abertura.
09:30 horas – Carlos Baqueiro – O Blog A Era do Panóptico: Pesquisa e Resistência à Sociedade de Controle.
10:30 horas – Ricardo Liper – A Sociedade Orwelliana em 1984.
11:30 horas – Debate.
12:00 horas – Encerramento do Seminário.

3 comentários:

  1. Parabens pelo seminario.

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  2. Faltam 3 dias para acabar as suas ferias, fique atento!!! Ass. Caveirao!

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  3. Quem é esse cabeludo da foto ??? Muito simpático !!!

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