Alex Ferraz
Na TV, imagens assustadoras de mais um episódio da História. O corpo ensanguentado de um ditador sanguinário arrastado e exibido como carne num açougue, enquanto o povo que vivia sob suas garras dança e urra de alegria.
Khadafi foi executado, da mesma forma como ele mesmo fez com milhares dos que ousaram desafiar seu poder. Os rebeldes ditos revolucionários (e que já demonstraram como tratarão seus adversários a partir de agora, quem viver verá) mostraram que podem agir exatamente como agia o ex-ditador líbio,que, numa clar amostra da imponderabilidade que envolve o poder, passou a ser imediatamente execrado e teve sua execução saudada por governantes mundiais que, até um ano atrás, apareciam abraçados a ele, festejando acordos, com foi o caso de Berlusconi. Viveu em palácios, foi recebido em palácios, acumulou gigantesca fortuna, foi louvado como líder revolucionário quando derrubou a monarquia no seu país, recebeu sorriso e abraços de banqueiros suiços (sempre eles!) e, mais recentemente, portugueses, quando brigou com a Suíça e tranferiu sua fortuna para Portugal, e acabou como uma ratazana, retirado de um buraco de esgoto e executado a sangue frio.
Obama, o negro que emocionou o mundo ao ser eleito presidente da nação mais racista do do planeta, comemorou a execução de Khadafi, a despeito de governar um país onde a Justiça é rigorosa no trato dos direitos humanos, mesmo quando isso envolve o julgamento dos mais terríveis serial-killers. Mas Obama já provou que um negro pode, sim, matar como qualquer banco bushiano, quando invadiu o Paquistãoe executou Bin Laden.
Enfim, é este o século XXI que alguns ingênuos louvam como "virada" da humanidade, "nova era", era da "civilidade" e outras bobagens.
Tolice. Somos, como desde tempos imemoriais,selvagens, sanguinários, e na ânsia pelo poder vale,literalmente, tudo. Salvo as honrosas - e, pelo visto, inócuas - exceções de sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário