Filmes Comentários

domingo, 31 de julho de 2011

Nazistas a vista... e a prazo.

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Carlos Baqueiro
cbaqueiro@terra.com.br

Há alguns anos estamos vendo o crescimento da direita, e da extrema direita, nas eleições européias. França, Áustria, Países Nórdicos... Seria muita ingenuidade acharmos que as mortes de Hitler e Mussolini enterraram o nazismo e o fascismo para o local que mereceriam no Inferno.

Os atentados ocorridos na Noruega, por parte de um louco nazista (estou sendo redundante), podem mesmo ser vistos como a ponta do Iceberg da retomada de uma ideologia que assassinou milhões de judeus, ciganos, anarquistas, comunistas, e todo tipo de gente, em nome de um fundamentalismo político e religioso.

Tem gente no Brasil que se surpreende com a posição de outras tantas pessoas, aqui mesmo do nosso país, que concordam com as ideias nazifascistas. Entre elas toda a verborreia racista que foi usada pelo nazista norueguês para escrever um manifesto de propaganda.

No manifesto ele cita algumas vezes o Brasil, sugerindo que um país tão miscigenado como o nosso, não poderia dar certo. Toda essa mistura entre “raças” seria a culpada pelos “altos níveis de corrupção, falta de produtividade e em um conflito eterno entre várias culturas”(1).

Quando se fala de Racismo no Brasil, muita gente se lembra do Conde Arthur de Gobineau. O sujeito foi enviado ao Rio de Janeiro, por Napoleão III, para uma missão diplomática, durante os anos de 1869 e 1870. Adorava o imperador Dom Pedro II. Aliás, era a única coisa que ele gostava no Brasil.

Ele odiava o país, e seu povo mestiço:
Mas se, em vez de se reproduzir entre si, a população brasileira estivesse em condições de reduzir ainda mais os elementos daninhos de sua atual constituição étnica, fortalecendo-se através de alianças de mais valor com as raças europeias, o movimento de destruição observado em suas fileiras se encerraria, dando lugar a uma ação contrária(2).
Mas, longe do etnocentrismo europeu, muitos brasileiros teorizaram sobre a incapacidade de um povo misturado poder galgar posições civilizatórias satisfatórias.

Um desses brasileiros foi o médico baiano Nina Rodrigues. Discípulo de homens como Darwin, Augusto Comte e Cesari Lombroso, este último defensor da pretensa ciência que afirmava a inferioridade de algumas "raças" ante a superioridade de outras. Nina Rodrigues foi um pesquisador perspicaz da vida dos negros na primeira década do Sec.XX. Mas algumas de suas conclusões são obviamente sintomas de uma época:
A Raça Negra no Brasil, por maiores que tenham sido os seus incontestáveis serviços à nossa civilização, por mais justificadas que sejam as simpatias de que a cercou o revoltante abuso da escravidão, por maiores que se revelem os generosos exageros dos seus turiferários, há de constituir sempre um dos fatores da nossa inferioridade como povo(3).
O pensamento racista não é mais nem menos humano do que qualquer outro pensamento. Faz parte de posicionamentos históricos tomados por indivíduos desejando entender o ser humano. Lembremos que o grego Aristóteles não acreditava que os escravos pudessem ser tratados igualmente com os outros gregos, pois eram "Escravos", e não "Homens". A estupidez da violência contra o outro nasce das necessidades, dos desejos conscientes e inconscientes, das diversas culturas. A mulher em alguns países árabes pode ser punida se fizer sexo menstruada. Ao homem traído, em algum momento no Brasil, já foi permitido legalmente a vingança, até mesmo com a morte da mulher.

Infelizmente, como vimos nas explosões e tiros na Noruega, a estupidez não é algo do passado. Estaremos sempre com ela ao nosso lado, a nossa frente, em nosso redor, dentro de nós.

O que sempre nos tornou e continuará nos tornando seres humanos é a capacidade de resistir e escapar a essas ideias estúpidas que negam uma humanidade ao mesmo tempo única e diversa.




Além das fontes que já coloquei no próprio texto quem quiser entender um pouco mais de Racismo no Brasil deve ter em mãos o livro O Espetáculo das Raças, de Lilia Moritz Schwarcz, da Companhia de Letras.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Quando acordarem... já foi!



Dona Dulce vendeu objetos pessoais do marido general Figueiredo para sair da merda. Isto dá o que pensar...


TONY pacheco


Recebi pelo e-mail yahoo este texto que compartilho abaixo e noto que este pessoal do PT não tem nenhum analista do campo político que os advirta sobre os riscos do comportamento aliancista-a-qualquer-preço que adotaram para manter o poder.
Leiam o texto e desculpem, mas mantive os erros, pois o texto não é meu:


"A Morte de Dona Dulce Figueiredo.

ASSIM SÃO ESSES "EXTRANHOS" "MILICOS"!
A Morte de Dona Dulce Figueiredo.
E falava-se horrores do Andreazza! Que estaria riquíssimo, que teria ganho de presente das empreiteiras, um edifício na beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, que não tinha mais onde guardar dinheiro.
Não sei se Amália Lucy Geisel ainda estará viva. Pouco mais velha do que nós, tinha alguns problemas de saúde. Pois bem: ela era Professora do Colégio Pedro II e, mesmo quando o pai era Presidente, ia de casa ao trabalho de ônibus. Cansei de encontrá-la neles, ela e eu a caminho do centro do Rio.
Meu pai chamava isso de "os três dês do milico": decência, decoro, discrição.
A Morte de Dona Dulce Figueiredo.
Primeiro, morreu o Cel. Mário Andreazza. Quando Ministro dos Transportes, foi responsável pela construção da ponte Rio-Niteroi, obra que teve empréstimo inglês de 2 bilhões de dólares (Sim! Dois bilhões! De dólares!). Por ocasião de sua morte, seus 37 colegas de turma tiveram de fazer uma vaquinha para que o corpo pudesse ser transladado para o Rio Grande do Sul. Portanto, depois de gerenciar tanta verba pública, bem administrada, diga-se de passagem, morreu pobre.
Já em 2003, foi a vez de Dona Lucy Beckman Geisel. Seus últimos anos de vida, viveu de forma pobre e discreta. Morreu em acidente de carro na lagoa Rodrigo de Freitas.
Ano passado, foi a vez de dona Dulce Figueiredo, que ficou viúva em 1999, do último Presidente militar. Em 2001, devido a problemas financeiros, teve que organizar um leilão para vender objetos pessoais do marido. Foi a forma que encontrou para sobreviver dignamente.
Faça suas comparações com os políticos de hoje e compare o estilo de vida do último Presidente brasileiro, de sua mulher, que frequenta o mais caro cabeleireiro do Brasil, as mais caras butiques, os mais caros cirurgiões plásticos, gastou os mais altos valores do cartão de crédito, que não precisava prestar contas. Nunca fez um trabalho social pelo Brasil. Só o que fez foi viajar com o marido por todos os lugares do mundo, às expensas do suor dos brasileiros trabalhadores. Seus filhos enriqueceram da noite para o dia.
Isto é que são políticos "populares".
Tire suas conclusões.
"
O texto, incontestavelmente, diz verdades.
O problema é que ele leva a uma reflexão golpista, a de que a democracia é incompatível com a honestidade. Quer levar a crer que a ditadura militar produziu morte e destruição, mas desenvolveu o Brasil e ninguém lucrou pessoalmente com isto, mostrando que as viúvas dos generais da ditadura morreram ou vivem pobremente.
Sim, isto é verdade, mas à sombra da ditadura militar PROSPERARAM os civis ADESISTAS que ganharam fortunas com o regime autoritário. Se você mora no Nordeste, basta olhar pela janela e verá emissoras de TV e rádio, empreiteiras e todo tipo de empresas construídas por civis que eram capachos dos ditadores militares.
Os generais e suas famílias podem ter ficado na merda, mas o pessoal da entourage NÃO!

O mesmo acontece agora com o PT. Sem dúvida nenhuma, os petistas chegaram ao poder com um discurso e até mesmo uma prática que visava a melhoria das condições do povo brasileiro, sempre em nome das classes trabalhadoras.
Contudo, ao chegar ao poder, querem permanecer nele a qualquer custo e abandonaram o discurso e a prática em nome da convivência com uma BASE ALIADA formada por partidos absolutamente descomprometidos com qualquer coisa honesta, como é o caso do PR no Ministério do Transportes e também o próprio PT, cheio de gente envolvida nas mais incríveis mutretas.
Os líderes históricos do petismo recusam-se a fazer autocrítica e acham que democracia é isso mesmo. TEM QUE CONVIVER COM LADRÕES PARA FAZER AVANÇAR O PROJETO. Isto é puro Lenin, mas traz em suas entranhas os germes de sua destruição.
As pessoas começam a COMPARAR a vida simples dos militares que nos martirizaram, mas trabalharam pelo Brasil, com a vida de políticos (e seus pimpolhos) cuja única tarefa no poder é enriquecer, mantendo o Brasil como:
1) exportador de matérias-primas EXCLUSIVAMENTE, o que nos reduz ao nível de uma Bolívia;
2) desindustrializado, pois mandamos a matéria-prima e recebemos produtos acabados caríssimos feitos com nossas matérias-primas exportadas a preços ridículos;
3) atrasado tecnologicamente, pois nossa educação é voltada para atividades primárias, não havendo pesquisa científica digna deste nome em nenhum campo;
4) um lugar de trabalhadores mal-pagos que compram serviços e mercadorias a preços caríssimos.

Ao deixar a corrupção desenfreada e PARTICIPAR dela, o governo atual permite que se COMPARE cada vez mais o sistema atual com o anterior. E, é claro, sempre há uma renca de gente que está mamando que não quer despertar para os riscos. Mas eles já estão aí.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Uma Olimpíada explosiva

Alex Ferraz

E o Rio de Janeiro, minha gente!
Quase 250 bueiros já explodiram este ano.
Nas linhas Amarela e Vermelha, bandidos atacam com tijoladas e assalatam motoristas, enquanto a PM se ocupa em fuzilar garotinhos inocentes e sumir com o corpo.
Esta, a ex-Cidade Maravilhosa, é que será palco das Olimpíadas de 2014.
Uma irresponsabilidade do Comtê Olímpico Internacional...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sobre um Fórum de Ideias

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Melancolia, de Edward Munch
Carlos Baqueiro
(cbaqueiro@terra.com.br)

Ontem, no caminho do trabalho para casa, que dá, normalmente, um intervalo de tempo de 40 a 60 minutos (quando não ocorrem alguns engarrafamentos espetaculares podendo aumentar esse tempo em mais uma hora), vim pensando sobre as palavras de algumas das palestrantes do Fórum Mundo do Trabalho, promovido pela Petrobras, lá no prédio da Pituba, aqui em Salvador.

O que fazer a curto prazo para evitar a melancolia ou a ansiedade de uma vida rotineira, automatizada ? Como agir no trabalho ou na vida de uma forma geral para diminuir as tensões criadas diariamente ?

Para elas e outros que falaram sobre temas da psicanálise, da filosofia, da sociologia, uma coisa é certa. Temos que tomar o posicionamento de sujeitos. Aqueles que agem em nome de algo. Seja a liberdade, seja uma vida feliz, seja criando um bom ambiente de trabalho, decidindo sobre nosso futuro.

Baseando-me nas premissas defendidas ali, ao chegar em casa resolvi “não fazer nada”, ou seja diminuir a velocidade/ansiedade dos fazeres. Sempre antes de chegar em casa fico pensando ou em andar 30 minutos na esteira, ou sair até a academia para o Pilates. Ou olhar se alguém deixou recado no Facebook, ou se tenho algum e-mail na caixa de texto. Ou se vou no cinema, ver o novo filme em 3D, ou se reinicio os estudos da Pós-Graduação...

Uma das palestrantes, a psicanalista Maria Rita Kehl deixou claro que devemos reduzir essa agonia de estar fazendo alguma coisa, sempre. E, agindo assim, sendo espelhos para as crianças, esta característica ajudaria a reduzir boa parte dos problemas psíquicos mais comuns dos indivíduos. Essa necessidade (do pegar o mundo com uma só mão) teria origem no desejo de não estar vivendo uma "vida vazia".

Ela me surpreendeu também com uma posição política fortemente anti-capitalista. Afirmou, em resposta a uma questão feita pela platéia, que é possível ao ser humano diminuir essa tensão com relação a "vida vazia" tornando-se um ser que age coletivamente em prol da melhoria do mundo. Em busca da construção de um modelo alternativo de vida.

Essa resposta me fez relembrar da viagem ao Rio de Janeiro e São Paulo em outubro do ano passado, quando aconteciam burburinhos sobre a demissão de Maria Rita Khel do jornal O Estado de São Paulo. Ela havia escrito um ótimo artigo que entre outras coisas falava da Bolsa Família, indiretamente elogiando o governo de Lula, com relação a aquele tema.

Todos sabiam e sabem das preferência do Estadão, mas não se imaginava que a direção do jornal chegasse ao ponto de demitir alguém que admitisse que o governo petista teria feito alguma coisa que prestasse, e de forma tão convincente como foi feito. Mas a eleição estava batendo as portas do país, e Maria Rita Khel foi vítima de suas próprias palavras. O texto saiu no jornal (além de rolar por toda a Internet), e ela foi demitida.

Baseando-me em tudo isso resolvi não fazer nada hoje a noite. Ponto. Obviamente, o não fazer nada no mundo urbano é ficar em frente a TV e assistir as três novelas da Globo (agora são quatro !!). Afff. Bateu ansiedade logo depois da primeira. Cordel Encantado até que é uma boa diversão, mas fiquei imaginando os movimentos do esófago assistindo a outra novela. Compulsivamente fui parar na frente do computador.

Melhor do que não fazer nada é relatar a experiência de ouvir especialistas falando que a gente deve ter um tempo vago. Só nosso. Tempo que permita uma reavaliação da vida... ou simplesmente um tempo, deitado numa rede, em que a gente possa ouvir os pássaros cantando, o vento batendo nas folhas das árvores, o coaxar dos sapos, ou ver uma Lua cheia em um horizonte livre de espigões... hmmm. Sonhar é sempre bom também.

Foi gratificante também ouvir a filósofa Viviane Mosé falar de limite como um elemento da vida social que daria sentido à liberdade. A partir de suas indagações lembrei do Homem Revoltado de Albert Camus,  aquele que nos permitiu compreender que a liberdade absoluta não existe, levando-nos, frequentemente, ao autoritarismo político quando buscada persistentemente. Para a filósofa, os limites forçam a criação de uma potência que faz com que o ser humano fique mais forte: assim fez uma analogia com a hidrelétrica que barra a água prá transformá-la em energia.

Ainda para ela os limites, juntos com as indeterminações, que permeiam as nossas vidas, em todas as relações vividas por nós, são o que há de mais importante para dar vazão a criatividade. Essa criatividade é o deferencial entre os seres culturais (nós, humanos), e os animais, que ainda vivem na natureza, com suas vidas determinadas.

Foi nesse sentido que ela fez a pergunta: Você deseja ser uma Vaca Feliz, ou um Ser Humano Insatisfeito ? Ela mesma responde que devemos escolher a segunda opção. Pois é com essa insatisfação que descobriremos os limites, e a partir daí compreenderemos se desejamos ou não ultrapassá-los.

Mas lembremos que estes não devem ser limites impostos. Devem ser limites acordados. Não sei se ela chegou a falar nesse sentido, mas não vejo uma lógica em acreditar que devemos compartilhar “alegremente” com outros indivíduos que querem nos impor limites não discutidos, não debatidos. Vivemos numa sociedade heterogestionária, portanto temos de aceitar, em algum momento, alguns desses limites não acordados. Mas não sorrindo descaradamente para eles.

Espero que a Petrobras democratize as apresentações desses dois dias de Fórum. E não só com os seus empregados, mas com toda a sociedade. Afinal, a sociedade merece saber o que se passa nesse tipo de encontro de ideias (e além do mais a empresa é pública). Assim, as palavras e os olhares, ali expostos, podem, como disse Viviane Mosé, encontrar ouvidos e outros olhares ávidos de conhecimento, para mastigá-lo e degustá-lo, da forma que lhes convier.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Da necessidade de escrever


Anne Frank


Já falei uma vez e vou falar, isto é, escrever de novo.
Você já se viu diante de uma injustiça, sendo massacrado por relações de poder que atravessam toda a sociedade? Da atendente de uma simples repartição até todo tipo de autoridade constituída, vizinhos, e, se vacilar, até o bêbado da esquina?
Deixe a preguiça de lado e, durante e após a raiva, relate o que aconteceu. Inicialmente ao seu computador. Depois mande para sua lista de e-mails. Sim, você deve ter uma lista de e-mails para isso. Repare. Isso você pode fazer. Canalize sua raiva para isso. O texto é um milagre. Ele é como um bom vírus. Pode até ficar adormecido. Acho que os cientistas chamam de esporos. Pode ficar anos ou mesmo séculos escondido. Mais está ali registrado.  Se puder imprima e o perca em algum lugar. Não faz mal. O seu testemunho da injustiça está lá. Depois faça um blog e divulgue. A Internet não foi criada pelos anarquistas nem por Bakunin mas o acaso, que sempre foi anarquista, a criou. Lave seu peito: escreva. Chamo a esse comportamento de a síndrome de Anne Frank. Sou incurável e sofro dela 24 horas por dia. Conte a todo mundo suas injustiças. Mas, repare, consulte seu advogado quando chegar a hora de dizer os nomes dos cretinos. Se possível processe. Tem gente vivendo de processar empresas cretinas. Não viva amordaçado. Tá vendo que aqui também tem auto-ajuda. Não é verdade o que vou escrever agora. Não pesquisei mas. para fazer uma cretinagem que está na moda vou recomendar. Escrever as injustiças faz bem, diminui o colesterol, contribui para diminuir os radicais livres, o faz viver mais, controla o estresse, enfim, só faz o bem para saúde física e mental. Os inimigos do rei existem para a gente desabafar e lê-lo só faz bem a saúde. Tá vendo que ninguém escapa de ser cretino. 

domingo, 17 de julho de 2011

Revolução Espanhola: Eles Passaram...

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Carlos Baqueiro
(cbaqueiro@terra.com.br)

Há 75 anos atrás, no mês de julho de 1936, o povo espanhol saía para as ruas, contra um Golpe de Estado executado pelos militares, liderados pelo General Francisco Franco, que era apoiado pela Igreja Católica, parte da burguesia e latifundiários.

O povo, literalmente, sai as ruas de Barcelona, de Valença, de Madrid, liderados principalmente por marxistas, trotskistas e anarquistas. Mas também saiu as ruas nas pequenas aldeias, e vilas. Montavam barricadas e, armados, chegaram a tomar as prefeituras, os quartéis e órgãos públicos, e também as igrejas.

Enquanto as Forças Armadas tomavam a Galícia, e outras as regiões ao norte, e também a Andaluzia, ao sul, aqueles que lutavam contra o Golpe, tentando manter viva a democracia conseguida a muito custo com a queda da Monarquia alguns anos antes, mantinham a Catalunha e a a região de Castela, dentre outras menores.

A "Nova República" tentava sobreviver com apoio de trabalhadores urbanos e camponeses, de parte da burguesia espanhola, e de toda a esquerda. Mas em pouco tempo as alianças que permitiram a resistência contra Franco foram se dissipando. A falta de apoio de países como França e Inglaterra (que talvez tivessem mais medo de uma vitória da esquerda do que dos fascistas, mesmo com a Alemanha e a Itália  apoiando os golpistas sem qualquer ressalva), foi um fator preponderante.

Durante o processo o qual alguns chamam de Guerra Civil e outros de Revolução (dependendo dos desejos ideológicos), a União Soviética, sob o governo de Stalin, resolve enviar armas para a esquerda. Mas direciona as mesmas para o Partido Comunista. O PC inicia assim uma tentativa de tomar a hegemonia da “Revolução”, a partir do poder que conseguiu com as armas mais modernas mandadas por Stalin.

Os fatos começam a tomar rumos absurdamente complexos. Inicia-se uma guerra dentro da guerra. As esquerdas que não recebem armas (anarquistas e trotskistas) se revoltam contra o PC. Ve-se tiroteios entre anarquistas e comunistas nas ruas de Barcelona, pelo poder do edifício dos Correios. Trotskistas são presos em Madrid e levados para Edifícios Prisões criados por aqueles apoiados por Stalin.

A burguesia e a aristocracia espanholas, que se escondiam dentro das cidades ainda republicanas, aparentando uma humilde aceitação da atual condição, com suas roupas velhas e encardidas, como diria George Orwell, em suas lembranças no texto Homenagem a Catalunha, também contra-atacariam tomando as cidades que haviam resistido aos ataques franquistas.

Nas Vilas do interior, as Igrejas, que haviam sido tomadas pela população local, e se transformaram em hospitais e escolas, eram retomadas pelos padres e freiras fascistas, que eliminavam facilmente as milícias de esquerda, enfraquecidas com as confusões ideológicas e lutas reais que ocorriam entre os grupos que as formavam.

A “Revolução” foi derrotada. O povo teve de voltar aos seus velhos afazeres comuns: escravização e alienação. Inclusive indo as Praças logo após a queda do governo eleito democraticamente, para saudar Franco e seus apoiadores, servindo de massa de manobra.

A derrota foi tão humilhante, e a repressão tão feroz após a vitória dos golpistas, que o Generalíssimo Franco ocupou o poder supremo na Espanha até a sua morte, em 1975.

A crise de incompreensão sobre a derrota, os medos pelos conflitos ideológicos entre filhos e pais, entre irmãos e primos, foi tão grande que o historiador Pierre Broué, em Seminário sobre a Guerra Civil Espanhola, ocorrido em Salvador, na década de 90, ainda afirmava haver um receio de pesquisadores espanhóis estudarem sobre os fatos e acontecimentos ocorridos entre 1936 e 1939.

Há poucas semanas atrás estudantes e trabalhadores espanhóis também sairam as ruas e tomaram as praças, pretendendo defender os ganhos que haviam conquistado nessas últimas décadas sem o autoritarismo franquista. Os jornais que li relembravam, fazendo analogias, ao Maio de 1968 francês.

Naquele momento, não vi qualquer referência ao Julho de 1936. Infelizmente.

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Como opção para aqueles que desejam saber um pouco mais sobre a Revolução Espanhola faço duas sugestões:


e

O filme Terra e Liberdade, de Ken Loach.
(não achei nem venda de DVD, nem qualquer local para Download na Internet, portanto dê uma andadazinha até a locadora mais próxima em nome da lembrança de uma história e tanto)

sábado, 16 de julho de 2011

"Eu vou voltar a viajar pelo País": Lula, claro, falando em jatinho...


Olhem as rodovias baianas. Cobram pedágio por isso...

TonY PachecO



Sempre que falo no ex-presidente Luís Inácio/PT gosto de lembrar que fui um dos milhões de idiotas que votou nele em 2002, vencendo o quebrador de contratos Fernando Henrique Cardoso/PSDB (sim, aquele que mudou a aposentadoria de quem já estava com mais de 30 anos de contribuição e liquidou a classe trabalhadora e vendeu as estatais em processos ininteligíveis, para dizer o mínimo...).
Hoje, sábado, dia 16 de julho de 2011, começo a ler a "Tribuna da Bahia" e algumas notícias quero compartilhar com os internautas.

LULA VOLTA A VIAJAR PELO PAÍS

Quando vejo o ex-presidente gozador falando isso, entendo logo que é DE JATINHO que ele pretende viajar. Sim, porque ele seguiu à risca a política do ex-presidente FHC que destruiu a malha rodoviária federal no Brasil. FHC tinha o famoso Padilha, aquele que não colocava um metro de asfalto novo e transformou as rodovias em queijo suíço de tanto buraco. Já Lula, teve Alfredo Nascimento, agora afastado por Dilma para colocar o responsável executivo pela buraqueira nas rodovias, Paulo Sérgio Passos.
Então, ficamos combinados: Lula voltará a fazer política por todo o Brasil, mas chegará de jatinho até as cidades principais e dali, claro, irá de helicóptero. Porque se depender da buraqueira rodoviária que promoveu em oito anos, JAMAIS chegará a cidade alguma via rodovias.
A não ser que avise a Dilma para asfaltar alguns dias antes de ele viajar...

VIA BAHIA DIZ QUE JÁ ESTÁ CUIDANDO DAS BRs 324 e 116

Enquanto o Ministério Público Federal acordou de seu sono esplêndido e resolveu cutucar a Via Bahia, que administra e COBRA PEDÁGIO das rodovias ESBURACADAS e SEM ACOSTAMENTO (BR 324 e BR 116), a própria Via Bahia resolve vir a público dizer que é "menas" verdade é que não recebeu notificação nenhuma do MPF e que tampouco descuida das rodovias.
Os familiares que perderam entes queridos nas rodovias nos últimos tempos, os proprietários de veículos que perderam pneus, suspensão etc. nos últimos tempos, TODO MUNDO ESTÁ DELIRANDO.
É engraçadíssimo como a Bahia é TOSCA e a mídia local, querendo preservar uma baianidade que já não existe na prática, insiste em ignorar uma verdade elementar: a Bahia é considerada uma vaca leiteira, onde todo mundo vem tirar leite, mas ninguém precisa dar ração nem vacinar.
No Sul do País (falo de cátedra, pois, ao contrário de Lula e de Cabral, não viajo de jatinho - nem posso!), as rodovias pedagiadas são de NÍVEL AMERICANO e EUROPEU. Asfalto perfeito, acostamentos largos, sinalização perfeita (a Rio-Juiz de Fora, por exemplo, tem olhos-de-gato em toda a extensão, você dirige à noite parecendo que é dia, tal a segurança),enfim, tudo justificando o pedágio que você paga.
NINGUÉM É CONTRA PEDÁGIO. Isto aqui é país capitalista. O que se é contra é a PICARETAEM DA PRIVATIZAÇÃO SEM CONTRAPARTIDA.
A gente paga o pedágio para andar numa rodovia esburacada, sem acostamento, de pista simples e sinalização pífia. Eu nem acredito muito, mas tomara que alguém tenha culhão para levar este negócio do Ministério Público na ponta da faca.
Pedágio SIM! Buraco NÃO!

JUSTIÇA ENTRAVA INVESTIGAÇÃO
É, o caso do assassinato de Neylton, aquele funcionário da Secretaria de Saúde de Salvador, quando o PT é quem dava as cartas lá, continua rendendo panos para manga.
Volta e meia alguns jornais, alguns pouquíssimos sites, voltam a falar.
A bola da vez é a Justiça, agora acusada de matracar as ações que levariam os verdadeiros mandantes do assassinato para a cadeia.
Verdadeiros? Os vereadores de Salvador dizem que vão investigar. Quá-quá-rá-quá-quá!
Até as pedras do Pelourinho, dizem as más línguas, sabem onde estão os verdadeiros culpados. Mas, investigar, julgar e prender, quem há de???

PT JÁ TEM 74 PREFEITOS NA BAHIA

Estou me lembrando dos tempos do Malvadeza. Nos tempos de ACM, nós, jornalistas, comentávamos nos barzinhos e barracas, que Antônio Carlos tinha a síndrome totalitária de que nos fala Hannah Arendt. Ele queria que todos pertencessem ao partido dele. Que todos obedecessem ao comando dele. Que ele fosse o centro da Bahia, sua definição primeira e última.
E quem mais engrossava a voz para denunciar este totalitarismo era justamente o PT, imbatível partido guerreiro quando na oposição.
Agora, o PT faz a mesmíssima coisa em níveis federal, estaduais e municipais. Todo mundo cooptado. Todo mundo tem que pertencer ao mesmo "PROJETO". Huuuuuummmmmm!!!

DECISÃO DA DURONA SÓ DUROU 9 DIAS

Vocês leram o que eu li? A presidentA Dilma suspendeu no dia 5 de julho tudo quanto é obra, licitação, providência no Ministério dos Transportes diante do descalabro na pasta. Tudo ficaria em suspenso até o dia 6 de agosto, a fim de fazer uma ARRUMAÇÃO na casa.
Agora, na sexta-feira, a presidentA resolveu voltar atrás e "FLEXIBILIZOU" (no tempo de meu saudoso avô, coronel Antônio Pacheco, isto tinha outro nome...) tudo. O que estava parado poderá voltar a andar. Huuuummmmmmm!!!

PSDB PRIORIZA POLICIAIS MILITARES

O PSDB resolveu fazer oposição igualzinho ao PT fazia a eles nos 8 anos terríveis de FHC. A partir de agosto vão querer por que vão aumentar o salário dos PMs em todo o Brasil.
Quer dizer, enquanto FHC foi presidente, os PMs então ganhavam 5 mil dólares por mês e foi Lula quem derrubou o salário deles?
É tudo a mesma laia, como diz o governador do Ceará, Cid Gomes. Agora, eu não concordo muito com isso. Democracia burguesa também é engraçada. Principalmente a maneira como seres humanos menores se acham porretas e lutam por migalhas.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Semeando as mudanças no status quo


Alfredo Nascimento passa o Ministério dos Transportes para Paulo Sérgio Passos, que já era quem o administrava. Quer dizer, nossas maravilhosas rodovias continuarão como estão, pois continuarão nas mesmas mãos em que sempre estiveram nos últimos oito anos.

tony Pacheco

Em Psicanálise é comum se dizer que ninguém muda uma estratégia de vida que se julga estar dando certo.
Não importa que uma estratégia de vida seja, para o Outro, honesta ou desonesta, seja justa ou injusta, perfeita ou tosca. Para quem adotou uma estratégia de vida, interessa apenas que ela esteja dando certo. Certo para quem adotou. O resto que se lasque... Somos assim, seres humanos. Quem não gostar, mude de galáxia.
Isso explica, por exemplo, que a presidenta Dilma Rousseff/PT tenha mudado tudo no Ministério dos Transportes e, no final, tal como seu antecessor, o impagável (sic) ex-presidente Lula da Silva, não tenha mudado nada.
Sim, tirou Alfredo Nascimento/PR e colocou no seu lugar outro membro do PR, Paulo Sérgio Passos, o sujeito que era secretário-executivo do Ministério dos Transportes desde o primeiro governo de Lula. Isto é, o sujeito que realmente estava por trás do "trabalho" do Ministério, que é aquele que todos nós sabemos: manter a pior infraestrutura entre todos os países emergentes. Nossos portos estão defasados, caros e assoreados. Nossos aeroportos estão totalmente caóticos. Nossas rodovias são palco das piores coisas que se possa imaginar, pois são liberados todos os dias milhões e milhões de reais, e a malha rodoviária continua esburacada, de pista simples (incríveis duas faixas em BRs como 116 e 101 - uma faixa de mão e outra de contramão), com traçados sinuosos e inexplicáveis que remontam aos tempos de Getúlio Vargas, sem sinalização que se preze e a maioria sem acostamento. Nem vamos falar em ferrovias, o meio mais utilizado pelos povos desenvolvidos, porque no Brasil o lobby rodoviário venceu, nos mantém no atraso e ainda dá risada...
Enfim, mudou-se tudo no Ministério dos Transportes e tudo continuará como dantes. Inépcia, incompetência, corrupção, superfaturamento e, claro, nem um metro de pista nova nos aeroportos; nem um metro de asfalto novo nas rodovias; nem um metro sequer de trilho nas ferrovias; e transporte fluvial, neste país de bacias hidrográficas gigantescas, nem pensar...
E não adianta eu ou qualquer cidadão do Brasil ficar indignado com tudo isto. Como o próprio Pagot, do DNIT, disse no Congresso, a presidenta Dilma, quando ministra responsável pelo PAC, acompanhava todos os contratos das estradas, portos e aeroportos. E continua controlando agora como presidenta.
Portanto, todo o processo de superfaturamento que a própria presidenta denunciou há alguns dias, ela e o gramado da Esplanada dos Ministérios sabem que continuará a existir.

POR OUTRO LADO

Nos diz Karl Marx, que toda situação que vivemos está plantando as sementes da sua própria mudança, de sua própria derrocada.
Quando envoltos em nossas estratégias de vida, não as mudamos, sempre que INTERPRETAMOS que elas estão dando certo. Mas, sempre que elas são INTOLERÁVEIS para os outros agentes sociais, as nossas estratégias, na verdade, são as sementes que germinarão um novo status quo social QUE, MUITAS VEZES, NOS JOGARÁ PARA ESCANTEIO.
A História não mente. Os generais brasileiros chegaram ao poder em 1964 e pensaram que iam fazer o Reich de Mil Anos tropical. Prenderam, censuraram, mataram, corromperam, perseguiram e, no final, aqueles a quem humilharam estão hoje no poder.
Só falta esperar as sementes que estão sendo plantadas agora germinarem.
Se pudermos, vamos adubar e regar, para acelerar o processo...

sábado, 9 de julho de 2011

Apenas Boas Lembranças

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Por Carlos Baqueiro

Essa semana que passou aconteceu, nas áreas da Petrobras na Bahia, algo que nunca havia ocorrido aqui por estas bandas. Precisou-se efetuar um quarto escrutínio para se chegar a um número de eleitores mínimo na votação naqueles que tomarão conta do “novo” Sindicato dos Petroleiros.

As brigas e debates desconexos entre a Federação Única dos Petroleiros, FUP (ligada à CUT e ao PT) e a Federação Nacional dos Petroleiros, FNP (com a hegemonia do PSTU em suas hostes), durante os últimos meses deixaram a base da categoria tão cheia de dúvidas que a maioria nem se arriscava a ir votar em qualquer delas. Ainda ontem mesmo alguns colegas me perguntavam (no último dia de votação) qual seria a chapa “menos pior” para se eleger.

A Chapa 1 apoiada pela FNP afirmava em todas as suas falações em frente às áreas da Petrobras que a Chapa 2 seria a chapa branca, oficial, do governo. A Chapa 2 por sua vez insinuava que a outra chapa era da situação do Sindicato, de sindicalistas que tomaram a organização e não queriam “largar o osso”. E, novidade, ambas enchiam as caixas de correio eletrônico dos trabalhadores com seus ataques.

A situação perdeu o controle do bom senso quando essa semana uma das áreas administrativas onde trabalham petroleiros em Salvador teve de parar duas vezes como parte da mobilização por uma Participação de Lucros maior do que a empresa quer dar. Houve uma parada na entrada da área na Quinta-Feira, dia 07 de Julho, e outra paralisação dia 08 de Julho. Mas a ideia inicial seria parada um só dia, o que fizeram todas as outras bases petroleiras de todo o país.

No primeiro dia a mobilização ficou por conta da FNP (que aproveitou para escancarar baixarias contra a FUP) e no segundo dia por conta da FUP (idem, contra a FNP). Ou seja, transferiram uma guerrinha política insana para as manifestações por melhoria salarial. Obviamente, transformaram tudo em circo e os trabalhadores daquela base ficaram com cara de palhaço (como ouvi por diversas vezes pelas áreas da empresa esses dois últimos dias).

E depois a própria esquerda fica se perguntando, em seus jornais e revistas teóricas, sobre o porquê dos trabalhadores estarem se afastando a cada dia que passa do Sindicato que, em tese, os representa nas lutas e negociações com (ou contra) as empresas e o governo.

Aliás esse não é um questionamento novo. Quando, por vários motivos, os trabalhadores brasileiros diminuíram o quantitativo de greves em busca de melhoria de vida, entre os anos 80 e 90, muita gente de Universidade viu ali indícios de crise do sindicalismo.

E podemos ir mais além, tentando compreender a desilusão do anarquista Edgard Leuenroth com a tendência que parecia seguir os sindicatos dos anos 60:
“Antigamente, a vida dos sindicatos estava no sentimento de igualdade e na efervescência das ideias. Hoje, quando entro num desses grandes sindicatos, diante dos guichês que separam os operários dos funcionários e diretores, tenho a impressão de estar numa repartição pública. O corpo cresceu sem o espírito de verdadeiro sindicalismo”. (Fonte, pag.68)
Não sei se a opção pela Revolução ainda existe dentro de algum ponto da mente daqueles que trabalham na Petrobras, sejam eles terceirizados ou primeirizados, mas não é difícil perceber que se o sindicalismo continuar no caminho que está será apenas lembrança de um passado de muitas conquistas.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Quem, realmente, derrubou o ministro dos Transportes?


Cid Gomes, governador do Ceará, foi quem primeiro denunciou Alfredo Nascimento


TonY PACHEco


Comentaristas políticos invadem blogs, sites, rádios, jornais e TVs dizendo que "a imprensa derrubou Palocci e, agora, Alfredo Nascimento".
Em se tratando de Palocci, até concordo.
Mas Alfredo Nascimento, NÃO!
Quem derrubou o ministro Alfredo Nascimento, do PR, foi o governador do Ceará, Cid Gomes, do PSB.
Tudo começou no sábado, 7 de maio de 2011, quando Cid Gomes (ao contrário de vários governadores que fizeram vista grossa enquanto o ministro dos Transportes deixava a malha rodoviária federal às moscas e aos abutres que gostam de grana...), cansado de ver as rodovias do Ceará abandonadas e na buraqueira generalizada, resolveu denunciar Alfredo Nascimento publicamente. Num primeiro momento, a mídia amestrada resolveu ignorar. Mas, depois, foi num crescendo e deu no que deu.

Disse Cid Gomes, literalmente: “É um ministro inepto, incompetente e desonesto..."

Sobre o DNIT, o governador cearense disse que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes é um “antro de roubalheira”.
“Precisamos denunciar esse descaso do ministro dos Transportes e da sua laia do DNIT. Aquilo ali é uma laia, é um antro de roubalheira...”


Mais de um mês e meio depois é que a revista "Veja" resolveu dedicar algum espaço às denúncias de Cid Gomes, mas sem citá-lo.
Na verdade, quem derrubou Alfredo Nascimento foi o governador do Ceará.
Que outros governadores derrubem todos os ministros inoperantes, incompetentes ou corruptos que ainda restam.
Ouvi aí alguém dizer que "tem vários"???

terça-feira, 5 de julho de 2011

Vamos ajudar a Creche Béu Machado?




tonY Pacheco

Na "Tribuna da Bahia" de hoje fico sabendo que será relançado o livro de Béu Machado.
Vejam a notícia da "TB":

"O livro do jornalista Béu Machado “Pensamentando” terá relançamento no próximo dia 6, às 19h, no restaurante Grande Sertão, Costa Azul. Organizado por Washington Falcão, a obra contém textos de apresentação de Capinan, Raimundo Lima, Raimundo Machado e Maria José Machado (Neném). A reedição (a primeira foi em 1992) tem como propósito, ajudar na manutenção da creche Béu Machado, além do propósito de manter viva a imagem do Béu amigo, jornalista e poeta.

Serão doados por Raimundo Lima e Washington Falcão, 1000 exemplares que, vendidos, terão toda a renda revertida para a Creche. Serão doados também os arquivos digitais para que possam ser usados em novas tiragens e comercializados. Além de arrecadar fundos para amenizar os problemas financeiros enfrentados pela creche, que hoje abriga mais de 150 crianças, o lançamento tem como objetivo tornar público a situação atual, uma dívida de 100.000,00, gerada por ações trabalhistas e com isto bloqueio de recursos por parte da Prefeitura.

Para ajudar a creche sair do “buraco”, Washington Falcão pretende realizar um show beneficente, reunindo grandes nomes da música baiana, amigos e admiradores de Béu Machado. Portanto, um chamamento para os problemas enfrentados não só pela creche Béu Machado, mas todas as instituições assistenciais em dificuldade. Sobre o escritor, a sua companheira, Maria José Machado (Neném) diz que o jornalista era uma pessoa humana, que gostava de fazer o bem. “Adorava crianças e, por isso, a casa vivia cheia dos filhos dos vizinhos. E, foi deste modo, que nasceu a creche que leva o nome do jornalista”, revela."


COMPETÊNCIA E BONDADE

Conheci o jornalista Béu Machado na Redação de A TARDE, em meados dos anos 1980, e formávamos o chamado "corpo de copidesques" do jornal, aqueles jornalistas que eram encarregados de "reescrever" e "adequar à linha do jornal" os textos da reportagem que vinha das ruas. Este cargo nem existe mais. Hoje, o repórter chega da rua e já digita num PC da Redação e normalmente sai do jeito que veio e é esta maravilha que lemos todos os dias, com raras exceções...
Béu era o mais notável dos copidesques e logo notei que como ele sabia de um tudo MUITO MAIS do que eu, logo encetei uma amizade oportunista (no bom sentido), pois pensei: se quero ser jornalista, tenho que escrever como este rapaz.
Foi um professor paciente, amigo e DIVERTIDÍSSIMO.
Béu era destas criaturas que transforma o seu emprego num local que você quer retornar a ele todos os dias. Piadista de finíssimo humor, sem limites do politicamente correto. Ironia afiadíssima, tratava com enorme altivez todos aqueles que se achavam "bambanbans" em qualquer área. Dos meus vários professores de Jornalismo, foi o mais divertido e intelectualmente admirável.
Em termos de resgate histórico, Béu foi o verdadeiro idealizador de uma coluna dedicada somente à música baiana pós-moderna então nascente (o samba-reggae, que depois deu na axé music e no pagodão atuais). Eu era co-editor do caderno dominical LAZER&INFORMAÇÃO de A Tarde e Béu sugeriu: "Tony, crie uma coluna no caderno que só fale desta música nova que está tomando conta das ruas". Isto nos idos de 1988. Criamos o "Fanzine Bahia" para espanto dos coleguinhas de então, que chamavam Olodum, Ilê, Muzenza, Banda Cheiro, Banda Eva, Reflexus, Sarajane, de "subcultura", pois só toleravam ouvir Gil, Caetano e Bethania.
Com a força de suas idéias e o respaldo intelectual dele, Béu Machado foi um inspirador sem igual.
Durante algum tempo escreveu no mesmo caderno "LAZER", uma coluna de gastronomia intitulada "Comes&Bebes", a primeira no Brasil com este nome. Hoje, muitos veículos "chupam" a denominação. E para não ser identificado nos restaurantes que visitava (sim, ele ia ao restaurante depois fazia a análise da cozinha, tudo pago pelo falecido Dr. Arthur Couto, profissionalíssimo diretor de A Tarde), assinava a coluna com o irresistível nome de DeGustavo Leitão, sem medo de usar o sobrenome dos donos do Jornal.
Tenho saudades demais. Sinto demais a sua falta, Béu.

E é por isso que humildemente conclamo a todos a irem ao relançamento do livro de Béu. VAMOS AJUDAR A CRECHE BÉU MACHADO! Vamos ajudar a viúva Neném Machado a atender as crianças da Boca do Rio. Béu, com certeza, vai dar boas risadas por nosso ato.

domingo, 3 de julho de 2011

O verdadeiro "Custo Brasil" : incompetência + corrupção


Esta desgraceira é a BR-101, um dos maiores eixos rodoviários do planeta e um dos dois maiores do Brasil, junto com a 116. Sem acostamento, pista com duas faixas só (mão e contramão) e buraqueira generalizada. Este é o Brasil que quer ser do Primeiro Mundo. Primeiro Mundo dos infernos. Só se for...

tOnY pAcHeco

Durante os governos Fernando Henrique (PSDB)e Lula (PT), os dirigentes do Ministério dos Transportes e do DNIT, foram alvo de milhares de denúncias. Nada aconteceu com eles. Aconteceu foi com as estradas. A malha rodoviária federal foi simplesmente destruída nos 16 anos em que FHC e Lula governaram. Estes dois homens tinham tal horror ao trabalho diário de um presidente, que é cuidar do pesado da administração, como uma dona de casa tem que fazer, que simplesmente delegaram ao PMDB e, agora, ao PR, a administração da infraestrutura do Brasil. Deu no que deu.
Portos assoreados. Ferrovias com malha ridícula. Rodovias esburacadas, de mão simples, sem acostamento, sem sinalizações horizontal e vertical. Aeroportos ineficientes, lotados e empresas aéreas sem controle.
Em maio, o governador do Ceará, Cid Gomes, disse que o Ministério dos Transportes e o DNIT eram "um antro de roubalheira", o que explicaria o caos que é a infraestrutura de transportes no Brasil, herança realmente maldita de FHC e Lula para Dilma Rousseff.
Agora, vem o ministro Alfredo Nascimento, do PR, dizer que afastou toda a cúpula do seu ministério por causa daquela "roubalheira" que Cid Gomes já denunciava em maio.
Ora, ora, ora, a dobradinha incompetência e corrupção não é de agora. É a receita que deu o bolo solado que é o que vemos na infraestrutura brasileira. A pior de todos os países emergentes. O Brasil tá na rabeira frente à Rússia, Índia e China em relação a aeroportos, ferrovias, portos e rodovias.
E tudo porque só colocam gente incompetente para gerir área VITAL como esta. E gente que rouba e não faz nada, não por maldade. Mas porque são tão incompetentes que só sabem roubar. Não conseguem colocar um metro de asfalto nas rodovias. Não conseguem colocar uma draga num porto. Não conseguem ampliar a malha ferroviária. Enfim, eles não conseguem é nada, pois são idiotas.
Vírgula. Conseguem engordar suas contas bancárias.
Eu, sinceramente, teria VERGONHA de ser presidente da República num país com a infraestrutura que o Brasil tem. Vergonha.

sábado, 2 de julho de 2011

Como a imprensa demora a acordar...

No dia 27 de maio de 2011, publiquei na "Tribuna da Bahia" um alerta sobre o novo Codigo de Processo Penal. Mas agora, mais de um m^es depois os coleguinhas da imprensa acordaram...

Alex Ferraz


O desembargador Fausto de Sanctis, ao ver as mudanças do Código Penal, disse que "a prisão estará praticamente inviabilizada no país":


“Não se assuste se, a partir de julho, você encontrar na rua o assaltante que entrou armado em sua casa, o ladrão que roubou seu carro, o criminoso que desviou milhões de reais dos cofres públicos”.
(Giovani Ferri, promotor de Justiça)

Quase impossível ser preso no Brasil
Quando se pensa que nada de mais absurdo pode acontecer no Brasil, país onde se você é adolescente pode matar, estuprar, traficar e ainda recebe um beijinho da mamãe, o governo federal achou de estender a impunidade aos adultos. Aliás, justíssimo, pois a Constituição não permite discriminações de nenhum tipo, muito menos por idade.
Estamos falando da nova lei que entra em vigor no próximo dia 5 de julho, determinando que a prisão em flagrante e a prisão preventiva só ocorrerão em casos raríssimos.
Segundo o entendimento do promotor de Justiça paranaense Giovani Ferri, somente será preso quem cometer homicídio qualificado, latrocínio e mais um ou dois crimes.
O texto legal dá nova redação a vários artigos do Decreto-Lei 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, substituindo a prisão por medidas cautelares inócuas, como comparecimento periódico no fórum para justificar atividades, proibição de frequentar determinados lugares, distanciamento de pessoas, proibição de se ausentar da comarca onde reside, recolhimento domiciliar durante a noite, suspensão de exercício de função pública, fiança, internamento em clínica de tratamento e monitoramento eletrônico.
Assim, explica o promotor Giovani Ferri, crimes como homicídio simples, roubo a mão armada, lesão corporal gravíssima, uso de armas restritas (fuzil, pistola 9 mm), desvio de dinheiro público, corrupção passiva, peculato, extorsão, dificilmente terão prisão preventiva ou manutenção da prisão em flagrante. Todos estes crimes terão apenas as medidas cautelares. Então fica assim, quase ninguém mais será preso.

Delegado
arbitra fiança

Pela nova lei que entra em vigor em julho, pode-se matar alguém atropelado, manter cárcere privado ou roubar um carro. Aí, um delegado, sem ouvir promotor ou juiz, arbitra uma pequena fiança na delegacia (começa com um salário-mínimo) e o criminoso sai livre, leve e solto para continuar sua vida criminosa em paz.

Vai ser
uma farra

Corruptos, contrabandistas, emissores de duplicatas falsas e todo tipo de estelionatários poderão agora “trabalhar em paz”.
E, imagine, o crescimento da corrupção policial com a possibilidade de estar nas mãos de um delegado o poder de soltar o criminoso por uma ninharia!!!

Estado admite
sua inoperância

Nem sei mais porque pagamos impostos. Com esta mudança no Código Penal, o Estado Brasileiro admite sua incompetência para administrar Justiça para todos. Como não consegue manter um sistema penitenciário para os vagabundos, então o Estado Brasileiro resolveu deixar os vagabundos... na rua.