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terça-feira, 19 de julho de 2011

Da necessidade de escrever


Anne Frank


Já falei uma vez e vou falar, isto é, escrever de novo.
Você já se viu diante de uma injustiça, sendo massacrado por relações de poder que atravessam toda a sociedade? Da atendente de uma simples repartição até todo tipo de autoridade constituída, vizinhos, e, se vacilar, até o bêbado da esquina?
Deixe a preguiça de lado e, durante e após a raiva, relate o que aconteceu. Inicialmente ao seu computador. Depois mande para sua lista de e-mails. Sim, você deve ter uma lista de e-mails para isso. Repare. Isso você pode fazer. Canalize sua raiva para isso. O texto é um milagre. Ele é como um bom vírus. Pode até ficar adormecido. Acho que os cientistas chamam de esporos. Pode ficar anos ou mesmo séculos escondido. Mais está ali registrado.  Se puder imprima e o perca em algum lugar. Não faz mal. O seu testemunho da injustiça está lá. Depois faça um blog e divulgue. A Internet não foi criada pelos anarquistas nem por Bakunin mas o acaso, que sempre foi anarquista, a criou. Lave seu peito: escreva. Chamo a esse comportamento de a síndrome de Anne Frank. Sou incurável e sofro dela 24 horas por dia. Conte a todo mundo suas injustiças. Mas, repare, consulte seu advogado quando chegar a hora de dizer os nomes dos cretinos. Se possível processe. Tem gente vivendo de processar empresas cretinas. Não viva amordaçado. Tá vendo que aqui também tem auto-ajuda. Não é verdade o que vou escrever agora. Não pesquisei mas. para fazer uma cretinagem que está na moda vou recomendar. Escrever as injustiças faz bem, diminui o colesterol, contribui para diminuir os radicais livres, o faz viver mais, controla o estresse, enfim, só faz o bem para saúde física e mental. Os inimigos do rei existem para a gente desabafar e lê-lo só faz bem a saúde. Tá vendo que ninguém escapa de ser cretino. 

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