JORNAL
COMENTADO 141
7:18
– 26.07.2013 – Sexta-feira
tony
pacheCO*
“Bilhete
avulso terá direito ao Domingo é Meia”
(“A
Tarde”, on line)
“Prefeito
antecipa Bilhete Único e movimento critica”
“Estudantes
excluídos de programa”
(“Tribuna
da Bahia”)
Por
incrível que pareça, embora o NEGÓCIO ÔNIBUS no Brasil seja privado, só quem
fala sobre o assunto são os prefeitos. Você não vê um empresário se explicando,
mesmo numa crise monumental como a atual, na qual milhões de brasileiros saíram
às ruas exigindo transporte público de qualidade e tarifa zero, já que pagando
caro nos últimos 60 anos, o serviço SÓ FEZ PIORAR.
Em
Salvador, onde misteriosamente, embora desonerada pelo prefeito anterior no ano
passado, a tarifa não baixou, o atual prefeito resolveu anunciar algumas
benesses no Programa Domingo é Meia, mas, de maneira insensível (pra não usar
um adjetivo agressivo...), MANTEVE OS ESTUDANTES EXCLUÍDOS do Domingo é Meia.
E OS EMPRESÁRIOS SE CALAM SOBRE:
1. Nada
também sobre os ônibus lotados. 2. Nada sobre os ônibus desconfortáveis (sem ar
condicionado, sem limpeza etc.). 3. Nada sobre os horários dos ônibus, nunca
cumpridos. 4. Nada sobre as estações do inferno, que são as estações de
transbordo da Lapa, Pirajá, Mussurunga e Aquidabã. 5. Nada sobre as centenas,
centenas e centenas de pontos de ônibus sem abrigo do sol e da chuva para os
passageiros. 6. Nada sobre baixar a tarifa. 7.
Nada sobre a TRANSPARÊNCIA na planilha de custos, que deveria ser de
conhecimento de TODA A SOCIEDADE.
É
claro que uma hora destas vai surgir alguém no poder público que vai obrigar os
empresários a explicarem o porquê de tanto lucro e tão pouco retorno para os
usuários de ônibus em Salvador, na Bahia e no Brasil. Por enquanto, só a VOZ
ISOLADA do prefeito Fernando Hadad, do PT de São Paulo, que disse que o
problema é “o lucro das empresas de ônibus”. Mas, mesmo ele, já se calou, pois
seu secretário de Transportes, da família Tatto, está metido com o Negócio
Ônibus até o talo.
“Cai
20% o preço do aluguel de imóveis”
(“Tribuna
da Bahia”, hoje, 26.7.2013)
“SALVADOR,
O METRO QUADRADO MAIS BARATO DO BRASIL”
(este
blog, em 28.02.2013, há 5 meses, portanto...)
A
mídia tradicional anda a passos lentos, mas é normal num País onde o povo vai
às ruas e exige o fim da corrupção e no dia seguinte há uma revoada de
senadores e deputados em aviões da Força Aérea Brasileira para curtir jogo de
futebol e casamento à beira-mar...
Seguinte,
em 28 de fevereiro de 2013, mostramos aqui no blog que JÁ NÃO É INVESTIMENTO
RENTÁVEL colocar dinheiro em imóvel em Salvador para depois alugá-lo. Aquela
relação de que o aluguel de um imóvel não pode ser inferior a 1% do seu valor
de venda, em Salvador NÃO VALE MAIS e, portanto, como denunciamos aqui em
fevereiro, a miséria generalizada e o abandono total da Primeira Capital do Brasil fez com que seu
metro quadrado se tornasse o mais barato entre as grandes capitais. Como os empresários e o povo não forçaram os prefeitos a cuidarem da cidade, ela se tornou um lixo.
E
o quê isso importa para eu, você e os outros 2,7 milhões de soteropolitanos?
A
MISÉRIA VAI AUMENTAR. Isso porque a construção civil talvez, junto com a
agricultura, sejam os únicos dois setores importantes da economia brasileira
que ainda permitem o emprego do trabalhador sem escolaridade avançada. São 7%
de todos os empregados brasileiros. Na Bahia, são mais de 450 mil pessoas
trabalhando na construção e a maioria sem sequer carteira assinada, mas todos
levando um dinheirinho no fim do mês pra casa.
A
desvalorização dos imóveis, galopante em Salvador por causa das sucessivas
administrações desastrosas que transformaram, em 50 anos, a capital baiana numa
gigantesca favela onde 70% dos imóveis são sub-habitações, está levando o setor
a uma sinuca de bico. Com a desvalorização, quem tem capital disponível procura
investir em outras áreas, pois comprar imóvel para alugar significa deixar de
consumir luxo para fazer a economia girar. E, aqui, ter um imóvel pra alugar
está virando prejuízo. A decadência já era prevista, mas autoridades e
empresários ainda não acordaram.
Quem sabe agora, com a crise econômica pegando o Brasil de jeito, com o “atochamento” do
crédito e a consequente queda nas vendas, alguém desperte. Ou não.
* tonY Pacheco estudou Economia nas universidades federais de Juiz de Fora e da Bahia.
Isso é devido a migração em massa de pessoas do interior para cá. Sem dinheiro construiram bairros inteiros irregularmente e agora não é possível concertar. Isso se vê claramente quando saimos da Av Luis Eduardo e pegamos a San Martim, entramos no lado favelão da cidade um submundo sujo e cheio de lixo e buracos com renda per capita de meio salário minimo.
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