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Ou sozinho, ou com dois, três ou mais. Sempre é sempre carícias. Ou você preferiria está vendo agora um campo de batalha? |
Ricardo Líper
Não gosto de falar de sexo. Sexo não é para se falar, principalmente, sob pontos de vista religiosos, supostamente científicos, psicológicos ou seja lá o que for. Quando fazem isso é para reprimir os outros visando interesses torpes. Foucault escreveu um livro que é fundamental e, no meu entender, esgota e encerra o assunto. É
A vontade de Saber, o primeiro volume de sua história da sexualidade. Quem não leu está vacilando. Entretanto, na ânsia de dominação do semelhante, organizações autoritárias e fascistas não poupam o prazer sexual humano. É por isso que eu escrevo sobre sexo. Defendo, como defendo a liberdade de expressão, a liberdade sexual de todos de maneira ampla, geral e irrestrita. Só sou contra o estupro e sexo entre adultos e menores porque aí se inclui o autoritarismo de um sobre o outro. Agora, sexo consensual entre adultos, sem serem forçados a praticá-lo, é tão inocente como beber um copo d`água. Seja o sexo qual for e como seja praticado. Deve se ter cuidado apenas para não pegar doenças sexualmente transmissíveis. O resto é ser livre e aproveitar a liberdade sexual de nossa espécie. O resto é hipocrisia e repressão. Não gosto das palavras homossexual, heterossexual, gay ou seja lá que apelidos se criem porque são reducionistas e invenções visando reprimir a liberdade sexual humana. Entretanto, no momento histórico em que vivemos assumir um desses estereótipos, a depender das circunstâncias, devido ao hábito de sociedades repressivas à atividade sexual humana, é instrumental para se entender o que se está querendo dizer. Mas o x da questão é abolir a ditadura sexual imposta a todos nós em sociedades que não estabeleceram ainda a democracia sexual. O que existem são pessoas livres sexualmente e as que se submetem a uma ditadura sexual imposta por ditadores sexuais de vários tipos. Religiosos, psicólogos, psicanalistas e todo o tipo de gente querendo impedir que as pessoas sejam sexualmente livres. O que defendo é a democracia sexual e não a ditadura. Por isso falo, às vezes, de sexo. Sentir prazer sexual na forma humana é uma das coisas mais naturais, belas e inocentes. Seja com o próprio corpo ou com o corpo daqueles que concordam em trocar carícias visando o orgasmo. Os anarquistas sempre falaram de amor livre. No ser humano sexo é arte, apenas arte e não só função biológica. Aqui, portanto, só se fala de ditadores e, no caso, de ditadores sexuais.
Recado: empata-fodas, se manquem, vejam o papel ridículo que fazem todos os dias, vão se tratar e gozar e deixem os outros gozarem como e quando quiserem. Tanta coisa importante para se resolver e ficam preocupados com quem comeu quem e em quê circunstâncias. Essa imbecilidade é que é depravação. Ficarem esmiuçando e reinterpretando livros sagrados ou não para punir e perseguir quem gozou assim ou assado. Se manquem fascistas sexuais. Lamentável é até os governos, com tanta coisa para resolver, ficar dando ouvidos a essas bestas feras na sua ânsia de perseguir e dominar os outros sob os mais variados pretextos.
liper,
ResponderExcluirmuito bom o texto, mas uma pequena ressalva se faz necessário:
". . . sexo entre adultos e menores porque aí se inclui o autoritarismo de um sobre o outro."
quem é o autoritário,nesta história, o adulto ou a criança ? ? ?