Filmes Comentários

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Não compre casa, carro, TV ou o que seja.

Atente para o aviso do filme: "Grandes negócios podem causar grandes danos". Se não nos chamaram para participar quando o capitalismo dava certo, não podem nos chamar para salvá-lo. 


VEJA ESTAS DUAS NOTÍCIAS QUE NÃO TIVERAM REPERCUSSÃO NA MÍDIA

O número de empregos com carteira assinada, em 2011, caiu 23% no Brasil em relação a 2010, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho dia 24.01.2012. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram abertas no ano passado 1,94 milhão de vagas, contra 2,54 milhões de novos empregos registrados em 2010.
Somente no mês de dezembro, foram fechados 408,1 mil postos de trabalho.
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O mundo tem hoje 27 milhões de trabalhadores desempregados a mais do que em 2007, quando começou a crise econômica global, segundo dados divulgados, terça-feira (24.01.2012) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"Depois de três anos de crise contínua em mercados mundiais de trabalho e diante das perspectivas de deterioração da atividade econômica, há um estoque de desemprego mundial de 200 milhões", afirma o documento Tendências Globais de Emprego 2012.

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toNy paCheCo *

Quando fiz meu curso de Economia na Universidade Federal de Juiz de Fora, a primeira coisa que aprendi com uma professora pra lá de descolada, é que “se você explicar em economês como é a vida real das pessoas, elas tendem a ficar enfadadas e, aí, a comunicação não se dá”. Vamos ver se aprendi a lição...
Desde o início deste novo século que estamos vendo que o capitalismo dá mostras de que está cansando, pois suas fórmulas mágicas já não atendem à grande expectativa que ele criou: que realizaria o estado de bem-estar social que as utopias de esquerda não conseguiram realizar, com os fracassos na URSS, China, Vietnam, Cuba, Camboja, Coreia do Norte e por aí vai.
A grande sacudida no capitalismo começou em 2008 nos EUA, quando as pessoas “descobriram” que compraram imóveis que não valiam aquilo tudo que os corretores lhes cobraram e os donos de bancos “descobriram” que as pessoas para as quais eles vinham emprestando dinheiro não tinham como lhes pagar. Além de outras “descobertas”.
As duas notícias acima, mostrando o crescimento do desemprego no Brasil e no mundo e a insistência do governo brasileiro de nos mandar meter o pé na jaca do crediário em “trocentos” meses nos obrigam a pensar...

UM FILME EXPLICA TUDO

Aí, uso a lição de minha professora na UFJF: um filme explica tudo isso que estou dizendo melhor que ler toda a obra de Marx ou de Keynes. Está nas locadoras e nos pirateiros: em Português é “A Grande Virada” e no original é “The Company Men” (os homens da empresa).
Do diretor John Wells, tem um elenco multimilionário, que, na verdade, deve ter trabalhado por preço simbólico, pois o filme é sério demais e não deu nem dará bilheteria: Ben Affleck, Tommy Lee Jones, Chris Cooper e Kevin Costner. Não é mole não. Aí é cachê conjunto de mais de 300 milhões de dólares, pois todos são ganhadores de Oscar. Os atores também estão injuriados com o capitalismo, por isso fizeram o filme.
A história é simples: os americanos estavam felizes no início do séc. XXI, até 2007, e o filme mostra um típico executivo americano ganhando seus 200 mil dólares por ano, mais bônus e plano de saúde, com uma esposa linda e um casal de filhos. Porsche na garagem pro papai e Volvo station wagon pra mamãe. Golf pro papai jogar e Poker pra mamãe. Casa de praia nas Ilhas Bahamas. Até que a zorra explodiu em 2008.
E aí o mundo destes homens da empresa cai por terra. O desemprego pega todo mundo. O realismo é dramático. E os americanos aprenderam na prática que NUNCA se deve seguir os CONSELHOS DOS GOVERNOS: quando eles nos mandarem fazer qualquer coisa, está na hora de fazer o contrário.

O BRASIL ATUAL

As autoridades brasileiras, fiando-se apenas nos preços de produtos primários (ferro, soja, laranja, frango etc.), pois não produzimos absolutamente nada com valor agregado que ajude em nossas contas, está mandando o povo continuar comprando casa, carro, TV, geladeira, tudo produto com mais de 40% de impostos embutidos, para que a roda da fortuna capitalista continue E SETORES DO GOVERNO CONTINUEM GASTANDO EM CORRUPÇÃO.
Só que os países ricos estão em crise de desemprego e de empreendedorismo crônica e estão chegando ao ponto que não poderão continuar comprando produtos primários nem industrializados dos emergentes. E os emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e outros menos cotados) estão chegando ao limite de seu crescimento e pelo menos dois deles já mostram “cansaço”: o Brasil que está quase PARANDO e a China, que está DESACELERANDO.
As nuvens no horizonte não são negras. Já passou a fase de nuvens. O que está no horizonte é uma saraivada de relâmpagos e trovões ensurdecedores.
Num momento destes, o velho e sábio povo judeu só toma uma providência: guarda seu dinheirinho. NÃO GASTA.
Assistam o filme “A Grande Virada” e aprendam a lição: não estamos vivendo no melhor dos mundos e a crise atual é sistêmica. Isto é, as bases do capitalismo é que estão em discussão. Melhor ficar com sua casa atual, seu carro atual, sua TV e sua geladeira e parar de assistir propaganda de iPad, iPod e outras coisas que rimam com te ...ode e guardar sua grana do jeito que puder. Claro que menos em casa, pois seus vizinhos, com certeza, ao verem que você não muda pra Paralela nem compra carro novo, vão arrombar sua casa e querer saber aonde está escondido o dinheiro... Aceite um único conselho: sejam 100 reais ou 100 milhões, dinheiro só deve ser guardado no Banco do Brasil, que só vai falir o dia em que o Estado Brasileiro deixar de existir, né verdade?

SINAIS DE ESPARRO

1. Se o imóvel que estão lhe vendendo há menos de 5 anos custava 50 mil, não há lei econômica que explique que lhe cobrem atualmente 500 mil. Portanto, os preços dos imóveis nas cidades brasileiras estão artificialmente inflados, igualzinho nos EUA pré-crise.
2. Se o carro que estão lhe vendendo por 50 mil, no México custa 30 mil e o México tem uma economia igual à nossa, então está na hora de você deixar de comprar carro.
3. Se a TV ou qualquer outro eletro-eletrônico de sua casa está funcionando, não existe razão nenhuma mesmo para que você substitua.
4. Se a festa que seu filho vai custa 200 reais a entrada e você se lembra que há cinco anos custava 30, está mais do que na hora de explicar a seu filho que festa boa é aquela em que você se diverte e não aquela que você deixa todo o seu dinheiro na bilheteria e fica zanzando sem poder tomar uma cerveja, porque não tem grana.
E por aí vai...

* Tony Pacheco cursou Economia nas universidades federais de Juiz de Fora (MG) e da Bahia, formou-se em Jornalismo pela UFBA e é graduado em Psicanálise e Radialismo.

4 comentários:

  1. vc se esqueceu de mandr todo mundo não trocar de mulé nem de marido uashduashduashdhahfjw

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  2. João Bernardo:

    "Ouve-se e lê-se hoje muito por todo o Brasil a dupla exigência de pôr fim à corrupção e de dedicar à educação 10% do Produto Interno Bruto. E quem poderá não estar de acordo? Pois se os corruptos são maus e se a educação é linda, diminuamos uns e aumentemos a outra e o mundo ficará melhor. O problema é que as evidências baseadas em lugares-comuns raramente acertam no alvo."

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  3. cho incri´vel que uma pessoa de sua formação não escreva uma coluna em jornal. ninguem escreve como voce. parabéns. sdem puxa-saquimso.

    Maria Consuelo

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  4. Amigo Tony,

    Espero que esteja tudo ótimo com você!

    Lí hoje o seu comentário sobre a indicação do filme "A grande virada"; não assistí ao referido, mas realmente o elenco é mais pesado que chumbo. A sua narrativa a respeito do enredo estava, como sempre, concisa e objetiva. Assistirei ao mesmo esta semana ainda.
    Sobre os preços de tudo aqui nesta porra de país de alices, e mais especificamente dos automóveis, em que o estado, o país, pega o boi na porteira, não se dando ao trabalho de ir no pasto, mais fácil do que pescar em aquário e de bomba. Olhe que beleza: você tira um carro de 40 mil da loja e cerca de 30 %, ou seja, 12 mil, o sócio pega na boca do caixa, sem dar um pum!
    Com o devido pedido de perdão pela insistência no uso de jargões bucólicos, mas além da queda, o coice. Além de pagarmos os mais altos impostos do MUNDO, simplesmente não temos retorno. No Programa da rádio "bato" muito sobre este assunto de pre ço de automóvel e da escorcha oficial.
    Convém lembrar que os nossos governos não vêm de outra galáxia ou dimensão, são de nossa sociedade, um substrato da merda que somos (lá eles)

    Forte abraço,

    Maurício Oiticica

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