___________________________
Carlos Baqueiro
cbaqueiro@terra.com.br
Trago aqui hoje um pouco do que foi o jornal O Inimigo do Rei. O texto que segue foi transcrito da 1ª Edição do Jornal, publicada e lançada às ruas em Outubro de 1977.
COMUNICADO
O autoritarismo está sendo combatido em todos os meios culturais europeus. Entretanto, devido à situação política do nosso país, os trabalhos desenvolvidos lá fora são praticamente impossíveis de serem publicados aqui, ao menos a curto prazo. Não só por causa da censura oficial, mas por causa também da censura das próprias editoras. Todos têm sua ideologia.
É tentando furar este bloqueio cultural imposto - não se enganem – não só pelo Governo, como também por grupelhos que se dizem "progressistas", que o INIMIGO DO REI pretende desenvolver a divulgação de trabalhos que nos permitam pelo menos ter uma idéia de como e para onde está caminhando o desenvolvimento político, econômico, social, etc.
No que diz respeito ao movimento estudantil, a posição deste jornal é radicalmente contra a dominação de alguns estudantes sobre outros, tentando propor uma saída através de um trabalho autogestionário, isto é, uma organização estudantil forte e que funcione sem a liderança autoritária de pequenos grupos.
O INIMIGO DO REI pretende, por todos os meios realmente democráticos, dar subsídios de discussão e debates que possam proporcionar a formação de uma nova mentalidade de ação e organização do movimento estudantil, tornando-o mais conseqüente, anti-autoritário e não-suicida, para não cairmos no mesmo erro que destruiu o movimento estudantil em 1968.
Achamos que o estudante deve ter uma real consciência crítica dos seus problemas havendo, assim, como agradável e salutar conseqüência o desaparecimento do dirigismo e do autoritarismo, permitindo um agrupamento realmente livre de estudantes.
Quando falamos em divulgar novas idéias, a evolução do pensamento, etc., queremos dizer que a finalidade de O INIMIGO DO REI é dialogar sobre a situação vigente no pensamento social moderno. Por outro lado, é um veículo que pretende ser, ele mesmo, uma nova proposta. Quer como organização de trabalho, quer como conteúdo. Nós partimos do ponto de vista fundamental de que todo agrupamento humano deve se organizar sem chefes, porque, se houver um chefe ou "líder", essa pessoa, mesmo inconscientemente, exercerá uma pressão - ou mesmo uma ditadura sobre os "liderados". Qualquer liderança implica em privilégio e necessária opressão dos liderados. Achamos que todos os modelos ditatoriais de organização, quer de governos, quer de entidades estudantis, refletem o interesse das classes dominantes no sentido de reter privilégios ou de conseguir outros.
Só poderá haver uma libertação quando a organização que coordena esse processo for resultado da vontade livre dos homens e não da cabecinha privilegiada das lideranças. Por isso somos contra toda forma de chefia.
A luta deste fim de século é basicamente contra o autoritarismo em todas as suas formas. Nota-se isto sensivelmente na pedagogia moderna. Na antipsiquiatria e nos movimentos estudantis de todos os lugares onde a ignorância e o subdesenvolvimento não existem, não gerando, assim, a mediocridade autoritária, centralista, e a alienação dos liderados.
Em decorrência do exposto, é que chegamos à conclusão de que O INIMIGO DO REI deve ser (como pretende mostrar a partir deste seu primeiro número) um jornal que faça chegar aos colegas informações e críticas, repetimos, mais atuais. Para isso, o primeiro passo é escapar à tendência em se escrever meros panfletos sectários. Não estamos aqui para jogar uma "verdade" que deve ser aceita cegamente. Aliás, não pretendemos jogar nenhuma "verdade" e muito menos que ela seja aceita sem críticas, de cabeça baixa.
Como meio essencialmente de Comunicação que pretende ser não pode censurar - ou, se preferirem o eufemismo, "selecionar" - as informações que pretende veicular. Sendo assim, nada mais natural do que ser um jornal aberto a todas as críticas. Aliás, uma das finalidades essenciais de O INIMIGO DO REI é exatamente levantar críticas, derrubar mitos, quebrar a falsa indestrutibilidade dos dogmas. Colocar em cheque as "verdades" estabelecidas. Não ter medo de mostrar as contradições, mesmo das posições ditas progressistas.
Acreditamos que só saindo deste marasmo intelectual, escapando desta enxurrada de chavões panfletários, sintetizando o que sobrar das contradições de todas as propostas que são colocadas aos colegas, só assim poderemos chegar a um consenso que finalmente poderá ser chamado de consenso da maioria.
E o que aprenderam de 1977 até hoje? É possivel a organização social sem autoridade? Está a população interessada em utopias insensatas, aquelas que pregam o igualitarismo absoluto contra todas as evidências de que os seres humanos são diferentes em tudo, até na sorte?
ResponderExcluirNão aprender com as experiências é a pior forma de burrice porque nem a com realidade batendo nas caras certos tipos aprendem alguma coisa. Sei que contra a demência jamais a sensatez vencerá mas não custa tentar tentar: senhor BARqueiro leia o texto de Engels "SOBRE A AUTORIDADE" e verá que a autoridade é produto da diferença entre as pessoas e sempre existirá.
Mesmo nas sociedades mais igualitárias que já existiram, as tribos de índios encontradas na amazônia brasileira que ainda vivem da coleta e da pesca, na idade da pedra, existem diferenças entre seus membros, ad exemplum, o chefe e o pajé exercem uma autoridade moral, a autoridade da liderança, a mesma autoridade, embora originada de outra causa, que os pais exercem sobre os filhos menores - que enquanto crianças não podem ser abandonadas ao léu da sorte, obviamante.
O igualitarismo absoluto subjacente também no marxismo e pedra de toque do anarquismo é uma distopia perceptível por qualquer pessoa sensata com pouco esforço. Para os insensatos nem 35 anos ou uma vida inteira farão entrar na cabecinha de alguns alguma prudência.
Quem é Engels ? É o cara que Marx comia ? Eita que a leitura desse texto que o Anônimo sugeriu ai em cima deve falar de muuuuita suruba.
ResponderExcluirNada como um bom comentário. O texto fica mais fácil e, por vezes, o comentarista supera. Porém, um ponto do texto não encerra a ideia.
ResponderExcluirO anônimo aí de cima que mencionou Marx e Engels deve sair do armário e assumir sua pederastia; este é um blog libertário e ninguém vai discriminá-lo por sair dando o rabo por aí.
ResponderExcluirVamos lá pederasta anônimo mostre que tem um mínimo de coragem e assuma sua pederastia. Saia do armário viado anônimo...
Publiquem este comentário pois se este pederasta pode dirigir as palavras que dirigiu a Marx e Engles também deve estar preparado para recebê-las de volta, pois não pode nem vai se sentir ofendido, por uma questão de coerência. Quero ver até onde vai o anarquismo deste blog...
Tem um anônimo marxóide (anônimo também !!!) que parece que acha que esse blog é marxista. Blog marxista só se fala o que o politiburo permite. Esse blog aqui num tem censura. Viado, Puta, Retardado Marxista, Criança, Homofóbico, Pós-Anarquista, todo mundo tem direito a comentar o que quiser. Até os malucos que ainda se consideram Leninistas ou Trotskistas podem comentar...
ResponderExcluirE viva a Putaria !!!
Ana, direto do Calabar Ocupado ;-)
Santa demência...
ResponderExcluir