Ricardo Líper
Natal é uma convenção e um consumo. Enfim, no capitalismo tudo é consumo. Tudo vira lucro. Não estou dizendo que está nem certo nem errado. Apenas o fato. O Natal existe. É comemorado em boa parte do mundo. As famílias se reúnem, comem e bebem etc. Existem outras opções. Claro que existem. Conheço muita gente que passa dormindo como se fosse um dia como outro qualquer. Meu pai sempre passou o primeiro de ano dormindo e minha mãe também. Já tem gente que toma porrada no Farol da Barra. É questão de gosto. Mas não estou aqui para cagar regras. Só faça uma introspecção franca com você mesmo. Para mim a única regra que realmente devemos seguir é responder à pergunta: será que eu quero fazer isso mesmo que estou fazendo? Será que estou feliz? Mas não precisa ser também tão radical. Pode-se fazer uma concessão. Afinal não se sofre tanto tendo de participar de um ritual como o Natal, que muitas vezes é chato, cansativo etc. Não precisa você dar uma de hippie ou punk para ser feliz. Um dia passa. Uma noite também. Eu passo com um número pequeno de amigos fazendo o que fazemos sempre, isto é, conversando, comendo, dando risadas, seja Natal, Primeiro do Ano ou, simplesmente, um dia qualquer. No primeiro do ano, já fui a vários e só me chateei. Agora passo com amigos dando risadas, comendo alguma coisa além das dietas, fazendo o que fazemos habitualmente. Mas passar dormindo não deixa de ser, no meu entender, uma excelente opção. Entretanto, só o faça se sentir uma sincera vontade de o fazer, nunca por não ter tido para onde ir e ficou depressivo em casa. Ao contrário, conte as horas para dormir feliz da vida por estar fora de uma coisa plastificada, para você, claro, ritualística, que você acharia, extremamente, chata.
"Existencialista com toda razão / só faz o que manda o seu coração."
ResponderExcluirMuito difícil a data de Natal, principalmente para os pobres diante de tantos apelos ao consumo. Um sofrimento que mais humilha ä medida que cobrado pelos familiares. Vocês não sabem o que é a responsabilidade de pai com um filho diante da televisão com a expectativa de que Papai Noel vai ser generoso. O pai, coitado, sem dinheiro, sem crédito, aluguel atrasado, luz pra ser cortada, mulher grávida e a mesa vazia. Pros infernos!
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