A ERA DOS IDIOTAS NO PODER
6º Lugar – ANDRZEJ DUDA, Polônia
toNY PaCHEco
Você achou estranho o candidato à Presidência do Brasil, Cabo Daciolo, querer governar nosso país com participação de Deus e Jesus Cristo? Ele não está inovando. Você não imagina o que aconteceu na Polônia dois anos atrás, quando o presidente daquela nação entronizou Jesus Cristo como “Rei da Polônia”, sim, a república polonesa na verdade é uma monarquia celestial agora e o presidente Andrzej Duda é apenas um emissário dos céus. Um dos países mais radicalmente católicos do mundo, que deu, inclusive, o papa João Paulo II, nascido Karol Wojtyla, tem bispos que vivem a proclamar que a Polônia é “o reinado de Nosso Senhor”.
Isso é muito doido, mas seria menos doido se o próprio chefe de Estado, o presidente Duda, não participasse e ainda levasse para a solenidade a mãe e vários ministros de Estado. E, lembremos, a Polônia é parte da União Européia, um “superEstado” supranacional que prevê a estrita separação entre o Estado e a religião.
As explicações oficiais para o assunto são de uma idiotice que resvala para a esquizofrenia: "A razão providencial e mais próxima para esse ato deve ser encontrada nas revelações recebidas pela serva de Deus Rozalia Celakówna", diz o padre Paul McDonald: "De acordo com ela, o Senhor pediu para ser devidamente entronizado como Rei da nação polonesa, de um modo especial e não apenas nos corações dos poloneses. Isso salvaria a Polônia da próxima guerra que viria". Não precisa dizer mais nada.
O presidente Duda é do tipo que acredita que leis alteram a realidade: nos últimos dias promulgou uma lei que ameaça com sentenças de até três anos de prisão quem usar a frase “campos de concentração poloneses” ou sugerir que o país foi cúmplice dos crimes da Alemanha nazista. Na mesma hora, dois líderes mundiais se revoltaram com a lei: “Em nenhuma circunstância aceitaremos que se reescreva a história”, bradou o premier israelense, Benjamin Netanyahu, lembrando que muitos poloneses participaram, sim, do extermínio, pois até hoje em dia o antissemitismo grassa pela Polônia. Também o presidente russo, Vladimir Putin, que é acusado por muitos de controlar certos setores do atual governo autoritário polonês, revoltou-se com a lei, pois ela pode revelar fatos que a Rússia prefere esquecer, como o extermínio de soldados polacos pelo Exército Vermelho soviético.
Até o momento em que Hitler ascendeu ao poder na Alemanha Nazista, a Polônia tinha o maior número de judeus da Europa: 3,2 milhões de pessoas. Os nazistas, amparados num tratado com o dirigente soviético (Rússia), Jozif Stálin, ocuparam a Polônia em 1939 e construíram ali campos de concentração para extermínio de judeus em Auschwitz e Treblinka. Os judeus que viviam na Polônia foram mortos pelos nazistas com a participação de muitos poloneses que aderiram ao nazismo e com o silêncio cúmplice da então União Soviética (atual, Rússia).
Hoje, dos 3,2 milhões de judeus poloneses, existem 10 mil. Eu disse, dez mil.
E ainda assim o presidente Duda fez uma lei que levará para a cadeia quem disser que algum polonês colaborou com os campos de extermínio de judeus. Os idiotas, definitivamente, não têm limites e os poloneses votaram num idiota e agora estão tendo que administrar um governo nitidamente neonazista que quer apagar a memória da Humanidade sobre o Holocausto, “tirando o dos poloneses da reta...”
O presidente Duda, para colocar em prática suas idéias anti-Europa e racistas, tem feito um programa de mudanças que inclui censura à imprensa e colocação de rádios e TVs oficiais sob seu estrito controle. Tem sido feita também uma estrita censura a peças de teatro e programas televisivos contra aquilo que chamam de "inverdades" e “pornografia”.
Duda também enfrentará um teste de força esta semana: ele quer aposentar um terço (1/3) da Suprema Corte da Polônia, porque considera os juízes antigos seus adversários na luta que ele empreende contra os poloneses que querem continuar na União Européia, os imigrantes muçulmanos e os judeus. A presidente da Suprema Corte, Malgorzata Gersdorf, desafiou o presidente da República dizendo que “Eu virei trabalhar, já que de acordo com a Constituição tenho um mandato de seis anos para completar”. O mandato só acaba em 2020. Mas Duda quer que quem tenha mais de 65 anos de idade saia já.
Diante da ameaça de um enfrentamento de poloneses contra poloneses, o líder da luta da Polônia contra o domínio soviético (Rússia) e Prêmio Nobel da Paz, Lech Walesa, dirigente do histórico sindicato Solidariedade, declarou que “se de algum modo a equipe governante atacar a Suprema Corte, então eu vou a Varsóvia. Chega de destruir a Polônia.”
Como sempre acontece em países que caem sob regimes fascistas, uma boa parte da população apóia. Em novembro de 2017, por exemplo, uma grande manifestação em Varsóvia, com participação de neonazistas de vários cantos da Europa, marchou sobre a capital contra a imigração islâmica, os judeus e a democracia. Os neofascistas exigiram “que se defendam os valores cristãos” das supostas “invasões islâmicas e do liberalismo”. Os dirigentes europeus de hoje, tal qual os dirigentes da Inglaterra, da França e dos Estados Unidos à época de Hitler, botam panos quentes e se recusam a tomar uma providência em relação ao avanço das idéias totalitárias na Europa. Para se ver o quanto é grave a situação da Polônia sob o governo Duda, diante dos 60 mil jovens neofascistas marchando em Varsóvia, o ministro do Interior, Mariusz Blaszczak, foi à TV pública, TVP, declarar que os manifestantes eram “patriotas que expressaram o seu amor pelo país”.
Andrzej Duda é também um esperto manipulador dos interesses do presidente russo Vladimir Putin, de destruir ou enfraquecer a União Européia (desejos que comunga com o presidente Donald Trump, dos EUA). Enquanto troca juras de amor com Putin, em julho de 2017, Duda assinou uma lei “contra a propaganda comunista”, que iniciou a demolição de 230 monumentos soviéticos na Polônia. A maioria dos 230 monumentos lembra que foram os russos que fizeram a libertação da Polônia do domínio da Alemanha nazista. Putin ficou furioso, mas de prático não fez nada até agora.
Duda quer reescrever a história polonesa. De acordo com o Instituto de Memória Nacional da Polônia, para a maior parte da população polonesa, o Exército Vermelho trouxe "nova escravidão".
Por fim, quem ao começar ler este artigo sobre o presidente polonês achou que quem está por trás de Andrzej Duda é Jesus Cristo, fica a dica: Duda é apenas uma marionete do verdadeiro homem-forte da Polônia, Jarosław Kaczyński, chefe absoluto do partido governista Lei e Justiça (PiS, na sigla polonesa). Irmão do ex-presidente Lech Kaczyński , que morreu na Rússia, em 2010, na explosão de um avião Tupolev com uma comitiva de mais de 80 poloneses, Jarosław é conservador ao extremo e segundo se diz, acabará levando a Polônia para fora da União Européia, como Orban, da Hungria: ou pedindo para sair ou sendo expulso. Duda, nisso tudo, é apenas um boneco. Um boneco que está para fazer um estrago histórico monumental na vida dos poloneses e de todos os europeus. Bem feito!
Isso é muito doido, mas seria menos doido se o próprio chefe de Estado, o presidente Duda, não participasse e ainda levasse para a solenidade a mãe e vários ministros de Estado. E, lembremos, a Polônia é parte da União Européia, um “superEstado” supranacional que prevê a estrita separação entre o Estado e a religião.
As explicações oficiais para o assunto são de uma idiotice que resvala para a esquizofrenia: "A razão providencial e mais próxima para esse ato deve ser encontrada nas revelações recebidas pela serva de Deus Rozalia Celakówna", diz o padre Paul McDonald: "De acordo com ela, o Senhor pediu para ser devidamente entronizado como Rei da nação polonesa, de um modo especial e não apenas nos corações dos poloneses. Isso salvaria a Polônia da próxima guerra que viria". Não precisa dizer mais nada.
O presidente Duda é do tipo que acredita que leis alteram a realidade: nos últimos dias promulgou uma lei que ameaça com sentenças de até três anos de prisão quem usar a frase “campos de concentração poloneses” ou sugerir que o país foi cúmplice dos crimes da Alemanha nazista. Na mesma hora, dois líderes mundiais se revoltaram com a lei: “Em nenhuma circunstância aceitaremos que se reescreva a história”, bradou o premier israelense, Benjamin Netanyahu, lembrando que muitos poloneses participaram, sim, do extermínio, pois até hoje em dia o antissemitismo grassa pela Polônia. Também o presidente russo, Vladimir Putin, que é acusado por muitos de controlar certos setores do atual governo autoritário polonês, revoltou-se com a lei, pois ela pode revelar fatos que a Rússia prefere esquecer, como o extermínio de soldados polacos pelo Exército Vermelho soviético.
Até o momento em que Hitler ascendeu ao poder na Alemanha Nazista, a Polônia tinha o maior número de judeus da Europa: 3,2 milhões de pessoas. Os nazistas, amparados num tratado com o dirigente soviético (Rússia), Jozif Stálin, ocuparam a Polônia em 1939 e construíram ali campos de concentração para extermínio de judeus em Auschwitz e Treblinka. Os judeus que viviam na Polônia foram mortos pelos nazistas com a participação de muitos poloneses que aderiram ao nazismo e com o silêncio cúmplice da então União Soviética (atual, Rússia).
Hoje, dos 3,2 milhões de judeus poloneses, existem 10 mil. Eu disse, dez mil.
E ainda assim o presidente Duda fez uma lei que levará para a cadeia quem disser que algum polonês colaborou com os campos de extermínio de judeus. Os idiotas, definitivamente, não têm limites e os poloneses votaram num idiota e agora estão tendo que administrar um governo nitidamente neonazista que quer apagar a memória da Humanidade sobre o Holocausto, “tirando o dos poloneses da reta...”
O presidente Duda, para colocar em prática suas idéias anti-Europa e racistas, tem feito um programa de mudanças que inclui censura à imprensa e colocação de rádios e TVs oficiais sob seu estrito controle. Tem sido feita também uma estrita censura a peças de teatro e programas televisivos contra aquilo que chamam de "inverdades" e “pornografia”.
Duda também enfrentará um teste de força esta semana: ele quer aposentar um terço (1/3) da Suprema Corte da Polônia, porque considera os juízes antigos seus adversários na luta que ele empreende contra os poloneses que querem continuar na União Européia, os imigrantes muçulmanos e os judeus. A presidente da Suprema Corte, Malgorzata Gersdorf, desafiou o presidente da República dizendo que “Eu virei trabalhar, já que de acordo com a Constituição tenho um mandato de seis anos para completar”. O mandato só acaba em 2020. Mas Duda quer que quem tenha mais de 65 anos de idade saia já.
Diante da ameaça de um enfrentamento de poloneses contra poloneses, o líder da luta da Polônia contra o domínio soviético (Rússia) e Prêmio Nobel da Paz, Lech Walesa, dirigente do histórico sindicato Solidariedade, declarou que “se de algum modo a equipe governante atacar a Suprema Corte, então eu vou a Varsóvia. Chega de destruir a Polônia.”
Como sempre acontece em países que caem sob regimes fascistas, uma boa parte da população apóia. Em novembro de 2017, por exemplo, uma grande manifestação em Varsóvia, com participação de neonazistas de vários cantos da Europa, marchou sobre a capital contra a imigração islâmica, os judeus e a democracia. Os neofascistas exigiram “que se defendam os valores cristãos” das supostas “invasões islâmicas e do liberalismo”. Os dirigentes europeus de hoje, tal qual os dirigentes da Inglaterra, da França e dos Estados Unidos à época de Hitler, botam panos quentes e se recusam a tomar uma providência em relação ao avanço das idéias totalitárias na Europa. Para se ver o quanto é grave a situação da Polônia sob o governo Duda, diante dos 60 mil jovens neofascistas marchando em Varsóvia, o ministro do Interior, Mariusz Blaszczak, foi à TV pública, TVP, declarar que os manifestantes eram “patriotas que expressaram o seu amor pelo país”.
Andrzej Duda é também um esperto manipulador dos interesses do presidente russo Vladimir Putin, de destruir ou enfraquecer a União Européia (desejos que comunga com o presidente Donald Trump, dos EUA). Enquanto troca juras de amor com Putin, em julho de 2017, Duda assinou uma lei “contra a propaganda comunista”, que iniciou a demolição de 230 monumentos soviéticos na Polônia. A maioria dos 230 monumentos lembra que foram os russos que fizeram a libertação da Polônia do domínio da Alemanha nazista. Putin ficou furioso, mas de prático não fez nada até agora.
Duda quer reescrever a história polonesa. De acordo com o Instituto de Memória Nacional da Polônia, para a maior parte da população polonesa, o Exército Vermelho trouxe "nova escravidão".
Por fim, quem ao começar ler este artigo sobre o presidente polonês achou que quem está por trás de Andrzej Duda é Jesus Cristo, fica a dica: Duda é apenas uma marionete do verdadeiro homem-forte da Polônia, Jarosław Kaczyński, chefe absoluto do partido governista Lei e Justiça (PiS, na sigla polonesa). Irmão do ex-presidente Lech Kaczyński , que morreu na Rússia, em 2010, na explosão de um avião Tupolev com uma comitiva de mais de 80 poloneses, Jarosław é conservador ao extremo e segundo se diz, acabará levando a Polônia para fora da União Européia, como Orban, da Hungria: ou pedindo para sair ou sendo expulso. Duda, nisso tudo, é apenas um boneco. Um boneco que está para fazer um estrago histórico monumental na vida dos poloneses e de todos os europeus. Bem feito!
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