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sexta-feira, 19 de junho de 2015

"SEMANA WEIMAR" SINALIZA BRASIL NAZISTA NO NOSSO FUTURO IMEDIATO

toNY paCHeco

 Os últimos dias emitiram três sinais claros de que os grupos dominantes que tomaram de assalto (sic) o poder no Brasil estão cavando, com sua indiferença e a manipulação política, o caminho para que nos tornemos uma sociedade nazista, sem respeito aos Direitos Humanos básicos, com muito preconceito contra as mulheres, negros e homoafetivos (nesta ordem pelo que representam percentualmente na população brasileira: 52%, 40% e 10%, respectivamente). Mas, as entidades que representam esta maioria da sociedade brasileira, não foram às ruas protestar contra a misoginia, o racismo e a homofobia da minoria fundamentalista. A maior parte das entidades de Direitos Humanos virou correia-de-transmissão do poder central em troca de empreguinhos temporários e favores com dinheiro dos nossos impostos. Mulheres, negros e homoafetivos, que são maioria na população brasileira, deixam-se ameaçar, humilhar e matar por uma minoria evangélica que não chega a 20% da população.
Vejam os três sinais aterrorizantes do que nos reserva o futuro imediato no Brasil e que não obtiveram na política, na mídia nem na sociedade como um todo, a reação que seria esperada e necessária:

17 de junho: Câmara dos Deputados rejeita cota de 10% para mulheres no Congresso Nacional
Se tivesse passado a proposta, em 2018 teria que haver 10% de deputadas e só daqui a 12 anos, 15%. Mesmo assim o machismo da bancada religiosa, que é apenas 14% da Câmara, conseguiu acender a misoginia no resto dos parlamentares e rejeitou a cota, com direito a piadinhas de preconceitos antimulher no plenário... Ora, as mulheres são maioria no povo brasileiro: são quase 110 milhões de mulheres para cerca de 100 milhões de homens. Elas deveriam ter, pela lógica mais elementar, 52% do Congresso. Mas nem 10% os fundamentalistas deixaram que elas tivessem. E não foram vistas mulheres aos milhões nas ruas protestando...
A União Interparlamentar diz que o Brasil é o 156º entre 188 países em relação à presença da mulher na política. São 50 deputadas brasileiras no total de 513 parlamentares: 9,7% de presença na Câmara para 52% da população. Já os homens são 90,3% dos assentos na Câmara para apenas 48% da população.
Nos Emirados Árabes Unidos, um país islâmico onde mulheres têm pouquíssimos direitos, elas são 17% do Parlamento. Em Cuba, país marxista e latino, tradicionalmente machista, as mulheres são 45%. Na desenvolvidíssima Suécia, são 45%. E na paupérrima e atrasada Rwanda, no centro da África, as mulheres são 56% dos deputados, mais do que seu percentual na população. O Brasil tem 155 países à sua frente na representação feminina. E é por isso que, deste momento em diante, por mais insignificante que eu seja, eu vou chamar de presidenta quem estiver presidindo e não o substantivo comum de dois gêneros presidente. Mesmo que gramaticalmente e machistamente fora da norma.

13    de junho: adolescente homoafetivo de 14 anos é morto a pedradas e pauladas na Região Metropolitana de Vitória do Espírito Santo.
A mãe descreve o calvário do filho: “Muitas pessoas implicavam com ele, caçoavam e o xingavam. Implicavam com o jeito de ele andar e por ele fazer roupas. Ele sofria muito, por isso meu filho era uma pessoa de poucos amigos e muito fechado”. Depois reclamam da artista que se autocrucificou na Parada LGBT de São Paulo: o que é isso que o menino de 14 anos sofreu a não ser um calvário a que os homofóbicos religiosos submetem as pessoas no Brasil até matá-las, como fizeram com Cristo? Qual a diferença entre os assassinos do Estado Islâmico com os evangélicos do Brasil? Apenas o nome do deus da carnificina. Só. O método é o mesmo.

14    de junho: menina de 11 anos é apedrejada por evangélicos ao sair de festa do Candomblé

Vila da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, a “Cidade Maravilhosa”, a sede das Olimpíadas de 2016: chamada de  “Macumbeira” e aos gritos de  “Vai queimar nos infernos”, uma garotinha afrodescendente de 11 anos de idade foi apedrejada por fundamentalistas evangélicos. A menina disse: “Continuo na religião, nunca vou deixá-la. É a minha fé. Mas não saio mais de branco. Nem no portão eu vou. Estou muito, muito assustada. Tenho medo de morrer. Muito, muito medo.” E a avó da menina negra finaliza o diagnóstico do neofascismo brasileiro: “Fico assustada com esse mundo em que estamos vivendo. É homofobia, preconceito contra negros, contra religião... Como é que a gente vai continuar vivendo assim?”
Vai piorar, minha senhora, pois quem está com o governo nas mãos só está interessado em seu projeto de poder e no enriquecimento ilícito com dinheiro dos impostos pagos por todos nós.

BRASIL-WEIMAR

Quem teve acesso a escola razoável (o que é raríssimo no Brasil), sabe que a República de Weimar foi o período que sucedeu a Primeira Guerra Mundial e antecedeu o regime nazista na Alemanha. No período Weimar, governos democráticos, mas frágeis, com alta inflação e alto desemprego, sem controle da economia e cercado de interesses menores (alguma semelhança com o Brasil de 2015?), via inerte o crescimento do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Nada mais nada menos que o Partido Nazista de Adolf Hitler.
O governo de Weimar não fazia nada, por não ter unidade para fazer. E o povo não fazia nada, porque de saco cheio de tanto sofrer os desmandos do governo, via no Partido Nazista uma possibilidade de melhoria. E os nazistas se aproveitavam disso para avançar: criaram uma milícia armada de tropas de assalto (“SA”) para ameaçar seus opositores socialistas, judeus e democratas em geral (alguma semelhança com uma igreja evangélica que criou uma milícia recentemente no Brasil?). Os nazistas escolheram alguns bodes expiatórios para justificar o descalabro na economia alemã: “a culpa” era dos judeus que “dominavam tudo”; dos comunistas “que se vendiam aos soviéticos” de Stálin, ditador da Rússia; dos homoafetivos “que ameaçavam a procriação na Alemanha branca e pura”; dos aleijados “que ameaçavam a supremacia ariana com suas imperfeições”; dos ciganos “que não se submetiam aos interesses da nação na qual moravam”; das feministas “que não se submetiam ao papel de Mães da Alemanha”.
Enfim, analisem as semelhanças com o Brasil.
A tomada do poder por um grupo como o nazista se dá assim, como nos ensina Hannah Arendt: a “tentação totalitária” é como o instinto do predador. O grupo político totalitário é como uma hiena: sente o cheiro da carniça a quilômetros de distância. O grupo político-predador, como esta direita religiosa brasileira, sente a fragilidade das forças centristas e esquerdistas no poder e, então, quer tomar de assalto o comando do País, como fizeram os nazistas na Alemanha dos anos 1930. Não é nunca demais lembrar a advertência de Karl Marx sobre isso: “a História se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda, como farsa”. Estamos em plena farsa que nos levará a um regime de intolerância que submeterá mulheres, negros, homoafetivos e, claro, cidadãos de Bem de todos os gêneros, cores e orientações, pois todos estão silenciosos diante do avanço da intolerância.
Os evangélicos não incomodam o nosso governo frágil, pois votam sempre nos interesses do grupo governante, justamente para que o governo apóie sua política misógina, racista e homofóbica. É uma troca: o governo tira o sangue da população com diminuição dos direitos trabalhistas, carga de impostos dignas de Dona Maria, A Louca,  e os evangélicos apóiam para poder colocar em prática seu projeto de criar um ambiente fascista, misógino, racista e homofóbico no Brasil. É um toma lá, dá cá.

Vai piorar, com certeza, vai piorar e muito. Se nós, a maioria que será afetada, não fizermos nada.

4 comentários:

  1. Agora sim você voltou ao seu normal. Parabéns pelo texto. Realmente os defensores dos DIREITOS HUMANOS no Brasil são Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Almiro Sena ( promotor de justiça e ex-secretário da secretaria de justiça e direitos humanos da Bahia), Aécio Neves (em quem votou o eterno presidente do GGB, profº doutor Luis Motta) e você, Tony Pacheco.

    O doutor Almiro Sena vai receber com distinção uma comenda passada pelo coletivo de mulheres negras e pelo Núcleo de Estudo da Mulher na FFCH (São Lázaro) pelo brilhante trabalho que desempenhou como Secretário de Justiça e Direitos Humanos.

    Você é um grande presente que Minas Gerais deu à Bahia. Sempre se destacou na defesa dos DIREITOS HUMANOS, por exemplo, sempre foi contra a redução da maioridade penal para 16 anos e sempre foi defensor de uma polícia desarmada e adepta de métodos brandos para combater a criminalidade. Nada de metralhar quem se aproximar de um simples módulo policial foi o que sempre defendeu Tony Pacheco.

    Devemos agradecer a Deus por ter dado esta inteligência maravilhosa e este caráter impoluto a este filho de Minas e baiano por adoção.

    Salve Tony Pacheco, defensor dos direitos humanos e da verdade. Saravá...

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  2. Suas palavras demonstram ódio incontido e desconhecimento de causa. Você precisa se tratar ANÔNIMO. Quem acompanha minha vida pública sabe que votei em Lula na primeira eleição e não votei em ninguém na segunda. Votei em ninguém na primeira eleição de Dilma, mas votei nela na reeleição, pois vi o risco iminente da evangélica Marina chegar ao poder com o falecido pernambucano. Mas me arrependi de ter votado em Lula, por causa do Mensalão, e de votar em Dilma, por causa da agenda Neoliberal que ela adotou logo no início de 2015, além, claro, da Lava-jato que me leva, agora, a APOSENTAR meu título de eleitor. Tô de saco cheio de tanto ladrâo à direita e à esquerda. Meu voto não verão mais.

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    1. Mitômano profissional...

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    2. Véi: cansei! Vou fazer como Ricardo Boechat fez com Malafaia: VÁ PROCURAR UMA ROLA.

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