ALEX FERRAZ
Eles insistem em enganar
Nas magníficas manifestações de junho de 2013, ora completando dois anos, e nas quais "forças estranhas" (sabemos muito bem quais) infiltraram baderneiros para desmoralizar o protesto consciente e eficiente da população, o povo brasileiro, aos milhões nas ruas, pediu uma mudança radical no perfil dos políticos, reivindicações estas embutidas numa série de “starts”, por assim dizer, óbvios, como melhor transporte, melhor saúde pública e melhor segurança.
Nem transporte, nem segurança, nem saúde pública melhoraram coisa alguma. Tudo está como dantes, neste velho quartel de Abrantes. E quanto à mudança do perfil dos políticos, a situação é ainda mais acintosa na medida em que a "reforma política" que ora vem sendo engendrada tem, pasmem, como capitães, figuras execráveis da vida política brasileira, inclusive uma delas alvo de protestos diretos em 2013, que é Renan (argh!) Calheiros.
Calheiros e Eduardo Cunha, este um representante do que há de mais retrógado na sociedade brasileira, um fundamentalista patético, estão conduzindo a dita “reforma política”, tratando os conteúdos como cláusulas particulares, ou seja, apenas referendando aquilo contra o quê a sociedade se colocou e se coloca totalmente avessa. Todas as manobras – e não perderei tempo aqui para identificá-las – tentam levam, pura, simples e cinicamente, à manutenção do status quo, numa tentativa perversa de engabelar a opinião pública.
Senhores, o que a população pediu, e pede, é que tenhamos políticos com novas ideias, o máximo possível livres dos vícios de décadas que levam ao roubo escandaloso aos cofres públicos, seja através de mordomias bizarras ou do puro e simples furto. Mas isso não está mudando e nem vai mudar, repito, na medida em que as raposas é que estão tentando impor regras ao galinheiro.
Tudo está sendo elaborado, inclusive com anuência de partidos que posam de “esquerda” ou arautos da “mudança”, para que nada mude.
Eis uma lembrança recorrente para mim, quando toco neste assunto, e já repeti isso aqui e na minha coluna várias vezes: a frase do príncipe à beira da derrocada da monarquia na Itália, no fantástico romance de Lampedusa, “O Leopardo”: “É preciso mudar, para que tudo fique como está”.
Enfim, caros leitores – e espero que eleitores não crédulos – o que está em curso é mais uma grossa enganação. Estão tentando ludibriar a sociedade, que tem que reagir a isso. Vamos exigir que o perfil dos políticos mude, sob pena, inclusive, de nos abstermos de votar.
Aliás, tomara que seja aprovado o fim de absurda e ditatorial obrigação do voto. Eles chamam o voto de “direito”, mas direito é aquilo que você pode exercer ou não. O voto, nos moldes que vem desde a década de 1930, é simplesmente uma absurda obrigação. Você TEM que eleger alguém. Ora, bolas! E se você não quiser eleger nenhum dos que se apresentam, simplesmente por não acreditarem neles? Aí é punido, pode perder emprego, não tira passaporte, um inferno. Temos que acabar isso ou jamais alguém poderá abrir a boca para dizer que este país uma democracia. Hum, democracia à custa de votos comprados, inclusive pelo Bolsa Família? Vade retro!
DETERIORAÇÃO
- No Boulevard Suisso o asfalto derreteu como Sonrisal
- Tenho abordado a impressionante deterioração de obras de
- recapeamento da capital baiana, feitas há cerca de dois anos ou menos. Quem transita pela região da Brasilgás, via paralela à BR-324, e todas as vias que, a partir dali, levam a Pau da Lima ou Castelo Branco, POR EXEMPLO, sabe do que falo. Estão completamente esburacadas, de novo! A prefeitura TEM que exigir dessas empreiteiras fajutas um mínimo de qualidade. Ou não...
LAMENTÁVEL
É vergonhosa a situação das rodovias BA-882 e BA-001, na região da Ilha de Itaparica, completamente esburacadas e com trechos praticamente intransitáveis. O acesso a Cacha Pregos, então, é um horror. É lamentável que a Ilha e vizinhanças, que tantos turistas atraem, estejam abandonadas em termos de infraestrutura viária. Moradores fizeram recente protesto, mas a resposta ainda não veio e falou-se apenas em uma “ação” em prazo ainda não estabelecido.
Povo de Cacha-Pregos protesta contra Governo do Estado que abandonou a BA 882 na Ilha de Itaparica
frase: "O governo, mesmo quando perfeito, não passa de um mal necessário; quando imperfeito, é um mal insuportável." (Thomas Paine, 1737-1809, político, intelectual e líder social britânico)
Eles tinham que saber, ora bolas!
Às vezes, em um bate papo tranquilo, no início de uma noite de véspera de feriadão, eis que surge uma luz que nos alumia. Foi assim com meu amigo, músico, intelectual e ex-funcionário da Petrobras Artur Ribeiro. Em meio a conversas que dançavam de Pink Floyd a Luiz Gonzaga, passando por Queen e Iron Butterfly, surgiu, claro, o papo sobre a renúncia (sic) de Joseph Blatter, na Fifa, e os escândalos, óbvio, da Petrobras.
E foi aí que Artur disse a frase que serviu de mote para esta abertura: "Eles TINHAM que saber". Pura, simples e contundente verdade. Lula, Dilma, Graça Foster, Blatter e tantos que comandam ou comandaram o poder em situações onde surgiram grossa ladroeira, TINHAM QUE SABER o que se passava entre os seus COMANDADOS. Afinal, como admitir que alguém governe um país, uma das maiores empresas de petróleo do mundo ou a mais rica e mais portentosa organização esportiva do planeta (ou ainda, a mais simples micro empresa), sem saber o que seus subordinados fazem? Principalmente quando fazem falcatruas bilionárias. Então, se não sabiam e não sabem, JAMAIS deveriam estar naquele cargo. Ah, me batam um abacate!
Visão retrógada e porca (I)
Quem costuma utilizar sanitários de bares, restaurantes, supermercados e postos de combustíveis em Salvador sabe que, no mais das vezes, encontra uma visão (e um odor) devastadora. Total falta de higiene, absoluta falta de material (papel, água, toalhas etc), um horror, traduzido em muito mau cheiro e risco de contaminação.
Visão retrógada e porca (II)
Tudo isso, sem qualquer dúvida, tem origem na visão retrógada e emporcalhada daqueles que gerenciam tais locais, como, por exemplo, o Posto São Rafael, em Pau da lima, para citar apenas um.
Eles acham que o sanitário, por sua finalidade, deve ser um antro. Enquanto exibem comidas e até fábrica de pães na fachada principal. Argh!
Visão retrógada e porca (III)
Não tenho ideia do que pode ser o banheiro na casa dessas pessoas que deixam tal situação onde gerenciam.
Mas sempre me lembro da piada que sintetiza o sentimento sobre isso:
Um sujeito chega para o amigo e pergunta:
-Você sabe qual a diferença entre uma privada e uma panela?
E o outro responde:
-Não
Aí, ele retruca:
-Então, nunca me convide para almoçar na sua casa.
Ainda somos um país de analfabetos
Em tempo de cortes orçamentários cruéis, que atingem em cheio também a já combalida educação pública, não custa lembrar que dados recentes do IBGE indicam que o Brasil, hoje, tem 30,5 milhões de analfabetos funcionais, número que corresponde a 20,4% da população do País.
A Unesco define analfabeto funcional, como toda pessoa que sabe escrever seu próprio nome, assim como lê e escreve frases simples, efetua cálculos básicos, porem é incapaz de interpretar o que lê. No Brasil 75% das pessoas entre 15 e 64 anos, não conseguem ler e escrever e calcular plenamente. Esse número, 68% são considerados analfabetos funcionais, e os 7% considerados analfabetos absolutos.
Essas informações dão a clara medida do que se reserva para o futuro deste país, onde, acrescentaria sem medo de errar, a maioria absoluta da população não sabe nada sobre nada, exceto futebol, samba e mensagens pessimamente escritas n as redes sociais. Uma vergonha, inclusive nas escolas particulares. Ainda pagaremos muito caro por isso. Aliás, já estamos pagando...
Para os saudosistas
Aqueles que, como eu, têm nostalgia, devem acompanhar parte da programação do canal Rede Brasil.
Ali são exibidas séries clássicas como Viagem ao Fundo do Mar, Túnel do Tempo, Zorro e Batman, entre outras. Uma delícia!
Um espetáculo de sadismo (I)
Sou inteiramente contra a pena de morte, salvo, é claro, se a pessoa matar para evitar que a matem, ou seja, em legítima defesa.
O assassinato de um ser humano, por pior que ele seja, feito com frieza pelo Estado é de uma crueldade sem par.
Inclusive porque vem acompanhado de rituais bizarros, como nos Estados Unidos, onde há funcionários de corredores da morte especializados em preparar a última refeição do condenado.
Um espetáculo de sadismo (II)
Planejar friamente a morte de alguém, levar o padre para a última prece, oferecer o último cigarro e a última refeição. Eis o momento em que aqueles que assim agem se tornam iguais, ou até piores, do que o mais cruel dos condenados.
Que haja prisão, até mesmo perpétua, com decência, para livrar a sociedade de alguns facínoras, tudo bem. Mas igualar-se a eles, jamais!
A pergunta que não cala
O que houve com a Lei de Carga e Descarga em Salvador? De Brotas ao Largo Dois de Julho, da Ribeira a Itapuã, a todo momento podem ser vistos caminhões parados, a qualquer hora, tomando parte da pista, para descarregar ou serem carregados.
Liberou geral, pelo visto. Ou pelo não visto...
Alex Ferraz é jornalista e escreve na "Tribuna da Bahia"
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