ALEX
FERRAZ
Neymar
se afunda
Inexperiente,
a despeito da sua genialidade com a bola, o jogador Neymar tem tudo para se
afundar diante do que aprontou nos últimos dias.
De
qualquer sorte, há quem ache que ele, na verdade, “cavou” as punições para dar
o fora da Copa América, pois, além de estar pouquíssimo interessado em defender
a Seleção Brasileira, não gostaria de fazer parte da derrocada que se anuncia. Como,
aliás, aconteceu no famoso 7x1 aplicado pela Alemanha, quando ele já estava
fora da Copa por causa de “lesão numa vértebra”.
A
real é que Neymar sempre foi um malandrinho típico, tentando cavar pênaltis,
caindo a todo momento, fazendo caretas de “dor” enquanto espia de soslaio para
ver a reação do juiz etc.
Para
não falar na complicação do seu contrato supostamente fraudulento com o
Barcelona. Vixe!
Um
gigantesco abismo social
Encastelados na Câmara, no senado e em assembleias, os
políticos brasileiros, legisladores que deveriam preocupar-se fundamentalmente
com medidas que amenizem a eterna penúria da maioria do povo brasileiro, seguem
ensaiando jogadas de efeito, debatendo temas cruciais sob o ponto de vista dos
interesses que cada um deles representa no parmaneto, interesses estes que nem
sempre, diria mesmo nunca, coadunam com as reais necessidades da sociedade.
Uns representam radicais linhas religiosas, cheios de falso
moralismo; outros, interesses de empresas e setores específicos da economia, e
outros tantos, tudo isso junto e misturado, como se diz, aliado à sanha para
ganhar cada vez mais, lícita ou ilicitamente.
A transparência nas ações é zero. Quando aparecem em
público, na mídia, por exemplo, falam uma coisa; quando se fecham em copas, nos
gabinetes e comissões, o assunto geralmente gira em torno de como barganhar
mais cargos no governo e de q ue forma agir
para que PAREÇA à sociedade que estão do lado dela, mas sempre com estratagemas
que acabam deixando tudo como está, embora pareça que vão mudar.
Assim é que, se aprovam uma medida que beneficia a
sociedade, o fazem com estardalhaço, porém já sabendo que haverá o veto pelo
Executivo, como foi, anteontem, o caso do fator previdenciário. E daí c ria-se
aquela situação do tipo “fizemos o que pudemos, mas...”
Há pelo menos 12 anos que ouvimos falar em mudanças, avanços
sociais, e na necessidade de aliar-se ao que existe de mais retrógado,
reacionário, na política brasileira, para que essas metas fossem cumpridas. Deu
no que deu. Estamos vendo um benefício social após o outro ser derrubado, alta
de preços, um arrocho sem limites, tudo como faria FHC, Sarney ou mesmo a
ditadura militar.
Mas a realidade nua e crua, nas ruas, é a da violência e
miséria. Não precisa ir longe. Um simples passeio pela periferia de Salvador,
ou mesmo no centro da capital baiana, por exemplo, pode revelar claramente a
pobreza, o desânimo, a desassistência, enfim, a falta de perspectiva geral da
população. Nos ônibus, superlotados, são alvo de seis ou mais assaltos diários
em Salvador, por exemplo; nas delegacias, má vontade na hora de receber a
queixa, nos hospitais e postos médicos, anos de espera por uma cirurgia ou
meses para uma simples consulta, enfim, uma situação dramática, muitíssimo
distante da realidade que vivem os políticos e governantes.
Esse fosso abissal na sociedade brasileira só tem se
agravado, a despeito dos malabarismos dos números oficiais tentando nos
convencer do contrário.
Fico a pensar: agora, que nem o ópio do povo chamado futebol
consegue mais convencer com essa Seleçãozinha ridícula, até quando a grande
massa populacional do País, pendurada em metrôs superlotados e acordando de
madrugada para a labuta que lhe rende um ridículo salário mínimo, suportará?
Infelizmente, tenho a impressão de que aguentará ainda por muito tempo, pois
para exercer essa enorme tolerância foi e tem sido treinada, desde tempos
imemoriais, para ser alienada, alheia ao que se passa em torno de si,
insensível aos sinais cada vez mais agudos de que vivemos numa tremenda selva,
pontilhada aqui e acolá de ilhas de alguma civilidade.
Até porque, diante da crueldade social a que é exposta
diuturnamente, perante uma corrupção generalizada e expostas à violência brutal
d Polícia e dos bandidos, esta massa tem se transformado também num espelho do
que se passa nas altas esferas da política. Corrompe-se, passa a perna no
próximo, gosta de levar vantagem em tudo, age com selvageria e, muitos, já nem
conseguem mais chorar seus entes mortos pela ineficiência de um Estado que gere
para si próprio.
Alex Ferraz é jornalista, colunista diário da "Tribuna da Bahia" e membro fundador d'O Inimigo do Rei.
muito bom!! obrigado por dizer tudo aquilo que temos vontade de dizer.
ResponderExcluirExcelente.
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