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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Motos. Só falta um r pra moRtos...

Moto entra, literalmente, no carro. Desastre de moto é assim, sempre escabroso.




Alex Ferraz

São 65 mil mortos em 10 anos, a maioria jovens pobres. O número é equivalente ao total de soldados mortos na Guerra do Vietnã, maior conflito do gênero desde a Segunda Guerra Mundial e que durou cerca de 20 anos. Pois é: o aumento vertiginoso da frota de motos no País causou 65 mil mortes entre 2000 e 2010. A situação está sendo vista como  “uma das suas piores epidemias”.
Recentemente, dissemos aqui que na capital paulista, onde há um milhão de motos em (louca) circulação, morrem dois motoqueiros por dia. Mas, por incrível que possa parecer, não é em São Paulo e muito menos na região Sudeste que se concentra o maior número de mortes, proporcionalmente. É nas pequenas cidades do interior, no Norte e Nordeste, que ocorrem as maiores taxas de mortalidade. 
Outro dado chocante: o perfil das vítimas é o mesmo, ou seja, jovens entre 20 e 29 anos. 
Bem, a meu ver são óbvias algumas das causas deste morticínio: a total ignorância da maioria dos motoqueiros – daí números maiores no interior – em relação ao tremendo risco que representa este veiculo, incluindo aí o desdém pelo uso dos equipamentos de segurança (é comum ver uma FAMÍLIA inteira em uma só moto, como mostrou recentemente a TV), a inexistência de fiscalização rigorosa, o péssimo estado das vias e, é claro, a pobreza da população, que, na sua maioria, usa motos fracas e frágeis não só como meio de transporte, mas também como instrumento de trabalho, para ganhar a vida.

Ainda sobre
as motos (I)
Quando se diz que “moto é coisa de país pobre”, alguns rejeitam esta opinião perguntando se alguém já viu um pobre pilotando motos como BMW, Kawasaki etc, todas de alta potência e caríssimas. Claro que não! Mas procurem saber qual a participação de motos deste tipo, usadas por diletantismo por gente rica, no quadro geral dos acidentes fatais. Mínima, senhores. A maioria absoluta é de motos pequenas, de pouquíssima potência, frágeis e muito baratas, usadas em loucos trabalhos como os de motoboy e mototaxista, onde cada minuto conta em meio a um trânsito selvagem no qual motoristas de automóveis, ônibus e caminhões não escondem sua aversão pelos motoqueiros, aversão esta não raro transformada em assassinato.

Ainda sobre
as motos (II)
Claro que os motoqueiros – mal preparados e ignorantes, na sua maioria, por razões que envolvem questões sociais, inclusive de educação básica  – geram boa parte desses acidentes fatais. É, enfim, uma combinação letal de fatores.

Ainda sobre
as motos (III)
É tempo de a indústria do setor, que vem faturando cada vez mais, ter um mínimo de responsabilidade social e promover campanhas de segurança, pois fabricam um objeto que é tão ou mais perigoso do que uma arma de fogo.


2 comentários:

  1. tão se passando inimigos? a classe dominante que hj tem o pt tambem, quer mesmo [e que pobre exploda. quanto mais jovens pobre morrer menos pobre pra alimentar.

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  2. o problema não está na quantidade de mortos (pobres ou ricos), mas no custo para recuperar os que teimam em não morrer: hospital seguro, etc....

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