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sábado, 26 de novembro de 2011

Filme sobre uma mulher culta, brava e livre.

Rachel Weisz está magnífica como Hipátia de Alexandria

TONY pacheco

“Alexandria/Ágora”, é o filme do diretor espanhol Alejandro Amenábar, lançado na Espanha, em 2009, e que por aqui passou sem alarde, compreensivelmente, pois mostra o nascimento do Cristianismo como uma das mais intolerantes religiões da História. O filme é estrelado por Rachel Weisz, que vive Hipátia, uma professora de filosofia, matemática e astronomia, completamente ignorada pela historiografia oficial. Eu mesmo, ex-professor de História, como nunca fui ensinado sobre esta mulher fantástica, também nunca ensinei a meus alunos. Falha minha.
Hipátia viveu em Alexandria, no Egito, entre os anos 355 e 415 d.C., época da dominação romana quando os cristãos deixavam de ser perseguidos no Império Romano para se tornarem os perseguidores dos judeus e dos seguidores dos deuses greco-romanos.
Este momento é esclarecedor, pois o filme nos mostra como esta religião, como todas as outras, tem sempre a veleidade de ser o ÚNICO caminho para a divindade. E para se consolidar como tal, precisa exterminar todas as outras crenças concorrentes. A destruição da Escola de Alexandria, onde Hipátia lecionava, e do que restou da Biblioteca de Alexandria dos tempos de Alexandre, O Grande, é um momento emblemático que demonstra como o Catolicismo e todo o Cristianismo se tornaram inimigos do Conhecimento, como hoje fazem os muçulmanos, também criticados pelos cristãos atuais, que fingem que sua religião não praticou a mesma intolerância anticientífica durante 2 mil anos.

NÃO É CHATO

Mas estou falando do filme “Alexandria” com tanta seriedade que o internauta já está pensando: “Porra, mais um filme chato!”
Não, não é chato. O diretor espanhol dá um show por trás das câmeras nos trazendo uma aventura com “timing” de aventura. Até os incultos e idiotas como eu gostam. Você não se chateia, mesmo nas cenas didáticas, porque é maravilhoso saber que uma mulher chegou à conclusão sobre a órbita elíptica que a Terra desenvolve em torno do Sol e acabou apedrejada por causa disso (entre outros motivos), isso num mundo onde as religiões, Catolicismo/Cristianismo dentro, diziam que o Sol girava em torno da Terra e ainda numa órbita circular perfeita.
Compre no seu pirateiro predileto a 2 ou 3 reais ou alugue na sua locadora preferida, pois hoje alugar também está baratinho.
“Alexandria” (“Agora” em Portugal) é um filme que merece ser visto, revisto e como diz o professor Ricardo Líper, acompanhe com vinho tinto meio-seco e cubos de queijo desnatado.

* Veja e dê sua opinião. Talvez eu tenha me passado em alguma coisa e gostaria de sacar outros ângulos.

Um comentário:

  1. O filme é muito bom mesmo. Eu tb não tinha a menor ideia de que essa mulher era famosa.

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