Asfalto “sonrisal”, lucros
para muita gente
ALEX FERRAZ
Tenho trafegado por TODAS as
regiões da cidade, inclusive neste período chuvoso, coisa que, aqui para nós,
parece que os prepostos da Prefeitura nunca fazem. E por onde ando, seja em
Brotas, Castelo Branco, Paralela, Ribeira, Caminho de Areia etc., vejo buracos
novos, novíssimos, no asfalto recém-colocado pela Prefeitura.
O que espanta não é tais
buracos continuarem buracos durante o inverno, porque, sabemos, é difícil fazer
recuperação com chuva. O espantoso, diria mais, escandaloso, é ver que as vias
que ora apresentam tais problemas – e esqueci de falar na trágica Nilo Peçanha,
que liga a Calçada ao Largo do Tanque -, passaram muito recentemente por
“recuperação”.
Fica no ar, sem esperança de
resposta, a pergunta de sempre: por que raios as obras públicas, notadamente
nas vias de trânsito, de Salvador têm tão pouca duração? Será mesmo que é
proposital para que as empreiteiras – cujos nomes nunca são divulgados –
ganhem mais e mais fazendo “recuperação”
a cada semestre. Com a palavra, o prefeito.
Frase da semana: Qual é o mistério
que leva a prefeitura a não fiscalizar com rigor as obras públicas?
Abandono e desdém na Cesta
do Povo do Ogunjá
Os pilares de ferro que
sustentam a estrutura do teto estão visivelmente corroídos pela ferrugem e o
máximo que fazem é maquiar com pinturas; no último dia 27, houve tiroteio
dentro do mercado, e por pouco alguém não foi vítima de bala perdida; a presença
de sacizeiros e marginais em geral é uma constante e, pelo visto, a segurança é
meramente decorativa; carros já foram roubados no espaço de lavagem e, de um
modo geral, a decadência é visível, com paredes mofadas, rebocos caindo etc.
O impressionante é que esta
situação lamentável acontece exatamente no mercado onde funciona a sede da
Ebal, empresa que DEVERIA estar trabalhando para oferecer um mínimo de
segurança e conforto para frequentadores, consumidores em geral e donos de
boxes, que chegam a pagar até R$ 4 mil de aluguel mensal.
Mas nada parece sensibilizar
a direção da Ebal, se é que ela existe. Passa da hora de as autoridades
responsáveis investigarem a situação terrível do local, fazendo jus aos
salários que recebem, que não devem ser pequenos.
E por falar no Ogunjá (I)
O banco Bradesco, pelo
visto, resolveu "colaborar" com a baderna reinante no local. O caixa
eletrônico está há pelo menos duas semanas sem funcionar, com um aviso
mambembe, feito com impressão em
papel A4, onde se lê: "Máquina em manutenção, favor
procurar outro caixa."
Outro caixa? Aí é que vem o
deboche, pois NÃO EXISTE outro caixa na área. Uma bagunça insuportável!
E por falar no Ogunjá (II)
A bagunça que caracteriza a
não administração da Ebal no mercado da Cesta do Povo do Ogunjá conta ainda com
vias totalmente destruídas na saída, onde os automóveis são submetidos a tantos
buracos que, não raro, sofrem sérios danos na suspensão.
Bem, as eleições vêm aí,
para prefeito, e logo virão para governador. Duvido que quem trabalha, tem
boxes ou frequenta o local votará em quem está hoje no poder. E farão muito
bem.
Trânsito intransitável (I)
Salvador esteve, semana
passada, em um dos piores momentos de seu trânsito. Fosse em Brotas, Avenida
Juracy Magalhães Juníor, Paralela,
Avenida ACM, o cacete, tudo travado.
E, como costuma acontecer,
não se via um só agente da Transalvador para tentar por ordem no trânsito.
Estavam ocupados em alimentar a indústria de multas penalizando carros
estacionados em vielas.
Quanta incompetência, meu Deus!
Trânsito intransitável (II)
Quando as ditas autoridades
municipais deixarão cair a ficha e perceberão que, muito mais importante do que
ficar escondido multando, é civilizado orientar e disciplinar o trânsito?
Olha só, pessoal ,a
continuar essa incompetência, proposital ou não, muitos votos custarão nas
próximas eleições. Podem anotar aí.
A síndrome de Macunaíma (I)
Na televisão, Romildo
Valentino da Silva, 35 anos, nega peremptoriamente aos repórteres de uma rede
de TV que dirigia o veículo causador de um sério acidente na zona Leste de São
Paulo, na semana passada, envolvendo quatro carros e deixando vários feridos em
estado grave.
Minutos antes, porém, ele
havia dito à Polícia que tudo foi provocado porque alguém bateu no fundo do seu
carro, e daí ele teria perdido o controle.
A síndrome de Macunaíma (II)
Cinicamente, o sujeito disse
à TV que estava "observando o acidente" e que nenhum dos carros lhe
pertencia.
Eis aí a síntese do caráter
nacional, a mentira deslavada e a falta de hombridade para assumir
responsabilidade.
É por essas e outras que
acho que estamos muitíssimos bem representados no Congresso Nacional e nas
assembleias. Hum...
Mulheres assassinadas (I)
É espantoso o crescimento de
casos de mulheres assassinadas por ex-maridos, ex-namorados e coisas que tais.
Para quem, como eu, por força da profissão, assiste a TODOS os programas
policiais de fim de tarde, início de noite, na TV, os fatos chegam com
espantosa profusão.
E, pior, ficamos sabendo que
a Lei Maria da Penha, mais uma daquelas de Primeiro Mundo que temos no Brasil,
não funciona.
Mulheres assassinadas (II)
A tal proteção a quem
denuncia, o tal do manter distância da vítima e coisas afins JAMAIS têm
resultado prático.
Isso para não falar no
desdém que, muitas vezes, acompanha o atendimento às mulheres que ousam prestar
queixa.
Somos, mesmo, uma sociedade
podre. O resto é papo furado.
Por que a Amazônia segue ao
Deus dará?
Vi, e vejo sempre,
reportagem na TV mostrando que os milhares de quilômetros da Rodovia
Transamazônica, cuja construção foi estandarte da propaganda da ditadura
militar nos anos 1970, seguem abandonados, no barro, com atoleiros, enfim,
praticamente inúteis para os propósitos anunciados pelos militares.
Um redundante fracasso, mas
que consumiu milhões de dólares, que o diria, se vivo fosse, o ministro
responsável pela área na época, Mário Andreazza.
Mas esta situação é apenas
um ícone do que significa a Amazônia para governos brasileiros que vêm de
muitas décadas: abandono total da região
Norte, falta de fiscalização e de incentivos, ou seja, tudo formando um prato
prontinho e delicioso para os que estão nos invadindo, ali, ano após ano. Até
quando?
A grande desordem urbana (I)
Em Recife, Salvador, Natal
ou São Paulo. Tanto faz. A realidade cruel é que, anos após ano, década após
década, milhões de pessoas continuam sofrendo com as chuvas, que são esperadas
e previsíveis, tudo por falta de saneamento básico e de obras para escoamento
das águas.
A grande desordem urbana
(II)
A real é que conter
inundações, doenças etc., por causa de condições climáticas conhecidas há
milênios, é simples.
Bastaria que, por exemplo,
as dezenas de bilhões de reais dedicados a estádios para a suspeita Copa do
Mundo, fossem aplicados em saneamento e obras SÉRIAS de escoamento das águas
pluviais. Mas...
A grande desordem urbana
(III)
Aliás, em termos de
saneamento urbano, o Brasil continua sendo uma vergonha perante o mundo.
Praticamente 50% da
população ainda não têm esgotos tratados.
Fosse na Índia, Bangladesh
ou Haiti, com todo respeito pelas populações desses países, seria
compreensível.
Mas, aqui, onde se esbanjam
bilhões em corrupção e gastos públicos, é uma tremenda vergonha.
EXTORSÃO
Até quando os brasileiros
continuarão pagando cada vez mais caro pela energia elétrica, para cobrir os
furos causados pela negligência do Estado? Em todo o País, os aumentos da conta
de luz seguem assustadores, e dizem que ainda chegarão a mais 40% este ano.
Está mais do que na hora de optarmos, seriamente, por fontes alternativas de
geração, como a solar. Sim, porque em relação à eólica, ficamos somente
naqueles parques de moinhos, sem vias de transmissão, numa demagogia de dar dó.
Um vício intratável?
Falo dos coleguinhas
jornalistas de todo o País. Pegaram uma mania, um vício, de relatar a morte de
alguém com a frase "não resistiu aos ferimentos", que chega a dar dó.
Ora, por que não dizem
simplesmente que o Fulano morreu?
O pior é que há alguns, não
satisfeitos com esse hábito terrivel, ainda "completam" dizendo que o
cidadão "não resistiu aos ferimentos e morreu". Ora, apontem-me
alguém que não resistiu aos ferimentos e ficou vivo, que celebrarei
imortalidade da espécie humana. Êita