tony paCHeco
6:52 – 27.11.2012
– terça-feira
“Wagner se
aproxima da base. Partidos visam 2014”
O Estado
para si parece ser o único fundamento da política no Brasil, pelo menos desde
que Fernando Henrique Cardoso inventou de derrubar a barreira contra a reeleição
e se tornou presidente por dois mandatos. Depois dele, veio Lula, também com
seus dois mandatos e agora lá vem Dilma. Os políticos, e isso se tornou uma
percepção quase universal, ó se interessam agora por sua perpetuação no poder. Eles
mesmos ou seus grupos. Agora, GOVERNAR, QUE É O QUE SE ESPERA DELES, NADA.
Estamos
saindo de uma eleição. As urnas ainda estão quentes e o nosso operoso governador já trabalha incansavelmente para fazer o sucessor, o que
ocorrerá apenas daqui a dois anos. E enquanto isso? A Bahia terá mais do mesmo.
Vejamos:
1.
Um
porto na região de Ilhéus que é usado pela propaganda oficial há anos e não sai
do papel.
2.
Uma
ferrovia ligando o Oeste ao litoral, cujos trens aparecem nas propagandas
oficiais, mas que só existe na propaganda. Não tem um quilômetro de trilho
sequer.
3.
Um
metrô na capital que, sabotado por todos os lados, está fora dos trilhos há 12
anos e não parece que entrará tão cedo.
4.
Um
estádio de futebol multimilionário, mas SEM ACESSIBILIDADE NENHUMA no seu
entorno: faltam passeios largos, falta projeto paisagístico, FALTA
ESTACIONAMENTO, pois só previram 3 mil vagas onde, segundo a tal da FIFA,
deveriam existir 5 mil e 500 vagas etc. etc. etc. Será um monstrengo a
ENGARRAFAR o trânsito na região e tomar dos moradores do entorno as suas
preciosas vagas de estacionamento.
5.
Um
sistema de ferry-boat que é uma VERGONHA nacional, pois há seis anos só faz
piorar. A travessia Salvador-Itaparica, que já foi feita por navios vindos da
Escandinávia, enormes, confortáveis, num total que já chegou a oito, no pico de
verões passados, hoje é feita por UM NAVIO em certos dias.
6. As rodovias estaduais estão em petição de miséria e toda vez que asfaltam 10 ou20 km ,
fazem propaganda que não acaba mais, quando a necessidade é de MILHARES DE KM
de rodovias estaduais funcionando para dar vazão ao produtivo agronegócio. A
mais emblemática situação é o que o DERBA fez no Baixo Sul. Construiu uma bela
rodovia de Camamu a Itacaré. Mas ficou aquele trecho solto no ar, pois de
Camamu a Nazaré das Farinhas, é uma buraqueira só, além de uma sucessão infindável
de ARREBENTA-MOLAS. Quer dizer, leve seu carro de navio até Camamu e dali pegue
a rodovia turística...
6. As rodovias estaduais estão em petição de miséria e toda vez que asfaltam 10 ou
Chega, não vou falar mais nada. Acho que os
governantes deveriam SE CREDENCIAR para as eleições GOVERNANDO. E não fazendo
propaganda e articulações políticas. E aí, é este paradeiro: um estado que
amarga os piores índices de desenvolvimento humano e econômico, mas que quando
você lê jornais, ouve rádio ou vê televisão acha que está vivendo na Califórnia.
“Ato contra divisão de royalties reúne 200 mil”
É revoltante, mas compreensível, ver 200 mil
cariocas reunidos no Centro do Rio de Janeiro, capitaneados pelo governador Sérgio
Cabral e pelo prefeito Eduardo Paes, pedindo à presidente Dilma Rousseff que
vete o projeto de redivisão dos royalties relativos ao petróleo. Eles querem
SER FELIZES SOZINHOS.
O Rio de Janeiro e o Espírito Santo querem que
os royalties do petróleo explorado em seu mar territorial sejam só deles. É
como se o mar territorial não fosse do país chamado Brasil e, sim, de outros países,
um chamado Rio e outro chamado Espírito Santo.
Esquecem que isso é uma federação e numa federação
os entes federados estão unidos para criar a felicidade para todos e não para uns
privilegiados.
Mais estranho é ver pessoas que admiramos, como
Fernanda Montenegro e até o cariocano (mistura de carioca com baiano?) Caetano
Veloso defendendo que o dinheiro dos royalties fique, mesmo, lá no Sudeste, que
já é a parte mais desenvolvida e rica do Brasil há séculos. Mas, estes, a gente
já sabe: o ser humano é previsível. Ele, rarissimamente, tem visão altruísta. É
o venha a nós e ao vosso reino, nada, que rege as relações entre as pessoas. E
ponto final.
Agora, Dilma está com um abacaxi gigante nas mãos.
Se vetar a redistribuição dos royalties, pode saber que está cavando a
sepultura do seu partido na maior parte dos 27 entes federados brasileiros. Os
próximos passos da presidente serão interessantíssimos de se ver.
“Bahia legaliza união homoafetiva”
Agora, finalmente, o brado do presidente
histórico do GGB, Luiz Mott, virou oficial: “É legal ser homossexual”.
Sempre admirei, com muito orgulho de privar da
amizade deste homem de bem, a coragem do professor-doutor Luiz Mott de vir para
a Bahia levantar uma bandeira anti-homofóbica justamente num dos estados mais
machistas do Brasil, quiçá, do mundo, sem nenhum exagero. Sim, porque o baiano é
afeminado em sua natural malemolência, mas contrabalança isso com um DISCURSO E
UMA PRÁTICA MACHISTAS que levam às tristes estatísticas de medalha de bronze em
assassinatos de homossexuais na atualidade, embora já tenha subido ao pódio com
medalha de ouro antes.
Mott deve ser homenageado exaustivamente pelas
pessoas do Bem. Ele teve coragem de lutar, ao lado de outros bravos guerreiros
e guerreiras, até que, desde ontem, para dois seres humanos do mesmo sexo se
casarem na Bahia, bastará entrar num cartório e CASAR. Sim, CASAR. Não é união estável.
É CASAMENTO, com mudança de nome, com acréscimos e supressões previstas no
casamento de homem com mulher. Direito a herança etc.
Parece bobagem, não é mesmo? Mas, até ontem,
quase 2 milhões de baianos eram CIDADÃOS DE SEGUNDA CLASSE, pois tinham os
mesmos DEVERES dos outros 12 milhões, mas não os MESMOS DIREITOS. Ninguém
lembrou, mas eu lembro: parabéns ao PT do governador Jaques Wagner, por suas AÇÕES
AFIRMATIVAS na Bahia, que ajudaram, e muito, o trabalho do GGB e do professor
Luiz Mott, criando políticas de promoção do cidadão homoafetivo, inclusive NOMEANDO
AUTORIDADES no Governo Estadual claramente comprometidas com a promoção dos
direitos LGBT.
Com este tipo de coisa, ainda nos dá alguma
esperança que um dia voltemos a morar naquela Bahia que encontrei aqui em 1976.
Aí, esta vai para Alex Ferraz: também tenho ataques saudosistas...
Sobre os royalties do petróleo:
ResponderExcluirSou baiano e moro em Macaé/RJ. Mesmo sendo maior produtora de petróleo do Brasil, arrecadando, segundo o Impostometro, 450 milhões de reais nos 11 meses de 2012 (30% da renda do município), a cidade de Macaé e um caos. 200 mil habitantes. Porem, violenta, favelizada, serviços públicos de quinta categoria. Nunca vi nenhum macaense protestar quanto a aplicação dessa quantia arrecadada de impostos em benefícios a cidade e a população. Isso ocorre a anos.
Povinho manipulado. Por que nao usa essa forca da mobilização feita ontem contra as expectativas de perdas dos royalties a favor de um uso mais pratico, transparente, em benefícios de quem mora por aqui?
Somente querem arrecadar mais e mais....
Renê Santos
Voces dos inimigos parecem ter um preconceito contra marcelo cerqueira. só falam do mott e esquecem que GGB náo é só Mott.
ResponderExcluirTony,
ResponderExcluirCertíssima a sua análise sobre a divisão dos royalties. Também pensei da mesma forma, até estou querendo escrever no editorial do Ei, Táxi sobre isso.
Outro aspecto que não foi levantado é como a Globo tem pautado o assunto de forma tendenciosa em prol do Rio. Eles citam percentagens e valores que o Rio perderá, mas não falam que o restante do Brasil, miserável desde sempre, ganhará com o projeto. E mais, quando falam dos ganhos nacionais em detrimento dos cariocas, omitem que aquele montante será repartido pelos cerca de cinco mil municípios, ou seja, o Rio ainda continuará com a maior fatia, principalmente cidades como Macaé, supracitada em outro comentário.
O que dá raiva também é ver o povo brasileiro, como em todos os assuntos, inertes a essa manifestação hipócrita no Rio. Por que não se faz passeatas em todas as capitais a favor do projeto? Talvez assim a Globo ficaria sem jeito e teria que pautar o tema com os dois lados da moeda. Aliás, um povo que acha tudo normal, merece o que lhe é imposto mesmo. Uma lástima!
Abraços,
Adriano Rios
Valeu, Adriano, pela clareza da argumentação.
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